CTP quer promoção internacional de algumas regiões nas mãos do TP
A Confederação do Turismo Português está a trabalhar uma proposta que prevê a criação de “realidades regionais distintas” no que diz respeito à promoção dirigida aos mercados internacionais. Documento é ainda provisório e aguarda contributos.

Tiago da Cunha Esteves
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A Confederação do Turismo Português (CTP) quer que em determinadas regiões, como o Centro, Alentejo e Norte, a promoção internacional regional passe a ser “directamente desenvolvida” pelo Turismo de Portugal (TP), “sob a égide da marca Portugal”. A CTP sugere, contudo, que o TP pode “assegurar a colaboração/contratação das regiões de turismo e associações regionais ou locais no desenvolvimento de acções ou programas concretos”. Nos restantes destinos, Algarve e Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, a CTP sugere que a promoção seja contratada directamente pelo TP a associações como a ATL, ATA e ATP, através da execução de planos regionais de promoção e apoio às vendas.
A proposta, a que a Publituris teve acesso, circulou no último almoço da AHP, na terça-feira, em Lisboa, e foi debatida por vários hoteleiros. A mesma resultou de uma reunião que decorreu no passado dia 20 de Agosto entre a Comissão Especializada da Promoção da CTP. Contactada pela Publituris, a presidente da Comissão Executiva, Adília Lisboa, frisou, contudo, que este é um documento provisório e que poderá sofrer alterações, depois de recolhidos os contributos dos membros da Comissão que estiveram ausentes. Só depois será apresentado oficialmente à secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles.
Novo modelo de promoção proposto pela CTP
A CTP pretende uma “concertação da promoção internacional nacional e regional” com o TP, algo que, no modelo actual, só existe ao nível regional, através do Protocolo de 26 de Novembro de 2010, que é válido até ao final de 2013.
Simultaneamente, a CTP quer consagrar a participação privada na promoção regional e implementar “realidades regionais distintas”: três regiões no Continente, correspondentes ao Algarve e Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto; e o “restante território”, onde existem outras “marcas relevantes”.
O documento provisório da CTP estabelece que os planos regionais do Algarve, Lisboa e Porto tenham o seguinte financiamento: 4/6 do orçamento do TP; 1/6 de entidades privadas; e 1/6 de outros financiamentos, incluindo financiamentos próprios e locais/regionais.
Já os restantes programas regionais “terão financiamento do TP e dos restantes parceiros em moldes a definir em cada caso concreto, em função das suas necessidades e relevância em termos do seu potencial de atracção turística.
Centro está contra
O presidente da Turismo Centro de Portugal (TCP), Pedro Machado, já se demonstrou contra esta proposta. “A CTP deveria estar ao lado das Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s), já que as certificou”, afirmou, em declarações à Publituris. “A confirmar-se isto, será um grande retrocesso no investimento das marcas regionais e mais uma prova de esbanjamento de dinheiro, tendo em conta o que se investiu nos últimos anos”, acrescentou.
O presidente da TCP disse acreditar que esta proposta não passa de “um documento de trabalho completamente insustentado e precipitado”, acusando ainda a CTP de não ter auscultado as ARPT’s neste processo.
“Basicamente, o que a CTP pretende fazer é criar dois países: a primeira liga e a liga dos segundos”, criticou.