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Análise

“O Turismo salvou o Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos”

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

Raquel Relvas Neto
Análise

“O Turismo salvou o Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos”

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

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Raquel Relvas Neto
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Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

O Porto tem acompanhado o bom momento do Turismo em Portugal. Como caracteriza o atual momento turístico da cidade do Porto?
Julgo que tem sido um momento de reconhecimento da qualidade do destino, numa altura bastante desafiante do ponto de vista turístico. Como se tem vindo a mostrar nas estatísticas, o melhor momento das taxas de crescimento passou. Hoje o destino Portugal cresce a taxas muito inferiores às que cresceu durante, 2014, 2015, 2016. Isto é evidente, mas o destino Porto e Norte tem tido capacidade de, num momento desafiante, continuar a apresentar taxas de crescimento muito interessantes, não só a nível de dormidas, mas mais significativo no que concerne aos proveitos. É um ponto importante, que é a capacidade que o destino tem tido de requalificar o tipo de turista que vem à cidade e à região. É fundamental, por duas perspectivas: por um lado a questão do que é a diversificação. A cidade está hoje muito menos dependente do tradicional ‘city-break’, do turista que vem cá passar o fim-de-semana. A cidade está também com um peso relativamente relevante do ponto de vista dos turistas não europeus, que são tipicamente turistas com estadas muito mais elevadas, que deixam muito mais dinheiro na cidade.
O momento é desafiante, mas o Porto tem sido capaz de passar bem esse momento e conquistar novos mercados, o que é excelente. O impacto que se deu no sul do país do ponto de vista do turismo alemão, britânico, holandês, que é muito sensível ao preço, é algo que a nós nos passa incólume.

Que mercados têm crescido?
O mercado norte-americano cresceu bastante, o canadiano, o brasileiro, o mercado japonês, da Coreia do Sul, o australiano. E isso é muito bom na nossa perspectiva de desenvolvimento de cidade e desenvolvimento regional.

A cidade tem colocado algumas regras na abertura de novas unidades hoteleiras e Alojamentos Locais, por exemplo, que possam afetar a autenticidade do destino. Como é feita esta gestão sustentável do destino?
A sustentabilidade, na minha perspetiva, é a capacidade de um negócio se manter são por um longo período de tempo. O turismo em cidade é algo relativamente novo. Era tipicamente um turismo de excursão. Hoje, é um turismo de usufruto e de experiência, e resulta de uma enorme revolução, diria fundamental, que é a democratização do transporte aéreo. Esta veio fazer com que as cidades passassem a ser focos enormes do ponto de vista de experiência turística. Julgo que os desafios que temos são os de fazer com que a cidade nunca perca o seu carácter multifuncional.
Esse é o nosso principal desiderato, a cidade tem de ser multifuncional, tem se ser agradável para quem visita, trabalha, estuda e para quem mora. Evidentemente, isto implica regular. Sou absoluto crente na liberdade, sou um liberal por definição, mas não sou um anarquista, é uma coisa bastante diferente. A liberdade tem que ser gerida, no sentido em que ela não pode interferir na liberdade de outrem. Quando estamos a falar da liberdade de alguém, é sempre a liberdade do conjunto, da comunidade. Somos muito apologistas da regulação preventiva. Ou seja, o Porto criou regulamentos próprios para os autocarros turísticos, regulou os tuk tuks na cidade. O Porto não tem trotinetes, que é moda em todo o lado. O Porto não permite, porque a cidade é nossa. Não somos nada apologistas daquela ideia de que porque é moda temos agora de permitir que as pessoas cheguem cá e usem a cidade. Não. Nós vamos ter trotinetes eléctricas e bicicletas eléctricas, vamos ter os meios eléctricos de transporte, uma mobilidade mais inteligente, mas devidamente regulada com base num concurso público internacional. A nossa lógica é que tem que haver um concurso, as pessoas têm de pagar para usar a cidade, para ter aqui os seus meios e a cidade decide os circuitos, onde é que ficam as trotinetes e as ‘dockstations’.
A nossa lógica é muito o princípio de que a sustentabilidade numa cidade é garantir o mínimo de conflito possível. Costumo dizer isto muitas vezes, gerir uma cidade é gerir um grande condomínio. Sabemos que gerir um condomínio é gerir conflitos e o nosso principal papel é procurar atenuar ao máximo os conflitos que existem entre os diferentes usuários da cidade e, por isso, temos que ser muito preventivos nestas questões e somos muito apologistas de uma regulação bastante forte do ponto de vista destas novas tendências, mas que não podem hipotecar aquilo que é a vida na cidade.

Mas há aqui uma relação muito sensível com as entidades privadas?
Não há nada que seja sensível desde que as regras sejam claras. Trabalhei no sector privado, sei muito bem o que é o sector privado, hoje estou no sector público e julgo que é clara a relação entre sector público e privado. O sector público regula, tem que criar a ordem, criar as leis, tem de ser direto e transparente, tem que assegurar que toda a gente tem direito a participar e este é o papel do agente público. A partir daí é fácil, porque basta cumprir as regras, a lei e darmos condições iguais a toda a gente. Julgo que as pessoas aceitam isto, entendem. Não podemos hipotecar o potencial da cidade dizendo “a cidade precisa de trotinetes”. Não, as trotinetes é que precisam da cidade. O poder negocial está do lado da cidade, não está do lado das trotinetes. A cidade não precisa de trotinetes, porque ninguém vai para uma cidade porque tem trotinetes. É ao contrário, as pessoas, que têm trotinetes, têm de se sujeitar às regras da cidade.

Hotelaria

Quantos projetos estão em desenvolvimento na cidade do Porto?
Neste momento, temos em processo de licenciamento na câmara 55 hotéis para 5465 camas. Temos sete unidades de apartamentos turísticos para 633 camas. Depois temos dois turismos de habitação. Estamos a falar em aumentar a capacidade em 6098 camas. É importante dizer que deste total de novas camas de hotéis, 34% são cinco estrelas, 45% são quatro estrelas, estamos a falar de 80% concentrados num segmento muito alto do ponto de vista de qualidade de oferta hoteleira.

