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“O turismo terá de ser sempre indicado como um motivo de desenvolvimento”

Com o lançamento de uma nova campanha, o Turismo de Portugal pretende olhar para o futuro. Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, falou com o Publituris para explicar este arranque de 2024 e como Portugal quer, precisamente, estar na linha da frente do turismo. O interior tem um papel importante neste posicionamento, acrescentando Lídia Monteiro, em vésperas da FITUR, que “é importante promover um equilíbrio entre visitantes e residentes”.

Victor Jorge

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“O turismo terá de ser sempre indicado como um motivo de desenvolvimento”

Com o lançamento de uma nova campanha, o Turismo de Portugal pretende olhar para o futuro. Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, falou com o Publituris para explicar este arranque de 2024 e como Portugal quer, precisamente, estar na linha da frente do turismo. O interior tem um papel importante neste posicionamento, acrescentando Lídia Monteiro, em vésperas da FITUR, que “é importante promover um equilíbrio entre visitantes e residentes”.

Victor Jorge
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O mote da conversa com Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, foi dado com o lançamento da nova campanha “It’s not tourism. It’s futourism”. Apresentadas que foram 12 resoluções e uma (ainda) desconhecida desmultiplicação da campanha, o objetivo é fazer crescer o turismo em Portugal, não tanto em volume, mas em valor. Com os resultados alcançados em 2023, a meta dos 27 mil milhões de euros em receitas e 27 milhões de turistas está ao alcance já no próximo ano. Agora é concretizar a estratégia e a FITUR é o primeiro placo.

O Turismo de Portugal arrancou 2024 com uma nova campanha de promoção do destino de Portugal “It’s not tourism. It’s futourism”. Que importância tem arrancar um novo ano com uma nova campanha?
Iniciarmos um novo ano com uma nova campanha tem, desde logo, uma importância simbólica, é um novo desafio. Mas também tem uma importância do ponto de vista do impacto nos mercados internacionais. Sabemos que o início do ano é marcado por um pico de procura de viagens nos nossos principais mercados externos e é esse o momento em que as pessoas estão muito disponíveis para descobrirem qual vai ser o seu próximo destino de férias.

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Portanto, de alguma forma, antecipar a procura, a decisão?
Exatamente. É estar presente no momento em que as pessoas estão a inspirar-se sobre qual será o seu próximo destino de férias. E foi isso que tentámos e tentamos fazer. Estarmos justamente no arranque do ao com uma mensagem que queremos que seja universal.

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Uma mensagem que coloque as pessoas no centro de um turismo do futuro e que possa ser uma mensagem em que todas as pessoas, de todos os continentes, de todas as latitudes se sintam motivadas, mobilizadas e se sintam parte dessa construção. Esse é o objetivo.

Na apresentação da presente campanha referiu que Portugal, de facto, ganhou e tem uma reputação e uma notoriedade a nível internacional. Mas também foi dito que teremos de ter uma ambição maior. Que ambição maior é essa e como é que esta campanha poderá ou irá traduzi-la?
É uma ambição que se traduz numa maior responsabilidade. Se por um lado somos um destino com uma grande notoriedade, um destino com boa reputação internacional, isso dá-nos uma responsabilidade acrescida para também sermos motivadores, sermos de alguma forma impulsionadores para que o turismo, no seu conjunto, seja um turismo mais consciente, que o turista possa ser mais responsável quando visita os diferentes territórios. Essa é a nossa ambição e compromisso.

Foi esse pensamento que esteve por trás da criação desta campanha. Aliás, como referi na apresentação da campanha, o que pedimos à nossa agência [DENTSU] foi uma campanha que, por um lado, marcasse o início do ano e aproveitasse este desejo que as pessoas têm no arranque de um novo ano, de formular resoluções. Queremos que sejam resoluções concretizáveis e que, simultaneamente, tivesse esta mensagem no seu centro: um turismo de futuro. Um turismo que preserve os territórios, que tem um impacto positivo nas pessoas e nos territórios.

Liderar com o interior
Ouvimos muitas vezes que Portugal quer o liderar o turismo do futuro. A questão é que, com a pandemia, mudou o turismo e o turista. Como é que esta campanha poderá lançar, de facto, essa nova visão relativamente a um turismo do futuro? O que é, na realidade, esse turismo do futuro?
Esse turismo do futuro tem de passar, necessariamente, por ser um turismo mais responsável, mais consciente, mais respeitador das comunidades locais. Um turismo que, no limite, na sua génese ou na sua atuação, tem de promover um equilíbrio entre visitantes e residentes, um equilíbrio entre a atividade turística e a cultura, o ambiente, o território, o património. Um turismo que promove e valoriza a autenticidade. No caso de Portugal, há um outro equilíbrio que para nós é muito importante. É um equilíbrio entre os territórios do litoral e os territórios do interior, que é um dos nossos desígnios e que implementámos durante 2023 e que tem de ficar também para o futuro.

O turismo nunca quererá ser um fator predador dos territórios

Mas havia ou há um desequilíbrio entre quem nos visita e quem cá está?
O que queremos é que não exista. Julgo que não existia e não existe. Queremos que o nosso turismo se viva pela autenticidade de cada território e pela sua diversidade.

Porque temos esta particularidade de termos um país pequeno, mas com uma diversidade enorme. E isso é muito inspirações diferentes de turistas com perfis totalmente diferentes.

É este “deslocamento” do turista do litoral para o interior que o Turismo de Portugal ambiciona também com esta campanha, já que 80% dos turistas ficam no litoral.
Aliás, os números indicam 90%. O interior permite-nos trabalhar dois eixos. Desde logo, um equilíbrio do ponto de vista territorial e, portanto, levar as pessoas a descobrir um novo país. As experiências no litoral são, necessariamente, diferentes das experiências do interior.

Continuamos, naturalmente, a ter a nossa matriz oceânica, em que o litoral tem uma importância muito grande. As nossas ondas, o nosso surf, as nossas praias continuarão a ser bandeiras do destino turístico Portugal.

