“Não queremos ser como outros destinos. Somos Yucatan”
A poucos dias do início da maior feira turística da América Latina, o Publituris falou com, Michelle Fridman, ministra do Turismo de Yucatan, Estado mexicano conhecido pelas praias do Golfo do México e ruínas Maias. Apelidando Yucatan de “clássico renovado”, além da cultura, tradição e história, a sustentabilidade é o eixo central desta “nova opção turística”.
Victor Jorge
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Foi a primeira vez que Yucatan recebeu a mais importante feira do turismo da América Latina. A realização do Tianguis Turístico estava marcada para 2020, mas como em tantos outros eventos, a pandemia fez o favor de adiá-lo. Mas Yucatan tem muito mais para oferecer. Desde logo, foi aqui que caiu o “pedragulho” que dizimou a era dos dinossauros, que nasceu a cultura Maia e onde não falta cultura, tradições e história. Os investidores são bem-vindos a Yucatan, desde que o respeito pela sustentabilidade – em toda a ordem – esteja garantida.
O que é que Yucatan tem para oferecer de novo ou renovado agora que caminhamos para uma retoma gradual?
Yucatan é a fronteira entre o Golfo do México e as Caraíbas e é, precisamente, isso que torna este Estado tão único. Estamos no coração da Península de Yucatan e isso, por vezes, pode ser confuso para os que julgam que Yucatan é Cancún. Mas não é.
Yucatan está virada para Norte e é, precisamente, aí que as águas das Caraíbas se misturam com as águas do Golfo do México.
Começo por uma aula de história e de geografia. Há 66 milhões de anos quando a “grande rocha” caiu na Terra e extinguiu os dinossauros, isso aconteceu em Yucatan. Por isso, imagine a história que não passou por este local.
A cultura Maia, uma cultura viva que está entre os residentes e população de Yucatan, está cá há milhares de anos.
Fruto desta longa história, temos recebido muitas outras culturas, europeias, inclusive, já que durante muitos anos Yucatan esteve mais ligado à Europa do que ao resto do México.
E perguntar-me-á porquê? Pois temos um porto, que é o porto de Sisal que dá o nome ao sisal com o qual fabricamos cordas, tapetes e outros materiais que levaram, durante muitos anos, os navios a atracarem em Yucatan para levarem o sisal para a Europa.
Quando vinham para cá, esses navios traziam muita da cultura europeia e daí dizer que, durante muito tempo, a influência europeia foi maior e mais sentida do que a mexicana. Além disso, temos imensas influências europeias na nossa arquitetura, gastronomia, o que me leva a dizer que Yucatan é uma mistura, um blend de diversas culturas e de muitas histórias.
O que têm, então, para oferecer é essa história?
Sim, mas não só. Temos uma natureza ímpar e temos tido muito cuidado em preservá-la e desenvolver um destino sustentável, agora que essa preocupação está muito na moda, mas que aqui tem sido uma prática já com muitos e muitos anos.
Este é um local onde é possível encontrar milhares, senão milhões de flamingos nas nossas praias, existe, devido ao impacto do meteorito há milhões de anos, um sistema de cavernas – “Cenotas” – que fazem as maravilhas de quem pretende descobrir coisas novas e ter experiências únicas. E em Yucatan temos cerca de 3.600 destas “Cenotas” que são piscinas subterrâneas. É uma das maravilhas que pode ser explorada para nadar, mergulhar ou simplesmente contemplar.
E aqui é possível, também, encontrar vestígios dos Maias e tudo o que liga a essa cultura.
Esses são os locais preferidos entre os europeus, já que é conhecido o gosto e interesse dos europeus por história. Além disso, uma das novas maravilhas do mundo – Chichén Itzá -está em Yucatan. Mas além de Chichén Itzá, que o local mais conhecido, temos mais 18 locais como este que são tão ou mais fabulosos que esta maravilha do mundo.
