Edição digital
Assine já
PUB
Turismo

Terminado 2022, que 2023 espera o turismo?

O ano de 2023 inicia-se, tal como 2022, sob o desígnio da “incerteza”. Se há um ano se iniciavam mais 365 dias com a variante Ómicron como tema, 2023 começa/continua com uma guerra, inflação crescente, subida de preços e taxas de juro em alta. Por isso, entre a certeza, a incerteza parece certa.

Victor Jorge
Turismo

Terminado 2022, que 2023 espera o turismo?

O ano de 2023 inicia-se, tal como 2022, sob o desígnio da “incerteza”. Se há um ano se iniciavam mais 365 dias com a variante Ómicron como tema, 2023 começa/continua com uma guerra, inflação crescente, subida de preços e taxas de juro em alta. Por isso, entre a certeza, a incerteza parece certa.

Victor Jorge
Sobre o autor
Victor Jorge
Artigos relacionados
Estamos de regresso em 2025
Turismo
Holiday Inn Porto Gaia entra no ano novo inspirado na Era Disco dos anos 70 e 80
Etihad Airways anuncia mudanças nos pedidos de grupos
Aviação
China Airlines compra 24 aviões à Boeing e Airbus
Aviação
Sesimbra Oceanfront Hotel convida a celebrar a passagem de ano com vista deslumbrante sobre o mar
Ilha Terceira recebe 13.º Congresso da APECATE em abril de 2025
Meeting Industry
Turkish Airlines arrecada novo recorde e torna-se na companhia aérea que voa para mais países
Aviação
Crescimento do PIB em Portugal abre boas perspetivas para 2025, diz Outlook da Mastercard
Análise
Tascaria São Rafael é o spot perfeito com clássicos modernos portugueses para um fim de ano inesquecível
Flixbus reforça operações doméstica e internacional para o Natal
Transportes

Se há um ano se pensava que “pior não pode haver”, dada a incerteza que a variante Ómicron criava em todo o mundo, impactando o setor do turismo e das viagens, 2023 não começa de forma muito diferente, embora a causa ou as causas sejam outras e diversas.

Depois de passada a “tempestade” da COVID-19, graças aos planos de vacinação colocados em marcha em (praticamente) todo o mundo, Portugal incluído, o mês de fevereiro (de 2022) trouxe algo inesperado e que mantém grande impacto na realidade económico, social e financeira de todos nós.

Mas antes de olhar para os próximos 365 dias (que neste caso já não são 365), há que olhar um pouco para trás e perceber o que representou 2022 no setor do turismo e viagens. Para Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal (TdP), 2022 foi o ano da “retoma da atividade turística, a superar, inclusive, vários registos pré-pandemia como é o caso dos proveitos com crescimentos de 14% quando comparado com mesmo período de 2019”, confirmando o que o Banco de Portugal antecipara, já no Boletim de dezembro de 2021, ou seja, um crescimento de 84,8% para 2022, valor que se aproxima das previsões estimadas para 2024.

Este crescimento não se fez sem a vinda de milhares, ou melhor, milhões de turistas, destacando Luís Araújo, em termos absolutos, entre janeiro e outubro de 2022, os 23,7 milhões de passageiros (domésticos e internacionais) processados nos aeroportos nacionais, frisando que “a capacidade área com destino a Portugal está muito próxima de 2019”, prevendo a entidade a que preside que, no último semestre de 2022, os números fiquem “acima daquele ano [2019]”.

Os sinais dos mercados continuam a ser positivos e a indiciar um crescimento do setor em 2023, Luís Araújo (Turismo de Portugal)

No que diz respeito aos mercados emissores, o presidente do TdP destaca os Estados Unidos da América (EUA), Irlanda e Itália, com aumentos acima de 2019, com maior enfoque nos EUA, cujo crescimento esteve muito perto dos 40% (38,2%).

E se é preciso ter presente que “estamos a falar do setor mais afetado pela pandemia de COVID-19”, Luís Araújo salienta que “estes dados ganham ainda significado maior”. Para terminar o ano de 2022 de forma positiva, o presidente do TdP destaca ainda “o reconhecimento de Portugal como destino de excelência celebrado ao mais alto nível” com a conquista de mais 12 ‘Óscares’ no World Travel Awards.

A recuperação das viagens é também atestada por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), salientando que “o turismo recuperou antes do que esperávamos”, confirmando que “este será o melhor ano turístico de sempre em Portugal, acima de 2019”.

