“Do ponto de vista financeiro há sempre solução”
Margarida Almeida é fundadora e CEO da Amazing Evolution Management, um negócio que emergiu da crise que se vivia o imobiliário turístico nacional em 2012. O Conrad Algarve é um dos nove activos que a empresa gere que comprova o seu “modelo de sucesso”.

Raquel Relvas Neto
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A Amazing Evolution Management apresenta-se como uma empresa de gestão de activos insolventes ou sob stress num modelo “100% focado nos resultados”. Os efeitos práticos deste modelo começam a colocar a internacionalização da empresa como uma realidade cada vez mais próxima. Margarida Almeida explica o conceito.
Como surgiu a Amazing Evolution Management?
A Amazing foi criada no final de 2012, mas nada do que está a acontecer estava previsto. Não foi feito um plano de negócios do que iria ser o futuro. O Conrad abriu no dia 26 de Setembro de 2012, e em Novembro desse mesmo ano, houve uma instituição financeira ligada ao projecto que perguntou se podia ajudá-los noutro projecto que tinham em Portugal. Recebi o telefonema com muita surpresa, porque fui administradora de uma massa insolvente grande – IMOCON – e esse telefonema significava a valorização do trabalho que tínhamos feito, ainda por cima pela parte de uma instituição internacional. Precisavam de uma pessoa de confiança para acompanhar o projecto em Portugal e, para isso, precisavam de ter uma empresa para prestar esses serviços. A razão de existência da Amazing foi essa.
Com a manutenção e o desenrolar da situação económica do País, foram surgindo cada vez mais projectos com dificuldade e como trabalhámos todo o processo de insolvência da IMOCOM com muitas instituições bancárias, diria com quase todas representadas em Portugal, tivemos oportunidade, sem querer de mostrar o nosso trabalho. Fomos fazendo o nosso trabalho e quando essas instituições financeiras e administradores de insolvência se depararam com algumas situações e sem capacidade interna para as resolver, começaram a chamar a Amazing para os ajudar na resolução de problemas.
Foi assim que nascemos, sem nada previsto. Foi da necessidade do mercado em ter um player que fosse capaz, em tempo rápido e útil, de apresentar soluções eficazes.
Como funciona o vosso conceito de gestão?
Somos uma equipa focada 100% no resultado. É uma equipa que tem no seu ADN todas as abordagens nos projectos turísticos e não só. Controlamos todas as áreas de actuação necessárias. Desde a área da manutenção da engenharia, até à área legal, passando pelo marketing, comercial e financeiro. Nós temos uma equipa com todas estas capacidades instaladas e não precisamos de recorrer a ‘outsourcing’ para fazer absolutamente nada e isso dá-nos uma capacidade de actuação imediata e eficaz. Somos uma empresa de entregar resultados, ‘hands on’. Fazemos e reportamos em papel, mas aquilo que nos move é, em primeiro lugar, o resultado final e esse resultado é para entregar ao proprietário do imóvel, seja ele quem for. Com toda esta capacidade instalada, conseguimos controlar todo o processo produtivo dos empreendimentos.
E isso acaba por ser o que vos diferencia dos actuais ‘players’ de gestão de activos?
Completamente. Se receber hoje um telefonema e alguém me disser que ama nhã precisa de tomar conta de um hotel, nós estamos lá todos.
A gestão dos empreendimentos turísticos, sejam hotéis ou apartamentos, não é só vender quartos. Para isso, há um trabalho que está atrás muito grande que tem de estar muito bem sustentado. Desde a manutenção do edifício, as questões legais associadas, o controlo da tesouraria, comunicar para os mercados certos. Portanto, há uma série de coisas que está para trás que conseguimos fazer sem ter uma estrutura pesada. Nós simplificamos, não complicamos.
No futuro, com os activos que gerem, pretendem apresentar-se como uma marca hoteleira?
Para já não. Não está nos nossos horizontes formar uma marca própria, mas não quer dizer que isso não aconteça. Aquilo que está nos nossos horizontes é continuar a fazer o trabalho que estamos a fazer, porque é um modelo de sucesso. Em todas as operações que recebemos, seja a pedido de administradores de insolvência seja a pedido de instituições financeiras ou de outros que agora também se aproximam de nós, entidades privadas. Aquilo que queremos é fortalecer o projecto que eles já têm e não acoplá-lo como um activo nosso. É um activo que é gerido por nós, mas não é nosso. O nosso objectivo é incorporar valor no activo dos donos do imóvel.
Similar a um serviço de consultoria?
Não somos consultores, somos executores, somos ‘hands on’. Não sei o que é isso de sermos consultores. Fazer comentários sobre coisas que não podemos actuar, não sabemos. Nós dizemos qual a estratégia e depois têm de nos deixar actuar. Até agora, tem corrido tudo muito bem. Passados dois ou três meses de estarmos dentro de uma unidade hoteleira, os resultados mudam drasticamente no sentido positivo.
Considera que as marcas hoteleiras internacionais são uma solução para os hotéis independentes que gerem?
Penso que há projectos que precisam de uma marca hoteleira e daí, o facto de nós não querermos ter uma marca de hotéis, deixa-nos completamente livres para apresentar ao dono do hotel a melhor solução para ele. Chegar a um empreendimento e dizer “Nós fazemos isto, mas para atingir ou para maximizar ao máximo a sua rentabilidade, o que vai ter que fazer é um contrato de management ou franchising com uma entidade hoteleira internacional”. Temos muita experiência em fazer isso, já negociámos meia dúzia de contratos internacionais e negociar contratos internacionais de gestão hoteleira não é fácil.
Mas neste momento, com os activos que têm estão a negociar com alguma marca que não está em Portugal?
Estamos a fazer essa abordagem para um cliente privado que não podemos mencionar, mas sim, estamos a fazer isso.
Activos
Actualmente que activos têm e qual o modelo de cada um?
Para cada um dos projectos, temos abordagens diferentes. No Conrad, por exemplo, somos ‘asset managment’, não somos a entidade operadora do hotel. Somos a entidade operadora do Monte Santo Resort, mas deixamos o projecto brilhar por si só, deixamos a marca Monte Santo brilhar. Apesar de sermos nós que lhe damos a substância, ficamos no backstage e o Monte Santo brilha, porque isso é que dá valor aos proprietários. Nós somos pagos para dar valor, acrescentar valor, no sentido estrito da palavra, aos activos daqueles que nos contratam.
Assessoramos a administradora de insolvência na gestão da Aldeia dos Capuchos, assim como ajudamos a administradora de insolvência no Choupana Hills.
E quanto a novos activos?
Temos novos activos. Neste momento, to, temos um portfólio de cerca de nove projectos. Além dos que já falei, temos outro em Lisboa, na Almirante Reis, o TSAR. E a nossa missão é também ajudar os proprietários a encontrar novos donos e esse trabalho também estamos a fazer. Encontrar para os activos sob stress, ou que estiveram sob stress, novos donos que possam pagar o preço real do imóvel que o projecto vale.
Esses novos activos que não pode falar são em que zona?
São na Área Metropolitana de Lisboa.
*Leia a entrevista na íntegra no e-paper da edição 1303 do Publituris.