(Re-)Descobrir “com emoção” o litoral potiguar ….
“Com ou sem emoção?”. Esta pergunta não lhe é estranha, pois não? Quem já esteve no Nordeste brasileiro e, especialmente em Rio Grande do Norte (RN), sabe do que se […]

Patricia Neves
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“Com ou sem emoção?”. Esta pergunta não lhe é estranha, pois não? Quem já esteve no Nordeste brasileiro e, especialmente em Rio Grande do Norte (RN), sabe do que se trata. E quem não esteve lá, certamente que também já ouviu a expressão. A nossa resposta é inquestionável: Com Emoção!Foi com este espírito que o Publituris partiu em direcção a terras potiguares.
A distância que separa Lisboa de Natal, capital do estado brasileiro de Rio Grande do Norte, ronda as sete horas de voo. De facto parecem muitas horas, mas a verdade é que “o tempo passa a voar”. Para lá, é a ansiedade pela chegada. No regresso, é o cansaço que toma conta de nós.
Na chegada ao aeroporto internacional Augusto Severo, o primeiro passo dado fora do avião impede-nos, por momentos, de respirar. O ar é tão quente que nos deixa em dúvida: mas não era suposto ser Inverno no Brasil?
A temperatura média de Rio Grande do Norte ronda os 26º e a da água do mar os 27º. Nesta região, registam-se, por ano, cerca de 300 dias de sol. O que significa que Inverno, como nós o conhecemos, não existe. O que existe são uns meros dias de chuva. Rio Grande do Norte está localizado no extremo leste do Brasil, na esquina da América do Sul, tratando-se do ponto mais próximo da Europa.
Deixamos por agora Natal, e partimos num minibus da Luck em direcção ao hotel Village Natureza Dunas Resort, em Tibau do Sul, a cerca de 90 Km de distância. Aqui espera-nos um belo jantar e um bungalow com vista para o mar, local ideal para recuperar forças para as “emoções” do dia seguinte.
Pelas águas do Litoral Sul
No Nordeste, o dia nasce cedo, principalmente com o fuso horário (em RN são quatro horas a menos do que em Lisboa). Às 5h30 da manhã, o sol nasce e este é um espectáculo imperdível. Depois, nada melhor para acordar em pleno do que um mergulho numa praia deserta, protegida por uma falésia pintada de verde e enfeitada de coqueiros. Aqui as águas são transparentes e quentes e, se se buscam momentos de pura tranquilidade, este é o local perfeito.
Com a Gil (guia turística) a comandar as tropas, ou os “bichinhos”, como preferia chamar-nos, partimos para Pipa, onde se iria iniciar um passeio de barco pelo Litoral Sul do estado, a bordo do “Maria, Maria”, do “capitão” Galego (não recomendado para quem enjoa).
Foram cerca de seis horas a navegar por águas potiguares, com paragens para mergulhos refrescantes. Escusado será dizer que obrigatório é o uso do protector solar com protecção elevada e a hidratação constante com água ou caipirinha.
Na Baía dos Golfinhos, na região de Tibau do Sul, chegaram-se mesmo a avistar vários golfinhos que teimavam em vir à tona da água, como que a brincarem às escondidas com os turistas.
Depois do mar, chega-se à Lagoa de Guarairas, onde se faz uma pequena paragem em Georgino Avelino, uma aldeia de pescadores, de onde se tem uma vista privilegiada sobre a lagoa. A paragem serviu também para que Galego e o seu assistente preparassem um magnífico almoço a bordo à base de ostras, mexilhão, peixe grelhado e saladas de frutas. Tudo produtos 100% naturais e 100% frescos.
O dia termina na creperia do hotel Marinas Tibau, local onde se pode assistir a um pôr-do-sol de cortar a respiração.
Em Pipa, a noite é animada, especialmente em época alta, mas mais ao gosto de um público jovem. A vila dispõe de vários bares e restaurantes que se concentram na avenida Baía dos Golfinhos. Os sons e ritmos são variados e poder-se-á escolher entre o forró, reggae e rock.
Antes de deixar o litoral Sul potiguar, vale a pena fazer uma visita ao Chapadão, de onde se avista a praia do Amor e muitas outras. A vista é magnífica. E para quem gosta de caminhar e de respirar ar puro, vale ainda a pena perder-se pelos trilhos do Santuário Ecológico.