Que tipo de projectos hoteleiros a autarquia gostava de ter na cidade?
A autarquia não tem poder de ter gosto. Se olharmos para estes projetos que temos licenciado são o típico projeto que existe na cidade do Porto. Estamos a falar de 55 unidades hoteleiras para 5460 camas, isto dá perto de 100 camas, dá uma média de 50 quartos por unidade. Isto é a típica situação na cidade do Porto: o hotel está no centro histórico e vai reabilitar um edifício antigo, portanto, não tem grande capacidade estrutural de ter uma dimensão muito grande.
Não temos nada contra, mas estamos a procurar vender a cidade de maneira diferente. Consideramos que a cidade do Porto, com aquilo que é a nossa visão do ponto de vista multifuncional, precisa de ter, por exemplo, ‘business tourism’, e de facto tem todas as condições. Com o pavilhão Rosa Mota, passamos a ter um equipamento que nos vai permitir entrar num campeonato bastante diferente. A Alfândega do Porto é um equipamento fabuloso e tem ganho uma série de prémios como melhor equipamento da Europa, mas com uma dimensão muito limitada, recebe no máximo 1500 pessoas num congresso. Quando chegamos ao Pavilhão Rosa Mota, ao agora Super Bock Arena, encontramos um equipamento com capacidade que pode chegar às 6 mil pessoas num congresso. Considero que isto abre uma frente diferente em termos de cidade. A nossa leitura é que vai ser possível a cidade ter uma oferta hoteleira de muito maior dimensão e que esta oferta pode acontecer na parte ocidental, seja na Boavista, Ramalde ou também no meio da cidade – Ramalde-Paranhos, ou até na parte oriental da cidade, em Campanhã. Será possível passarmos a ter unidades de muito maior dimensão, em zonas diferentes da cidade.

Que outros projetos relevantes estão em desenvolvimento na cidade para torná-la mais atrativa do ponto de vista turístico?
A cidade está a tornar-se bastante ativa. Temos um conjunto de grandes projetos em curso. O Mercado de Bolhão é o nosso projeto mais emblemático do ponto de vista do que reconfigura a aposta do município no centro de cidade, garantindo um equipamento completamente abandonado, ostracizado, sem rumo nos últimos 20 anos da cidade do Porto. Vamos investir 35 milhões de euros no Mercado do Bolhão. Não é um projeto de fazermos um centro comercial no mercado, mas de mantermos exatamente o caráter do mercado de frescos e legumes da cidade do Porto e com uma área de retalho na sua parte exterior. Este é um projeto muito relevante para voltarmos a ter habitantes no centro da cidade, com uma requalificação muito importante de um equipamento fundamental.
Um projeto relevante do ponto de vista da cidade é terminar o terminal de Campanhã, fundamental para a mobilidade da cidade, para requalificar e criar um hub de transportes, entre metro, comboio e autocarros em Campanhã.
Temos também o projeto de reabilitação do matadouro municipal, junto ao Estádio do Dragão. É um projeto multifuncional com escritórios, uma parte museológica, residências para artistas e um pequeno auditório. É um projeto lindíssimo, que foi a concurso, do arquiteto japonês Kengo Kuma e, no fundo, é fazermos na parte oriental da cidade, o que se fez com a Casa da Música na parte ocidental. Um projeto arquitectónico emblemático com um arquiteto de referência mundial. Estes são os investimentos materiais.
Mas basta olhar para a cidade hoje, o nosso projeto é renascer o Porto. Apresentámos recentemente um
estudo com a Ernest & Young relativamente ao ‘slow’ de investimento e, de facto, o turismo já não é o setor mais importante na cidade. Aquela ideia de que o Porto é só turismo, é um mito. O Porto hoje tem uma força económica incrível, porque é um hub tecnológico relevantíssimo do ponto de vista do país e europeu. O maior investimento é nas áreas do ICT (Information and Communication Techonologies, em inglês) com enorme criação de emprego, muitos jovens na cidade, muitas empresas a virem para o centro da cidade. A cidade é hoje uma cidade aprazível numa lógica multifuncional, seja para turismo, trabalhar ou para estudar.

Relativamente à taxa turística da cidade, de que forma esta está a ser aplicada?
Ao contrário de Lisboa, que utiliza a taxa turística para um Fundo de Desenvolvimento Turístico, que auto-alimenta o turismo, nós temos uma lógica diferente. Temos um conceito de sustentabilidade, de turismo sustentado. A nossa questão foi que a taxa turística tem de servir para mitigar a chamada pegada turística, que tem a ver com o impacto que isto cria na cidade, de limpeza, de património, de segurança até. A taxa turística – que não pode ser consignada, ela é uma taxa, entra no nosso orçamento – tem permitido fazer várias coisas. Por um lado, dar mais meios e mais investimento à área de ambiente do ponto de vista da limpeza de cidade. Tem-nos permitido também a entrega de carros para a Polícia de Segurança Pública (PSP), uma vez que o Estado central não tem dinheiro, por isso o município do Porto vai entregar dez automóveis à PSP para assegurar a segurança da cidade, que para nós é fundamental. Este sentimento de segurança é fundamental para um destino que é turístico.
A cidade do Porto investe a taxa turística em tudo aquilo que seja para fazer duas coisas: para que a experiência turística seja o melhor possível; e, em segundo lugar, para que a cidade tenha a capacidade de lidar com um aumento de pressão do número de pessoas que utilizam a cidade.