Mas existem milhares de outros locais arqueológicos abertos ao público que faz de Yucatan um destino único a conhecer e a descobrir. Por isso, imagine a história que existe para descobrir em Yucanta.
Novas experiências para um destino com história
Yucatan não é, então, um novo destino para o mundo. Existem novas experiências e segredos para serem descobertos e explorados?
Não sendo um destino novo, é um destino surpreendente e que poucos conhecem. Yucatan é um clássico renovado.
Yucatan, tal como muitos destinos europeus está muito ligado às tradições, à cultura, passado, história. Por isso, quem nos visita, encontrará essa história, cultura e tradições.
Ao mesmo tempo, podemos afirmar que se trata de um novo destino, porque não existe muita gente a conhecer Yucatan. Muitos turistas ficam confusos ou confundem Yucatan e Cancún. Além disso, temos desenvolvido novos produtos e ofertas turísticas.
Quais?
Experiências que existem há vários anos, mas que não eram exploradas e divulgadas. Tivemos que renová-las e criámos novos produtos e ofertas em torno dessas histórias e tradições. Em 2019, o Ministério do Turismo de Yucatan desenvolvemos mais de uma centena de novas experiências. Isso permitiu-nos criar uma campanha que designámos de “365 dias em Yucatan”. Com essa campanha, lançámos todos os dias uma nova experiência. Isso mostra que poderá viver um ano inteiro em Yucatan e ser surpreendido todos os dias com uma nova experiência.
Essa campanha foi lançada em 2019. No início de 2020, fomos confrontados com um vírus que levou o mundo a fechar. Como é que a pandemia impactou a região de Yucatan e todas essas novas experiências?
Bem, a pandemia impactou todos os destinos do mundo. Mas deixe-me contar-lhe algo de bom em toda essa história: Yucatan foi “Covid-friendly” mesmo antes da COVID aparecer.
Yucatan não é um destino de turismo massivo. Não irá encontrar locais com grandes resorts, com milhares de turistas. Yucatan é um destino com áreas e espaços abertos, um destino muito individual, com uma grande preocupação no que toca à sustentabilidade.
Por isso, encontrará muitos locais onde poderá usufruir verdadeiramente do turismo e não ser “invadido” por turistas e sentir-se inseguro.
Mas reconhece que o México não tem fama de ser o destino mais seguro do mundo?
Mas posso dizer-lhe que Yucatan é um dos destinos mais seguros não só do México, mas do mundo. Os nossos níveis de segurança são comparáveis aos da Suécia. E não somos nós que o dizemos, mas entidades internacionais.
Além dessa segurança, somos, igualmente, conhecidos pelo nosso nível de bio-segurança, já que implementamos, assim que a pandemia foi conhecida, um programa de certificação com standards internacionais e implementamo-lo em toda a cadeia de fornecimento.
Isso quando?
Em maio de 2020. Esses protocolos foram implementados no nosso aeroporto, serviços de transporte, hotéis, restaurantes, museus, locais arqueológicos, comunidades.
E como é que isso foi visto do lado do turista?
Muito bem. Fomos reconhecidos por muitas instituições, entidades, cruzeiros, como um destino muito seguro. Como exemplo, Yucatan foi dos primeiros destinos para o qual os cruzeiros planearam as suas rotas.
E qual foi a quebra registada no turismo em Yucatan?
A quebra registada foi 50 a 55%. Yucatan foi dos locais onde o Governo implementou regras sanitárias mais restritas. Durante quatro meses, todos os hotéis, restaurantes, todo o universo ligado ao turismo fechou. A taxa de ocupação dos nossos hotéis foi de zero e foi impossível competir com qualquer outro destino no mundo.
Por isso, tivemos de reconstruir praticamente do nada, estamos crescer. Naturalmente ainda não estamos ao nível de 2019, já que foi um ano recorde para Yucatan, mas estamos a recuperar.
Ligação ao resto do mundo
Mas o que estão a fazer e que planos estão previstos para atingir esses níveis de 2019 o mais rapidamente possível?
