Reportagem: A (re)descoberta dos Açores
Os navegadores portugueses descobriram os Açores no século XV e agora os portugueses estão a redescobrir o arquipélago como destino de férias o ano todo.
Carina Monteiro
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Os navegadores portugueses descobriram os Açores no século XV e agora os portugueses estão a redescobrir o arquipélago como destino de férias o ano todo.
Estarão os portugueses a redescobrir os Açores? Definitivamente sim. Os Açores estão no top das preferências de viagens dos portugueses nos últimos tempos. Isso é evidente pelas estatísticas que mostram que, em 2016, o número de hóspedes e dormidas de portugueses subiu duas casas decimais, 16,8% e 17,5%, respectivamente. Mais e melhor oferta de alojamento e animação, mais e melhor promoção e uma oferta mais competitiva de transporte aéreo fizeram disparar a procura, aliado a um produto e destino de beleza estonteante, como pôde comprovar o grupo de agentes de viagens que viajaram para a ilha de São Miguel a convite do operador turístico Solférias, de 13 a 15 de Outubro.
São Miguel é a maior ilha do arquipélago e a principal porta de entrada e saída dos turistas. Em 2016, a ilha foi responsável por 67,9% das dormidas na hotelaria tradicional em todo o arquipélago, de acordo com o relatório anual do Observatório do Turismo dos Açores. O que não é de admirar, uma vez que São Miguel dispõe do maior número de estabelecimentos hoteleiros, 40 face aos 18 estabelecimentos em hotelaria tradicional que a ilha Terceira dispõe. Os turistas permanecem na ilha em média 3,4 noites, tempo suficiente para conhecer as principais atracções de São Miguel e ficar com vontade de voltar e conhecer o menos óbvio.
Lagoa das Sete Cidades
Saídos do aeroporto João Paulo II, no Big Truck (ver caixa), o grupo seguiu viagem em direcção à zona Oeste da ilha, onde as montanhas e a lagoa das sete cidades estão localizadas. O primeiro destino é a Ponta da Ferraria, um geo-sítio com bastantes atracções, umas mais evidentes que outras. Se é impossível não reparar na formação vulcânica do lugar, as atracções mais subtis podem passar-nos ao lado. Por isso, fica a recomendação, o lugar da Ferraria tem outra grande riqueza: as suas duas nascentes de águas termais de origem vulcânica. Com propriedades medicinais, as águas termais fizeram da Ferraria um local de culto há muitos anos. Hoje continua a ser local de culto para veraneantes, que procuram banhar-se nas águas quentes do mar, ou para frequentar o complexo termal composto por spa, restaurante e piscinas. O acesso à Ponta da Ferraria pode ser um teste aos condutores, até aos que têm nervos de aço, já que a estrada é íngreme e com algum movimento. Mas vale a pena.
A caminho da Ponta da Ferraria passa-se por um antigo ponto de vigia de baleias agora transformado em ponto de vigia para as empresas de observação de cetáceos. A caça à baleia chegou a ser uma das principais actividades económicas da ilha, mas que terminou nos anos 80 por imposição da então Comunidade Europeia. Como muitas outras coisas, esta foi uma tradição vinda de fora. No século XVIII, os americanos que vinham caçar para aqueles lados, passavam pelos Açores. Hoje em dia, a principal indústria de São Miguel, a par do turismo, é a agropecuária.
A próxima paragem é no miradouro da Vista do Rei, uma das mais importantes vistas panorâmicas da ilha, de onde se pode observar a famosa Lagoa das Sete Cidades, localizada dentro de uma enorme cratera vulcânica. A maior dúvida à volta desta lagoa reside na sua cor diferenciada: de um lado verde, do outro azul. Lendas à parte, a explicação dada pela guia desta viagem reside nas encostas da lagoa. Enquanto que, as encostas são mais fechadas no lado onde a lagoa é verde, reflectindo a vegetação, no lado azul as encostas são mais abertas, o que permite reflectir o céu. O regresso a Ponta Delgada foi feito através de uma estrada de montanha “Cumeeiras”, o que possibilita a vista sobre as paisagens da zona central da ilha.
Chegados às portas da cidade de São Miguel, ainda há tempo para visitar as estufas dos ananases, outra das atracções da ilha. Localizada na Fajã de Baixo, a Plantação Augusto Arruda dá a conhecer aos turistas as diversas fases de crescimento do ananás, um ex-libris dos Açores. As visitas são gratuitas e no final pode provar o Licor de Ananás A. Arruda, uma receita da família e exclusiva da plantação.
Plantação de chá e Furnas
O segundo dia de viagem foi dedicado à visita à Plantação de Chá da Gorreana e ao Parque Terra Nostra, na conhecida localidade das Furnas.
O caminho fez-se partindo de Ponta Delgada em direcção à Ribeira Grande, conhecida pela sua arquitectura barroca, característica dos séculos XVII e XVIII. Seguindo pela estrada costeira, é feita uma paragem no Miradouro de Santa Iria, a caminho das Plantações de Chá.
As primeiras referências à plantação de chá nesta região datam do século XIX. Depois de uma praga que assolou os laranjais da ilha, José do Canto, um micaelense abastado e um grande proprietário e intelectual açoriano, preocupado com a crise económica que daí poderia advir, pediu ajuda à China e ao Japão. Vieram dois técnicos de Macau ensinar a trabalhar as folhas de chá e a secá-las. Chegaram a ser mais de uma dezena de fábricas de chá, mas a única que continuou a laborar foi a Gorreana. Fundada em 1883, a Gorreana produz chá verde e chá preto. O processo de produção pode ser visitado na sua fábrica, onde é possível degustar o chá ali produzido.