De resto, os stakeholders do setor do turismo e viagens são unânimes em destacar o “ano turístico verdadeiramente excecional”, como refere Berta Cabral, secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, considerando que “era o que todos precisávamos depois de dois anos de pandemia”.

No caso dos Açores em concreto, em termos agregados, Berta Cabral admite poder vir a atingir “marcos históricos”, já que os números mostram que a região está “20% acima do melhor ano de sempre”, registando, igualmente, que “há incrementos na procura fora da época alta, com efeitos na curva de sazonalidade”, o que salienta, “é ótimo para toda a cadeia de valor”.

O turismo recuperou antes do que esperávamos, Francisco Calheiros (CTP)

Ainda nas ilhas, Eduardo Jesus, secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, frisa que 2022 foi “um ano excecional em termos dos resultados turísticos”, considerando que o ano que terminou foi “o consolidar” de uma estratégia implementada durante o período pandémico, o que o leva a referir que: “os resultados estão à vista”.

Das ilhas para o Continente, Vítor Costa, diretor-geral do Turismo de Lisboa e presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, admite que o ritmo da recuperação da atividade turística na Região de Lisboa “surpreendeu pela positiva”, já que os números pré-pandémicos só eram esperados “em 2024”. E se ao nível dos passageiros desembarcados no aeroporto da capital, hóspedes e dormidas Lisboa ainda ficou abaixo de 2019, Vítor Costa destaca “os indicadores mais qualitativos como proveitos, preço médio de quarto vendido ou RevPar”, itens onde “devemos terminar o ano cerca de 14% acima de 2019”.

Considerando, no entanto, que se verificaram “significativos aumentos de custos como mão-de-obra, energia e outros fornecimentos”, Vítor Costa estima que “a riqueza gerada pelo Turismo em Lisboa possa ter crescido entre 5% a 7%”.

Viajando até mais a Sul, Vítor Silva, presidente do Turismo do Alentejo, considera que “2022 superou as melhores expectativas”. E se em termos de proveitos 2022 será “o melhor ano de sempre”, Vítor Silva admite que “ainda nos falta recuperar totalmente alguns mercados externos”.

Alcançámos em 2022 o que esperávamos alcançar em 2023, 2024, ou mesmo 2025, e isso é extraordinário, João Fernandes (Algarve)

Continuando a viagem para Sul, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, frisa que “vindos de dois anos de pandemia e chegados a um conflito entre a Rússia e a Ucrânia, tivemos, ainda assim, um desempenho muito acima das melhores expectativas”. Isto porque “alcançámos em 2022 o que esperávamos alcançar em 2023, 2024, ou mesmo 2025, e isso é extraordinário”.

Ao centro, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, também faz um balanço “francamente positivo”, tendo a região conseguido “consolidar o crescimento do mercado interno”, sublinhando mesmo subidas de “mais de 100% em partes importantes do território”. Pedro Machado destaca ainda o facto de as empresas de atividade turística do Centro de Portugal terem conseguido “ultrapassar os obstáculos que surgiram ao longo do ano, com maior ou menor dificuldade”, reconhecendo que “o tecido económico está em franca recuperação e a preparar-se devidamente para os desafios de 2023”.

Salientado é, também, de a região ter “alargado a oferta do Centro de Portugal na estruturação de novos produtos e no fortalecimento de produtos tradicionais”, de que são exemplos o turismo industrial, o ecoturismo, o enoturismo, o turismo religioso ou a arte urbana, entre outros, admitindo Pedro Machado que esta diversificação “consagra o Centro de Portugal como destino de eleição, não só para o mercado interno, mas também para os mercados externos”.

Finalmente, o presidente da Turismo do Centro realça o reconhecimento nacional e internacional que a região obteve, em 2022, com as distinções de “Melhor Região de Turismo Nacional” nos Publituris Portugal Travel Awards, “Melhor Stand Profissional de Turismo” na BTL ou o terceiro lugar no “Concurso Internacional de Filmes de Turismo” a nível mundial, na categoria Regiões.

O tecido económico está em franca recuperação e a preparar-se devidamente para os desafios de 2023, Pedro Machado (Centro)

No campo dos Congressos, Animação Turística e Eventos, António Marques Vidal, presidente da APECATE, refere o “excelente ano”, permitindo “recuperar algumas perdas dos dois anos de pandemia”. Contudo, não deixa de referir que “o ano que agora terminou “não colmatou os prejuízos de dois anos”, mas reconhece que “permitiu consolidar o destino Portugal”.

