TAP deverá crescer a 6 ou 7% ao ano. CEO da companhia aérea diz que isso é “saudável” e que “mais nem sequer é desejável”
Numa das raras “exposições públicas”, Luís Rodrigues, CEO da TAP Air Portugal, falou do que encontrou na companhia aérea e revelou como chegou aos resultados históricos obtidos pela empresa, repartindo o êxito em quatro partes. Quanto ao futuro, acalma os ânimos e aponta para crescimentos mais moderados do que os atualmente atingidos.
Victor Jorge
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O mote foi dado em abril de 2023, à chegada à sede da TAP, em Lisboa: “não sou um jogador de futebol, nem uma estrela de cinema. Sou um tipo que está aqui a trabalhar e que tem de resolver os problemas dos passageiros e dos trabalhadores”. Foi assim que Luís Rodrigues se deu a conhecer enquanto CEO e chairman da TAP. Ao fim de oito meses, poucas ou nenhumas foram as declarações prestadas por Luís Rodrigues, afirmando no 48.º Congresso da APAVT, realizado de 30 de novembro a 2 de dezembro, no Porto, que a primeira tarefa a realizar, a partir de abril de 2023, foi a de “organizar a casa de onde tinham saído mais de três mil pessoas, em 2020 e 2021, pelo que o conhecimento foi com elas”.
Considerando que esta gestão do capital humano foi “difícil”, já que se perdeu “um conjunto de pessoas que estavam há muitos anos na companhia e depois um conjunto de pessoas que se juntaram, que estão há dois ou três anos, e que têm pouco conhecimento da indústria ou da companhia”, Luís Rodrigues reconheceu que “esta é uma indústria muito exigente, muito complexa, onde se demora muito tempo a aprender”, apontando ainda “o clima social laboral muito crispado” como alguns pontos de boas-vindas à nova comissão executiva da TAP.
Quanto à salvação da TAP, o CEO da companhia esclareceu que os tão “badalados” 3,2 mil milhões de euros não são, afinal, 3,2 mil milhões de euros, mas sim 2,7 mil milhões, uma vez que “houve apoio a que todas as companhias na Europa tiveram direito recorrer e não têm de reembolsar. Foi uma compensação que o Estado de cada país deu às companhias por terem sido administrativamente impedidas de exercer o seu trabalho entre março e julho de 2020”. Ou seja, “não podemos trabalhar, não podemos produzir, não podemos ganhar dinheiro. E cada Estado, de acordo com as regras da União Europeia, entrou com algum valor para compensar essa parte”.
Já relativamente aos resultados que a TAP apresentou no final do 3.º trimestre e, se prevê que apresente no exercício de 2023, Luís Rodrigues dividiu os louros em quatro partes: “a aposta feita no Brasil, em 2014 (era de Fernando Pinto); aposta na América do Norte, em 2017 e 2018 (era David Neeleman); o aguentar da crise, em 2021 e 2022 (era Christine Ourmières-Widener); e o ajuste na atual gestão, a partir de 2023”.
“Os resultados são alavancados em cima disto tudo, é um trabalho de equipa, é trabalho de muita gente ao longo do tempo e, portanto, temos é um cuidado para não estragar e sim conseguir melhorar”, afirmou Luís Rodrigues.
Contudo, ainda relativamente aos resultados alcançados pela TAP nos últimos tempos, o CEO da companhia alertou para o facto de “estarmos habituados a crescimentos pós-COVID de 20, 30%. Isso é impensável em qualquer situação, em qualquer indústria a prazo. O que estamos a olhar agora é de um alisamento do crescimento”, admitindo Luís Rodrigues que esta situação é “natural”.
“Estruturalmente crescemos 3,4, 5%”, revelando que “estamos a fechar o orçamento de 2024. E a olhar para crescimentos de 6 ou 7%”.
“isso é perfeitamente saudável, mais do que isso, neste momento, nem sequer é desejável, porque precisamos de consolidar uma estrutura que é aquela que estamos a montar, que torna a empresa estruturalmente rentável e sustentável para o período mais longo possível”.
Recordando que a TAP tem “um condicionamento até 2025, por força do plano de reestruturação”, o que com que por um período superior a dois anos [a contar a partir de agora] “a TAP não pode crescer a sua frota (…) o seu crescimento far-se-á por troca de aeronaves, aeronaves mais pequenas por aeronaves maiores, aumentos de valor ou aumentos de preço”.