Captação de rotas

Recentemente, abriu a rota Porto-Dubai com a Emirates, o que é que ainda está previsto nesta área para o Porto?
É um trabalho que não podemos falar muito, por razões óbvias. É um mercado extremamente concorrencial. Diria que a vinda da Emirates é histórica, por várias razões. Em primeiro lugar, Portugal é minúsculo e a Emirates faz duas ligações diretas para cidades que estão a 45 minutos de distância. Numa altura em que a aviação passa por momentos muito complicados, onde poucas linhas são abertas, muito pelo contrário, são fechadas, a Emirates faz uma ligação quatro vezes por semana Porto-Dubai. Julgo que isto é um reconhecimento claro daquilo que é a qualidade do destino Porto.
Considero que, do ponto de vista de linhas, temos uma sorte, ou não, um mérito enorme, de termos um aeroporto que é ‘state of the art’ em termos de infraestruturas. Foi sempre a nossa guerra, na altura com a TAP, sempre dissemos o mesmo, Portugal tinha e tem uma sorte enorme de ter a capacidade de ter um aeroporto perto de Lisboa com a capacidade que o do Porto tem. Durante muito tempo, a TAP achava que a entrada no país era feita por Lisboa, com as consequências que estão à vista de todos. O aeroporto de Lisboa é considerado o pior do mundo em termos de pontualidade e do Porto também é o oitavo pior do mundo em pontualidade. O Porto não está melhor do que Lisboa, mas Portugal está neste ranking desastroso do ponto de vista de pontualidade e isso tem uma culpa, que se chama TAP. A TAP não conseguiu perceber a visão do país e deixou-se acantonar num conjunto do interesse próprio, que não percebo qual é. Dito isto, o aeroporto do Porto é muitíssimo bem gerido, tem uma qualidade enorme, estamos com perto de 12 milhões de passageiros transportados no ano passado. Temos a capacidade de chegar aos 20 milhões, temos muita margem para crescer, com as novas obras no ‘taxi way’ vamos conseguir aumentar em 66% as frequências de aterragem no aeroporto, o que permite maior eficiência do ponto de vista do aeroporto, o que é relevante.
Estamos muito otimistas, porque hoje o Porto já não é o hub da Ryanair, não estamos completamente dependentes da Ryanair, o aeroporto conseguiu diversificar toda a sua panóplia de companhias e é extremamente importante. É com estes reconhecimentos que a Emirates faz, e outras que certamente farão, abrindo linhas diretas para o Porto, que se demonstra a qualidade do destino.

Mas estão previstas novas rotas?
Estamos sempre a lutar por ir buscar destinos. O nosso foco é claramente o transcontinental, porque também consideramos que é preciso gerir o destino numa lógica de médio, longo prazo. O mundo tem que se abrir ao Oriente, estamos no Atlântico e consideramos que as linhas do Oriente são fundamentais e por isso é que esta linha para o Dubai é estratégica e fundamental, tal como a linha da Turkish Airlines para Istambul. Consideramos que as ligações intercontinentais para o Porto são importantíssimas. Esta é a nossa aposta estratégica do ponto de vista de linhas, que são linhas que nos liguem a outros continentes.

Futuro

Que objetivos a Câmara Municipal tem delineados para o futuro do Turismo na cidade?
A nossa visão é clara. O turismo foi fundamental para a cidade. O Turismo salvou a cidade do Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos. O turismo não expulsou ninguém da cidade do Porto, não há turistas a mais, há é portuenses a menos. Estamos sempre do lado do turismo.
Consideramos que o Porto é por definição uma cidade livre, é um porto, entram e saem pessoas, é normal, ninguém tem um porto fechado, murado. Somos a cidade das pontes e adoramos receber. Somos uma cidade que reconhece no turismo algo muito positivo, queremos é agora qualificar a oferta turística da cidade. Queremos fazer com que o turismo tenha diferentes segmentos, trazendo o turismo de negócios para a cidade e queremos que os fluxos se diversifiquem.
Queremos trabalhar muito mais numa lógica de região também. Estamos a trabalhar num novo modelo de ligação entre a Associação de Turismo do Porto e a Entidade Regional porque consideramos que a promoção, seja interna ou externa, tem que ter uma estratégia comum. Não entendemos como é que temos duas entidades que depois não têm uma lógica estratégica comum. Esse foi um dos nossos desideratos, o Porto apoiou claramente a candidatura do Luís Pedro Martins para a Entidade Regional, consideramos que estão reunidas as condições para que haja uma aproximação clara do ponto de vista das duas entidades. E também é público que consideramos que isto tem de passar por uma estratégia comum, portanto uma cabeça comum nas duas entidades.

O Luís Pedro Martins poderá assumir as duas entidades?
Claro, essa é a nossa questão. O Porto considera que não faz sentido o Porto ser presidente da promoção externa. Entendemos que os outros municípios da região têm também que assumir responsabilidades do ponto de vista orçamental. O Porto é um destino relevantíssimo, é uma marca importantíssima, como é evidente, e a região tem de ser inteligente para tirar partido da marca Porto, mas temos que ter uma estratégia regional e transversal do ponto de vista do território. Isso beneficia-nos a todos, também beneficia o Porto dentro da nossa estratégia de qualificação, de maior permanência das pessoas na região, de termos uma economia local mais forte. Os desideratos do ponto de vista estratégico são estes.

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Do “Green Washing” ao “Green Hushing”

A poucos dias do final da COP29, a DoGood People alerta para o facto de haver cada vez mais empresas a optarem por não comunicar as suas práticas de sustentabilidade, o que pode prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders.

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Um novo fenómeno global – “Green Hushing” – parece estar a surgir no mundo empresarial, alerta a DoGood People, salientando que são cada vez mais as empresas que optam por manter em silêncio as suas práticas sustentáveis, visto terem receio do escrutínio público e de serem acusadas de praticar “Green Washing”.

Enquanto o “Green Washing” é uma ação deliberada para influenciar os consumidores, levando-os a pensar que uma determinada empresa é sustentável através da comunicação de uma narrativa falsa ou incoerente, o “Green Hushing” é uma “escolha intencional” de não comunicar verdadeiras práticas responsáveis, com o objetivo de evitar acusações de “Green Washing”.

