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“A ideia de qualificar a experiência é hoje um objetivo global”

Em final de mandato, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal, falou com o Publituris durante a FITUR 2023. Considerado “decisivo” para a região Centro, o mercado espanhol não é visto como concorrente, mas como um todo da Ibéria. A consolidação dar-se-á com o mercado doméstico, mas também com mercado emergentes e, fundamentalmente, com o crescimento dos EUA e a reabertura da Ásia. No final, é a “marca Centro de Portugal” que importa e que Pedro Machado deixa como legado.

Victor Jorge
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“A ideia de qualificar a experiência é hoje um objetivo global”

Em final de mandato, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal, falou com o Publituris durante a FITUR 2023. Considerado “decisivo” para a região Centro, o mercado espanhol não é visto como concorrente, mas como um todo da Ibéria. A consolidação dar-se-á com o mercado doméstico, mas também com mercado emergentes e, fundamentalmente, com o crescimento dos EUA e a reabertura da Ásia. No final, é a “marca Centro de Portugal” que importa e que Pedro Machado deixa como legado.

Victor Jorge
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Depois de no início do ano ter afirmado que 2022 foi um ano “francamente positivo” para a região do Centro de Portugal, o Publituris esteve à conversa com Pedro Machado na FITUR 2023. O presidente da Turismo do Centro de Portugal admite que foi o mercado doméstico que permitiu recuperar para números de 2019, salientando que o grande desafio que a região tem frente passa pela “qualificação da experiência” e “consolidar aquilo que já foi feito”. De olhos postos em Espanha, mas não só, Pedro Machado frisa que o território “é absolutamente crítico” e considera ser fundamental “atrair mais investimento qualificado que nos permita manter esta leva de diferenciação da nossa oferta instalada”.

No início do ano fez um balanço relativamente a 2022 e perspetivou este ano de 2023, referindo que, relativamente ao ano passado, este foi “francamente positivo”. Os últimos dados do INE colocam a região do Centro basicamente senão acima dos números de 2019. Como atingiram estes números?
Primeiro, houve e há um trabalho de estruturação de produto que nos permite alargar a nossa oferta, sair dos produtos turísticos mais convencionais e, nalguns casos, com procura mais massificada para uma aposta crescente em novos segmentos, em novos nichos de mercado. Um turismo mais associado à natureza, um turismo mais ativo, mais ligado aos vinhos, mais ligado à arte urbana, mais ligado àquilo que, no fundo, são outras grandes tendências que o mercado nos está a pedir e que vem culminar um período de consolidação e confirmação daquilo que tinha sido a expectativa criada que era os espaços, destinos, marcas, territórios em que a segurança e a saúde são prioridade. E o Centro de Portugal tem essas características.

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Responderam a uma tendência. Portanto, foram reativos ou também foram, de certa forma, proativos.
Reativos no que diz respeito à consolidação de produtos turísticos que já vínhamos a trabalhar e que estavam dentro do Plano Estratégico Nacional para o Turismo, o turismo de natureza, o turismo ativo. Proactivos na capacidade de podermos oferecer àqueles que queriam estes produtos complementaridades, o turismo religioso, a arte urbana, o enoturismo, o ecoturismo, que sabemos que são hoje prioridades absolutas para quem viaja, o Centro de Portugal tem essas características.

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Em segundo lugar, consolidação e crescimento do mercado interno. Estas dormidas que citámos estarem em linha com 2019 e superar 2019, estão muito na consolidação do mercado nacional, do mercado doméstico. Ainda não recuperámos totalmente o mercado externo, nomeadamente o mercado de longa distância. Quando pensamos Fátima, cuja dependência substantiva da Coreia do Sul, da China, das Filipinas, da Tailândia, do Vietname, de todos esses países do Oriente, ainda não estão a reconquistados e, portanto, a consolidação e o crescimento faz-se, essencialmente, através do mercado interno, do crescimento e da sustentação do mercado interno e do alargamento para novos mercados. O caso dos Estados Unidos, o caso do Canadá, que têm hoje muito mais dormidas do que tinham em 2019, comparativamente, e que nos ajudam a compensar ainda a falta dos mercados brasileiro e dos mercados chineses.

O turismo massificado já não era e não é um problema em Portugal

A força do mercado doméstico
Os residentes tiveram melhor performance do que os não residentes?
O mercado doméstico cresce acima de 2019, é o mercado doméstico interno que nos permite recuperar 2019, e são mercados emergentes, mercados em crescimento como o caso dos Estados Unidos, do Canadá e outros que nos ajudam a recuperar o mercado internacional e a compensar ainda aquela não recuperação dos mercados asiáticos.

Mais quais são os mercados chave neste momento?
Neste momento o Centro de Portugal tem no seu Top 5, Espanha e, por isso, a nossa aposta estruturada, consolidada na FITUR de Madrid, e, depois, num conjunto de ações que desenvolvemos ao longo do ano noutras feiras de Espanha. A seguir temos a França, não podemos escamotear que França, Espanha e Itália foram, durante muitos anos, os três mercados tradicionais. Em 2019, o Brasil destrona a Itália e passámos a ter Espanha, França, Brasil e depois a Itália. E em 2022 percebemos que há mercados que estão entre o quinto e o sexto lugar, como é o caso dos mercados dos Estados Unidos e de outros mercados. Portanto, significa que neste Top 5, hoje, podemos dizer que Espanha, França, Brasil, Estados Unidos, Itália são os nossos mercados prioritários.

E espera alguma flutuação ou variação para 2023?
Espero e por duas ordens de razão. Se virmos as projeções para 2023, temos na Europa dois países com crescimento francamente positivo: a Irlanda e a Noruega. Não são mercados muito decisivos para o Centro Portugal. Temos muitos mercados com crescimento até os 1%, onde estão a Espanha, a França, e temos mercados, como é o caso da Índia, com 6% de crescimento, ou caso da China, com 4% de projeção de evolução, que nos vão abrir portas novas. Não tenho nenhuma dúvida sobre isso.

Portanto, a ideia de procurarmos hoje mercados de crescimento consolidados, mercados emergentes, apostarmos mais nos mercados emergentes como, por exemplo, o caso da China, têm uma forte relação com produtos como aqueles que nós temos, como é o turismo cultural e o turismo religioso.

Os desafios
Vou citá-lo novamente relativamente às perspetivas do ano turístico 2023, em que afirmou que “o tecido económico está em franca recuperação e a preparar-se devidamente para os desafios 2023”. Que desafios são esses?
Essencialmente, qualificação da experiência. É o grande desafio que temos pela frente, nós destino e os agentes económicos. A ideia de qualificar a experiência é hoje um objetivo global, porque qualificar a experiência significa sermos capazes de respeitar uma agenda que é incontornável da sustentabilidade, a eco agenda. Não é um desafio, é uma condição. Portanto, nós percebemos que, do ponto de vista da estruturação dos mercados e, sobretudo, da preferência dos consumidores, é decisivo destinos cuja experiência seja amiga do ambiente, que trabalhe a descarbonização, que diminua a pegada ecológica, que tenha a economia circular. Estes aspetos estão, hoje, na panóplia da preferência dos grandes mercados e dos mercados internacionais.

O segundo grande desafio é crescer em valor E crescer em valor significa que a qualificação da experiência deve, em primeiro lugar, satisfazer quem nos visita; em segundo lugar, somar, subir o valor pago para acabarmos também, de uma vez por todas, com aquela perceção que existe, que somos um país muito simpático, bom clima, boa gastronomia, grande hospitalidade, relativamente barato.

Nós vamos ter que deixar essa condição para termos uma economia verdadeiramente sustentável. Não é apenas sustentável do ponto de vista ambiental, também é do ponto de vista económico.

Qualificar a experiência e crescer em valor, esses são, para mim, os dois grandes desafios.