E Portugal não deve, nem pode ignorar esta realidade, já que isso tem sido o motivo de uma boa reputação e de experiências extraordinárias relacionadas com Portugal e com a nossa história. O interior tem outras experiências turísticas e que acrescentam valor ao litoral. Até porque, tal como no litoral, onde temos vários litorais, também no interior temos vários interiores. E essa é a riqueza de Portugal que faz do nosso país um destino extraordinário. E não sou eu que o digo, não é o Turismo de Portugal que o diz, é quem nos visita e quem leva um pouco de Portugal consigo no regresso que o diz. Por isso, além do litoral, com toda a carga do nosso oceano, do nosso mar, das nossas praias, da nossa costa, das nossas ondas, temos, depois, um interior muito diverso, com uma geografia também ela muito diversa, que proporciona experiências muito interessantes com os rios, as planícies, as montanhas, o património, as tradições, as pessoas.

As pessoas, de norte a sul, do interior ao litoral, nas ilhas, são, sem dúvida, o nosso principal ativo. E em todos os estudos e em todas as referências que fazem de Portugal a primeira indicação que dão é que Portugal tem, de facto, este ativo que são as pessoas, a forma como sabemos receber e, também, a forma como cuidamos das pessoas que nos visitam.

Melhorar em 2024
Os números indicam que 2023 foi o ano de todos os recorde em termos de receitas turísticas. Portugal está mais pressionado por estes bons resultados?

Os bons resultados são sempre razão para nos motivar a trabalhar mais e melhor. E penso que isso se vai refletir no trabalho de todo o ecossistema do turismo em Portugal.

Mas lembro-me de apontar a sustentabilidade, não só ambiental, mas também económica, financeira, social. É desse ponto de vista que pergunto se não poderá existir uma maior pressão, se o querer atingir números melhores não pode pôr essa sustentabilidade social em causa?

É verdade, mas também temos estado a ver que o crescimento tem sido um bom crescimento e o ano 2023 mostra justamente isso. É certo que o crescimento se deu em número de turistas que nos visitaram, mas, acima de tudo, onde crescemos significativamente, acima de 30%, foi em valor, nas receitas. Isso é crescer bem. Significa crescer com valor acrescentado, que traz riqueza, que traz riqueza para as empresas do ponto de vista da sua sustentabilidade. Foram as empresas que durante um período sofreram um enorme impacto com a pandemia, que viram as suas contas fortemente afetadas. Nesse sentido, é bom que as empresas possam estar agora a reforçar a sua capacidade financeira. E isso é bom para as empresas, mas também para todos os territórios. O turismo terá, necessariamente, de ser sempre um motivo de desenvolvimento e isso é uma responsabilidade acrescida para o turismo, porque esse desenvolvimento deverá ser sustentado e sustentável. O turismo nunca quererá ser um fator predador dos territórios. Isso não é a matriz do nosso turismo em Portugal.

O turismo é, provavelmente, dos poucos setores em Portugal que tem tido, ao longo dos anos, consistência nas mensagens

Sente por parte das comunidades locais que o turismo é bem-vindo?
Sim. Sentimos muito que o turismo é entendido como um fator de desenvolvimento do território e a diferentes níveis, seja do ponto de vista da criação de emprego, de estimular pequenos negócios, mas também de preservar as tradições e as formas de vida dos diferentes territórios.

É isso que nos diferencia e isso sente-se muito no interior. Temos uma relação com os territórios do interior, porque trabalhamos diretamente com as Entidades Regionais de Turismo, com as Agências de Promoção Externa, com as câmaras, com as comunidades intermunicipais, com as empresas instaladas. E esse é um sentimento que recebemos também nas candidaturas que nos são apresentadas nas diferentes linhas de financiamento.

A consistência nas mensagens do Turismo de Portugal, tanto para fora como para dentro, são fundamentais para criar a imagem de um país que recebe bem, que tem património, que tem pessoas? Não é desligar uma campanha e iniciar outra sem qualquer continuidade.
O turismo é, provavelmente, dos poucos setores em Portugal que tem tido, ao longo dos anos, consistência nas mensagens que emite sobre os seus próprios valores e com um propósito também ele alinhado com a nossa estratégia até 2027. Portanto, o turismo tem sido muito consistente.

Acabámos de receber a informação que, em 2023, Portugal foi o quarto país mais pesquisado no mundo no Google no que diz respeito ao “Travel”. Isso é incrível. Já estávamos a esse nível quando se tratava das buscas pelo surf, aparecendo sempre no Top 3 dos destinos turísticos de surf no mundo.

Agora já não é só no surf, é o país, é o destino de Portugal. Acho que isso ainda nos dá mais responsabilidade.

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Indicou a Estratégia Turismo 2027, cujo objetivo é chegar aos 27 milhões de turistas e 27 mil milhões de euros em receitas, precisamente, até 2027. Se colocarmos em 2004 uma taxa de crescimento de 10%, esse objetivo, pelo menos, em termos de receitas, é atingido.
Tudo leva a crer que em 2023 chegaremos aos 25 mil milhões de euros de receitas. Por isso, sim, poderemos atingir esse objetivo já em 2024.

Isso significa que a estratégia terá de ser revista?
Não, diria que a estratégia não tem de ser revista nas suas fundações programáticas, nos pilares. O que significa é que os pilares programáticos da estratégia têm estado corretos e temos todos, no conjunto, não só o Turismo de Portugal, não só nas entidades públicas a nível nacional, como a nível regional, mas também as empresas estão todas alinhadas com a estratégia do turismo e isso tem um valor enorme, porque este é um ecossistema também ele que sabe juntar esforços entre entidades públicas e entidades privadas. E isto também é um fator de sucesso do nosso turismo.

Portanto, julgo que os resultados dos pilares programáticos da Estratégia Turismo 2027 estão à vista. Fazem sentido e ainda não é o momento de serem revistos.

Aliás, em 2021 já falávamos que o centro da estratégia era a sustentabilidade, a sustentabilidade económica, ambiental e social. Há objetivos definidos para cada um desses pilares e ao termos atingido esses resultados no que diz respeito aos indicadores mais cedo do que o que estava previsto, julgo que em nada altera o posicionamento e a nossa estratégia.

Os resultados dos pilares programáticos da Estratégia Turismo 2027 estão à vista. Fazem sentido e ainda não é o momento de serem revistos

Fluxos internos e externos
Ao longo dos últimos tempos, muito se tem falado do autêntico, do genuíno e de como transmitir esses pilares para fora. Porque é que Portugal não conseguiu fazer isso antes? Faltava o envolvimento das próprias comunidades locais?
Existem momentos próprios para analisarmos aspetos diferentes da nossa oferta e nossa campanha anterior estimulava as pessoas para não evitarem Portugal [“Can´t skip Portugal”], cujo centro eram as ambições pessoais de quem viaja. O que fizemos foi dizer que Portugal podia responder a essas ambições, a essas aspirações individuais.