Com a grande maioria das empresas a considerar que a comunicação de objetivos sustentáveis é relevante para o sucesso comercial, a solução corporativa de ESG que visa otimizar o envolvimento e impacto dos colaboradores na estratégia das suas empresas, alerta que, ainda assim, “muitas empresas estão a considerar manter estrategicamente o silêncio sobre as suas ações e outros progressos em questões de sustentabilidade”.

De acordo com o “Net Zero Report 2024”, um estudo da South Poul, o fenómeno é cada vez mais comum, sendo que 44% das empresas afirmam que a comunicação sobre ações de sustentabilidade é cada vez “mais desafiante”. Por consequência, 58% dessas empresas revela a intenção de reduzir a comunicação sobre esta temática.

Embora seja um fenómeno discreto, esta estratégia pode “prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders, enfraquecendo o impacto positivo que a comunicação de práticas sustentáveis poderia gerar”, admite a DoGood People. Além disso, dificulta a criação de benchmarks e a partilha de boas práticas entre setores, essencial para a evolução sustentável global.

Para responder a este desafio, “há que dar importância à construção de uma estratégia de sustentabilidade ao mais alto nível das empresas, integrada nos seus planos de crescimento e não apenas iniciativas levadas a cabo por um departamento isolado”, frisa a consultora.

Assim, quando a narrativa de sustentabilidade de uma empresa está ligada à sua estratégia de negócio, princípios e valores corporativos, ela torna-se transversal a toda a organização e aos seus stakeholders. “Tudo isto contribui para o aumento da confiança interna, mas também externa, o que reduz a vulnerabilidade a acusações de ‘Greenwashing’”, conclui a DoGood People.

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Turismo europeu regista forte desempenho no terceiro trimestre

No terceiro trimestre deste ano, o turismo europeu registou um aumento de 7% nas chegadas de estrangeiros e mais 5% nas dormidas face ao mesmo período de 2023, revela European Travel Commission. No seu relatório “Tendências e Perspectivas do Turismo Europeu” publicado esta quinta-feira, a ETC dá conta do bom desempenho de Portugal que subiu 19% de julho a setembro.

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Lançado esta quinta-feira, o relatório da ETC “Tendências e Perspectivas do Turismo Europeu” do terceiro trimestre de 2024, realça o desempenho dinâmico do turismo europeu durante o período de verão, apesar da ainda elevada inflação de serviços, que afetou tanto as empresas de turismo como os viajantes, e fornece uma análise abrangente dos últimos desenvolvimentos macroeconómicos e turísticos da região.

A organização lembra que os preços dos voos internacionais na Zona do Euro caíram em julho e tiveram um ligeiro aumento em agosto, mas a inflação em relação ao alojamento e pacotes de férias continuou a superar a inflação geral de serviços. Previsões recentes sugerem que os turistas devem gastar 13,7% a mais em toda a Europa em 2024 em comparação a 2023, e atingir 719,7 mil milhões de euros, com a Europa Ocidental respondendo por 74% desse total. No entanto, a incerteza económica, as tensões geopolíticas e o aumento dos custos de viagem representam riscos significativos para a recuperação sustentada da Europa em 2024.

Mais da metade dos destinos europeus reportados nesta análise excederam os níveis de chegadas estrangeiras de 2019, com quase um terço aumentando mais de 10%. Os destinos do sul do Mediterrâneo mostraram um desempenho particularmente forte, liderados pela Sérvia (+34%) e Malta (+32%) – ambos de uma base menor – seguidos por Portugal e Grécia (cada um +19%). A Turquia, (+16%) está a enfrentar uma concorrência maior de outros destinos do Mediterrâneo, pois os viajantes preocupados com o orçamento são dissuadidos pelo aumento dos preços. Montenegro (+14%) também teve um bom desempenho, enquanto a Espanha (+11%) atingiu números recordes este verão, apesar dos protestos de turismo excessivo.

A ETC considera ainda que a recuperação é mais lenta nos países bálticos, Finlândia, Roménia e Eslováquia, onde os declínios em relação aos níveis de 2019 variam de 24% a 11%. No entanto, dados anuais em muitos países dentro dessas sub-regiões fornecem uma perspectiva promissora, sugerindo que a recuperação está a progredir, embora a um ritmo mais lento do que em outras áreas.

Olhando para o desempenho da indústria, a procura por viagens aéreas europeias aumentou 3,4% nos meses de verão, apesar de interrupções como problemas de segurança cibernética e greves. Interrupções frequentes no tráfego aéreo durante o verão envolvendo vários países europeus diferentes provavelmente prejudicaram a recuperação em toda a região. Estatísticas recentes relataram que quase 40% dos passageiros na Europa neste verão sofreram atrasos ou cancelamentos.

No entanto, para a European Travel Commission, o desempenho do alojamento continua forte, com a receita por quarto disponível (RevPAR) em hotéis europeus a aumentarem 5,9% ano a ano. Os destinos do sul e do Mediterrâneo estão a ter o maior crescimento nas diárias, impulsionados pela procura robusta, apesar do aumento dos preços. Assim, os alugueres de curto prazo aumentaram 11% em agosto de 2024 em comparação a 2023, principalmente em França e Itália, representando aproximadamente 479 mil unidades.

O relatório também examina a crescente preocupação com a superlotação, destacando a distribuição desigual dos fluxos turísticos pela Europa. Embora o aumento do turismo tenha influenciado positivamente as economias europeias, os destinos populares estão mais uma vez a enfrentar restrições de capacidade e pressão ambiental, particularmente durante as temporadas de pico em 2024, lembrando a organização europeia que “em resposta a esses desafios contínuos, alguns países e cidades têm implementado medidas para se tornarem mais resilientes ao aumento contínuo esperado nos volumes de turistas. Essas medidas visam reduzir o fluxo de turistas em áreas concentradas, espalhar os turistas para outros destinos pelo país e maximizar o valor que eles recebem do turismo”, observa o relatório, para aplaudir os esforços que têm sido feitos para promover destinos menos conhecidos, com o objetivo de redistribuir os fluxos turísticos e aliviar a pressão sobre pontos turísticos superlotados. Dados recentes indicam que as chegadas em destinos emergentes estão a subir, embora de uma base menor.