O território é absolutamente crítico

Em 2021 e 2022, foi possível ver, ouvir, ler várias, várias campanhas do Centro de Portugal. De certa forma, os resultados que o Turismo do Centro obteve, em 2022, foram fruto dessas campanhas?
Temos três indicadores fortes que nos permitem, nuns casos, podermos de alguma forma estimar o resultado, noutros casos, mensurar. Mensuramos nas dormidas reais, mensuramos nos rendimentos que temos e, objetivamente, o Centro de Portugal cresce em 2022. O país cresce, o Centro de Portugal também cresce, cresce substantivamente em rendimento, sobretudo.

Depois temos um crescimento da perceção da marca e essa perceção da marca é muito avaliada naquilo que são as preferências daqueles que escolhem o Centro Portugal para virem passar as suas férias. Vimos isso no mercado interno, vimos isso com novos mercados emergentes. Portanto, o que significa que nós, de alguma forma, o investimento que fizemos nas várias mensagens de campanhas ininterruptas. E aqui o Centro de Portugal, tem, diria, duas diferenças, grosso modo, comparativamente com aquilo que eu vejo noutras regiões. Nós estabilizamos o nosso processo de comunicação de 1 de janeiro a 31 de dezembro, ou seja, quando lançamos a primeira campanha a 1 de janeiro, já sabemos o que é que vamos fazer durante os 12 meses do ano e como é que vamos terminar o ano com as mesmas campanhas, havendo um fio condutor.

Portanto, não estão à espera do resultado de uma campanha para começar outra?
Este ano a campanha tinha a assinatura “Um destino e tanto”, tanto mar, tanta natureza, tanta gastronomia, tanta saúde, tanto bem-estar, tanto para visitar. Portanto, nós somos coerentes e consistentes no nosso processo de comunicação, porque achamos que é esse o caminho. Em segundo lugar, porque isso permite dar previsibilidade também aos nossos operadores. A ideia de que os nossos operadores, os nossos empresários, os nossos responsáveis, os nossos stakeholders do turismo, sabem que têm, da parte da Turismo Centro de Portugal, uma previsibilidade sobre o planeamento dos eventos, o planeamento dos certames e um planeamento da comunicação.

Pedro Machado com o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, e secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, na FITUR 2023

E para 2023 está pensada alguma nova campanha?
Em 2023, queremos, naturalmente, consolidar aquilo que já foi feito. Esse é um processo ininterrupto que todos os anos seguimos e a equipa tem instruções muito claras para isso. O nosso processo de comunicação implica consolidação. Portanto, não temos saltos qualitativos na nossa comunicação, nem temos saltos qualitativos naquilo que é o discurso e narrativa da Turismo Centro de Portugal.

O que é que nós fazemos? Procuramos consolidar aquilo que já é conhecido e trazermos algumas novidades.

Quais as apostas para 2023 e porque viemos a Madrid e estaremos em Düsseldorf [feira BOOT]? Uma fortíssima aproximação ao produto Mar. A ideia de reforçarmos a nossa relação com o mar, a ideia das nossas rotas turísticas e as nossas estâncias náuticas terem aqui um papel de cumulativo em relação àquilo que é a oferta dos anos transatos. Arte, Cultura, Aveiro é cidade capital portuguesa da Cultura 2024. Nós vamos trazer camadas novas para aquele processo que consolidou em 2022 e que, consideramos nós, tem as condições necessárias para permitir continuar o crescimento em 2023.

Estruturar a oferta
Falou na estruturação da oferta, passando pelo turismo industrial, por exemplo, pelo ecoturismo, pelo enoturismo, turismo religioso, a arte urbana, entre outros. Sem essa (re)estruturação e essa diversificação seria possível ter recuperado da mesma forma em 2022?
É difícil de avaliar com base em projeções. Aquilo que nós sentimos é, ponto 1, o mercado espanhol. Nós sabemos que o mercado espanhol tem quatro grandes preferências sobre Portugal: a gastronomia e os vinhos, a nossa cultura e a nossa história, a nossa hospitalidade e a nossa natureza. É claríssimo para nós e para os espanhóis que estes quatro itens, estes quatro segmentos, estas quatro ofertas turísticas, são ofertas que consolidam o mercado espanhol. Mas o mercado asiático, por exemplo, a nossa relação com a Coreia do Sul, a nossa relação com a China, com a Tailândia, com o Vietname, com as Filipinas, é uma relação na área do turismo religioso.

Por isso, procuramos consolidar a nossa oferta em turismo religioso. Mas também sabemos, por exemplo, que os nómadas digitais e outros segmentos da procura hoje querem produtos diferentes. Aquilo que é, no fundo, o nosso expertise, partindo de uma boa base que a Turismo Centro de Portugal construiu o seu observatório dinâmico, é um observatório que liga os seis Institutos Politécnicos às três Universidades e muitas das empresas do Centro de Portugal, no sentido de perceber estas tendências, perceber as características de quem nos está a visitar e sermos capazes de responder a isso.

Mas o mercado está mais segmentado?
Do meu ponto de vista, sim. Nota se que nós hoje temos mais mercados de nicho. O turismo massificado já não era e não é um problema em Portugal. Acho que é uma falsa questão. Discutir Portugal como um destino de turismo massificado é uma falsa questão. Existem, de facto, destinos que têm uma fortíssima procura muito associada, por exemplo, ao turismo das city breaks, ao turismo urbano nalguns pontos do país, mas esmagadoramente não é essa a tendência de Portugal. Portugal tem muito para crescer.

O que é que me parece? Quando nós hoje olhamos para as três gerações que em 2030 vão ter 50 anos, a geração X, a geração Y, a geração Z, estas gerações têm preferências distintas daquelas que nós oferecemos nos últimos 20 anos. Estas gerações estão disponíveis para alterar o seu destino de férias se a proposta de valor for amiga do ambiente. Estão disponíveis para gastar menos na viagem e mais no destino. Estão disponíveis para terem experiências mais imersivas nas culturas locais. A questão da ética, a questão da inovação são novos problemas que existem ou novas aspirações, novas expectativas. E é para aí que nós temos que conduzir o nosso saber fazer.

E o destino tem de redefinir a estratégia para se aproximar dessas tendências?
Claramente, mas há um trabalho que não está feito, que está a ser feito, não está acabado, e que passa muito por um conjunto de novos parceiros que estão ligados à causa do turismo. Quando olhamos para as comunidades intermunicipais, os municípios e outras associações de desenvolvimento que estão hoje viradas para o turismo, percebemos que é preciso este trabalho de estruturação e, sobretudo, desta agenda global chegue também à base do território. O território é absolutamente crítico. Primeiro, porque os recursos são finitos. Segundo, porque há mais entidades e há mais organismos a fazerem promoção. E terceiro, porque nós sabemos que o cliente final importa pouco quem faz essa promoção, importa muito que tipo de produto lhe que está a ser oferecido e o disposto que está a pagar. E por isso, este trabalho tem de ser.

Quando falou das perspetivas para 2023 também falou num “novo” produtos para a Turismo do Centro de Portugal: o golfe. Está a assumir uma tendência cada vez maior?
O golfe tem duas variáveis particularmente importantes. Por um lado, há investimentos a consolidar no Centro de Portugal. Normalmente, a nossa oferta de golfe está muito concentrada na nossa região Oeste, sobretudo os campos que estão em Torres Vedras, Óbidos, mas depois também um episódio que temos em Viseu e, portanto, estes campos de golfe são, de facto, uma oferta do Centro de Portugal.

Os campos de golfe estão em crescimento, em consolidação e estão, segundo os dados que recolhemos, por exemplo, na preferência de muitos jogadores em 2023, mais do que tínhamos em 2022. À data de hoje [19 de janeiro], temos nas perspetivas de reserva de 2023 face ao período homólogo, mais reservas, o que significa que os jogadores de golfe do centro da Europa do norte da Europa estão a fugir do perímetro da insegurança e estão a procurar destinos a Sul.