Hoje o que sentimos é que cada vez mais as pessoas procuram destinos que souberam respeitar a sua história e souberam respeitar as suas formas de viver. Julgo que Portugal não perdeu essa sua forma de viver peculiar e esse é um ativo também importante para podermos dar visibilidade, mas ao mesmo tempo proteger, ter um impacto positivo nessa nossa forma de viver. A autenticidade é, sem dúvida, um dos eixos importantes para promovermos junto de quem nos visita vindo de fora, mas também junto dos portugueses.

É importante e fundamental olhar para dentro e fazer com que os portugueses olhem para o seu país como um destino a descobrir.

Mas não teme que este crescimento do turismo, e tem-se falado muito desse equilíbrio entre turista e comunidade local, não seja encarado pelos próprios portugueses como haver turismo a mais?
Julgo que, neste momento, essa questão ainda não se coloca. Pode haver pontualmente algum ponto no país em que a pressão possa existir. O que eu quero dizer é que é importante não fecharmos os olhos e estarmos abertos para quando e se for necessário, corrigirmos, atuarmos.

Não devemos ser fechados nesse sentido. De facto, se nalgum momento sentirmos que é necessário agir para corrigir alguns fluxos turísticos que, pontualmente, nalgum território ou nalguma parte do território possam estar a sobrecarregar, tentaremos agir em conformidade.

Sabemos que essa realidade é má para o turismo, é má para as populações, é má para os territórios, mas é também é má para a própria experiência turística.

Por isso mesmo, é importante o desenvolvimento do turismo no interior do país, já que ajuda a criar fluxos distintos e levar turistas para outros territórios, retirando eventual pressão e sobrecarga noutros.

A autenticidade é, sem dúvida, um dos eixos importantes para promovermos junto de quem nos visita vindo de fora, mas também junto dos portugueses

Mas quando se fala em fluxos turísticos, esses dependem muito da conectividade. Como é que olha para este estrangulamento que temos em receber turistas, nomeadamente, no aeroporto de Lisboa?
Julgo que ainda não temos um estrangulamento propriamente dito. Sabemos que o turista internacional se desloca para Portugal, e fruto da nossa condição periférica, essencialmente de avião.

Mas não temos a nossa capacidade aeroportuária esgotada. O aeroporto do Algarve continua a ter capacidade, tal com o aeroporto do Porto, da Madeira, dos Açores. Lisboa tem algumas limitações, como sabemos, mas o que é certo é que nos últimos anos temos feito um trabalho consistente de mostrar as particularidades do destino turístico e a atratividade que também possa ter para as diferentes companhias aéreas desenvolverem operações para outros pontos do nosso país.

É a vantagem de ser um país pequeno (em tamanho)?
Exatamente. Aliás, com o novo perfil de turistas que vem de outros continentes, como é, por exemplo, o caso do turista americano, trata-se de um turista que viaja de norte a sul do país sem qualquer problema. Não se sente restringido. Entra por Lisboa ou Porto e depois viaja pelo país. De resto, em breve, também o turista norte-americano vai poder entrar pelo Algarve.

Mas referiu que a campanha, e antes de irmos aos mercados externos, também é dirigida ao mercado interno. Como é que os portugueses poderão identificar-se com esta nova mensagem?
Sentimos que os portugueses são cada vez mais um viajante dentro do seu próprio país. Sentimos isso durante o período da pandemia e continuamos a senti-lo. Conheceram o seu próprio país e ficaram surpreendidos com aquilo que têm na sua própria terra.

E por isso mesmo, o turismo nacional tem aumentado. Hoje, os portugueses olham para Portugal como o seu primeiro destino turístico, aquele que gostam de conhecer em profundidade.

Claro que é um turista diferente do turista internacional, as motivações são diferentes. Desde logo, porque enquanto portugueses, têm possibilidade de experimentar o nosso país ao longo de todo o ano, com pequenas viagens, pequenos fins de semana e isso permite ter experiências turísticas muito diferentes.

Também é possível ver alguns dos nossos territórios a desenvolverem iniciativas com uma raiz tradicional muito forte, mas com uma camada de inovação e de contemporaneidade que os portugueses gostam de assistir.

Por isso, esta campanha, em primeiro lugar, é para os portugueses serem, eles próprios, o primeiro agente de divulgação, mas também de proteção do seu destino.

Relativamente aos mercados externos, a campanha tem como alvos principais os Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha. Portanto, os mercados tradicionais.
Como vê, já se refere ao mercado dos EUA como tradicional.

É importante que as empresas equacionem um equilíbrio entre aquilo que temos para dar e o preço a praticar

Mas o que é que um norte-americano, um alemão, espanhol, francês vê de diferente em Portugal através desta campanha?
Olhando para os EUA, os norte-americanos são cada vez mais um turista muito preocupado e respeitador. É um turista que quer conhecer em profundidade os locais que visita, que fica realmente surpreendido e maravilhado quando visita um país como Portugal, que tem séculos de história e que nos dá um fator competitivo muito grande.

Os americanos, quando vêm à Europa e se deparam com pedras seculares, ficam muito impressionados com as camadas de contemporaneidade que colocamos na nossa oferta.

O enoturismo é um bom exemplo de um produto, que é um produto tradicional, algo que vem da nossa própria cultura, mas onde introduzimos uma oferta turística contemporânea, com uma expressão muito requintada.

Mas nos mercados externos, por exemplo, não há referência aos mercados asiáticos. Ainda são mercados muito fechados?
Nós temos uma aposta no Oriente. A forma de trabalhar os mercados é que é diferente. Uma coisa é trabalhar com mercados onde, de alguma forma, já temos penetração. Outra coisa é trabalhar mercados que estamos justamente a abrir.

Portanto, quando trabalhamos mercados, como é o caso do asiático, trabalhamos muito a operação turística, o trade, para podermos chegar ao consumidor. São mercados que ainda precisam do operador para viajar e, portanto, temos outras estratégias de promoção para chegar a esses mercados, sem prejuízo de termos ações seletivas e pontuais e fazemo-las junto do consumidor. Aliás, foi o mesmo modelo que adotámos para os EUA onde começámos a fazer um trabalho muito consistente junto da operação turística e, em simultâneo, ações seletivas para permitir chegar ao consumidor.

