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Depois de, nos últimos dois anos e meio ter apostado nos canais online para promover o País, o Turismo de Portugal está a desenvolver uma nova fase da promoção: passar da quantidade para a qualidade de contactos online. De acordo com o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, em entrevista ao Publituris, no decorrer da World Travel Market, este é um trabalho que começou já em 2015. “Hoje estamos a trabalhar com as grandes empresas que geram tráfego neste meio (Youtube, Google, Facebook, Instagram) muito mais do lado da qualidade dos contactos e não da quantidade”, começa por dizer. O objectivo, afirma, “é minimizar o ‘bounce rate’ (taxa de rejeição) e maximizar o ‘engagement rate’ (nível de envolvimento do utilizador) e o ‘conversion rate’ (taxa de conversão)”.
Tendo em conta que a criatividade na forma como a mensagem é passada é um dos elementos que permite aumentar o engagment rate, o Turismo de Portugal decidiu, este ano, lançar um desafio à indústria criativa em Portugal: a produção de vídeos que promovam Portugal nestes canais. “Como a criatividade não se pode decretar por lei e só aparece quando temos um número suficiente de tentativas, em vez de estarmos, de uma forma dirigida, a tentar criar para uma determinada mensagem uma criatividade adequada, vamos espalhar este desafio a vários grupos criativos: não só às tradicionais agências, mas a outros tipos de pessoas habituadas a pensar criatividade, sobretudo no suporte vídeo, para podermos ter conteúdos numerosos, pensamos que 200 seja o objectivo para 2016. Isto é, 200 histórias contadas em vídeo sobre Portugal que possam ser divulgadas nos diferentes meios, de forma a aumentar o ‘engagement rate’ e conduzir a um aumento da ‘conversation rate’ e à reserva no final”.
Esta é uma das novidades do Turismo de Portugal no que diz respeito à promoção. Mas há mais, o instituto vai reforçar a sua aposta no mercado alemão com vista ao aumento da quota de mercado.
“É importante trabalhar cada vez mais de perto com aqueles que têm um maior hábito e, começam a ser bastantes, de alguma independência do desenvolvimento do produto e dos segmentos mercados mais específicos”
“A aposta no mercado alemão começou já há algum tempo, depois da constatação óbvia que tínhamos um mercado enorme – maior mercado emissor europeu -, e uma quota muito mais baixa comparativamente a outros mercados. É óbvio que tínhamos de fazer alguma coisa para crescer. Aumentámos o investimento neste mercado, fizemos workshops mais dirigidos e finalmente, em 2015, os resultados começaram a aparecer. As receitas cresceram 25%, quase o dobro do crescimento do número de turistas (13%) ”, afirma. “Este resultado indicou-nos que há, de facto, uma margem de progressão (passámos da quota de 0,83% para 0,92%). Vamos, por isso, tentar multiplicar o nosso investimento, tentando retirar o máximo proveito da eficácia que vemos na comunicação online. Se for provado, com isto, que duplicar ou triplicar investimento pode conduzir a aumentos equivalentes do lado da procura, então pode significar, no futuro, que vamos fazendo estes ‘blitzes’ de aprofundamento à medida que os consigamos montar e financiar, mas será um momento importante que poderá marcar uma nova fase da promoção turística português”.
ALTERAÇÃO DO PERFIL DOS TURISTAS
O presidente do Turismo de Portugal destaca uma tendência que começa a ganhar cada vez mais expressão para Portugal: a procura por um turismo “menos massificado e mais diverso”. “Portugal tem neste domínio vantagens importantes relativamente a outros, porque nunca teve uma oferta massificada de Turismo”, defende. Para o responsável, esta diversidade só foi possível pela “iniciativa de muita gente em Portugal, que não copiando outros modelos, foi inovando e criando”. João Cotrim de Figueiredo afirma que se observa na Alemanha, no Reino Unido e em França crescentes segmentos de turistas que “não vão para as nossas regiões mais conhecidas e com os produtos mais estabelecidos”. “É frequente encontrar, nestes mercados emissores, taxas de crescimento nas regiões menos conhecidas de Portugal muito superior às outras, não tem só a ver com o facto de elas partirem de uma base mais baixa, tem a ver com uma real procura sustentada”. A confirmar-se esta que parece ser o princípio de uma tendência, voltam a ser boas notícias para Portugal, defende o responsável, que chama atenção para as consequências desta tendência do ponto de vista “da forma como nos estamos a organizar, quer do lado da oferta pura, quer do lado da forma como nos relacionamos com os operadores e os agentes”. “Todos aqueles que no estrangeiro nos podem trazer pessoas, pessoas mas que estejam ainda numa lógica massificada do turismo, provavelmente vão perder a sua importância relativa, continuando a ser importantes. Mas é importante trabalhar cada vez mais de perto com aqueles que têm um maior hábito e, começam a ser bastantes, de alguma independência do desenvolvimento do produto e dos segmentos mercados mais específicos.”
CRESCIMENTO DAS RECEITAS SUPERA NÚMERO DE TURISTAS
Sobre o balanço de 2015, João Cotrim de Figueiredo dá destaque à trajectória de crescimento que “já vem desde meados de 2012”, e sublinha a solidificação de uma tendência importante para o turismo que é “o crescimento das receitas a um ritmo muito superior ao crescimento do volume”. Para o responsável começa “a dar frutos uma estratégia de qualificação regular do nosso destino com reflexo também nos preços que se estão a praticar”.
Olhando para o futuro do Turismo e, tendo como objectivo continuar a crescer e a crescer mais que os concorrentes, o responsável aponta três factores fundamentais: “continuar a subir o número de pessoas que estão interessadas em vir; dar-lhes motivos para ficarem mais tempo; e ao mesmo tempo dar-lhes motivos para que gastem mais”. Este trinómio: número de pessoas/estadia média/gasto diário pretende alcançar receitas “cada vez mais robustas”. O presidente do Turismo de Portugal defende, ainda, a diversificação de mercados e produtos, para que os drivers de crescimento venham de vários sítios e, como isso, se fique “imune a eventuais oscilações que haverá sempre no futuro”. Em suma, “2015 para além dos números bons, traz este elemento qualitativo da evolução que é importante. Portugal está a conseguir qualificar-se e a posicionar-se num campeonato que deixa de ser só quantidade”. ¶
“Portugal está a conseguir qualificar-se e a posicionar-se num campeonato que deixa de ser só quantidade”