E há sazonalidade nessa procura?
Sim, ainda há sazonalidade que precisamos de combater. Aliás, estaremos com a Federação de Golfe Espanhola, num evento aqui em Madrid, a reforçar a nossa ligação aos campos de golfe do Oeste, exatamente puxando e dinamizando aquilo que é uma oferta que tem tudo para crescer, porque está muito em linha com aquilo que são todas as apetências dos novos consumidores.

Espanha, mas não só
Na FITUR foi apresentada a primeira Estratégia do Turismo Transfronteiriço 2022-2024 entre Portugal e Espanha. De que forma é que a Turismo Centro de Portugal pode beneficiar desta estratégia?
Há três níveis, desde logo naquilo que é um trabalho que temos vindo a desenvolver. Começámos em 2017, a primeira apresentação na FITUR, era ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, quando lançámos o primeiro projeto de cooperação transfronteiriça Centro de Portugal, Alentejo, Extremadura. Desse projeto, desenvolvemos um conjunto significativo de ações em mercados ibérico e em mercados internacionais.

Segundo, porque esta agenda da cooperação transfronteiriça vai-nos permitir alargar este leque. Trabalhámos com o Alentejo e com a Extremadura, trabalhámos com o Porto e Norte e com a Castilha Leão e, eventualmente, também com a Galiza. Quer do ponto de vista de projetos POCTEP, quer de projetos como o NAPOCTEP, quer o que já fizemos com as Rotas Napoleónicas ou o que estamos a lançar para 2023, por exemplo, com as Rotas Gastronómicas de Carlos V.

Terceiro, porque há uma agenda, que é uma agenda que o turismo não pode ficar alheado quando pensamos a mobilidade e a acessibilidade que vai ser trabalhada nesta conferência, no nosso caso, do IC 31, é particularmente critica a nossa ligação com Moraleja. Há uma agenda do ciclo da água. Lembrar que o Douro e o Tejo nascem em Espanha e tem implicações com aquilo que é a nossa relação com Espanha num produto essencial que é a água. E Portugal, em 2021 e 2022, sofreu muito com a questão da gestão do ciclo da água. E há uma agenda da sustentabilidade dos destinos que é incontornável.

Portanto, a mobilidade, seja ao nível da ferrovia, ao nível daquilo que é a rodovia, a agenda da sustentabilidade que passa pelo ciclo da água e tem de passar, por exemplo, pela questão da gestão da floresta ou, eventualmente, o reforço da cooperação, são três eixos que estão nesta agenda da cooperação transfronteiriça.

Nós temos essa boa experiência. Lembro-me que em 2018, no nosso Fórum do Turismo Interno, o primeiro-ministro, já António Costa, veio da Feira Ibérica da Guarda diretamente para Leiria encerrar o nosso “Ver Portugal” onde já tínhamos a participação da Extremadura e de Castilha e Leão no nosso fórum. Portanto, é um trabalho de proximidade por duas ordens de razão. Primeiro, a Ibéria é um mercado muito próximo que permite usufruir de uma procura interna consolidada e substantiva ao longo dos 12 meses do ano. 10 milhões de portugueses com perto de 50 milhões de espanhóis dá um mercado extraordinário. Se somarmos os estrangeiros que entram na Península Ibérica, falamos da maior placa turística do mundo. Falamos em quase 200 milhões de consumidores.

Falta-nos continuar um caminho de consolidação e de reforço da captação de investimento

Há que trabalhar mais esse conceito ibérico e não tanto Portugal e Espanha?
Do meu ponto de vista, sim. Nós fazemo-lo com esta cooperação transfronteiriça trabalhamos muito o conceito “dois países, três regiões, um destino”.

Neste momento, acho que nada pode impedir, não é isso que nos vai, digamos, minimizar nem nos vai debilitar na nossa estratégia. Desde logo, na disputa do mercado interno, do mercado doméstico, 10 milhões de portugueses contra 50 milhões de espanhóis, teremos de ter sempre saldo positivo para Portugal.

Que importância tem o mercado espanhol?

Decisivo. O primeiro mercado absoluto para o Centro de Portugal, mais de um milhão de dormidas, turismo ao longo do ano, turismo de proximidade, turismo de valorização do interior.

E sentem um crescente interesse por parte dos operadores espanhóis relativamente ao Centro de Portugal?
É muito notório porque hoje, quando pensamos em viajar ou pensamos em fazer viagens de curta distância, Portugal é a escolha óbvia dos espanhóis. Não só o Centro, o Alentejo, Porto e Norte, também Lisboa, seguramente, e o Algarve. Nós somos países vizinhos, temos contiguidade geográfica, temos afinidade cultural, temos compreensão linguística e temos depois produto turístico. O que significa que somos o destino óbvio dos espanhóis.

Há outro fator importante a ter em conta que é Portugal deixar de ser conhecido como um destino barato. No entanto, esta conjuntura de crise económica, inflação, está a levar a um aumento de preços por parte de todos os stakeholders. Teme que isso possa prejudicar a perceção do destino Portugal ou é uma coisa que tem de acontecer e é percetível globalmente?
É conjuntural e, portanto, infelizmente para nós e para o mundo, não é apenas Portugal que está hoje limitado a ter que se confrontar com uma inflação galopante, com um problema de segurança internacional e com um cuidado acrescido no que diz respeito às medidas de precaução em relação à saúde. É global. Portanto, o mundo sabe que é assim e, por isso, Portugal continua, do meu ponto de vista, comparativamente bem posicionado e, do ponto de vista daquilo que são os preços que pratica, muito em conta com aquilo que é o poder de compra das outras economias. Quando há pouco falámos das previsões e vemos uma Índia a crescer 6%, uma China a crescer 4% e uns Estados Unidos a crescer 1%, sentimos que são economias muito fortes.

Segundo, cada vez mais um turismo alavancado num poder de compra com maior esperança de vida, o turismo sénior, e com mais elevado poder de compra. O que significa que, sendo nós como somos, um destino privilegiado pela hospitalidade, pelo clima, pela gastronomia, estamos cada vez mais em linha com um dos segmentos do futuro. O “Sénior Tourism”, no fundo, a idade dos nossos turistas, por força de uma longevidade daquilo que é hoje a constatação da vida humana, por força de essa longevidade apontar para segmentos de mercado que estão na reforma e que têm, digamos, amealhado e acumulado ao longo da sua vida, poder de compra, isso faz com que Portugal continue a ser procurado.

Pedro Machado com SETCS, Nuno Fazenda; ministro da Economia, António Costa e Silva; ministra do Turismo de Espanha, Reyes Maroto; Embaixador de Portugal em Espanha, João Mira Gomes; presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo; e presidente do TPNP, Luís Pedro Martins, no final da apresentação da Estratégia Transfronteiriça Portugal Espanha na FITUR 2023

Um Centro ligado
Falou, também, num aspeto basilar para o sucesso do turismo em Portugal que é a conectividade. As ligações existentes, neste momento, são suficientes para suportar o crescimento do turismo na região Centro?
Nós beneficiamos daquilo que são duas portas de entrada, os aeroportos do Porto e de Lisboa, e de uma ligação rodoviária através da Espanha e da França para a Europa e para o mundo. Temos hoje consciência que há companhias aéreas, ainda agora há companhias que estão a viajar para Telavive, que vão abrir dois voos semanais para o Porto, vêm muito em linha de conta com também um dos nossos produtos, que é o turismo judaico, o turismo religioso. Acredito que a data de hoje existe oferta suficiente para podermos continuar este trabalho de crescimento. Admito que, com as projeções que são publicadas, que o nosso Aeroporto Internacional de Lisboa tenha limitações no curto prazo. Julgo que é possível ainda explorar mais e melhor o nosso Aeroporto Sá Carneiro, que serve a nossa região Centro.

Agora, não podemos escamotear a ligação rodoviária e muito particularmente a ferrovia. Diria que Portugal, nesta sua ambição de um país pequeno, que aposta numa agenda da sustentabilidade, do meu ponto de vista, o investimento que está a fazer e a projeção em relação aquilo que é o aeroportuário deveria considerar em complemento, não em alternativa, em complemento, a possibilidade do desenvolvimento de uma estratégia europeia da ferrovia assente na mobilidade suave.

