Atual aeroporto de Lisboa “não permite qualquer solução de acréscimo de capacidade minimamente significativo”, diz CTI
Estimando que uma 1.ª fase do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) possa, “no limite, não estar em operação em menos de 10 anos”, a CTI admite que Beja pode ser considerada uma possibilidade para acolher operações exclusivas de carga e de charters não regulares.
Victor Jorge
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A Comissão Técnica Independente (CTI), quem tem em mãos a avaliação de opções estratégicas para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, vem admitir no “Relatório da Análise de Curto Prazo”, que o Aeroporto Humberto Delgado (AHD), em Lisboa, está, desde 2018, “em situação de congestionamento acima dos patamares recomendados” pela Organização Internacional da Aviação Civil (International Civil Aviation Organization, ICAO sigla em inglês).
No relatório pode ler-se que o AHD “está com enorme dificuldade em processar os fluxos de passageiros e aeronaves e com uma procura condicionada pela capacidade declarada de 38 mov/h”, sendo que o layout do AHD não permite considerar como viável qualquer solução de acréscimo de capacidade minimamente significativo”.
Na operação aérea, a CTI identificou vários aspetos que constituem constrangimentos operacionais à eficiência do AHD, nomeadamente, “Insuficiência de terminais para o tráfego existente; Carência de infraestrutura para parqueamento de veículos, afetando quer passageiros (pela distância a percorrer para os terminais), quer funcionários; Carência de plataformas de estacionamento de aeronaves; Layout existente obriga a um crescimento em profundidade, não paralelo à pista; Capacidade horária do AHD está sem folgas para acomodar qualquer imprevisto; A única pista do AHD não tem saídas rápidas adequadas, atualmente só é permitida a velocidade de 30 Nós, o que penaliza o tempo de ocupação de pista; a Torre de Controle do AHD está antiquada, oferece dificuldades de acomodação adequada das novas tecnologias, e tem limites de visibilidade para certas zonas do aeroporto”.
Assim, refere a CTI, o foco das intervenções no AHD deve ser orientado para “soluções de novas infraestruturas com implementação no curto-prazo, expeditas e não limitativas da operação corrente, bem como para soluções de otimização operacional que promovam a eficiência do uso da capacidade instalada”.
Dadas as condicionantes, e apesar de considerar que a Base Aérea de Beja, nas condições atuais de acessibilidade, “não pode ser uma alternativa comercial para gestão das pontas de tráfego de passageiros do AHD e do Aeroporto de Faro”, a CTI diz que a infraestrutura no Alentejo “pode ser considerada para acolher operações exclusivas de carga e de charters não regulares, libertando espaços do AHD”.
Assim, a CTI conclui que a decisão e aceleração de uma primeira fase de um novo aeroporto “assume um carácter de urgência, que se materializa no spillage decorrente da atual situação de congestionamento do AHD, que poderá ser reduzido com as ações propostas, mas não eliminado”.
Certo é que a análise da CTI estima em que a 1.ª fase do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) possa, “no limite, não estar em operação em menos de 10 anos, embora seja possível considerar um período mais reduzido entre cinco a sete anos dependendo da opção estratégica que vier a ser selecionada e da celeridade dos inerentes processos de contratação pública”.