A tendência ascendente do setor das viagens na Europa é apoiada por grandes eventos, melhor conectividade aérea, particularmente da China, ressalva a ETC que a recuperação pré-pandêmica é lenta, mas constante, na Europa Central e Oriental devido aos impactos contínuos da guerra na Ucrânia.

Comentando sobre a publicação deste relatório, o presidente da ETC, Miguel Sanz, realçou que “os viajantes continuam a priorizar as férias, mesmo diante do aumento dos custos, destacando o papel essencial das viagens em suas vidas”.

Após considerar um verão movimentado, o responsável sublinha que “a Europa está abordar ativamente as restrições de capacidade em pontos turísticos populares, redistribuindo os visitantes para destinos mais diversos”, concordando que “o nosso objetivo é aliviar a pressão sobre áreas sobrecarregadas e garantir que os benefícios económicos do turismo sejam compartilhados de forma mais equitativa”, até porque “o turismo europeu não se trata apenas de recuperação; precisamos evoluir para garantir um futuro sustentável”, concluiu.

 

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Mercado turístico português valeu 17,1MM€ em 2023, revela a Informa D&B

O volume de negócios agregado dos principais setores turísticos em Portugal (hotelaria, transporte aéreo, agências de viagens, operadores turísticos, transporte rodoviário de passageiros e rent-a-car) atingiu os 17,1 mil milhões de euros em 2023, o que equivale a um crescimento de 20% face ao ano anterior, revela uma análise da Informa D&B.

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No mercado de serviços turísticos, de acordo com a análise, os estabelecimentos hoteleiros e as agências de viagens a retalho são os que apresentam uma atomização mais elevada. No final de 2022, o número de empresas que geriam estabelecimentos hoteleiros rondava as 4.500, tendo sido responsáveis por um volume de emprego conjunto de cerca de 63.800 trabalhadores. O Algarve é a região com maior concentração desta atividade, com quase 29% das camas disponíveis, seguindo-se Lisboa, o Norte e o Centro, respetivamente com perto de 21%, 18% e 14%. Por sua vez, o setor de agências de viagens a retalho era constituído por 2. 235 empresas, que empregavam cerca de 9.200 pessoas.

A Informa D&B diz ainda que a grande maioria das empresas turísticas portuguesas concentra a sua atividade numa única atividade, embora se destaquem alguns grupos turísticos com maior diversificação. A estrutura empresarial do setor tende para a concentração de todas as atividades, devido ao crescimento dos grandes operadores, apoiado principalmente pelas aquisições e fusões de outras empresas, e pelo encerramento de pequenas empresas não rentáveis.

O estudo dá ainda conta que o número de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros rondou os 30 milhões em 2023, que representa um aumento de 13% face a 2022, enquanto as dormidas totalizaram cerca de 77,2 milhões, mais 11%. O aumento das dormidas registou a maior subida entre a população estrangeira, com um crescimento de 15%. Assim, as previsões apontam para a continuação do crescimento deste mercado, embora a um ritmo inferior ao dos anos anteriores.

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Redes sociais influenciam viagens dos portugueses, diz estudo da eDreams

Quase metade dos portugueses já viajou para um destino que não tinha considerado visitar graças à influência das redes sociais, revela um estudo da eDreams, predominante entre as faixas etárias mais jovens – a grande maioria dos inquiridos entre os 25-34 anos (56%), 18-24 anos e 35-44 anos (53% para ambos).

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A agência de viagens online eDreams acaba de divulgar os resultados do mais recente estudo que encomendou a uma empresa independente de estudos de mercado, desta vez sobre o impacto das redes sociais na escolha dos destinos dos viajantes. Neste caso, a empresa apurou que praticamente metade (49%) dos portugueses já viajou para um sítio que antes não tinha considerado, graças à influência das redes sociais, sendo que, a grande maioria dos inquiridos entre os 25-34 anos (56%), 18-24 anos e 35-44 anos (53% para ambos) já passou por esta realidade.

Já em sentido contrário, a grande maioria dos inquiridos mais velhos nunca visitou destinos novos por ter sido motivado a isso pelas redes sociais (55-64 anos – 66% e 65 ou mais anos – 89%). Neste ponto, foi possível também perceber que as mulheres portuguesas foram ligeiramente mais influenciadas pelas redes sociais para escolher novos destinos (51% vs. 47% dos homens).

A análise conclui igualmente que os portugueses são bastante mais influenciados pelas redes sociais na escolha de novos destinos de viagem do que outros países – de facto, a média global na resposta a esta questão foi de apenas 37% (vs 49% entre os inquiridos nacionais).

A eDreams quis também perceber se os portugueses já tinham ficado desiludidos com um destino ao vivo, em relação ao que tinham visto anteriormente nas redes sociais, mas a maior parte (62%) dos viajantes diz não ter se ter sentido defraudado nesse sentido. Esta resposta está também em linha com a média global (66%) do estudo da empresa.

Finalmente, em relação à questão das razões que levam os viajantes a partilhar conteúdos de férias nas suas redes sociais, para a maioria dos inquiridos, a principal motivação é guardar memórias das suas experiências (53%), mas também porque querem levar os seguidores a descobrir novos lugares (13%). É de destacar também que 20% dos portugueses diz não fazer publicações sobre as suas férias, em especial os inquiridos com idade superior a 55 anos (40%).