Os três grandes problemas estruturais estadia média, sazonalidade e rendimento são indicadores onde ainda temos muito trabalho para fazer

Quais são os maiores receios no que toca ao turismo global e, particularmente, ao turismo no Centro de Portugal?
Claramente, aquilo que são hoje os três “fantasmas da sala”. Falamos na questão da segurança e no facto de uma guerra estúpida como aquela que assistimos se prolongar no tempo.

Já se deixou de pensar na pandemia?
A pandemia, tínhamos deixado de pensar, percebemos agora com aquilo que aconteceu com a Itália, que está a acontecer com a Espanha em relação à China, não nos deve descansar. Por isso, sim, há um novo normal, sim, temos de nos habituar a viver de acordo com aquilo que são as boas regras em relação àquilo que é a prevenção e o adequado tratamento que temos que dar ao processo da pandemia. Mas não está afastada de todo.

Somada uma inflação galopante, mas a ser verdade que o Banco Central Europeu, a partir do primeiro semestre, baixe as taxas de juro, julgo que assistiremos a condições favoráveis.

O que é que falta à Turismo do Centro fazer?
Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. Falta-nos continuar um caminho de consolidação e de reforço da captação de investimento. Isto é, nós temos hoje extraordinárias condições, precisamos de atrair mais investimento qualificado que nos permita manter esta leva de diferenciação da nossa oferta instalada.

Falta-nos, de facto, tratar uma questão crítica que nos tem assolado nos últimos anos, os grandes incêndios de 2017 e 2022.

O Centro de Portugal ficou “manchado”?
Diria que ficou marcado, porque um processo de recuperação, por exemplo, da Serra da Estrela 2022 demora meses, senão um ou dois anos até, pelo menos, o coberto vegetal disfarçar aquela realidade cinzenta e negra que lá temos. Falta haver na política pública, de facto, medidas efetivas e que passam pelo cadastro da floresta, pela gestão da silvicultura, pela gestão do ciclo da água e muitos outros.

Essas são duas componentes da política pública que precisamos de continuar a trabalhar. Obviamente, eu não diria que nos falta, neste caso, é continuarmos a ter a confiança dos empresários, a resiliência e a confiança dos empresários para fazer desta região aquilo que ela já é hoje, uma aposta certa para o mercado nacional e o seu caminho de crescimento nos mercados internacionais.

Numa recente entrevista com o ministro do Turismo da Jordânia, este admitiu na forte possibilidade de se deslocar a Fátima no segundo semestre de 2023, para, de certa forma, iniciar uma colaboração mais estreita entre a região do Centro, de Fátima com a Jordânia. Como é que olha para este facto?
Fátima não foi durante muitos anos, nomeadamente pelo Turismo de Portugal, interpretada como um dos nossos produtos e marcas de grande afirmação internacional. Fátima tem hoje manifestações físicas e culturais em dezenas de países espalhados pelo Oriente e pelo Ocidente. A Coreia do Sul tem 25 milhões de católicos, a sua relação é claramente com Fátima. Os brasileiros têm uma relação extraordinária com Fátima. Por isso, é muito natural, até fruto até do trabalho que temos vindo a realizar, os workshops do Turismo Religioso de Fátima, de fevereiro-março, já são, pela nona vez, o maior workshop europeu de turismo religioso.

Percebe-se que é um segmento de mercado que está em crescimento e é, por isso, gratificante e simultaneamente desafiante que o senhor ministro da Jordânia tenha feito esta afirmação, porque vem, no fundo, ao encontro daquilo que durante anos fizemos sozinhos, que agora fazemos em conjunto e que também é uma aposta de Portugal.

Pelas contas, acaba o mandato este ano. Olhando para trás, o que é que deveria ter feito que não fez e o que é que fez que não deveria ter feito?
Ainda não é tempo de balanço, mas podemos tirar já algumas ilações. O que devia ter feito, julgo que fiz. Eventualmente, podia ter feito mais e melhor do que aquilo que eu já consegui fazer. E isso está expresso hoje numa consciência de marca que o Centro de Portugal é e que à data não era, nos números que temos vindo a atingir, seja no número de dormidas de proveitos, seja na estatística, seja na consciência da marca. Portanto, aquilo que eu devia ter feito e consegui fazer foi criar uma verdadeira consciência de marca Centro de Portugal, para dentro e para fora. Para dentro, para os agentes, para os stakeholders, para os operadores turísticos, para perceberem que estavam e estão numa região que está em crescimento, que se pode afirmar inter-pares e nalguns casos até pode ser uma região de referência do ponto de vista do mercado doméstico e do mercado internacional.

Segundo, fiz e podíamos fazer ainda mais ainda, nesta aproximação em relação aos agentes públicos que hoje tratam o turismo. A questão da ligação das comunidades intermunicipais, a questão dos municípios e dos agentes económicos, nós construímos, em 2014, o primeiro grande projeto financiado em fundos europeus chamado “Produtos Turísticos Integrados” que fez com que a região pudesse aceitar e tratar aquilo que é política pública com os interesses económicos privados e daí resultar uma equação positiva.

O que é que ainda não fui capaz de fazer e, provavelmente, não serei capaz de o concretizar? Eventualmente, sermos uma região que, do ponto de vista, sobretudo internacional, sobretudo ao nível daquilo que são os grandes mercados, à exceção de alguns segmentos de mercado, possa hoje almejar amanhã ter uma rentabilidade maior. Falta-nos aumentar o preço do rendimento, o nosso RevPAR, falta-nos conseguir ultrapassar uma sazonalidade que ainda hoje é marcante no Centro de Portugal, falta-nos aumentar uma estadia média que ainda hoje é possível melhorarmos no Centro de Portugal.

Para mim, os três grandes problemas estruturais estadia média, sazonalidade e rendimento são indicadores onde ainda temos muito trabalho para fazer.

Na recente edição do WTM Londres, o secretário-geral da OMT, considerava que os responsáveis, tanto nacionais como locais, tanto privados como públicos do turismo devem deixar um legado. Qual é o legado deixado por Pedro Machado?
A marca Centro de Portugal!

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Dicas práticas para elevar a experiência do hóspede

A experiência do hóspede está nos detalhes e na capacidade de surpreender e cuidar

Garantir uma experiência memorável aos hóspedes é essencial para qualquer estabelecimento, seja um hotel, uma pousada ou um alojamento local. A satisfação dos visitantes não depende apenas de um bom atendimento, mas também de detalhes que fazem a diferença no conforto e bem-estar. A seguir, partilhamos algumas dicas práticas para elevar a experiência do hóspede e garantir que a estadia seja inesquecível.

1. Atenção ao detalhe na decoração

A primeira impressão é crucial. O ambiente que o hóspede encontra ao chegar ao quarto pode definir a sua opinião sobre o local. Uma decoração acolhedora, com atenção aos detalhes, pode criar uma atmosfera convidativa. Aposte em cores neutras ou suaves, que transmitam tranquilidade, e certifique-se de que o quarto esteja sempre impecavelmente limpo e organizado. Um detalhe que pode fazer a diferença é a utilização de iluminação indireta e suave, que ajuda a criar um ambiente relaxante, ideal para descansar após um longo dia.

2. Conforto acima de tudo

O conforto físico do hóspede deve ser uma prioridade. Certifique-se de que a cama é confortável e que há várias opções de almofadas para diferentes preferências. Um toque adicional que pode elevar a experiência é oferecer mantas macias e aconchegantes para as noites mais frescas. Esses pequenos detalhes não passam despercebidos e mostram que o alojamento está preocupado em proporcionar o melhor conforto possível.

3. Atenção personalizada

Um dos maiores diferenciais de um bom alojamento é a atenção personalizada. Tente antecipar as necessidades dos hóspedes e ofereça serviços adaptados às suas preferências. Um exemplo simples é deixar uma nota de boas-vindas com o nome do hóspede ou perguntar previamente sobre qualquer preferência alimentar, especialmente no caso de dietas restritivas. Pequenos gestos como estes fazem com que os hóspedes se sintam valorizados e bem tratados, aumentando as chances de retorno ou recomendação.

