Carlos Coelho: “Não há sítios bons e baratos”
O presidente da agência Ivity Brand Corp falava sobre a promoção de Portugal, numa iniciativa promovida pelo Fórum Turismo 2.1.
Raquel Relvas Neto
AHP debate restrições à circulação de autocarros no centro histórico do Porto com a Câmara Municipal
Nova Edição: 50 anos da Marina de Vilamoura, estudo “Distribuição Turística”, ‘Espanha Verde’, Cuba, easyJet e Festuris
Edição Digital: 50 anos da Marina de Vilamoura, estudo “Distribuição Turística”, ‘Espanha Verde’, Cuba, easyJet e Festuris
Madeira recebe 11.ª edição dos World Golf Awards
Alunos das Escolas do Turismo de Portugal ganham medalhas internacionais
Universidade do Algarve recebe última sessão das conferências “Estratégia Turismo 2035 – Construir o Turismo do Futuro”
Turismo do Alentejo e Ribatejo aprova plano de atividade com acréscimo de 50%
Soltrópico anuncia novos charters para Enfidha no verão de 2025
Concorrência dá ‘luz verde’ à compra da Ritmos&Blues e Arena Atlântico pela Live Nation
Número de visitantes em Macau sobe 13,7% para mais de três milhões em outubro
Valorizar as nossas características endógenas é meio caminho para a definição da marca Portugal. Carlos Coelho, presidente da agência Ivity Brand Corp, que falava, esta terça-feira, no Breakfast & Business, promovido pelo Fórum Turismo 2.1, com o tema “Portugal – Promoção Turística Nacional: Tendências, Branding e Estratégias”, explicou que “aquilo que diferencia um país é aquilo que temos e não aquilo que temos de criar para oferecer a quem nos visita”.
“O desenvolvimento do país passa pela modernização e persistência, passa por pegarmos nas características endógenas”, defendeu, referindo que estas não precisam tanto de investimento, mas sim de “aproveitamento”.
“Para definir uma marca é preciso estar sempre a fazer chichi, a marcar território”, lembrando que o território está em mutação constante, “deixou de ser uma fronteira apenas física para ser uma ligação a um servidor”.
Carlos Coelho relembra ainda que os portugueses têm de começar a valorizar mais o seu país e serem os primeiros a elogiá-lo: “O mundo olha para nós como uma coisa de grande qualidade e nós não acreditamos. Porque é que Portugal não acredita que tem coisas extraordinárias?”
Uma das questões levantadas pelo responsável foi os preços praticados no sector: “Se Lisboa é a cidade mais bonita do mundo, por que é que tem preços baixos?”. Carlos Coelho alertou que “não há sítios bons e baratos”.
“Temos de subir os preços”, adverte, realçando que a desculpa dada muitas vezes de que “Portugal não tem escala”, não se justifica, exactamente porque “as coisas mais pequenas são as mais valiosas”. “Enquanto não tivermos a coragem de nos valorizarmos a nós próprios, os outros não nos vão valorizar, porque não têm interesse em aumentar os preços.”
O responsável salientou que o turismo “é a indústria que tem como obrigação tirar valor daquilo que o país tem e acrescentar valor”. O presidente da Ivity termina realçando que “fazer uma marca é contar uma história muito sedutora e continuar no dia seguinte”, que leva o seu tempo: ““é como uma relação amorosa”, primeiro há que chamar a atenção, criar desejo, cortejar, seduzir e amar, “fazer-se isto com muito dinheiro e muito depressa é prostituição”.
Também presente na iniciativa, Gavin Eccles, consultor e professor na AESE – Escola de Direcção e Negócio, enalteceu a importância que se deve dar às parcerias no sector, sem esquecer o ‘trade’ em si, relembrando que nos nossos principais mercados emissores, como o alemão e o britânico, as agências de viagem ainda são o principal meio escolhido para reservas as férias dos turistas.