“Sem um novo aeroporto, o Turismo pode abrandar”
O presidente da ATL, Vítor Costa, afirma que a construção da nova infra-estrutura é essencial e a decisão deve ser tomada até 2018.
Ângelo Delgado
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O tema não é novo e torna-se cada vez mais urgente junto de quem trabalha o turismo: o novo Aeroporto de Lisboa. Disso mesmo deu conta Vítor Costa, presidente da Associação Turismo de Lisboa (ATL), que abordou o assunto durante a apresentação de dois estudos sobre o turismo na capital. “É mais ou menos consensual que o novo Aeroporto de Lisboa, na base militar do Montijo, é a solução mais sustentável“, afirmou.
Ainda sobre esta temática, o responsável lembrou que “se não for tomada uma decisão até 2018, o crescimento do Turismo poderá sofrer um abrandamento“. “Será necessário, também, desenvolver toda uma rede de ligação ao outro lado do Tejo para que existam transportes de qualidade e a preços acessíveis”, acrescentou.
8,4 mil milhões de euros gerados em Lisboa
Lisboa, em 2015, gerou 8,4 mil milhões de euros no sector do turismo. A conclusão é da Deloitte, num estudo realizado para a ATL. Ainda sobre este valor, a consultora revela que “equivale a um aumento médio anual de 8% nos 10 anos anteriores“.
Pedro Rosa Santos, da Deloitte, destacou ainda “o crescimento do número de postos de trabalho existentes no turismo: 137 mil em 2005 face aos actuais 150 mil“.
Relativamente aos agentes da cadeia de valor, o responsável revela que “no período em análise – 2005-2015 – a hotelaria registou um aumento de 240 milhões de euros, a restauração atingiu os 200 milhões, os transportes e as compras obtiveram um crescimento de 140 milhões cada, os congressos e reuniões aumentaram em 100 milhões, sendo que a animação turística registou uma subida na ordem dos 75%”.
Outro dado relevante tem que ver com o aumento da oferta turística: mais sete mil quartos de hotel e seis mil de alojamento local na cidade. Em números concretos: 3,5 milhões de hóspedes em 2005 e 7,3 milhões em 2015.
No que diz respeito ao congressos e reuniões, “realizaram-se dez vezes mais na cidade e sete vezes mais na Região da Grande Lisboa, fizeram escala mais 55 cruzeiros por ano e foram criados mais quatro campos de golfe, além de ter sido inaugurado um casino”.
“Turismo traz vida à cidade”
Esta é uma das principais conclusões do estudo de opinião sobre o Turismo na cidade de Lisboa”. António Salvador, da Intercampus, foi o orador escolhido para apresentar este documento que revela que “mais de 90% da população que reside e trabalha em Lisboa tem uma opinião positiva ou muito positiva sobre os turistas“.
Ainda no mesmo estudo, a Intercampus concluiu que “por influência daquela indústria, Lisboa tem hoje mais vida para 91% dos residentes e para 80% dos que aqui ali trabalham“.
Questionados sobre qual a principal vantagem que o Turismo traz à cidade, o desenvolvimento da economia surge na primeira posição, reunindo 61% e 64% das respostas dos residentes e dos que apenas trabalham na capital. Em segundo lugar, surge o aumento do comércio com 31% e 17% respectivamente. A fechar o pódio, a criação de oportunidades de emprego (8% e 17%).