Assim que a pandemia nos atingiu, desenvolvemos um plano de recuperação com quatro fases. A primeira cuidar da saúde; a segunda, dar as ferramentas à indústria do turismo para que pudesse sobreviver estes tempos difíceis, com diversos programas de apoios e incentivos; em terceiro lugar, a retoma do turismo enquanto a COVID-19 ainda permanece entre nós, ou seja, conseguir reabrir algumas atividades, sem colocar em risco a saúde dos locais e dos turistas. Finalmente e em quarto lugar, a recuperação do mercado. Neste último ponto, temos estado a trabalhar em grande colaboração com as companhias aéreas para recuperar a nossa conetividade, sabendo que o nosso budget não é o mesmo dos grandes destinos turísticos.
Por isso, tivemos de otimizar esse orçamento, de modo a atingir os mercados principais e de maior importância para nós.
Começamos em setembro e 2020 com o turismo local, o chamado “staycation” e foi aí que surgiu a tal campanha das 365 experiências em Yucatan. Quisemos dizer, também, aos locais que não era preciso viajar para longe para ter e viver experiências únicas e diferentes.
Mas como destino internacional, Yucatan não sobrevive somente do turismo local. Por isso, quais as companhias aéreas que têm a voar para Yucatan?
Naturalmente que os mercados internacionais são importantíssimos para nós. O nosso aeroporto principal, localizado na nossa capital, Mérida, é uma unidade muito bem conectada a nível nacional e internacional com a América do Norte. Temos voos com Miami, Houston, Dallas, Toronto, San Diego e Oakland.
Claro que não somos Cancún onde está localizado o aeroporto com melhores ligações no México. Mas está localizado somente a 30 minutos da nossa fronteira [estadual].
Portanto, temos imensos turistas que voam até Cancún e que depois vêm visitar-nos.
Mas sentem que existem os turistas que visitam Cancún com o propósito de sol e mar e outros que voam até Cancún para depois apanhar outro voo ou ir de carro para visitar Yucatan e fazer outro tipo de turismo?
Sim claramente. São mercados completamente distintos. Não temos muito interesse naquele tipo de turistas norte-americano que só nos visitam nas épocas de férias da Páscoa ou outros feriados e que vão para Cancún para as festas na praia.
Não é esse o tipo turista que queremos captar e também não temos muito para oferecer a esse tipo de turista. Não somos um destino do “tudo incluído”, somos o oposto. O turista que nos interessa é aquele que tem interesse na história, cultura, tradições, experiências e gastronomia.
Isso não quer dizer que o turista que visita Cancún não nos interessa, mas terá de vir com outro espírito para Yucatan, já que a nossa oferta é completamente diferente.
O nosso objetivo é mostrar aos mercados emissores que somos uma nova opção.
Mas qual a origem de quem vos visita e como caracterizaria esse turista?
O nosso mercado principal são os EUA e depois Canadá. Da Europa, os principais mercados emissores são Espanha, Alemanha, Itália, UK e França.
E Portugal, tem números?
Não é um número representativo, ainda, mas esperamos inverter esta situação.
E qual é a vossa estratégia para o mercado português?
Temos uma estratégia de promoção que está assente em quatro eixos: o primeiro, B2B, o trade marketing e daí estarmos presente em diversas feiras. A par disso, fomos anfitriões da 45.ª edição da Tianguis Turístico 2021, a principal feira de turismo do México e, provavelmente, na América Latina. Esse evento – realizado de 16 a 19 de novembro – terá um impacto fortíssimo na nossa estratégia.
O Tianguis Turístico 2021 marcará a retoma do turismo no México.
Voltando aos quatro eixos, em segundo lugar temos as campanhas B2C, muito importantes, mas cujo investimento foi reduzido, já que o Governo Federal decidiu cortar o orçamento de promoção para o turismo. Por isso, com o orçamento reduzido, a nossa estratégia tem passado por apostar em campanhas digitais, em mercados que estão a encher aviões que voam para Yucatan.
