Regresso do turismo proporcionou melhor performance dos negócios em 2022
O REDUNIQ Insights, relatório da REDUNIQ que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país, apurou que a faturação por cartões estrangeiros disparou para mais 101% face a 2021.
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O regresso do turismo proporcionou uma “melhor performance dos negócios” em 2022, que registou um crescimento de 33%, tendo a faturação por cartões estrangeiros disparado para mais 101% quando comparado com os valores de 2021, apurou o REDUNIQ Insights, relatório da REDUNIQ que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país.
De acordo com o relatório, “depois de dois anos (2020 e 2021) fortemente impactados pela pandemia, o acquirer português revela que o consumo originado por cartões nacionais cresceu 23% em comparação com o período homólogo”.
Foi, no entanto, “o regresso dos turistas estrangeiros a Portugal que proporcionou uma melhor performance dos negócios, tendo a faturação por cartões estrangeiros disparado para mais 101% quando comparado com os valores de 2021”.
“Deste grupo, o destaque vai para os franceses, que representam a maior fatia do consumo estrangeiro em Portugal (14% do total da faturação estrangeira), seguidos pelo Reino Unido (13%), Estados Unidos (10%), Irlanda (9%) e Espanha (7%)”, aponta o relatório, que lembra que, entre 2019 e 2022, “existiu uma redução da expressão dos turistas ingleses (em parte por força do BREXIT) e alemães (impactados pela crise energética interna) em território nacional”.
O REDUNIQ Insights diz também que, no primeiro semestre de 2022, se registou um “impressionante crescimento da faturação da REDUNIQ de 45% face ao período homólogo”, o que se deve ao facto de, nos primeiros seis meses de 2021, ter existido um “significativo impacto da pandemia na contração do consumo”.
“Já os números do segundo semestre mostram que o abrandamento expectável do consumo não se verificou, apesar da inflação e da subida de taxas de juro. Contudo, houve uma desaceleração dos ritmos de crescimento face a 2021”, lê-se ainda no comunicado que acompanha o relatório.
Já o verão, acrescenta o documento, “ficou marcado pela quase total recuperação da atividade turística face ao período pré-pandemia”, o que se traduziu num aumento de mais de 30% na faturação total face a 2021, tendo o Natal ficado ainda marcado por um “aumento de 25% da faturação”, enquanto o gasto médio foi de 231 euros, valor que compara com os 207 euros apurados em 2021 e que, em parte, se deve ao efeito da inflação.
Também o contactless terminou o ano passado a atingir valores históricos, com o relatório a indicar que cerca de 75% das transações em Portugal foram efetuadas através desta tecnologia.
“Se tivermos em consideração que, em 2019, o contactless representava apenas 16% do peso das transações, conseguimos chegar à conclusão de que os meios de pagamentos digitais não só vieram para ficar, como continuarão a crescer. A mudança do perfil de consumo dos portugueses, muito impulsionada pelas restrições impostas durante a pandemia, está particularmente alinhada com esta retoma à normalidade, marcada, mesmo perante um período assinalado por relevantes complexidades macroeconómicas, por aumentos da faturação dos negócios, ou pelo menos das formas de pagamento, caindo muito o dinheiro físico e substituído pelo digital/cartões”, afirma Tiago Oom, Chief Commercial Officer da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights.
Para 2023, as perspectivas são, no entanto, de que o cenário possa ser “ligeiramente diferente”, não só devido ao “impacto da inflação e da subida das taxas de juro”, mas também da “própria desaceleração dos ritmos de crescimento da economia identificados no segundo semestre de 2022 face a 2021”.
Por regiões, em Lisboa, Beja, Guarda e Vila Real foram apurados valores de faturação superiores a 2021, com crescimentos de 26%, 24%, 24% e 23% respetivamente, o que é justificado “pela normalização da realidade da vida dos portugueses depois de um período pandémico”.
Já o consumo estrangeiro por regiões apresentou uma variação mais significativa, com o destaque a ir para Lisboa, Açores, Porto e Madeira, que apresentaram aumentos de faturação de 134%, 117%, 116% e 99%, respetivamente.
O turismo foi, no entanto, um forte contributo para o crescimento registado em Faro (44%), Madeira (42%), Lisboa (41%), Açores (34%), e Porto (31%), com o relatório a sublinhar que os “distritos que mais cresceram de um ano para o outro foram justamente as regiões mais turísticas”.
O relatório diz ainda que, por setor de atividade, as categorias que apresentaram maior crescimento no ano passado foram aquelas que, no decurso de 2021, sobretudo no primeiro semestre, “ainda foram fortemente impactadas pela pandemia”, com destaque para a Hotelaria e Atividades Turísticas (102%), mas também para a Restauração (71%) e as Perfumarias (45%)
Por outro lado, acrescenta o relatório, os setores que mais cresceram durante a pandemia foram os que menos cresceram em 2022, a exemplo dos Hiper&Supers (18%), a Saúde (11%) e os Eletrodomésticos & Tecnologia (4%).
Analisando o valor da compra média em cada um destes setores, indica ainda o REDUNIQ Insights, o destaque vai para a Hotelaria & Atividades Turísticas, que apresenta o valor mais elevado (144€), seguindo-se os Acessórios de Automóveis e Oficinas (119€) e os Eletrodomésticos &Tecnologia (118€).