Futuro incerto
Mas se o balanço relativamente ao ano que terminou é, unanimemente, considerado positivo, as perspectivas sobre o que aí vem requer um otimismo mais moderado. Ao longo, principalmente, do último trimestre de 2022, a palavra “incerteza” esteve presente em todos os fóruns, conferências, congressos, estudos e/ou análises e é reiteradamente destacada pelos profissionais ouvidos pelo Publituris. Assim, os tempos que correm são de grande incerteza face aos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, ao crescimento da inflação e à desaceleração da economia em termos globais, mas ainda assim, Luís Araújo diz que os sinais dos mercados “continuam a ser positivos e a indiciar um crescimento do setor em 2023, que, no espaço europeu, se estima em 9,7%”, de acordo com uma publicação da European Travel Commission (ETC), “Tourism Economics”.

Para este otimismo, o presidente do TdP refere ainda outro estudo da ETC, da qual é também presidente, e que prevê que 70% dos europeus realizem uma viagem nos próximos seis meses, o que segundo o mesmo, “são sinais que antecipam boas perspetivas”.

Para Francisco Calheiros, 2023 deverá ser um ano “dentro do que foi 2022”, embora assinale a inflação, taxas de juro e preços da energia e combustíveis como elementos que nos fazem viver na tal “conjuntura de muita incerteza”, considerando, no entanto, que “teremos de certeza em Portugal a continuação e até o reforço de uma oferta turística diversificada e de qualidade”.

O ano que agora terminou não colmatou os prejuízos de dois anos, mas permitiu consolidar o destino Portugal, António Marques Vidal (APECATE)

“Otimismo moderado”, é como Berta Cabral se refere a 2023, frisando que “as pessoas vão continuar a viajar, mas restará saber para onde, como, quando e durante quanto tempo”. Por isso, salienta, “é algo que será necessário acompanhar”. Nos Açores, no entanto, “confiamos que a proposta de valor e o posicionamento que temos vindo a trabalhar permitirão continuar o incremento da notoriedade e da atratividade do destino, com base na sustentabilidade, proximidade, aventura e genuinidade”, afirma.

Na Madeira, Eduardo Jesus reconhece que a atual conjuntura “irá inibir as viagens mais longas”. No entanto, afirma que, em 2023, “voltaremos a assegurar um dos maiores orçamentos de sempre para a promoção do destino Madeira, manteremos o trabalho que está a ser realizado em termos da Estratégia do Turismo para a Região, aprovada em 2022 e que está em vigor até 2027, e contamos concluir o processo de certificação para a sustentabilidade do destino em fevereiro de 2023”.

Se no Alentejo Vítor Silva acredita que 2023 será “um bom ano para o turismo”, apesar dos “grandes fatores de incerteza” iniciados em 2022 e que transitam para 2023, Vítor Costa diz que “não é possível prever, neste momento, o real impacto destes fatores”. Contudo, com a experiência de outras crises económicas a mostrarem que “os consumidores reduzem as viagens em caso de diminuição dos seus rendimentos”, salientando a “relação direta entre rendimentos e turismo”, Vítor Costa refere ainda os “fatores psicológicos que podem afetar especialmente mercados europeus, que representam 80% da nossa clientela”. Por isso, assinala, por exemplo, “o comportamento negativo do mercado alemão, em 2022”, que já indicia esta situação. No fundo, admite, “os europeus sabem que têm que pagar a guerra e que ela está à porta”.

Para Pedro Machado, 2023 começa com “ameaças, à semelhança do que acontece todos os anos desde 2020”, acreditando, no entanto, que 2023 “poderá ser um ano de continuidade na recuperação que se iniciou em 2021 e prosseguiu em 2022”. A “crença” de Pedro Machado está alicerçada em indicadores “muito positivos” no Centro de Portugal, dando como exemplo os campos de golfe da região que, nalguns casos, têm já pré-reservas para 2023 superiores a 2022, em valor e em número. Por isso, admite, “se Portugal fizer bom uso dos fundos comunitários disponíveis, nomeadamente se o PRR reverter para as empresas e se o novo Programa Operacional trouxer instrumentos financeiros que possam ajudar as empresas – que são o músculo da atividade turística – então acredito que 2023 será um ano com bons resultados”, termina.