Neste momento, como disse, o nosso foco está em aumentar a nossa conectividade, porque sem ela, não temos meios para recuperar. Depois temos as relações públicas, através dos nossos conteúdos.
Sem sustentabilidade não há Yucatan
Focou diversas vezes a importância da história, cultura, tradição, gastronomia, conectividade, mas por várias vezes apontou a sustentabilidade como eixo fundamental. Que estratégia possui Yucatan neste capítulo?
De todos esses termos que apontei, o mais importante é sustentabilidade. Sem ela, não teremos todas as outras. Desde o início desta administração que temos vindo a trabalhar no desenvolvimento de um destino sustentável.
Mas chamo a atenção para o facto de, quando falamos em sustentabilidade, não quer dizer que falemos somente do ambiente. Sustentabilidade vai muito além do ambiente. Temos estado a trabalhar numa sustentabilidade inclusiva, descentralizando os nossos produtos, oferta, investimentos, infraestruturas e conectividade.
Não se trata somente de levar turistas para os locais mais conhecidos como Chichén Itzá, mas levar turistas a todos os pontos do nosso Estado. A sustentabilidade aplica-se a tudo.
E como é que inclui em toda essa estratégia e políticas de sustentabilidade a comunidade local?
Isso é um dos pontos essenciais em qualquer política de sustentabilidade. Não ligar a comunidade local a essa estratégia não é mais viável.
Compreendemos que a nossa riqueza está na nossa história, tradições, cultura, e isso só é possível com proximidade e ligação com a comunidade local.
Por isso, quando recebo grandes investidores que querem construir um grande resort para 1.000 ou 1.200 pessoas, a resposta que dou é que o investimento é bem-vindo a Yucatan, mas esse investimento não e para um destino como Yucatan.
Queremos pequenos hotéis boutique ou resorts, que cuidem do nosso ambiente, das nossas pessoas, que sejam construídos com materiais locais e não com produtos exclusivamente importados, que empregue locais, onde a gastronomia que é servida seja produzida com ingredientes locais.
Isso é algo que encontra em Yucatan e que não prescindimos. É esse o tipo de turismo que queremos continuar a ter, acrescentando valor, mas sem perder a nossa autenticidade.
Já trabalhei em diversos locais e destinos turísticos e posso garantir-lhe que não há nenhum destino no continente que mostre mais orgulho relativamente à herança como Yucatan.
Mas focou investimentos. Para Yucatan ser um destino sustentável, não só ambiental, mas financeira e economicamente, precisa desse investimento. Como atrai esse investimento, colocando-lhe, desde logo, essas barreiras?
Não são barreiras. São eixos básicos para que não se desvirtue o que é Yucatan. Nós temos a nossa história, cultura, tradição, arqueologia, gastronomia, as nossas gentes e com que tudo isto que queremos ser um destino turístico. Não queremos ser um destino turístico que ofereça o mesmo que tantos outros oferecem. Temos de nos diferenciar. E não é por ter resorts com 1.000 ou 1.200 quartos que o iremos fazer. Por outras palavras, nós sabemos que tipo de investimento queremos para Yucatan.
Posso dizer-lhe que de 2019 até hoje recebemos perto de mil milhões de dólares de investimento para o turismo em Yucatan e há grandes grupos hoteleiros a chegar e a construir em Yucatan. Nós temos os Hilton, os Intercontinental e os Marriott. A questão é que esses grupos compreendem que não devem construir e fazer o que fazem noutros destinos.
Por isso, estão a construir de acordo com o que está estabelecido para Yucatan, conservando o ambiente, os locais – pessoas e produtos – e manter o investimento sustentável.
Não vale a pena conseguir investimentos ou investidores que não promovam o emprego junto da população de Yucatan ou que não incentive o consumo e produção de produtos locais.