O mercado reagiu muito bem, começou a crescer, o consumidor começou a olhar para o destino e então aí foi o momento de as campanhas ao consumidor terem mais presença e serem mais alargadas.

São mercados que não têm resultados imediatos, é seguir a tal linha de continuidade?
Exato. Mas os mercados asiáticos estavam a ser trabalhados de forma muito consistente antes da pandemia. Contudo, com a pandemia, foram os mercados que mais fecharam e demoraram a abrir. Por isso, há que retomar o trabalho e é isso que estamos a fazer.

Temos, por exemplo, um mercado muito particular, que é o caso da Coreia do Sul, que já tem um crescimento orgânico para Portugal de assinalar. Mas não são mercados que estão esquecidos.

E da parte do Turismo de Portugal, não tendo, naturalmente, qualquer influência, existe algum receio pela subida de preços?
Como diz, e bem, o Turismo de Portugal não tem qualquer influência nessa matéria. Diria, contudo, que é importante que as empresas equacionem um equilíbrio entre aquilo que temos para dar e o preço a praticar.

Acredito que as nossas empresas o têm feito e continuarão a fazer em 2024. Tem de haver um equilíbrio para que a expectativa, a promessa não venha a ser defraudada.

Estamos no início do ano, com uma nova campanha do Turismo em Portugal. Que outras ações tem o Turismo de Portugal preparado para este ano?
Sabendo que esta campanha tem 12 resoluções, será desmultiplicada ao longo de todo o ano de 2024. É isso? Exatamente. Lançámos um conceito, 12 resoluções que vão ter de se transformar agora em concretizações. Portanto, não são apenas desejos, têm de concretizar-se e vão concretizar-se. Não temos ainda o plano fechado.

Todas as nossas campanhas têm uma componente de orientação estratégica e de prospeção de mercado. Temos, naturalmente, algumas coisas pensadas, mas que ainda não posso revelar. São ações que estão pensadas, que têm expressões ou ativações diferentes em diferentes timings, dependendo dos mercados. Mas também são ações que não dependem só dos mercados, mas das oportunidades que nos aparecem nos mercados. Sempre trabalhámos muito a pensar, até por uma questão de eficiência e eficácia, em aproveitar aquilo que os mercados nos têm para dar, para podermos alavancar em cima disso a comunicação do destino Portugal. Como se costuma dizer, quem tem pouco dinheiro tem de geri-lo da melhor maneira. Temos uma gestão muito criteriosa dos nossos recursos financeiros e uma das formas que temos, julgo inteligente, é, justamente, sempre que aparece uma oportunidade, olhar para a forma como trazer essa oportunidade para que Portugal possa ter mais impacto.

E o que preocupa mais o Turismo de Portugal?
Essa é uma pergunta forte. Em 2024 preocupa-nos a todos, do ponto de vista global, os conflitos que existem no mundo e no impacto negativo que possam ter no turismo. Acreditamos que, sempre que há um impacto negativo no turismo, há impacto negativo em todos os destinos turísticos e, portanto, isso é, sem dúvida, um aspeto que nos preocupa. E temos de estar atentos, tentar perceber, de alguma forma, como é que as nossas empresas e nós, enquanto destino, podemos ser menos afetados.

Além disso, as questões relacionadas com as alterações climáticas serão, sem dúvida, uma preocupação global e nas quais temos de ser atuantes positivos.

E que surpresa gostaria de ter para 2024, partindo, naturalmente, da premissa que o turismo em Portugal irá crescer?
Não sei responder a isso, mas eu gosto sempre de ser surpreendida.

Espero ser surpreendida pelos mercados internacionais e pelas pessoas e espero ser surpreendida por alguns projetos em Portugal.

Gostaria muito de ver uma maior ligação entre turismo e literatura. Penso que o turismo literário poderá bem ser uma boa surpresa para Portugal, tal como o enoturismo.

Gostaria de ser surpreendida com mais mulheres no turismo, já que é de turismo que estamos a falar, mas também noutros centros de decisão. Tenho a certeza que beneficiaríamos todos com essa realidade mais feminina.

 

As 12 resoluções para o turista do futuro:

**1. Não é não estar envolvido. É estar comprometido.
2. Não é virtual. É real.
3. Não é nosso. É seu.
4. Não é padronizado. É único.
5. Não é global. É local.
6. Não é uma onda. É um oceano.
7. Não é cinzento. É verde.
8. Não é impetuoso. É humilde.
9. Não é moda. É tendência.
10. Não é desatento. É consciente.
11. Não é apressado. É imersivo.
12. Não é artificial. É humano.**

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Enoturismo

Enoturismo no Centro de Portugal em análise

As XII Jornadas de Enoturismo, que abriram esta quarta-feira, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, promovem, durante dois dias, a reflexão e o debate sobre o enoturismo no Centro de Portugal, incentivando a troca de ideias e experiências entre participantes e especialistas do setor.

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O evento é organizado pelas regiões vitivinícolas do Centro de Portugal – Bairrada, Dão, Beira Interior, Lisboa e Tejo, com o apoio da Turismo Centro de Portugal (TCP), da Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

A sessão de abertura contou com intervenções de José Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola (CV) da Bairrada, Jorge Brandão, vogal do Programa Regional Centro 2023, Rogério Carlos, vice-presidente do Município de Aveiro e, em mensagens por vídeo, José Ribau Esteves, presidente do Município de Aveiro, e Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo.

O dia de quarta-feira ficou ainda marcado por um painel de discussão, sob o tema “Enoturismo: Percurso e Perspetivas”, que teve como intervenientes Adriana Rodrigues e Sílvia Ribau, da TCP, e José Pedro Soares, da CV da Bairrada. Na questão “Qual o maior desafio ao desenvolvimento do enoturismo no Centro de Portugal”, os participantes do painel destacaram a “articulação entre os diversos atores” e a “mudança das preferências do consumidor”. Já quanto aos pontos fortes do enoturismo na região, os mais referidos foram “diversidade”, “autenticidade”, “paisagem”, “qualidade” e “gastronomia”, sendo os pontos fracos a “comunicação”, a “promoção” e o “investimento”.