As pessoas vão continuar a viajar, mas restará saber para onde, como, quando e durante quanto tempo, Berta Cabral (Açores)

“Desafiante, mas com oportunidades”. É desta forma que João Fernandes olha para o ano que agora se inicia. E se os desafios são conhecidos, as oportunidades podem, ou devem, estar na “promoção”. Até porque, considera, “sem tanta disponibilidade financeira, é expectável que os turistas optem por viagens mais curtas, devido aos custos mais elevados que representam as deslocações de longa distância”. Assim, o Sul da Europa será uma preferência entre os europeus e aqui o Algarve “pode destacar-se”, porque “somos um destino reconhecidamente seguro e oferecemos uma melhor relação qualidade/preço, fatores que poderão ser determinantes nas preferências dos turistas”, admite o presidente do Turismo do Algarve.

E para essa captação de turistas contribui a “diversificação da oferta” algarvia e o aproveitamento de fatores como o preço da energia que poderá levar ao crescimento de estadias de longa duração de “reformados, trabalhadores remotos ou nómadas digitais”.

Outro sinal positivo é a consolidação do Algarve enquanto palco de grandes eventos desportivos, com a realização, novamente, do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que é um “add-on muito interessante”. “A primeira prova do campeonato de MotoGP acontece este ano no Algarve, em finais de março, o que vai gerar certamente muito entusiasmo, e ainda estamos a tentar trazer a Fórmula 1”, reconhecendo João Fernandes que, se isso acontecer, “será obviamente um boost para este período mais exigente em termos de procura”.

Desafios a enfrentar
Por norma, incertezas trazem consigo desafios, sendo que Luís Araújo assinala que, já em janeiro, o Governo irá disponibilizar uma nova linha de apoio com uma dotação de 30 milhões de euros, que permitirá às micro-empresas financiarem-se, junto do Turismo de Portugal, com um prazo total de reembolso de seis anos.

“Inovação, formação, sustentabilidade”. Estas são as três linhas-chave que orientam a estratégia de Portugal no plano turístico e, mesmo perante um contexto muito complexo, “devemos concentrar aí as nossas atenções principais”, salienta o presidente do TdP.

Em matéria de inovação, o Programa FIT – Fostering Innovation in Tourism continuará, em 2023, a dinâmica “imparável” desde o seu lançamento, em 2016, tendo os mais de cinco milhões de euros investidos, até à data, permitido estruturar uma rede com 47 incubadoras e aceleradoras, o desenvolvimento de 69 programas de ideação, aceleração e inovação aberta envolvendo mais de mil startups e projetos tecnológicos e não tecnológicos, a participação de 56 startups nacionais em nove feiras internacionais de turismo, o investimento de cerca de 500 mil euros pela Portugal Ventures em quatro startups em 2019 e 2020, e a concretização de 11 contratos comerciais entre startups e empresas ligadas ao setor do turismo na sequência da sua participação em programas de inovação aberta em 2020 e 2021.

Os europeus sabem que têm que pagar a guerra e que ela está à porta, Vítor Costa (Lisboa)

No capítulo da formação e da valorização das profissões, Luís Araújo sublinha o programa “Formação +próxima”, de que resultam, até agora, 107 protocolos firmados com Municípios, envolvendo 128 ações e um total de 2.300 participantes.

Já quanto ao terceiro vetor estratégico, o compromisso é “acelerar o crescimento sustentável das empresas turísticas”. Lançado em 2020 e projetando-se muito para além de 2023, o “Plano Turismo +Sustentável 20-23” contribui para promover uma oferta “mais distintiva” e acelerar o crescimento sustentável das empresas do setor. “Empresas com o futuro bem presente, determinadas que estão em melhorar os seus resultados com menor pegada ambiental e maior contributo positivo na sociedade – e o turismo não pode ser exceção, tem de ser exemplo”, refere Luís Araújo.

Ainda no contexto da sustentabilidade, o presidente do Turismo de Portugal considera ser “imperativo” destacar o “Programa Empresas Turismo 360º”, pelo seu “compromisso de monitorização, melhoria e responsabilidade face ao turismo do futuro”. Modelo operacional orientado para o apoio às empresas na integração dos fatores ESG (Environmental, Social and Governance), o “Turismo 360” regista já 74 empresas aderentes, com perfil diferenciado e atuando nas áreas do alojamento, restauração, animação, termas, agências de viagem e rent-a-car, representativas, no seu conjunto, de um universo que supera os 15 mil colaboradores e um volume de negócios estimado em dois mil milhões de euros.