Esse não é o novo turismo. Esse turismo de massas, sem respeito pelo ambiente, pessoas e produtos locais, sem qualquer preocupação com o ambiente, esse turismo já não existe, ou melhor, existe, mas pertence ao passado. Ninguém quer fazer turismo, viajar para esses locais.
Como como definiria esse “novo turismo” ou “novo turista”?
Yucatan é para o novo turista. Esse novo turista procura novas e experiências autênticas, experiências individualizadas e distintas, preocupa-se em fazer tudo isto de forma sustentável.
E Yucatan oferece tudo isso. Não consigo, sinceramente, encontrar um destino mais autêntico, mais distintivo e diferenciado que Yucatan. Não queremos ser como outros destinos. Somos Yucatan.
E conseguiremos ter turistas, conseguiremos ter mais turistas, conseguiremos captar mais investimento e investidores, tal como o fizemos em 2019, sem prescindir de ser autênticos e preservar as nossas tradições e os nossos recursos culturais, ambientes e pessoas.
Mas quando fala em história, cultura, tradição, olhamos para o passado. Olhando para o futuro, o que é que Yucatan tem para oferecer de novo?
Eu gosto de ver ou chamar Yucatan como um “clássico contemporâneo”. Isso é algo que é possível ver na Europa. A Europa é história, cultura, tem milhares de anos. Isso não quer dizer que não é nova, que não tem nada de novo para oferecer. Pode ir a Roma, Paris e encontrará centenas, senão milhares de anos de história. Mas também encontrará novos restaurantes, novos hotéis, novas experiências, novos museus, novos teatros. Isso aconteceu em Yucatan. Temos a história, mas, por exemplo, o programa das aldeias Maias é completamente novo.
O programa não acontece em locais novos, uma vez que as aldeias Maias estão lá há milhares de anos, mas o programa, as experiências que proporcionamos são novas.
Por isso, sim, mantemos a nossa tradição, história, cultura, mas conseguimos renová-la e apresentar novas experiências.
Realiza-se agora o Tianguis Turístico 2021. Que importância tem este evento para Yucatan enquanto destino turístico?
É muito importante. É a primeiro vez que este evento é organizado em Yucatan. O evento foi-nos atribuído em 2019 para ser realizado em 2020 e esforçamo-nos tanto para ter o melhor evento possível no ano passado e só 10 dias antes da inauguração, com os dados a mostrarem que iríamos quebrar todos os recordes, o evento foi cancelado e adiado por causa da pandemia.
Precisámos de reinventar o Tianguis depois da COVID-19. Não poderíamos realizar um evento como se fazia numa realidade pré-COVID. O mundo mudou e o evento terá de acompanhar essa mudança.
Este será o primeiro Tianguis depois da COVID e encaramos o evento como o “renascer do turismo” no México, como oportunidade para reiniciar a indústria do turismo no país.
Trata-se de uma reconstrução ou transformação do turismo?
Penso que seja ambas. Acho que o termo correto até será “renascimento”, porque é, efetivamente, disso que se trata. Não quer dizer que se olhe para certas coisas do passado e não se transponham para o futuro, mas penso que o turismo, como um todo, renascerá para melhor.
2019 foi o melhor ano para Yucatan. Quantos turistas receberam?
3,2 milhões de turistas.
Quando espera voltar a esses números?
Estamos a trabalhar para atingi-los no final de 2022 ou início de 2023.
E o que é que aprendeu desta pandemia?
Penso que durante esta pandemia se aprendeu muito. Fundamentalmente, dar o valor correto ao setor do turismo, até porque a maioria das pessoas de fora deste setor não compreende quão importante é o turismo.
Depois, compreendemos, finalmente, a importância de sermos sustentáveis e tomámos consciência da urgência em renovar constantemente a nossa indústria, o turismo.
A era digital, por exemplo, não nos atingiu por causa da pandemia, já nos persegue há anos, mas não olhávamos para ela como algo que tinha de ser feito, aproveitado, utilizado e explorado.