Web Summit é o “virar da página” no posicionamento de Portugal na Meeting Industry
A importância do Web Summit e outras questões estruturais na captação de eventos e congressos para o País foram alguns dos temas do primeiro Meet@MeoArena.
Raquel Relvas Neto
Turismo do Alentejo e Ribatejo aprova plano de atividade com acréscimo de 50%
Soltrópico anuncia novos charters para Enfidha no verão de 2025
Concorrência dá ‘luz verde’ à compra da Ritmos&Blues e Arena Atlântico pela Live Nation
Número de visitantes em Macau sobe 13,7% para mais de três milhões em outubro
Pipadouro ganha prémio como melhor experiência inovadora em enoturismo a nível mundial
Mercado canadiano está em “franco crescimento nos Açores”, diz Berta Cabral
Boost Portugal leva Spinach Tours para Espanha, Países Baíxos, EUA e América do Sul
Filme promocional do Centro de Portugal premiado na Grécia
Enoturismo no Centro de Portugal em análise
ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais
A captação da realização por três anos do Web Summit, um dos eventos mais relevantes a nível mundial na área do empreendedorismo, vai ajudar a melhorar a imagem de Portugal no que à realização de eventos diz respeito. Esta é uma das principais conclusões do primeiro Meet@MeoArena que juntou vários players do segmento de Meeting Industry de Portugal, no Meo Arena, em Lisboa.
Este evento vai ser uma oportunidade não só pela “potencialidade de negócio” para todos os operadores envolvidos, mas também de “activação do destino”, começou por afirmar Jorge Vinha da Silva, da Arena Atlântico.
José Vital Morgado, AICEP, realçou que a captação do Web Summit para Portugal nos próximos três anos, num evento que se estima que tenha um impacto de 175 milhões de euros só no primeiro ano, com 50 mil visitantes, resultou de uma colaboração e trabalho conjunto entre entidades públicas e privadas. O responsável classificou este feito como “uma vitória muito importante” para o País e associa-o à modernidade.
Também Bernardo Trindade, ex-secretário de Estado do Turismo, também concordou acerca da importância deste evento para Portugal, realçando que “o Web Summit vai reposicionar Portugal (…) de uma forma diferente do que estamos habituados”.
Contudo, os stakeholders presentes alertaram para algumas falhas que Portugal tem na captação de eventos desta dimensão, que que dificultam a sua operacionalidade na organização de eventos e congressos. Não basta, para os profissionais, trabalhar apenas na percepção do País no campo internacional, existem vários problemas que passam para lá da própria captação de eventos. Na sua intervenção, João Paulo Oliveira realçou que os profissionais portugueses têm aprendido depressa desde a Expo98, altura em que esta área de eventos e congressos “começou a ter algum peso institucional, que não tinha”. No entanto, o sector “também necessita de outro tipo de apoios e de ajudas”. É neste sentido, que o director-geral da Leading enumera várias lacunas na realização de eventos no País. “Aquilo que nos falta fazer, tem que ser feito cá. Muitas vezes temos oportunidades excelentes, as pessoas chegam a Portugal, conhecem o nosso valor, querem fazer, mas nós não conseguimos dar o passo seguinte”, destacou. “O Web Summit é um bom exemplo de que, de facto, conseguimos mudar alguma coisa”, referiu, fazendo alusão ao trabalho do AICEP na confirmação do evento para Portugal, mas destacando que “houve uma série de eventos que não aconteceram em Portugal, porque não tivemos a AICEP do nosso lado”.
Também Pedro Rodrigues, da Desafio Global, salientou que “50% da vitória é a captação do evento e os outros 50% tem que ver com a execução do evento”. O responsável acentuou que Portugal tem bons profissionais na área do catering, audiovisuais, DMCs, mas “por vezes, falta algum apoio do ponto de vista institucional”. Para o profissional, “os orgãos institucionais têm de olhar mais para os privados”, particularmente no que com aspectos operacionais diz respeito, como o transporte e a acessibilidade aos eventos, por exemplo. Para Pedro Rodrigues, a parceria entre privados e entidades públicas que existem na confirmação de um evento, como aconteceu no Web Summit, “não pode esgotar na captação” deste.
Perante este repto, o responsável da AICEP desafiou os profissionais do sector a juntarem duas vezes por ano para “partilharmos ideias, para poder de facto haver essa colaboração e essa alinhamento de estratégias”.
Foram ainda abordadas mais questões, como a questão das infra-estruturas, o fundo de captação que está a ser revisto pela secretária de Estado do Turismo, entre outras.