E se estas são mais linhas de apoio que permitirão ao setor do turismo e às empresas enfrentarem os desafios que surgirão, Francisco Calheiros refere a “continua adaptação da atividade turística às questões que se prendem com a sustentabilidade, com os avanços tecnológicos e a resposta às novas necessidades e objetivos dos turistas”. Contudo, o presidente da CTP não deixa de apontar o novo aeroporto, bem como o futuro da TAP e a falta de mão de obra como “grandes desafios para o turismo em 2023”. E lembre-se, relativamente ao novo aeroporto, o contador que a confederação lançou, em julho de 2022, já soma 550 milhões de euros em valor perdido pela não decisão de um novo aeroporto para a região de Lisboa.

Será necessária uma adaptação da oferta mediante as necessidades do mercado, Eduardo Jesus (Madeira)

Se os desafios podem criar oportunidades, como já apontadas pelo presidente do Turismo do Algarve, também Berta Cabral aponta a grave crise internacional como algo a aproveitar, já que criarão “alterações nos fluxos de viajantes”. Contudo, a “pressão inflacionista”, com a consequente diminuição do poder de compra das famílias, acoplado à subida das taxas de juro que “reduzirá a disponibilidade para o consumo de viagens e lazer”, Berta Cabral indica, simultaneamente, que a crise energética e o resultante aumento do preço dos combustíveis “não ajudam a toda esta conjuntura, deixando o setor do turismo numa encruzilhada entre o incremento de gastos operacionais e o surgimento de novas exigências europeias no que concerne à transição energética e ao custo que isso poderá acarretar”.

No que respeita estruturalmente ao setor, a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores admite que “continuaremos a sentir algumas lacunas na disponibilidade de mão-de-obra, em particular a qualificada, para além de subsistirem dificuldades financeiras nas empresas, sobretudo nas mais pequenas e frágeis, que ainda não recuperaram totalmente dos dois anos de pandemia”. Porém, “abrem-se outras perspetivas, sabendo que em 2023 teremos, finalmente, disponíveis os fundos comunitários 2021-2027, que poderão trazer oportunidades de financiamento e investimento ao setor”. Desta forma, diz Berta Cabral, “será preciso investir na transição energética, numa verdadeira transição digital, com a devida literacia, e na qualificação rápida e eficaz de mão-de-obra”, concluindo ser “fundamental que exista a perceção da importância que estes desafios terão no setor do turismo e que é preciso um acompanhamento cabal do mesmo”.

Para os próximos tempos, Eduardo Jesus acredita que será necessária uma “adaptação da oferta mediante as necessidades do mercado”, referindo, por sua vez, Vítor Silva que “a recuperação total dos mercados externos e a falta de mão de obra no setor, que ameaça a manutenção do nível de qualidade dos serviços que prestamos aos nossos turistas”, são os principais desafios a vencer”.

A recuperação total dos mercados externos e a falta de mão de obra no setor, que ameaça a manutenção do nível de qualidade dos serviços que prestamos aos nossos turistas, são os principais desafios a vencer, Vítor Silva (Alentejo)

Mais resumido é Vítor Costa que aponta “somente” a “viabilização do turismo através dos clientes e não através de programas de apoio como aconteceu durante a pandemia” como apenas um desafio para 2023. Não desvalorizando os apoios públicos criados na pandemia, “porque foram eles que salvaram o setor”, nem a necessidade de continuarem a existir programas, Vítor Costa frisa que “o foco tem que ser nos clientes”, já que “só o regresso em força dos clientes pode dar sustentabilidade à atividade turística”.

A inflação é, para Pedro Machado, o “principal desafio para 2023, reconhecendo que “faz disparar os custos operacionais” e que “já está, neste momento, a condicionar mercados como Espanha, Alemanha ou Reino Unido, que estávamos habituados a ver florescer”. Perante este cenário, Pedro Machado considera que os empresários do setor do turismo “têm de manter as suas margens de lucro muito abaixo do que seria desejável, não refletindo nos clientes o aumento dos custos operacionais”. Ou seja, “é um esforço hercúleo para as empresas, em especial para as de menor dimensão”.