“Concorrência” e “alterações climáticas” foram as principais ameaças identificadas pela assistência, enquanto “inteligência artificial”, “diversidade” e “localização” foram as oportunidades mais referidas. A terminar, a questão “que imagem tem o enoturismo na região” recebeu como respostas preferenciais a “diversidade” e o “potencial”.

O segundo painel do dia, dedicado ao tema “A Arte do Storytelling”, teve a participação de Nuno Madeira, gestor do produto Enoturismo do Turismo de Portugal, Elaine de Oliveira, sommelier e jornalista, e Cláudia Camacho, perfumista.

No segundo e último dia das Jornadas, que decorrem esta quinta-feira, terão lugar mais três painéis, sobre “A Criação de uma Experiência Memorável”, “Da Mesa à Descoberta – O Papel dos Sommeliers” e “Os Desafios do Setor: Autêntico, Inteligente e Sustentável”.

O programa inclui ainda workshops e visitas a quintas e adegas da Bairrada, proporcionando aos participantes uma imersão nas experiências enoturísticas da região.

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Emprego e Formação

ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais

A instituição tem sido requisitada por cadeias de hotéis da Grécia, Espanha e Dubai, que procuram estudantes de hotelaria e turismo desta escola para estágios.

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A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) aumentou em 25% no número de estagiários colocados fora do país.

De acordo com a instituição, 112 dos 754 estagiários do ano letivo 2023/2024 foram colocados em estágios fora do país, em 16 latitudes – um aumento de 25% face ao ano letivo anterior, em que foram registados 90 estágios internacionais.

No pódio de destinos surgem a Grécia – principalmente os grupos Sani/Ikos e Nana Hotels –, que acolheu mais de metade dos estudantes (53%), seguida de Espanha (18%) e do Dubai (10%), na sequência de um protocolo celebrado com o grupo Jumeirah Hotels and Resorts.

A lista de destinos onde os estudantes da ESHTE estão a cumprir períodos de formação remunerada incluem ainda Marrocos, Cabo Verde, Inglaterra, França, Chéquia, Países Baixos, Canadá, St. Martin, São Tomé e Príncipe, Irlanda do Norte, Alemanha, Áustria e Dinamarca.

Os 112 estudantes a cumprir estágios internacionais provêm das cinco licenciaturas da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, com predominância do curso de Direção e Gestão Hoteleira, seguido de Produção Alimentar em Restauração, Gestão Turística, Informação Turística e Gestão do Lazer e Animação Turística.

“Na ESHTE, os estágios têm um caráter obrigatório, logo no segundo ano, porque são fundamentais para a ambientação dos estudantes ao contexto do mercado de trabalho, e não raras vezes resultam em propostas de trabalho após a conclusão dos cursos. O nosso ensino com pendor aplicado é muito valorizado pelo mercado e a procura pelos nossos estudantes continua a superar largamente a oferta”, salienta Carlos Brandão, presidente da instituição.

No seguimento da aposta na oferta de estágios internacionais, a ESTHE abriu portas para um evento da Placement International, uma empresa suíça de recrutamento e colocação especializada na indústria de hospitalidade de luxo.

Na sessão, realizada no Auditório do Centro de Incubação de Base Tecnológica do Turismo (CIBT), a Placement International apresentou um portefólio com diversas opções de estágios internacionais, com enfoque em dois hotéis Ritz-Carlton localizados na Flórida, nos Estados Unidos da América.

“A procura internacional é uma tendência que tem vindo a acentuar-se e os indicadores apontam para um contínuo crescimento ao longo dos próximos anos. Por um lado, é o reflexo de um mundo cada vez mais globalizado. Por outro, reflete o desejo dos próprios estudantes. Não são apenas as questões financeiras que os movem, mas sim o desejo de ter uma visão mais alargada, de trabalharem pela primeira vez fora do país e, regressando, evoluírem na carreira com mais mundo, com maior conhecimento sobre diferentes realidades”, sintetiza João Pronto, professor-adjunto e coordenador de estágios da instituição.

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easyJet abre primeira rota desde o Reino Unido para Cabo Verde em março de 2025

A easyJet anunciou a abertura, a partir de 31 de março de 2025, de uma nova rota entre o Reino Unido e o Sal, em Cabo Verde, assim como o início das ligações entre Londres-Luton e a Madeira, que arrancam a 2 de junho do próximo ano.

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A easyJet anunciou que, a partir de 31 de março de 2025, vai passar a ligar diretamente o Reino Unido a Cabo Verde, numa rota entre o aeroporto de Gatwick, em Londres, e a ilha do Sal, em Cabo Verde, que vai contar com três voos por semana.

A rota para o Sal desde Gatwick, sublinha a easyJet num comunicado enviado à imprensa, surge depois do arranque dos voos da companhia aérea para o destino com partida de Lisboa e Porto, que arrancaram a 29 e 30 de outubro, respetivamente.

Os voos da easyJet entre o Aeroporto de Gatwick e o Sal vão acontecer três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas-feiras.

“A abertura de novas rotas é sempre um passo significativo e reflexivo do nosso compromisso com a acessibilidade e a ampliação das opções de viagem mais acessíveis e convenientes para os nossos passageiros”, refere José Lopes, diretor-geral da easyJet Portugal.

A par da nova rota desde o Reino Unido para o Sal, a easyJet anunciou também, a partir de 2 de junho de 2025, uma nova rota entre Londres-Luton e a Madeira, numa operação que vai contar com dois voos por semana, às segundas e sextas-feiras.

“Estamos entusiasmados por oferecer conexões diretas que refletem o crescimento da procura por viagens internacionais e permitem a ligação entre Portugal e mais destinos atrativos”, acrescenta José Lopes.

Mais informações e reservas disponíveis através do website da companhia aérea, que está disponível aqui.

 

 

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Marrocos pretende ser destino preferencial tanto para turistas como para investidores

Marrocos está prestes a tornar-se um destino de eleição tanto para investidores como para turistas, graças ao seu rápido desenvolvimento e à sua posição estratégica, afirmou, em Casablanca, o diretor geral da Sociedade Marroquina de Engenharia Turística (SMIT), Imad Barrakad.

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A trajetória de crescimento de Marrocos é impressionante e o potencial de expansão contínua nos próximos meses e anos é considerável, sublinhou Imad Barrakad na abertura da cimeira de sobre Turismo, Hospitalidade, Investimento.