No caso daqueles que publicam conteúdos sobre as suas férias, 29% indicaram que, mesmo que ficassem desiludidos com as suas férias, estariam algo propensos a publicar sobre elas. Aqueles que não publicariam conteúdos sobre as suas férias caso estas os desiludissem dizem que agiriam assim para não influenciar as outras pessoas a visitar locais que as vão desapontar (38%) ou porque desejam ser autênticos nas redes sociais (32%).

Estes dados resultam de um inquérito realizado a nove mil consumidores a nível mundial, levado a cabo pela empresa de investigação independente OnePoll para a eDreams ODIGEO. O inquérito foi realizado em sete países, incluindo Alemanha, Espanha, EUA, França, Itália, Portugal e Reino Unido. A amostra portuguesa foi composta por mil indivíduos, todos adultos que tenham ido de férias nos últimos cinco anos.

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Turismo com mais de 4.000 reclamações desde o início do ano

Em vésperas das comemorações do Dia Mundial do Turismo, o Portal da Queixa revela que o setor do turismo em Portugal foi alvo de mais de 4.00 reclamações desde o início do ano. Os principais alvos são sites de reservas de viagens, questões relacionadas com reembolsos, cobranças indevidas e companhias aéreas.

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O setor do turismo foi alvo de mais de 4000 reclamações desde o início do ano, verificando-se uma subida de 22%, face a período homólogo do ano anterior, revela uma análise do Portal da Queixa por ocasião do Dia Mundial do Turismo, assinalado a 27 de setembro.

Os consumidores queixam-se, sobretudo, dos sites de reservas de viagens e das companhias aéreas, com a cobrança indevida, os problemas com o reembolso motivam as principais ocorrências registadas este ano.

De acordo com os dados analisados, entre 1 de janeiro e 22 de setembro deste ano, o Portal da Queixa recebeu 4.079 reclamações relacionadas com o setor do turismo, o que compara com as 3.344 queixas do ano passado.

A análise efetuada à categoria “Hotéis, Viagens e Turismo”, revela que o maior número de reclamações registado, este ano, é dirigido às categorias: Sites de Reservas de Viagens (46,1%) e Companhias Aéreas (20,5% das queixas).

Em terceiro lugar estão os Sites de Reservas de Alojamento (10,4%). Seguem-se os Marketplaces – Viagens, Produtos e Serviços (6,7%) e as Agências de Viagens a acolher 5,9% das reclamações. Já os Hotéis e Cadeias Hoteleiras somaram 4,9% e os Aeroportos geraram 2,7% das ocorrências.

Entre os principais motivos de reclamação dos consumidores dirigidos ao setor de turismo estão: a cobrança indevida (29,1%) e os problemas com o reembolso (16,1%), seguindo-se ainda a falta de qualidade do serviço/hospedagem (8,6%); os problemas com o cancelamento da reserva (7,4%) e a dificuldade no apoio ao cliente (5,2%).

Entre as companhias aéreas, a TAP ganha o pódio de mais reclamada, acumulando cerca de duas centenas de reclamações, desde o início do ano.

Numa altura em que a privatização da empresa está a ser negociada – e cuja operação financeira deverá arrancar após a discussão do Orçamento do Estado para 2025 – as principais queixas contra a companhia aérea portuguesa denunciam problemas relacionados com o reembolso (33%); dificuldades com o cancelamento/alteração de voo (13,6%); problemas com bagagem danificada (13,1%) e bagagem extraviada (9,7%) e mau atendimento ao cliente (9,1%).

Sobre a performance da TAP no que se refere à resolução dos problemas reportados pelos consumidores, a marca regista baixos indicadores: com um Índice de Satisfação (IS) avaliado pelos consumidores em 15,2 (em 100); a taxa de resposta é de 11,3% e a taxa de solução de 12,4%, resultando uma reputação “Insatisfatória”.

Apatia dos reguladores e falta de apoio ao cliente
Segundo aponta Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, “a reputação do setor tem sido colocada em causa pela falta de apoio ao cliente, pela desorganização e incapacidade de resolução, bem como pela desinformação e pela apatia dos reguladores”.

“Constatámos que as reclamações dirigidas aos vários intervenientes do setor do Turismo têm vindo a aumentar, desde os agentes de viagens, sites de reservas, companhias aéreas e as cadeias hoteleiras, pelos mais variados motivos, contudo, muitos consumidores apontam a desinformação e a falta de apoio ao cliente como principais motivos, o que revela a desorganização e incapacidade de resolução de problemas, colocando em causa a confiança e a reputação do setor”.

“Infelizmente, continuamos a assistir à apatia dos reguladores, que são impotentes face às ofertas publicadas na internet, nomeadamente nas reservas em plataformas digitais, que devem ser combatidas através de ações que incrementem a literacia digital dos consumidores”, conclui Pedro Lourenço.

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Consumidores portugueses preocupados com “branqueamento ecológico”

O 3.º Relatório Global de Consumo MARCO 2024 revela que Portugal é dos países onde os consumidores mais suspeitam que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing.

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90% dos portugueses inquiridos para o 3.º Relatório Global de Consumo MARCO 2024, promovido pela MARCO em parceria com a Cint, empresa de pesquisa tecnológica, acreditam que muitas empresas afirmam ser sustentáveis apenas para fins promocionais.

O estudo, baseado num inquérito efetuado a uma amostra total de 7.300 pessoas, de 11 países (Brasil, França, Alemanha, Itália, México, Marrocos, Portugal, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA), entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, aborda a sustentabilidade como um fator que se tornou decisivo no comportamento dos consumidores e lealdade às marcas nos últimos anos.

O relatório revela que uma grande maioria dos consumidores a nível global (81%) suspeita que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing, em vez de demonstrarem um compromisso genuíno com a responsabilidade ambiental e social. Portugal é o país onde este valor é o mais elevado, com os já referidos 90% dos inquiridos, seguido pela África do Sul com 86% e o México com 85%, o que evidencia uma forte preocupação com o “branqueamento ecológico”.