4. Experiências locais

Oferecer aos hóspedes experiências locais autênticas pode elevar significativamente a qualidade da estadia. Recomendar passeios, restaurantes típicos ou eventos culturais da região demonstra que o estabelecimento está bem conectado com a comunidade e deseja proporcionar uma imersão no destino. Alguns estabelecimentos até oferecem parcerias com guias turísticos ou empresas locais para garantir uma experiência personalizada e única. Além disso, ter guias turísticos, mapas ou brochuras disponíveis no quarto é um gesto simples, mas que pode facilitar muito a vida do hóspede.

5. Tecnologia como aliada

A tecnologia pode ser uma excelente aliada para proporcionar uma experiência moderna e conveniente. Oferecer Wi-Fi de alta velocidade gratuito é praticamente obrigatório nos dias de hoje, mas é possível ir além. Considere a possibilidade de incluir carregadores universais nos quartos, altifalantes Bluetooth ou até tablets com informações sobre o hotel e sugestões de atividades. A chave está em garantir que a tecnologia ofereça conveniência e não se torne uma complicação, sendo intuitiva e de fácil acesso.

6. Limpeza impecável

Não há nada mais desagradável do que chegar a um alojamento e encontrar vestígios de falta de limpeza. Garanta que a limpeza dos quartos, casas de banho e áreas comuns seja feita com rigor e regularidade. O cheiro agradável e a organização dos espaços contribuem para uma sensação de bem-estar. Além disso, certifique-se de que toalhas e roupa de cama estejam sempre impecavelmente limpas e em boas condições, substituindo-as sempre que necessário.

7. Pequenos mimos que fazem a diferença

Por fim, pequenos mimos podem fazer toda a diferença na percepção do hóspede sobre o local. Ofereça garrafas de água, chá ou café de cortesia no quarto, juntamente com snacks ou frutas frescas. Outra ideia é deixar um pequeno kit de cuidados pessoais, como produtos de higiene de qualidade ou um roupão confortável, para que o hóspede se sinta em casa. Esses detalhes inesperados mostram um cuidado adicional e são sempre bem-vindos.

 

A experiência do hóspede vai além do básico; está nos detalhes e na capacidade de surpreender e cuidar. Ao seguir estas dicas práticas, pode transformar uma estadia comum numa experiência memorável, criando uma impressão duradoura e positiva. O foco deve ser sempre o bem-estar do hóspede, proporcionando conforto, personalização e atenção ao detalhe, resultando em mais satisfação e fidelização.

 

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Hotelaria

Hélder Martins mantém-se como presidente da AHETA

A AHETA elegeu os corpos sociais para o triénio 2025-2027, mantendo-se Hélder Martins como presidente.

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tagsAheta

A única lista a concorrer para os corpos sociais da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) – Lista A – que integrava todos os membros que compunham a lista apresentada em 2022, embora reforçada por mais algumas empresas em virtude da alteração de estatutos entretanto realizada, foi declarada vencedora, com a totalidade dos votos expressos, a favor.

Hélder Martins presidente reeleito, refere, em comunicado que “é de salientar, em primeiro lugar a confiança depositada pelos associados, o que muito agradecemos e a nossa promessa é de continuar a trabalhar para afirmar a AHETA como principal associação regional, na área do turismo. Numa altura em que nos deparamos com tantos desafios, temos que juntar todos os esforços no sentido de garantir a solidez das empresas para continuar a apostar na melhoria das condições dos nossos colaboradores, razão fundamental do sucesso do turismo e, por outro lado, continuar a apostar na qualidade dos empreendimentos turísticos com vista a uma melhor garantia de ‘value for money’, na perceção dos turistas.

Por seu lado, Mário Ferreira, o novo Presidente da Assembleia Geral, “espera continuidade no que se refere aos compromissos assumidos nestas e nas anteriores eleições, que nos elegeram”, apontando a conclusão da “criação do Gabinete do Associado, como meio de ouvir as empresas e ajudar a resolver os seus problemas; densificar os Gabinetes de Apoio Jurídico e Apoio ao Investimento”.

“Espero ainda que a AHETA continue a ganhar escala de representação, seja por via orgânica angariando novos associados, seja por cooperação ou agregação com entidades que concorrem para os mesmos objetivos”, frisa o novo Presidente da Assembleia Geral.

E conclui: “o Algarve, enquanto Região e Destino Turístico, tem especificidades que devem ser defendidas pelas próprias empresas, pois ninguém o irá fazer por nós. Só uma AHETA forte e representativa, como ator de peso no conjunto das instituições, poderá defender as empresas do Algarve da tentação centralista de Lisboa”.

A tomada de posse terá lugar a 20 de novembro, às 19.30 horas no Hotel Alísios, em Albufeira, presidida pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

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Destinos

Todos os olhos estão na Ásia, com destaque para a Índia

Uma recente análise da Google aponta para um forte crescimento das viagens internacionais até 2040. E se no WTM Global Travel Report, apresentado durante o WTM 2024, se aponta para 2 biliões de turistas internacionais, a análise da Google amplia esse número para 2,4 biliões.

Victor Jorge

Com a indústria das viagens a enfrentar grandes desafios nos últimos anos, com a história a demonstrar tratar-se de um setor altamente resiliente, uma recente análise da Google mostra que, mesmo defrontando acontecimentos imprevistos, as pessoas não perderam o interesse em viajar e explorar novas experiências.

No “Travel Vision 2040”, a google, juntamente com a Deloitte e players do setor das viagens, apontam para um crescimento das viagens internacionais em 60% até 2040, fixando o número de turistas internacionais nessa altura nos 2,4 biliões.

A ascensão da Índia
O panorama das viagens, em 2040, assistirá, segundo a análise publicada pela Google, à ascensão ou reforço de novos mercados de origem, indicando a Índia, China e os EUA como os mercados de crescimento mais rápidos.

O destaque vai, de resto, para os viajantes indianos, que aumentam em cinco vezes até 2040, impulsionados pelo aumento da posse de passaportes e por políticas de vistos menos rígidas. “São pessoas com conhecimentos digitais e que tomam decisões rápidas, reservando voos internacionais com um prazo médio inferior a 50 dias (por comparação, com o prazo médio global de quase 70 dias)”.

O relatório salienta, no entanto, que a diversidade linguística e cultural da Índia exige uma abordagem localizada por parte das marcas. “O país tem muitas línguas diferentes, sendo que 10 delas têm mais de 30 milhões de falantes nativos cada. E a maioria dos indianos prefere utilizar a sua língua local para pesquisar e efetuar tarefas online”, referem os autores.

Por outro lado, do globo, os EUA continuam a ser um poderoso mercado de origem nas viagens. Os viajantes norte-americanos já representam 10% da procura de todas as viagens europeias e constituem 40% de todos os viajantes não europeus na região. “Estes viajantes são extremamente conscientes da marca, com 78% dos consumidores norte-americanos dispostos a pagar mais por uma marca que conhecem”, refere a Google.

As empresas de viagens devem, por isso, concentrar-se em estabelecer – ou aumentar o conhecimento – da sua marca nestes mercados de origem emergentes e em crescimento. “Em 2040, as pessoas já devem conhecer a marca quando estão a planear as próximas férias, em vez de a descobrirem pela primeira vez”, frisa a análise.

Os novos “hotspots”
O panorama das viagens em 2040 não é apenas moldado pelo local de onde os viajantes saem, mas também pelo local para onde viajam, destaca a Google. Prevê-se, assim, que Espanha ultrapasse França como o país mais visitado do mundo – embora seja uma corrida renhida entre ambos os mercados – e que o recém-chegado México entre no top 5 dos destinos mais populares.

Contudo, os países europeus continuarão a ser um dos principais atrativos para quem vai de férias, a par da Ásia e da América do Norte.