Neste contexto, e citado pela imprensa local, sublinhou a importância da cidade de Casablanca, principal centro económico de Marrocos, especificando que encarna um equilíbrio perfeito entre a vida contemporânea e um rico património, tornando-se um destino essencial para quem procura experiências culturais ou oportunidades de investimento.

Além disso, o diretor geral da SMIT indicou que Marrocos, graças às suas ambiciosas reformas económicas e à sua abertura aos investimentos estrangeiros, posiciona-se como um ator-chave na região, observando que a implementação de projetos de infraestruturas modernas contribui significativamente para melhorar a sua atratividade.

Igualmente, o diretor geral da API Events, Murray Anderson, citado também pela imprensa marroquina, destacou o progresso do país, que está a tornar-se rapidamente um líder mundial em turismo, com potencial cada vez maior.

Com a sua rica cultura, localização estratégica e mercados prósperos, o país está bem posicionado para um crescimento sustentado no setor do turismo, observou, acrescentando que os ativos fundamentais de Marrocos fazem dele um destino preferido para investimentos internacionais.

Anderson reafirmou o compromisso da API Events em apoiar esse crescimento, reunindo investidores, operadores, desenvolvedores, banqueiros e parceiros financeiros de todo o mundo, destacando a importância deste evento, que constitui uma plataforma para explorar oportunidades de investimento, fortalecer o engajamento com os mercados dinâmicos de Marrocos e contribuir para o desenvolvimento global do setor.

Co-organizada pela SMIT e API Events, em Casablanca, esta cimeira reuniu mais de 300 investidores, hoteleiros e líderes turísticos de 15 países, e ofereceu aos participantes a oportunidade de descobrir o potencial deste mercado.

Para além de conferências e painéis, este evento facilitou reuniões de negócios que visaram fortalecer os laços entre os principais intervenientes da indústria hoteleira e turística e promover o investimento no setor em Marrocos.

As discussões centraram-se em temas estratégicos como o desenvolvimento da infraestrutura hoteleira, a diversificação da oferta turística e a integração de tecnologias na gestão do setor turístico.

 

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Análise

Do “Green Washing” ao “Green Hushing”

A poucos dias do final da COP29, a DoGood People alerta para o facto de haver cada vez mais empresas a optarem por não comunicar as suas práticas de sustentabilidade, o que pode prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders.

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Um novo fenómeno global – “Green Hushing” – parece estar a surgir no mundo empresarial, alerta a DoGood People, salientando que são cada vez mais as empresas que optam por manter em silêncio as suas práticas sustentáveis, visto terem receio do escrutínio público e de serem acusadas de praticar “Green Washing”.

Enquanto o “Green Washing” é uma ação deliberada para influenciar os consumidores, levando-os a pensar que uma determinada empresa é sustentável através da comunicação de uma narrativa falsa ou incoerente, o “Green Hushing” é uma “escolha intencional” de não comunicar verdadeiras práticas responsáveis, com o objetivo de evitar acusações de “Green Washing”.

Com a grande maioria das empresas a considerar que a comunicação de objetivos sustentáveis é relevante para o sucesso comercial, a solução corporativa de ESG que visa otimizar o envolvimento e impacto dos colaboradores na estratégia das suas empresas, alerta que, ainda assim, “muitas empresas estão a considerar manter estrategicamente o silêncio sobre as suas ações e outros progressos em questões de sustentabilidade”.

De acordo com o “Net Zero Report 2024”, um estudo da South Poul, o fenómeno é cada vez mais comum, sendo que 44% das empresas afirmam que a comunicação sobre ações de sustentabilidade é cada vez “mais desafiante”. Por consequência, 58% dessas empresas revela a intenção de reduzir a comunicação sobre esta temática.

Embora seja um fenómeno discreto, esta estratégia pode “prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders, enfraquecendo o impacto positivo que a comunicação de práticas sustentáveis poderia gerar”, admite a DoGood People. Além disso, dificulta a criação de benchmarks e a partilha de boas práticas entre setores, essencial para a evolução sustentável global.

Para responder a este desafio, “há que dar importância à construção de uma estratégia de sustentabilidade ao mais alto nível das empresas, integrada nos seus planos de crescimento e não apenas iniciativas levadas a cabo por um departamento isolado”, frisa a consultora.

Assim, quando a narrativa de sustentabilidade de uma empresa está ligada à sua estratégia de negócio, princípios e valores corporativos, ela torna-se transversal a toda a organização e aos seus stakeholders. “Tudo isto contribui para o aumento da confiança interna, mas também externa, o que reduz a vulnerabilidade a acusações de ‘Greenwashing’”, conclui a DoGood People.

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Dicas práticas para elevar a experiência do hóspede

A experiência do hóspede está nos detalhes e na capacidade de surpreender e cuidar

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Garantir uma experiência memorável aos hóspedes é essencial para qualquer estabelecimento, seja um hotel, uma pousada ou um alojamento local. A satisfação dos visitantes não depende apenas de um bom atendimento, mas também de detalhes que fazem a diferença no conforto e bem-estar. A seguir, partilhamos algumas dicas práticas para elevar a experiência do hóspede e garantir que a estadia seja inesquecível.

1. Atenção ao detalhe na decoração

A primeira impressão é crucial. O ambiente que o hóspede encontra ao chegar ao quarto pode definir a sua opinião sobre o local. Uma decoração acolhedora, com atenção aos detalhes, pode criar uma atmosfera convidativa. Aposte em cores neutras ou suaves, que transmitam tranquilidade, e certifique-se de que o quarto esteja sempre impecavelmente limpo e organizado. Um detalhe que pode fazer a diferença é a utilização de iluminação indireta e suave, que ajuda a criar um ambiente relaxante, ideal para descansar após um longo dia.

2. Conforto acima de tudo

O conforto físico do hóspede deve ser uma prioridade. Certifique-se de que a cama é confortável e que há várias opções de almofadas para diferentes preferências. Um toque adicional que pode elevar a experiência é oferecer mantas macias e aconchegantes para as noites mais frescas. Esses pequenos detalhes não passam despercebidos e mostram que o alojamento está preocupado em proporcionar o melhor conforto possível.

3. Atenção personalizada

Um dos maiores diferenciais de um bom alojamento é a atenção personalizada. Tente antecipar as necessidades dos hóspedes e ofereça serviços adaptados às suas preferências. Um exemplo simples é deixar uma nota de boas-vindas com o nome do hóspede ou perguntar previamente sobre qualquer preferência alimentar, especialmente no caso de dietas restritivas. Pequenos gestos como estes fazem com que os hóspedes se sintam valorizados e bem tratados, aumentando as chances de retorno ou recomendação.