Apesar do aumento do ceticismo, o relatório revela também que os consumidores estão cada vez mais motivados a fazer escolhas sustentáveis no dia a dia. Por exemplo, 44% dos portugueses assume que consideraria deixar de andar de avião por questões de consciência ambiental, um valor que contrasta com a média global de 53%.

“Estas conclusões sublinham a importância da transparência e da responsabilidade nas iniciativas de sustentabilidade das empresas. À medida que os consumidores se tornam mais exigentes e esperam provas de um compromisso genuíno, as empresas devem navegar cuidadosamente neste novo cenário. Uma comunicação eficaz e ações tangíveis são mais cruciais do que nunca para criar e manter a confiança dos consumidores”, refere Diana Castilho, Head of Portugal da MARCO.

Já Emmanuelle Jacquety, Head of Sustainability Communications da MARCO, admite que “o crescente ceticismo dos consumidores em relação às credenciais de sustentabilidade das empresas é um sinal de alerta para as empresas de todo o mundo. Já não é suficiente promover simplesmente a sustentabilidade. As empresas devem demonstrar um impacto real e mensurável. A transparência, a responsabilidade e um compromisso real com a sustentabilidade são fundamentais para recuperar a confiança dos consumidores. As empresas que não satisfaçam estas expectativas arriscam-se não só a perder a credibilidade e a lealdade dos clientes, mas também a incorrer em sanções devido à futura regulamentação da UE”.

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Negócios no setor das viagens e turismo caem 12,6% até agosto, revelam dados da GlobalData

Durante os primeiros oito meses de 2024 foram anunciados 456 negócios no setor das viagens e turismo, avança a GlobalData.

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Um total de 456 negócios (fusões e aquisições – M&A, private equity e financiamento de risco) foram anunciados no setor de viagens e turismo no período de janeiro a agosto de 2024, o que representou um declínio de 12,6% no volume de negócios, face a igual período do ano passado, de acordo com a GlobalData.

Aurojyoti Bose, analista principal da GlobalData, revela que a atividade reflete uma abordagem “cautelosa por parte dos negociadores, embora os dados regionais e específicos do país revelem um quadro misto com a maioria registando contração.”

Durante janeiro a agosto de 2024, as regiões da América do Norte, Ásia-Pacífico e América do Sul e Central relataram uma queda anual no volume de negócios de 32,9%, 17,9% e 21,4%, respetivamente, enquanto o número de negócios para a região do Oriente Médio e África permaneceu nos mesmos níveis. No entanto, a Europa viu uma melhoria de 12,5% no volume de negócios durante janeiro-agosto de 2024 em comparação com janeiro-agosto de 2023.

Da mesma forma, os EUA, China, Austrália e França registaram uma redução anual no volume de negócios de 32,9%, 44,1%, 25% e 47,6%, respetivamente, durante janeiro-agosto de 2024. No entanto, o volume de negócios no Reino Unido, na Coreia do Sul e na Índia manteve-se praticamente igual, enquanto o Japão, a Alemanha e a Espanha registaram melhorias.

Entretanto, o número de transações de fusões e aquisições e de financiamento de risco diminuiu 9,2% e 25,8%, respetivamente, durante o período em análise. O volume de transações de private equity, por outro lado, manteve-se estável.

Bose conclui que este período de redução do fluxo de negócios pode sinalizar uma “mudança iminente, com potencial para realinhamentos estratégicos e investimentos direcionados à medida que o setor se adapta às novas realidades pós-pandemia e à evolução das preferências dos consumidores”.

Por isso, termina, “os negociadores devem permanecer atentos às tendências e oportunidades emergentes que podem impulsionar o crescimento futuro neste setor dinâmico.”

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Estudo da FEP conclui que Portugal precisa de mais imigração se quiser aumentar crescimento económico

Portugal precisa de mais imigração para aumentar o crescimento económico do país, diz estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, contrariando, igualmente, a ideia de que “os imigrantes empurram os nacionais para fora do mercado de trabalho”.

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Um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto concluiu que Portugal precisa de mais imigração se quiser aumentar o crescimento económico e nível de vida para “entrar no grupo de países mais ricos” da União Europeia até 2033.

Em comunicado, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) avança que o estudo contraria que “os imigrantes empurram os nacionais para fora do mercado de trabalho”.

O estudo conclui que a integração dos imigrantes alarga as oportunidades de investimento e emprego para todos, além do seu contributo para a segurança social.

“Em Portugal, é preciso aproveitar as fases de maior crescimento, como a atual (impulsionada por fatores temporários como o Plano de Recuperação e Resiliência e o ‘boom’ do turismo) para reter os imigrantes atraídos por essa dinâmica antes que se esgote”, afirma, citado no comunicado, o diretor da FEP, Óscar Afonso.

O estudo do gabinete de Estudos Económicos, Empresariais e de Políticas Públicas foi desenvolvido no âmbito da publicação Economia & Empresas.

Neste, que é o último capítulo da publicação, é estimada a evolução da população e das suas componentes, como a taxa de crescimento natural e a taxa de crescimento migratório nos países da União Europeia entre 1999 e 2022.

A decomposição das dinâmicas demográficas em Portugal, no período em análise, revelou “fatores não económicos favoráveis na maioria das componentes”, exceto a taxa de imigração, pelo que são sugeridas algumas medidas.

Entre as sugestões, o estudo recomenda que se fortaleça a capacidade de reter imigrantes, através da formação e do reforço da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), e que se contrarie “a fraca capacidade de atração de imigrantes”, sobretudo face à posição periférica de Portugal na Europa.

Nesse sentido, sugere-se que sejam estabelecidos acordos com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e outros, “o que ajudaria ainda a reverter a baixa natalidade em Portugal, já que a taxa de fertilidade dos imigrantes é superior à dos residentes”.

“Sem mudança de políticas, o crescimento económico anual previsto de 1,11% até 2033 causa uma queda estimada da população de 5,8%, bastante acima da perda de 2,1% projetada no ‘Ageing Report’ de 2024”, observa.

