CTP diz que TAP está em “autogestão” e teme que aeroporto de Lisboa não aguente o verão
Em entrevista à TSF/Dinheiro Vivo, Francisco Calheiros, presidente da CTP, mostra-se preocupado com o atraso na substituição da liderança da TAP e teme problemas no aeroporto de Lisboa no verão, uma vez que a capacidade da infraestrutura “não estica”.
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O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, lamenta que, com a demissão da CEO Christine Ourmières-Widener, a TAP esteja em “autogestão”, o que tem motivado várias reclamações de associados da CTP, que está ainda preocupada com o facto do aeroporto de Lisboa não ter capacidade para o aumento de passageiros que se espera no verão.
Numa entrevista à TSF/Dinheiro Vivo, Francisco Calheiros afirmou que, “neste momento, a TAP está em autogestão”, uma vez que Christine Ourmières-Widener foi demitida no início de março e Luís Rodrigues, que será o seu sucessor, ainda não entrou em funções.
Este atraso na substituição da liderança da TAP, denuncia o presidente da CTP, tem levado a situações “inacreditáveis” na companhia aérea, nomeadamente ao nível dos voos e do descanso de pessoal, que têm mesmo motivado reclamações de associados da CTP.
“Temos uma presidente demissionária que ainda continua e temos um presidente que ainda não entrou. Não é a melhor altura para que isto esteja a acontecer”, considerou Francisco Calheiros.
Depois de se confessar um “fã da TAP”, o presidente da CTP afirmou, contudo, que “a gestão de uma companhia aérea é algo de muito complicado” e que “já se fez muito mal à TAP no passado”, a exemplo da privatização e nacionalização da transportadora que aconteceram num curto espaço de tempo, pelo que, defende o responsável, nesta altura, a TAP precisa é “de paz”.
“Já foi pública, já foi privatizada, já foi nacionalizada outra vez, mas o que a TAP precisa é de paz. E se é uma empresa extremamente complicada de gerir, não faz sentido neste momento não haver um CEO. Tem de haver uma pessoa responsável, mas não há CEO e já não é só há uma semana”, lamentou Francisco Calheiros.
O presidente da CTP mostrou-se ainda preocupado com a atual situação do aeroporto de Lisboa, cuja capacidade “não estica”, motivo pelo qual Francisco Calheiros antecipa que o próximo verão venha a ser marcado por problemas na infraestrutura aeroportuária.
“Claro que sim, o aeroporto não estica. É evidente, prevendo que tenhamos um verão tão bom como tivemos o ano passado, a realidade é que vai ser um problema. O crescimento no primeiro trimestre, no verão não será possível. Não porque não haja mais turistas a quererem vir, mas porque não temos capacidade para ter mais slots”, afirmou.
A CTP, acrescentou o responsável, já apresentou “muitas soluções” para a questão do aeroporto, mas hoje só quer que exista uma decisão sobre a localização do novo aeroporto, que continua a acreditar que possa chegar antes do final do ano.
“Não temos dúvidas de que antes do fim do ano sairá dali alguma conclusão. Vamos ter uma solução, mas a decisão é sempre política, portanto, se a decisão é sempre política, porque é que vamos continuar a discutir Beja, Alverca, Santarém ou Alcochete? Era um grande feito que este Governo podia fazer pelo país e um de que ninguém nunca mais se esqueceria, ser o Governo que decidiu o novo aeroporto de Lisboa”, afirmou.