Espera-se, também, que o Médio Oriente assista a um afluxo de viajantes, registando a taxa de crescimento anual mais elevada prevista para as chegadas entre o presente ano (2024) e 2040.

E aqui, dois mercados estão a fazer “trabalho extra” neste domínio: a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU). “O aumento do interesse da Arábia Saudita é alimentado por infraestruturas atualizadas e reformas dos vistos de entrada, impulsionadas por projetos turísticos ambiciosos”, enquanto a popularidade dos Emirados Árabes Unidos basear-se-á “na oferta de experiências de alta qualidade e de ofertas de luxo”.

Raúl González, coautor do relatório e CEO do Barceló Hotel Group para a Europa, Médio Oriente e África, explica no relatório que “as marcas, em destinos em crescimento, terão de se adaptar a diferentes tipos de viajantes”. E acrescenta: “quando as pessoas reservavam um hotel há 30 anos, queriam apenas uma cama. Atualmente, querem uma experiência personalizada e local”. Por isso, admite ainda, “é importante analisar os dados para compreender as novas expectativas dos clientes”.

A analise sobre o panorama das viagens em 2040 também mostra que a diversificação de destinos em locais já populares continuará a aumentar. “Ao elaborar a sua estratégia para o futuro, analise a forma como pode satisfazer os visitantes de diferentes países”, salienta a Google.

Informado, exploratório e envelhecido: eis o viajante do futuro
Com o surgimento de novos mercados de origem, a análise da Google divide o viajante do futuro em duas categorias distintas: “emergentes e maduros”. Os viajantes emergentes gravitam mais em torno de destinos maduros, enquanto os viajantes maduros são cada vez mais atraídos por locais fora dos circuitos habituais.

“Os viajantes emergentes – como os da Índia – procuram inicialmente mercados que sejam simultaneamente destinos de viagem estabelecidos e próximos de casa”, explica Patricia Ruiz Ramos, Senior Manager Strategy Consulting Practice da Monitor Deloitte. “É por isso que os países vizinhos verão primeiro o impacto dos viajantes emergentes. Os locais mais distantes, como os da Europa, irão sentir os efeitos à medida que o poder de compra destes viajantes aumentar.”

A análise revela, também, que ambos os tipos de viajantes são altamente informados e realizam pesquisas extensas antes das suas viagens. Não se limitam a fazer reservas, procuram confiança e segurança nas suas decisões.

“À medida que a população mundial envelhece e os indivíduos entram na reforma com melhor saúde, está a surgir um novo segmento de viajantes com necessidades e preferências distintas”, afirma Ruiz Ramos. “Isto, juntamente com o interesse crescente em experiências culturais e históricas entre os viajantes de países como o Japão e a China, representa uma oportunidade significativa para as empresas de viagens explorarem este mercado em crescimento, adaptando as suas ofertas para satisfazer as exigências específicas destes viajantes.”

E a Google deixa um recado final: “lembre-se, 2,4 mil milhões de viajantes estão à espera. O futuro das viagens pertence às marcas e destinos que estão preparados”.

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Destinos

Madeira reforça o espírito de pertença e autenticidade da marca em nova campanha

Depois da iniciativa “Vive a Madeira por inteiro” para o mercado nacional, complementada pela versão internacional “Experience Madeira for yourself”, a Associação de Promoção da Madeira lança agora uma nova campanha de Natal.

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A Madeira acaba de lançar uma Campanha de Natal, reforçando “o espírito de pertença e autenticidade da marca com um novo apelo à vivência plena do destino”.

Em 2023, o destino apresentou a iniciativa “Vive a Madeira por inteiro” para o mercado nacional, complementada pela versão internacional “Experience Madeira for yourself”. Esta campanha, ainda ativa, tem como conceito central a ideia de que o arquipélago oferece tudo o que se pode desejar num destino: montanha, mar, cultura e autenticidade, fazendo da Região um lugar para todos e durante todo o ano.

Reconhecendo que não é possível capturar toda essa experiência num simples anúncio, a Associação de Promoção da Madeira (AP-M) optou por uma abordagem “disruptiva”, admitindo que estar fisicamente na Região “é a única forma de experienciar verdadeiramente tudo o que o destino tem a oferecer”.

Para a época de Natal, o destino segue esta mesma linha de autenticidade e proximidade. “A nova campanha do próximo mês de dezembro convida a viver as festividades na ilha com intensidade, capturando o espírito do povo madeirense e o modo como o destino se transforma para as celebrações de fim de ano. Na Região, não há um copo ‘meio cheio’ ou ‘meio vazio’: a proposta é aproveitar ao máximo, vivendo cada momento por inteiro”, pode ler-se no comunicado de imprensa.

A campanha também reforça o compromisso da marca com o sentimento de pertença e comunhão – traduzido nas assinaturas “Madeira. Tão tua” e “Madeira. Belongs to all” – e destaca o posicionamento do destino como um lugar “vibrante e autêntico”, onde cada visitante encontra experiências que tocam profundamente o seu coração e o fazem sentir-se parte de algo único.

Esta nova fase da campanha de Natal reafirma o compromisso do destino em “atrair públicos diversos, fortalecendo a ligação entre a Madeira e os viajantes, especialmente em épocas de celebração”.

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Transportes

KLM com três novos destinos para 2025

A KLM acaba de anunciar a expansão da sua rede internacional, passando a voar para três novos destinos a partir de maio de 2025.

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San Diego (EUA), Georgetown (Guiana) e Hyderabad (Índia) são os três novos destinos que a KLM irá acrescentar à sua rede intercontinental com novos serviços a partir de Amsterdão.

A partir de 8 de maio de 2025, a KLM vai operar três voos diretos/semana na rota Amsterdão-San Diego (terças, quintas e domingos), num Boeing 787-9, fazendo desta a 22.ª ligação direta da KLM entre Amsterdão e a América do Norte.

A rota Amsterdão-Georgetown será operada com dois voos/semana (quartas e sábados), num Airbus 330-200, a partir de 4 de junho de 2025, com uma breve escala em Saint Martin na ida.

Já a partir de 2 de setembro, haverá três voos diretos semanais na rota Amsterdão-Hyderabad (terças, sextas e domingos), num Boeing 777-200ER, sendo esta a quarta ligação direta entre Amsterdão e a Índia.

A cidade californiana de San Diego representa “um mercado grande” e não operado pela joint-venture das companhias Air France, KLM, Delta Air Lines e Virgin Atlantic, “com um crescimento constante na última década”, refere a companhia.

Georgetown é a capital da Guiana e tem sido também um mercado “em franco crescimento nos últimos anos”.

Hyderabad é a capital do estado indiano de Telangana e é conhecida como a “capital farmacêutica da Índia”.

Estes e outros destinos podem ser alcançados a partir de Lisboa ou do Porto via hub em Amsterdão-Schiphol.

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Porto de Lisboa discute “Sustentabilidade nas Relações entre Portos e Cidades”

O Porto de Lisboa recebe a 19.ª Conferência Mundial da AIVP – Association Internationale Villes et Ports, entre os dias 27 e 30 de novembro.

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O Porto de Lisboa vai ser o anfitrião da 19.ª Conferência Mundial da AIVP – Association Internationale Villes et Ports, entre os dias 27 e 30 de novembro sob o tema “Open Piers: Steering flows between people, planet and port cities.”

A conferência da AIVP visa promover uma reflexão profunda sobre o futuro das cidades portuárias e o seu papel essencial na sustentabilidade global, realizando-se pela segunda vez em Lisboa, depois da estreia em 2004.

A conferência irá reunir especialistas, decisores e profissionais globais, para abordar os temas-chave sobre a interface entre os portos e as cidades e o papel que desempenham.

Ao logo dos quatro dias de trabalhos da 19.ª Conferência da AIVP serão discutidas as tensões geopolíticas que afetam os fluxos de carga e os impactos da transição energética nas operações portuárias, bem como as oportunidades da economia azul. Serão ainda debatidas soluções para a conservação ambiental, governança inovadora e a integração sociocultural dos portos nas suas cidades.