Segundo o estudo, se a implementação de reformas estruturais impulsionarem Portugal a crescer 3% ao ano, “o mínimo para atingir a metade de países mais ricos da União Europeia em 2033”, a subida da taxa de imigração média para 1,321% permite “compensar o saldo natural negativo e estabilizar a população”.

“Uma economia mais dinâmica e um maior nível de vida pressupõem que Portugal se organize para acolher um fluxo ainda maior de imigrantes no futuro de forma controlada, incluindo mecanismos ligados à evolução económica, como o requisito prévio de um contrato de trabalho e a auscultação das necessidades de trabalhadores das empresas, acompanhados de uma fiscalização adequada”, observa Óscar Afonso.

O estudo mostra ainda que, desde o início do milénio, a emigração nos países da União Europeia é “sobretudo de pessoas imigradas” e que a emigração de residentes por razões económicas ocorre principalmente em países com baixo crescimento económico e nível de vida inicial.

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Reuniões presenciais e viagens de negócios são essenciais para empresas e organizações, revelam estudos

As reuniões presenciais e as viagens de negócios geram benefícios mensuráveis para as empresas e organizações. Esta foi a conclusão de vários estudos internacionais, como o Oxford Economics, o J.D. Power and Tourism Economics e a Harvard Business Review, compilados pela Consultia Business Travel, que revelam um aumento das receitas e uma melhoria das relações profissionais.

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Estudos como o da J.D. Power e da Tourism Economics revelam que mais de 81% dos executivos consideram que as viagens de negócios são essenciais para o sucesso da empresa. Para além disso, de acordo com dados publicados pela Harvard Business Review, as reuniões presenciais são 34 vezes mais eficazes do que as videochamadas. Já a análise da Oxford Economics reforça esta mensagem ao indicar que por cada dólar investido em viagens de negócios as empresas americanas obtiveram um retorno de cerca de seis dólares em receita.

Os resultados destes estudos coincidem com o que a Consultia Business Travel, uma empresa especializada na gestão integrada e no aconselhamento das viagens empresariais e MICE, tem vindo a afirmar há algum tempo. Na opinião de Carlos Martínez, CEO da Consultia Business Travel, “a necessidade de reunir e juntar equipas a nível nacional e internacional, como consequência do teletrabalho, vai aumentar”, avançando que “estar próximo de todos os stakeholders, numa altura de dissociação global, é outra prioridade para as empresas que pretendem, também, continuar a abrir novos mercados”.

Foi para dar resposta a este crescimento que a Consultia Business Travel desenvolveu uma solução para gerir viagens corporativas da forma mais eficiente possível: Destinux, SaaS (Software as a Service) que permite digitalizar e automatizar todos os processos envolvidos sem dispensar o tratamento personalizado e humano de um Personal Travel Assistant.

 

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eDreams ODIGEO chega a junho com subida de rentabilidade e expansão da sua base de subscritores

A eDreams ODIGEO (eDO), empresa de subscrição de viagens, que acaba de divulgar os resultados relativos ao primeiro trimestre do exercício financeiro de 2025, terminado a 30 de junho de 2024, revela que registou um forte crescimento “impulsionado pelo sucesso contínuo da sua plataforma de subscrição”.

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No período em análise, os ganhos significativos de rentabilidade foram impulsionados pelo modelo de subscrição Prime, cujo número de membros cresceu 32% em relação ao ano anterior, atingindo 6.2 milhões de membros.

O volume líquido de adesões no trimestre foi de 409 mil. Embora a empresa preveja volatilidade nas adesões líquidas trimestrais devido aos padrões de sazonalidade, vai registar pelo menos mais um milhão de membros até ao final do ano fiscal em curso.

Tal como previsto, a maturidade dos membros Prime é o principal fator de crescimento dos lucros e das margens, e ambos continuaram a aumentar. A rentabilidade aumentou 23% para 36 milhões de euros, em comparação com os 29.4 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior. Prevê-se que a rentabilidade vá aumentar pelo menos +48% em termos homólogos até ao final deste ano fiscal, atingindo 180 milhões de euros.

A expansão contínua da base de membros Prime permitiu um crescimento contínuo das receitas. As receitas cresceram 4% para 173.5 milhões de euros, e as provenientes apenas dos membros Prime registaram um aumento significativo de 22%, representando agora 67% do total. Os lucros marginais aumentaram 16% para 60 milhões de euros.

De acordo com os resultados apresentados, o Fluxo de Caixa Livre situou-se em 20.4 milhões de euros, contra 15.2 milhões de euros no primeiro trimestre do ano passado, o que representa uma melhoria de 5.2 milhões de euros em termos homólogos, ou seja, um aumento de 35%. Até ao final do ano fiscal, prevê-se que ultrapasse os 90 milhões de euros, mais do que duplicando em relação ao ano passado.

O lucro líquido foi positivo em termos ajustados, atingindo 2.6 milhões de euros, um aumento de 145% em termos homólogos.

Segundo Dana Dunne, CEO da eDreams ODIGEO, “este desempenho enfatiza a nossa posição enquanto uma empresa de subscrições mais forte, mais rentável e cada vez mais previsível. O Prime chega agora a milhões de lares, mas o que nos entusiasma ainda mais é o vasto potencial que temos pela frente, tendo em conta o enorme mercado abordável que ainda temos por explorar”.

À medida que a eDO avança para o último ano fiscal do seu plano estratégico de 3.5 anos, “os objetivos de longo prazo que nos propusemos atingir estão agora bem ao nosso alcance. Já em 2021, quando definimos a nossa visão pela primeira vez, o nosso objetivo não era apenas o crescimento dos negócios – pretendíamos liderar pela inovação, sendo a primeira e a maior plataforma de subscrições de viagens do mundo. Esta foi uma estratégia ousada e inovadora, e revelou-se muito bem-sucedida”, destacou.

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