De buggy para a cidade do Sol
O desafio é chegar a Natal, de buggy, e pelo litoral. Os ventos alísios enganam o calor. O sol mantém-se firme e o termómetro quase atinge os 30º. Vamos reforçando a dose de protector a cada minuto que passa. Já se ouve o “roncar” do buggy disfarçado pela música que sai do rádio. O Bruno (buggueiro) põe a primeira e acelera na areia fina e branca das praias desertas por onde passamos a alta velocidade, com os cabelos ao vento. São praias, atrás de praias… ou não tivesse Rio Grande do Norte um litoral com 400 Km.
Já com o sol posto, chegamos ao cinco estrelas Serhs Natal Grand Hotel, para o merecido repouso.
Dunas que parecem montanhas russas
Como diz o ditado “em Roma, sê romano” e em Natal é obrigatório andar de buggy e ir às dunas de Genipabu, as mais altas da América do Sul, com até 30 metros de altura. Foi o que fizémos. Numa manhã encoberta por algumas nuvens (mas sempre com um calor escaldante) partimos, bem cedo, em direcção a Genipabu, a 30 Km de Natal. Aqui, o buggy é um desporto nacional, bem recheado de adrenalina, “emoção” proporcionada pelas manobras radicais dos buggueiros, que fazem das dunas autênticas montanhas russas naturais. Sobre a areia branca é subir, subir….e depois descer a grande velocidade, com curvas e contra-curvas e sempre com o coração “aos saltos”. Termina a aventura e fica-se com vontade de repetir.
Ao chegar-se ao topo de uma das dunas, avista-se uma espécie de oásis, a lagoa de Genipabu, que serviu de cenário à telenovela brasileira Tieta do Agreste. Aliás, o sotaque da novela é desta região nordestina. Expressões como “ô xente” são bastante ouvidas. Mas o idioma não é problema, até porque em pouco tempo, estamos a “abrasileirar” o nosso sotaque, “p´ra facilitar”.
Parte-se depois para outras “emoções”. Na lagoa de Jacumã, chega a altura de experimentar o “esquibunda” e “aerobunda”. A primeira actividade consiste em descer uma duna, sentados numa prancha, até cairmos na lagoa. A segunda é uma espécie de slide.
Touros, mais perto de África…
A cerca de uma hora de carro de Natal, está Touros, o ponto do Brasil mais próximo de África. Foi aqui que os portugueses pisaram, pela primeira vez, o território potiguar, marcando a sua presença com um padrão dos descobrimentos (pode ser visitado na fortaleza dos Reis Magos, em Natal)….e não só. Nesta localidade encontra-se a Pousada dos Sinos, cujo proprietário era o músico português Rui Veloso. O empreendimento, em frente à paradisíaca praia das Garças, com 12 quartos e duas suites, oferece um ambiente propício a lua-de-mel, com um clima descontraído e romântico. Um bom ponto de partida para a estadia em Rio Grande do Norte, para nos libertarmos do stress quotidiano e nos entregarmos aos pequenos e grandes prazeres da vida.
O maior cajueiro do mundo
Parece programa para turista e é. Mas se se aproveitar para ir comer um “pasteuzinho” de camarão, lagosta (do que quiser) e almoçar na Paçoca do Pilão (provavelmente o melhor restaurante de comida regional da região) vale a pena a deslocação a Pirangi.
De facto, nesta localidade encontra-se o maior cajueiro do mundo, que faz parte do Guiness Book, com uma copa de oito mil metros quadrados que produz entre 70 a 80 mil frutos por ano.
O ar mais puro das Américas
Natal é considerada a cidade mais segura do Brasil e, de acordo com a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), a que tem o ar mais puro das Américas.
Banhada pelo rio Potengi, de um lado, e pelo Oceano Atlântico, de outro, em Natal aconselha-se um city tour a pé, com passagem obrigatória pelo Morro do Careca, teatro Alberto Maranhão, fortaleza dos Reis Magos e por todos os bairros históricos da cidade. À noite, os “agitos” são no Alto de Ponta Negra.
Para além do Serhs Natal Grand Hotel e do Pestana Natal, aconselha-se a estadia no Manary Praia Hotel, uma unidade que integra a associação brasileira de Roteiros de Charme, ideal para casais.
Apesar de Rio Grande do Norte não ser novidade para muitos portugueses, a cada regresso (re-)descobrem-se novas “emoções”. A oferta centra-se no Sol e Praia, mas o estado tem muito mais para oferecer no interior. Falta promoção e investimento em novos produtos turísticos. Por isso, traz-se na bagagem o desejo de voltar, mas, desta vez, para se descobrirem novas “emoções”em novos destinos potiguares.