Igualmente em destaque estará a análise das mudanças e relação cidade-porto em resposta às alterações climáticas, bem como a integração sustentável de atividades como o turismo de cruzeiros.

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Espanha recebe 91,5 milhões de passageiros internacionais até outubro

De acordo com os dados mais recentes da Turespaña, o país vizinho recebeu entre janeiro e outubro deste ano, 91,5 passageiros internacionais nos diversos aeroportos, correspondendo a uma subida de 11,3% face aos mesmos 10 meses de 2023. De Portugal viajaram até outubro mais de três milhões de pessoas.

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Em outubro, os passageiros que chegaram a Espanha provenientes de aeroportos internacionais totalizaram quase 9,8 milhões, um aumento de +8,5% em relação ao mesmo mês de 2023.

Destes, avançam os dados divulgados pela Turespaña, 62,2% escolheram as companhias aéreas de baixo custo (LCC) para viajar, um aumento de 9,3%, enquanto os que viajaram em companhias aéreas tradicionais, somaram os restantes 37,8%, correspondendo a uma subida de 7,2% em comparação com outubro de 2023.

Os dados revelam que 57,4% do número total de passageiros tiveram origem na União Europeia, com um aumento de 8%, enquanto o fluxo proveniente do resto do mundo, que representou os restantes 42,6%, registou um aumento de 9,1%.

Na diversificação de mercados, destaca-se o bom desempenho da maioria dos países da América Latina, Canadá, China e Emirados Árabes Unidos.

O Reino Unido, com 2,1 milhões de passageiros internacionais, gerou 21,9% do fluxo total de chegadas a Espanha em outubro, registando um aumento homólogo de 6,3%, que teve impacto em todas as principais Comunidades Autónomas. As Ilhas Canárias foram as grandes beneficiárias com mais de 42.000 passageiros adicionais neste mês. As Ilhas Baleares e Valência foram também grandes beneficiárias, mas em menor escala, com mais de 25.000 chegadas adicionais de origem britânica. 82,1% dos passageiros britânicos voaram em low cost, sendo o Reino Unido o líder nas chegadas nestas companhias, representando 28,9% do total e refletindo um aumento homólogo de 6,1%. O aumento nas companhias aéreas tradicionais foi ligeiramente superior, com +7,1%.

Da Alemanha voaram para Espanha 1,5 milhões de passageiros (15,2% do total), com um aumento homólogo de 9,8%. Os principais destinos foram as Ilhas Baleares (42,7%), com um aumento de 13,1%. Todas as outras regiões, exceto a “Espanha Verde” (País Basco, Cantábria, Astúrias e Galiza), apresentaram uma evolução positiva, com o aumento mais moderado na Comunidade de Madrid, de +3,3%, e o mais intenso na Andaluzia, de +16,8%.

46,8% dos passageiros alemães viajaram em companhias aéreas tradicionais, sendo o mercado líder em termos de chegadas nestas companhias, com uma quota de 18,8% do total, e um aumento de 8,1% este mês. Os restantes 53,2% viajaram em low cost e registaram um crescimento homólogo de 11,3%.

Portugal foi o sétimo país no ranking de passageiros chegados aos aeroportos espanhóis, totalizando um pouco mais de 310 mil, correspondendo a uma subida de 0,2% face a outubro de 2023.

Estados Unidos da América (EUA)e Polónia foram os países que mais cresceram no número de passageiros nos aeroportos espanhóis. Enquanto dos EUA entraram 228 mil passageiros (+14,1%) da Polónia chegaram 220 mil, com um aumento de 30,7% face ao 10.º mês de 2023.

As seis principais Comunidades Autónomas representaram 97% do total de chegadas, tendo todas registado aumentos. A Andaluzia registou o maior aumento anual, de 11,4%, com Madrid a registar o aumento mais moderado, com um só dígito (+7,5%).

Este mês, Madrid foi a cidade que recebeu mais passageiros internacionais, com cerca de 2,1 milhões (21,5% do total) e, além disso, entre as companhias aéreas tradicionais, liderou a quota de chegadas, com 44,1% do total. Entre as low cost, a Catalunha e as Ilhas Baleares registaram o maior número de chegadas de passageiros, com mais de um milhão.

Domínio low cost
Já no acumulado do ano – janeiro a outubro – Espanha recebeu 91,5 milhões de passageiros internacionais, correspondendo a um aumento de 11,3% em comparação com o mesmo período de 2023. Este valor representa um acréscimo de 9,3 milhões de chegadas internacionais, sendo as low cost responsáveis por 6,1 milhões deste aumento.

De resto, as low cost contabilizaram perto de 56 milhões de passageiros transportados para Espanha (+12,3%), enquanto as companhias tradicionais transportaram os restantes 35,5 milhões de passageiros (+9,9%).

Nestes 10 meses de 2024, o Reino Unido contabilizou mais de 20 milhões de passageiros (+7,8%), representando 22,2% de todos os passageiros chegados a Espanha, seguindo-se a Alemanha com 12,8 milhões (+10%) e Itália com 8,8 milhões (+14,8%).

Portugal surge com um crescimento de 3,2% face aos 10 meses de 2023, totalizando 3,1 milhões de passageiros.

Também aqui, os maiores crescimentos foram registados pelos EUA (2,3 milhões, +17,1%) e Polónia (2,2 milhões, +49,2%).

No que diz respeito aos aeroportos com maior fluxo, destaque para o Adolfo Suárez Madrid-Barajas com 20,5 milhões de passageiros nestes 10 meses de 2024 (+11,4%), seguindo-se Barcelona com 17,4 milhões (+13,4%) e Palma de Maiorca com 11,7 milhões (+7,7%).

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Explora I faz escala inaugural no Funchal

O Explora I, da Explora Journeys, marca de luxo do MSC Group, realizou o Evento de Escala Inaugural no Terminal de Cruzeiros do Funchal.

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O Terminal de Cruzeiros do Funchal recebeu o Evento de Escala Inaugural do Explora I, naquela que foi a primeira escala do navio na Madeira, e onde foram apresentadas as principais novidades da marca Explora Journeys, com destaque para os itinerários que o Explora I e Explora II irão realizar este Inverno.

Esta é a segunda vez, no espaço de um mês, que a Explora Journeys marca presença no Funchal, depois de o Explora II ter escalado no Terminal de Cruzeiros do Funchal, no passado 8 de novembro.

Até ao final do mês, o Explora I vai ainda escalar em Lisboa, no próximo dia 25 de novembro, sendo também a segunda escala de um navio da Explora Journeys num curto espaço de tempo na cidade lisboeta, demonstrando a forte aposta que está a ser feita pela Explora Journeys no mercado português, uma vez que, no final do mês de novembro, os dois navios da frota que se encontram a navegar já terão realizado escalas em Lisboa e no Funchal.

O Explora I, o primeiro navio da Explora Journeys, a marca de luxo do MSC Group, foi inaugurado em outubro de 2023, em Nova Iorque, EUA, e conta com 461 suites, penthouses e residências de frente para o mar, seis restaurantes, 12 bares e lounges interiores e exteriores, quatro piscinas, extensos decks exteriores com cabanas privadas e cerca de 1.000 metros quadrados de instalações de bem-estar e fitness.

Em colaboração com os principais designers de super iates e de hospitalidade, todos os aspetos do novo navio foram concebidos para evocar um “Ocean State of Mind” para refletir a abordagem de luxo da Explora Journeys, sendo que este navio incorpora uma fusão de precisão suíça elegante e artesanato europeu moderno.

No que à sustentabilidade diz respeito, todos os navios da Explora Journeys estarão equipados com as mais recentes tecnologias ambientais e marítimas, incluindo a tecnologia de redução catalítica seletiva, conetividade de ligação à terra, sistemas de gestão do ruído subaquático para ajudar a proteger a vida marinha e uma gama completa de equipamento de bordo eficiente em termos energéticos para otimizar a utilização do motor e reduzir ainda mais as emissões.