4. Experiências locais

Oferecer aos hóspedes experiências locais autênticas pode elevar significativamente a qualidade da estadia. Recomendar passeios, restaurantes típicos ou eventos culturais da região demonstra que o estabelecimento está bem conectado com a comunidade e deseja proporcionar uma imersão no destino. Alguns estabelecimentos até oferecem parcerias com guias turísticos ou empresas locais para garantir uma experiência personalizada e única. Além disso, ter guias turísticos, mapas ou brochuras disponíveis no quarto é um gesto simples, mas que pode facilitar muito a vida do hóspede.

5. Tecnologia como aliada

A tecnologia pode ser uma excelente aliada para proporcionar uma experiência moderna e conveniente. Oferecer Wi-Fi de alta velocidade gratuito é praticamente obrigatório nos dias de hoje, mas é possível ir além. Considere a possibilidade de incluir carregadores universais nos quartos, altifalantes Bluetooth ou até tablets com informações sobre o hotel e sugestões de atividades. A chave está em garantir que a tecnologia ofereça conveniência e não se torne uma complicação, sendo intuitiva e de fácil acesso.

6. Limpeza impecável

Não há nada mais desagradável do que chegar a um alojamento e encontrar vestígios de falta de limpeza. Garanta que a limpeza dos quartos, casas de banho e áreas comuns seja feita com rigor e regularidade. O cheiro agradável e a organização dos espaços contribuem para uma sensação de bem-estar. Além disso, certifique-se de que toalhas e roupa de cama estejam sempre impecavelmente limpas e em boas condições, substituindo-as sempre que necessário.

7. Pequenos mimos que fazem a diferença

Por fim, pequenos mimos podem fazer toda a diferença na percepção do hóspede sobre o local. Ofereça garrafas de água, chá ou café de cortesia no quarto, juntamente com snacks ou frutas frescas. Outra ideia é deixar um pequeno kit de cuidados pessoais, como produtos de higiene de qualidade ou um roupão confortável, para que o hóspede se sinta em casa. Esses detalhes inesperados mostram um cuidado adicional e são sempre bem-vindos.

 

A experiência do hóspede vai além do básico; está nos detalhes e na capacidade de surpreender e cuidar. Ao seguir estas dicas práticas, pode transformar uma estadia comum numa experiência memorável, criando uma impressão duradoura e positiva. O foco deve ser sempre o bem-estar do hóspede, proporcionando conforto, personalização e atenção ao detalhe, resultando em mais satisfação e fidelização.

 

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Emprego e Formação

Porto Business School e NOVA IMS lançam novo programa executivo “Business Analytics in Tourism”

O novo programa gratuito “Business Analytics in Tourism”, lançado pelo Porto Business School e NOVA Information Management School – NOVA IMS, e que tem início a 9 de dezembro, capacita profissionais do setor em análise de dados e gestão estratégica, essenciais para a transformação digital e inovação.

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O curso, que decorre entre 9 de dezembro de 2024 e 14 de março de 2025, e cujas as inscrições já estão abertas, desenvolvido para capacitar profissionais do turismo em competências avançadas de análise de dados e gestão estratégica, essenciais para a transformação digital e inovação neste setor

Integrado no projeto “Acelerar e Transformar o Turismo” (ATT) e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o programa visa preparar as organizações turísticas para enfrentar as exigências de um mercado em rápida mudança, promovendo a competitividade, sustentabilidade e inovação na experiência do turista.

Com um total de 68 horas de formação, distribuídas entre módulos online e presenciais, o programa oferece uma experiência prática e orientada para resultados tangíveis. Os participantes terão, assim, a oportunidade de aplicar ferramentas de análise de dados para antecipar tendências e otimizar a experiência turística, adquirir competências em Big Data e Inteligência Artificial (IA) para personalizar serviços e desenvolver estratégias que aumentem a competitividade e diferenciação das suas organizações. A formação será ministrada por especialistas internacionais e focada numa aplicação prática imediata.

Dirigido a profissionais e entidades do setor turístico, incluindo organizações públicas, privadas, startups e associações regionais, o programa é acessível a pessoas de diferentes backgrounds técnicos, promovendo uma experiência de aprendizagem abrangente e inclusiva. Além disso, o programa será certificado, conferindo aos participantes um reconhecimento formal das competências adquiridas.

 

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Distribuição

Travelplan já vende a Gâmbia a sua novidade verão 2025

Em voos diretos do Porto, às quartas-feiras, de 11 de junho a 3 de setembro, o operador turístico do grupo Ávoris, Travelplan, já colocou no mercado as vendas para a Gâmbia, a sua novidade de verão de 2025.

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Com preços desde 986 euros por pessoa, em alojamento duplo, o pacote de sete noites “Estadias da Gâmbia”, inclui, para além dos voos diretos em classe turística, transferes aeroporto-hotel-aeroporto em autocarro ou minibus, dependendo do número de pessoas, alojamento em hotel no regime selecionado, taxas aéreas e seguro de viagem.

Já o pacote, também de sete noites “Descobre Gâmbia”, tem valores desde 1.242 por pessoa em alojamento duplo, e engloba também uma série de visitas, como à primeira localidade do sul do país, ou à aldeia de Yuna para conhecer Uncle Johns, colecionadores de vinho de palma, ou à praia de Sanyang “a praia do paraíso” ou ainda ao Museu da Vila Tanje, um local único onde são apresentadas a história natural e a cultura tradicional da Gâmbia.

A proposta é ainda percorrer a rota dos escravos com visitas a Juffereh Albreda e ao mastro da bandeira da liberdade, para conhecer a história de como surgiu o que hoje é um dos monumentos nacionais da Gâmbia desde 1970, bem como à cidade natal do famoso Kunta Kinteh que inspirou Alex Haley no seu best-seller Roots, e ainda ao museu que retrata mais de 400 anos de tráfico de escravos, que contribuíram consideravelmente para o despovoamento do continente.

Haverá ainda tempo para uma viagem de natureza ao longo do rio Gâmbia em canoa moderna. Este percurso muito pitoresco permite desfrutar de algumas das muitas espécies de aves e da vida fluvial enquanto se absorva o ambiente calmo e relaxante que este cruzeiro oferece. Durante a viagem não é incomum ver golfinhos a nadar e a brincar ao lado do barco. Nadar, tomar sol ou pescar são ainda propostas para este dia de passeio.