Dali partimos para o mágico Vale das Furnas, para conhecer a sua lagoa, as fumarolas e o icónico Parque Terra Nostra. No Vale das Furnas temos a exacta noção que estamos numa zona vulcânica por causa das fumarolas e das caldeiras. Há muitas histórias à volta deste local. No final do século XVIII, o comerciante norte-americano Thomas Hickling veio viver para Ponta Delgada. Um dia, ao visitar o Vale das Furnas apaixonou-se por aquele lugar e decidiu fazer ali a sua casa de férias, onde agora é o Parque Terra Nostra. Thomas Hickling terá sido um dos pioneiros do desenvolvimento do termalismo no Vale das Furnas. A propriedade foi depois vendida à família dos viscondes da Praia. Já no início do século XX, em 1930, Vasco Bensaúde adquiriu o Parque Terra Nostra, que servia complemento ao hotel que acabara de construir. Vasco Bensaúde acabou por ser o grande impulsionador do desenvolvimento turístico das Furnas, muito ligado ao Parque Terra Nostra. Hoje em dia, o ex-libris do parque é a piscina de água férrea mas também a sua exuberante flora. A cereja no topo do bolo da visita às Furnas é o famoso cozido, cuja sua fama longe entoa. Cozido debaixo de terra, o manjar pode ser apreciado em vários restaurantes da localidade, incluindo no restaurante do Hotel Terra Nostra. As Furnas e as suas várias atracções merecem pelo menos um dia de visita. O regresso a Ponta Delgada faz-se por Vila Franca do Campo, para avistar o ilhéu. A pequena ilhota vulcânica dista cerca de 500 metros da costa de Vila Franca. Pode ser visitada até Outubro, até um limite de 400 pessoas por dia. O ilhéu ficou famoso sobretudo depois de ali se ter realizado uma das etapas do Red Bull Cliff Diving – o campeonato mundial de salto de penhasco.
À boleia do Big Truck
A viagem organizada pela Solférias a São Miguel teve como parceiro a LMJC Azores Tours & Transfers Providers, responsável por comercializar o Big Truck. Trata-se de uma viatura de tração integral, desenhada e adaptada com o objectivo de oferecer circuitos Off Road, acomodando confortavelmente 24 pessoas. Nesta viatura o cliente tem a oportunidade de conhecer o que de melhor a ilha de São Miguel tem para oferecer, de uma forma diferenciadora e inovadora, proporcionando momentos que certamente vão ficar na memória. Em entrevista ao Publituris, Luís Miguel Rego, CEO da LMJC Azores Tours & Transfers Providers, afirma que o Big Truck ainda se encontra em fase de promoção e divulgação, no entanto, a adesão tem sido “muito positiva” e “ao encontro das nossas expectativas”. “Muitos foram e continuam a ser os turistas que escolhem os tours que o Big Truck tem para oferecer, acreditamos que estes indicadores surgem muito devido ao facto deste ser um produto acessível a todas as idades, pois alia todo o conforto e segurança a uma vista panorâmica”. Segundo o responsável, o Big Truck é Ideal para grupos/incentivos, bem como para individuais, mas o seu potencial vai até onde a imaginação nos levar. No que diz respeito aos tours individuais, a empresa oferece uma programação semanal disponível todo o ano e dividida em três tours: o “Adventure Tour”, que percorre o lado Oeste da ilha, contemplando a passagem por rotas alternativas e a visita a uma das maiores atracções turísticas de São Miguel: as Sete Cidades; o “Emotion Tour”, um passeio que percorre vales, lagoas, cascatas escondidas, ribeiras e contempla a visita à Lagoa do Fogo e à Lagoa de São Brás; por fim, o “Experience Tour”, que combina o que de melhor São Miguel tem para oferecer na terra e no mar. O passeio inicia-se com uma viagem de observação de cetáceos, seguido de almoço servido num restaurante local, e passeio em terra a bordo do Big Truck. Os Grupos/Incentivos podem utilizar os circuitos acima mencionados bem como outros programas que incluem, por exemplo a passagem pelo Vale das Furnas ou até mesmo um circuito pela costa norte da ilha com a paragem na Vila do Nordeste.
Solférias leva agentes de viagens aos Açores
O operador turístico Solférias, com o apoio do Turismo dos Açores, da Bensaúde Hotels, do Big Truck e da SGS – Sociedade Mediadora de Seguros, organizou uma fam trip a São Miguel, para um grupo de 21 pessoas, entre quais estavam agentes de viagens das seguintes agências: EMVIAGEM Cascais, RAVT, Top Atlântico – Torres Vedras, Top Atlântico – Évora, Geostar, Coimbra, Geostar Maia, Click Viaja Porto, Avic – Arcos de Valdevez, Q’Viagem de Felgueiras, By Travel – Loures, By Travel – Lumiar e MR Travel.
ONDE FICAR
O grupo Bensaúde oferece várias possibilidades de estadia em São Miguel, desde o histórico Parque Terra Nostra, nas Furnas, até opções mais citadinas, como o Marina Atlântico, em Ponta Delgada. De referir que o Hotel Azores Atlântico, unidade do grupo localizada em Ponta Delgada, encerrou no passado dia 31 de Outubro para obras.
ONDE COMER
Restaurante Alcides
R. Hintze Ribeiro 67, 9500-049
Ponta Delgada
Restaurante Anfiteatro
www.restauranteanfiteatro.com
*A jornalista viajou a convite da Solférias