De referir que o Explora I e Explora II serão reposicionados nas Caraíbas para a temporada de Inverno, destacando-se destinos como Gustavia em St. Barts, Oranjestad em Aruba e St. John’s em Antígua.

No Verão de 2025, o Explora II navegará no Mediterrâneo Ocidental visitando portos como Barcelona, em Espanha, St.Tropez, em França, Monte Carlo e Porto Cervo em Itália.

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Aviação

TAP com lucros no 3.º trimestre e no acumulado do ano, mas abaixo dos resultados de 2023

A TAP Air Portugal registou lucros de 117,8 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, ficando 34,8% abaixo do registado no mesmo período de 2023, apontando as “perdas cambiais” como principal fator. No acumulado do ano, os lucros somam 118,2 milhões de euros.

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01A TAP Air Portugal alcançou um resultado líquido de 117,8 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, correspondendo a menos 34,8% face aos 180,5 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2023. Esta diminuição de 62,8 milhões de euros deve-se, segundo a companhia, “ao impacto de perdas cambiais” que nos três meses de 2024 foram de 22 milhões de euros, mas que no acumulado do ano já somam 39,5 milhões de euros.

No acumulado do ano (janeiro a setembro), os resultados da companhia aérea nacional indicam lucros de 118,2 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 41,9% face aos 203,5 milhões de euros alcançados em período homólogo de 2023.

No que diz respeito às receitas operacionais, a TAP cresceu 2%, passando e 1.258,5 milhões de euros para 1.284,1 milhões de euros, significando um aumento de 25,6 milhões de euros.

No acumulado do ano, o aumento das receitas operacionais é ligeiramente superior, cifrando-se nos 2,8%, o que significa que se passou de 3.164,7 milhões de euros para 3.252,6 milhões de euros, correspondendo a mais 87,9 milhões de euros.

Com as receitas provenientes dos passageiros a aumentar 0,5% no 3.º trimestre, passando de 1.181,3 milhões de euros para 1.187,5 milhões de euros (+6,2 milhões de euros), a grande subida deu-se na manutenção, onde a TAP cresceu 48% no 3.º trimestre e 39,8% no acumulado do ano. Assim, as receitas provenientes desta alinha passaram de 32,9 milhões de euros para 48,7 milhões de euros no 3.º trimestre, enquanto no acumulado do ano passou de 118,4 milhões para 165,5 milhões de euros.

Mas se as receitas operacionais registaram um crescimento, também os gastos operacionais aumentaram, totalizando 1.056,9 milhões de euros no trimestre em análise (+6,5%) e 2.914,5 milhões (+4,4%) no acumulado do ano.

Nos gastos operacionais, a TAP viu as despesas com combustíveis aumentar em 2% no 3.º trimestre, passando de 285,4 milhões de euros para 291,2 milhões de euros, mais baixou em 2,4% esta despesa no acumulado do ano, passando de 828,2 milhões de euros para 808,3 milhões de euros.

O EBITDA recorrente totalizou 372 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, representando uma margem de 29%, diminuiu em 18,7 milhões de euros (-4,8%) em comparação com o 3.º trimestre do exercício anterior. O EBIT recorrente diminuiu em 37,7 milhões de euros (-13,6%) face ao 3.º trimestre de 2023, totalizando 238,6 milhões de euros, representando uma margem de 18,6%.

Quanto aos passageiros transportados no 3.º trimestre, o número ascende a 4,6 milhões, correspondendo a uma subida de 1,3% ou 60 mil face a igual período de 2023. Já no acumulado do ano, a TAP transportou 12,3 milhões de passageiros de janeiro a setembro de 2024, o que significa um aumento de 1,5% (+178 mil) que os 12,1 milhões de período homólogo de 2023.

Em comunicado, a TAP informa, também que, a 30 de setembro de 2024, o Balanço apresentava uma posição de caixa e equivalentes de caixa “robusta” no valor de 943,1 milhões de euros, um aumento de153,7 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2023.

No mesmo comunicado de imprensa, Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, afirma que estar “satisfeito com a performance no terceiro trimestre de 2024, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas. A melhoria da pontualidade e do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) e a estabilização da regularidade, confirmam uma operação mais robusta e com um melhor serviço para os nossos clientes, que se traduz em aumentos de receitas e consolidação de resultados operacionais.”

Luís Rodrigues salienta ainda que, “o sucesso na emissão de obrigações, com uma clara criação de valor para a TAP, dado a redução significativa do spread implícito, resultou de uma resposta positiva por parte dos investidores à performance financeira da empresa.”

E o presidente executivo da TAP conclui que, “apesar do atual contexto desafiante do setor, mantemo-nos focados na transformação da TAP, com o apoio das nossas pessoas e dos nossos stakeholders, numa companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria”.

Para o quarto e último trimestre de 2024, a TAP informa que “as reservas encontram-se ligeiramente acima do ano anterior, sendo expectável que compensem alguma pressão sobre as yields”.

Ainda neste mês de novembro, a companhia recorda que se concluiu “com sucesso a emissão de senior notes no valor de 400 milhões de euros, com um cupão de 5,125%, o que permite à TAP otimizar a sua estrutura financeira e cumprir com os compromissos do Plano de Reestruturação”.

Também neste 4.º trimestre, a TAP salienta que “o investimento no mercado brasileiro continua, com a abertura da nova rota para Manaus”, bem como, o investimento na modernização da frota, “com a entrega de duas novas aeronaves A320neo, em substituição de duas aeronaves da família A320ceo”, concluindo ainda que “o compromisso com o plano estratégico continuará”.

 

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Tecnologia

João Fernandes é o novo Senior Sales Manager da Sabre para Portugal

A Sabre nomeou João Fernandes como Senior Sales Manager para o mercado português, que terá como foco principal apoiar os parceiros de agências de viagens em Portugal

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A Sabre Corporation nomeou João Fernandes como Senior Sales Manager para o mercado português.

Com mais de 25 anos de experiência na indústria de viagens, João Fernandes desempenhou vários cargos de direção em empresas como a Airventure e a Consolidador.com.

Na Airventure, desempenhou o papel de Acting General Manager e no Consolidador.com como Head of Expansion and International Partnerships. Durante o seu tempo no Consolidador.com, João Fernandes foi responsável pela expansão da empresa para mercados internacionais, bem como em estabelecer parcerias estratégicas com outros players mundiais do mercado mundial de viagens.

“A tecnologia inovadora da Sabre e o seu compromisso em responder às necessidades em constante evolução da indústria de viagens fazem dela uma parceira ideal”, refere João Fernandes.

O novo Senior Sales Manager do fornecedor de software e tecnologia para a indústria global de viagens, em Portugal, diz ainda, em comunicado que, “a Sabre é, reconhecidamente, um dos principais players do mercado mundial no sector dos GDS”, afirmando-se “entusiasmado com a oportunidade de poder apoiar os nossos clientes e parceiros em Portugal, fornecendo as soluções avançadas e o conhecimento especializado de que necessitam para ter sucesso no mercado competitivo de hoje”.

Com tecnologia baseada em IA do Google e na cloud, a Sabre está posicionada para atender às necessidades específicas do mercado português, proporcionando às agências de viagens ferramentas para gerir diversas fontes de conteúdo e oferecer uma experiência mais personalizada aos viajantes.

Álvaro de Simón, Country Manager para Espanha e Portugal, salienta que “o compromisso da Sabre com uma estratégia de conteúdo multi-source, combinado com as suas capacidades avançadas de IA, coloca-nos numa posição única para responder às exigências complexas do mercado de viagens português”, admitindo que experiência de João Fernandes “irá reforçar os nossos esforços para oferecer soluções personalizadas que capacitem os nossos clientes e promovam o crescimento em toda a região.”

No seu novo cargo, João Fernandes terá como foco principal, apoiar os parceiros de agências de viagens da Sabre em Portugal, assegurando que tenham acesso às ferramentas e recursos necessários para melhorar a eficiência operacional e expandir a sua oferta de serviços.

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