De acordo com o operador turístico, descobrir a Gâmbia, este país pequeno país da África Ocidental, é uma aventura que permitirá mergulhar na sua rica cultura, história e beleza natural, e onde pode aprender com a sua história, vivenciar a cultura local e desfrutar da hospitalidade gambiana. “Sem dúvida, a Gâmbia tem muito a oferecer aos viajantes que procuram uma experiência autêntica e diversificada”.

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Receitas turísticas sobem 8,9% em setembro e têm aumento superior a mil milhões de euros face à pré-pandemia

No acumulado do ano, a tendência também é positiva e o valor das receitas turísticas chega já aos 22.196,28 milhões de euros, superior ao registado em todo o ano de 2022, de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal (BdP).

Inês de Matos

As receitas turísticas somaram, em setembro, 3.077,43 milhões de euros, valor que ficou 8,9% acima de igual mês do ano passado e que traduz um aumento superior a mil milhões de euros face a setembro de 2019, antes da pandemia, de acordo com os dados revelados esta terça-feira, 19 de novembro, pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do BdP mostram que, face a setembro de 2023, as receitas turísticas subiram 252,42 milhões de euros face aos 2.825,01 milhões de euros que tinham sido apurados no nono mês do ano passado.

Numa comparação com o mesmo mês do período pré-pandemia, a subida é ainda mais expressiva e chega aos 51,6%, já que as receitas turísticas, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, registaram um aumento de 1.047,06 milhões de euros face a setembro de 2019.

Tal como as receitas turísticas, também as importações do turismo, que se encontram pelos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, registaram um aumento de 6,9%, totalizando 732,99 milhões de euros, o que significa um crescimento de 47,63 milhões de euros face aos 685,36 milhões de euros contabilizados em setembro do ano passado.

Comparativamente a 2019, a subida volta a ser também mais expressiva, já que este indicador aumentou 44,3% ou 224,91 milhões de euros face ao mesmo mês do último ano antes da pandemia da COVID-19.

No comunicado que acompanha os números, o BdP explica que as Viagens e Turismo foram fundamentais para o aumento registado na balança de serviços, cujas exportações e importações aumentaram 7,8% e 7,0% em relação a setembro de 2023, o que “reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+252 milhões de euros e +48 milhões de euros, respetivamente)”.

A tendência positiva foi ainda comum ao saldo da rubrica Viagens e Turismo, que chegou aos 2.344, 44 milhões de euros em setembro, o que traduz um crescimento de 9,6% ou 204,79 milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado, e de 54% ou mais 822,15 milhões de euros em comparação com setembro de 2019.

Acumulado já ultrapassa valor total de 2022

No acumulado desde janeiro, o valor das receitas turísticas chega já aos 22.196,28, valor que é superior ao registado em todo o ano de 2022 e que representa um aumento de 9,4% ou mais 1.915,88 milhões de euros face aos 20.280,4 milhões de euros que tinham sido apurados em setembro do ano passado.

Tal como as receitas turísticas, também o acumulado das importações do turismo apresenta uma tendência positiva, chegando aos 5.284,48 milhões de euros, o que fica 7,6% ou 372,92 milhões de euros acima dos 4.911,56 milhões de euros apurados até ao mesmo mês do ano passado.

No que diz respeito ao saldo acumulado, a situação volta a ser positiva, uma vez que este indicador chegou aos 16.911,8 milhões de euros, o que traduz um aumento de 9,4% ou mais 1.450,88 milhões de euros face aos 15.460,92 milhões de euros apurados em igual período do ano passado.

 

 

 

 

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Atout France e Business France vão ser uma só a partir do próximo ano

A fusão destas duas estruturas responsáveis pela atratividade de França, uma para investidores estrangeiros e outra para turistas, terá início a partir de 2025, nomeadamente com vista a uma reorganização da sua rede de países estrangeiros e à congregação dos seus recursos.

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De acordo com o projeto de lei financeira de 2025, apresentado pelo Primeiro-Ministro francês, Michel Barnier, pretende-se aproximar a Atout France e a Business France, para obter poupanças orçamentais.

Nas restrições orçamentais, o novo Primeiro-Ministro fez esta declaração: “Vamos reunir e agrupar agências, operadores e fundos que têm objetivos comuns, tais como como Business France e Atout France”, acrescentando que “Vamos desenvolver uma cultura de avaliação em todos os lugares. Não poderemos gastar mais. Vamos gastar melhor.”

A imprensa francesa avança que a reforma da Atout France, uma estrutura que emprega 350 pessoas (150 em Paris, 200 no estrangeiro), está em cima da mesa há algum tempo. Em maio, durante uma comissão interministerial de turismo, o executivo anunciou a intenção de modernizar esta agência, que “perdeu o seu dinamismo original”, como reconheceu Dominique Marcel, presidente da Alliance France Tourisme, que reúne pesos pesados ​​do setor. A sua estratégia internacional foi regularmente criticada, assim como o seu distanciamento do tecido económico francês.

Refira-se, também que há pouco mais de 15 anos, a Atout France foi construída a partir da fusão de duas estruturas: Maison de la France e Odit France. Embora não seja do Estado, a agência está colocada sob a tutela do ministro responsável pelo Turismo, e como objetivo promover o turismo em França, realizando operações de engenharia turística e implementando uma política de competitividade e qualidade das empresas do setor, ou seja, define a estratégia nacional de promoção do destino França de acordo com as diretrizes definidas pelo Estado.

A Atout France define, igualmente, a classificação dos alojamentos turísticos coletivos, as famosas estrelas dos hotéis, parques de campismo, parques residenciais de lazer, residências turísticas e aldeamentos de férias. Também está presente em feiras e organiza inúmeros eventos em todo o mundo.

Já a Business France serve a internacionalização da economia francesa. É responsável pelo desenvolvimento internacional das empresas e as suas exportações, bem como pela prospeção e acolhimento de investimentos internacionais em França. Promove a atratividade e a imagem económica do país, das suas empresas e dos seus territórios. Criada a 1 de janeiro de 2015, a Business France resultou da fusão da UBIFRANCE e da AFII (Agência Francesa de Investimentos Internacionais).

 

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