A escassez de mão de obra é outro “enorme desafio”, que já vem de antes da pandemia “e que não dá mostras de poder ser vencido em breve”, o que poderá fazer com que se repita “o cenário de unidades turísticas sem capacidade de responder à procura, como aconteceu no verão passado”.

Assim, a conjugação destes dois fatores vai, segundo o presidente da Turismo do Centro, “pôr, mais uma vez, à prova a resiliência dos nossos empresários”.

Além dos desafios já apontados, João Fernandes acrescenta as anunciadas greves em companhias aéreas e estruturas aeroportuárias ou em empresas de transportes rodoviários que poderão constituir “entraves que merecem a nossa atenção e preparação para agir”.

Finalmente, António Marques Vidal segue o mesmo diapasão, referindo que “os desafios são vários, desde o superar a diminuição de clientes, aumento da inflação e crise económica, continuando a lutar pelos principais objetivos como a diminuição dos custos de contexto, redução do IVA para o sector dos Congressos, Eventos e Animação Turística, a luta do Ordenamento Sustentável, envolvendo as múltiplas tutelas que são ineficientes em relação â resolução desta problemática e a melhoria do funcionamento das parcerias entre o sector publico e o sector associativo”.

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
Artigos relacionados
Estamos de regresso em 2025
Turismo
Holiday Inn Porto Gaia entra no ano novo inspirado na Era Disco dos anos 70 e 80
Etihad Airways anuncia mudanças nos pedidos de grupos
Aviação
China Airlines compra 24 aviões à Boeing e Airbus
Aviação
Sesimbra Oceanfront Hotel convida a celebrar a passagem de ano com vista deslumbrante sobre o mar
Ilha Terceira recebe 13.º Congresso da APECATE em abril de 2025
Meeting Industry
Turkish Airlines arrecada novo recorde e torna-se na companhia aérea que voa para mais países
Aviação
Crescimento do PIB em Portugal abre boas perspetivas para 2025, diz Outlook da Mastercard
Análise
Tascaria São Rafael é o spot perfeito com clássicos modernos portugueses para um fim de ano inesquecível
Flixbus reforça operações doméstica e internacional para o Natal
Transportes
PUB
Turismo

Estamos de regresso em 2025

Com a quadra festiva, também as equipas do jornal Publituris e da revista Publituris Hotelaria resolveram dar uma ajuda ao setor do turismo. Assim, regressamos em 2025.

Publituris

Com a quadra festiva, também as equipas do jornal Publituris e da revista Publituris Hotelaria resolveram dar uma ajuda ao setor do turismo e decidimos ir de férias.

Assim, de 23 de dezembro de 2024 a 2 de janeiro de 2025 não haverá atualização de ambos os websites nem newsletters.

Para recordar o que fizemos ao longo deste ano, relembre as capas do Publituris de 2024.

Desejamos a todos os nossos leitores/todas as nossas leitoras, parceiros, anunciantes, profissionais do turismo, um Feliz Natal e um Excelente Fim de Ano e que 2025 seja preenchido com magníficas viagens, bem como com ótimos negócios.

Voltamos em 2025. Até lá, fique bem e viaje!

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB

Foto: Depositphotos.com

Turismo

Turismo de Portugal, AIMA e CTP querem ser referência internacional no acolhimento de imigrantes no turismo

Turismo de Portugal, AIMA e CTP apresentaram um programa que pretende preparar a comunidade imigrante para uma melhor integração no setor do turismo.

Publituris

Turismo de Portugal, Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e Confederação do Turismo de Portugal (CTP) apresentaram, no Centro Cultural de Belém, apresentaram um novo programa que pretende contribuir para a melhoria das condições de integração dos migrantes e beneficiários de proteção internacional e prepará-los para uma integração no setor do turismo, posicionando Portugal como uma referência internacional no acolhimento destes públicos.

Com um nome bastante comprido – “Programa de Formação e Integração de Migrantes e Beneficiários de Proteção Internacional no Setor do Turismo” – o novo projeto vai envolver mil formandos, durante quatro meses e será ministrado na Rede de Escolas de Hotelaria e Turismo do Turismo de Portugal, incluindo um mês de estágio em empresas parceiras, com as inscrições a iniciarem-se já esta quinta-feira, 19 de dezembro.

O programa representa um investimento do Turismo de Portugal de 2,5 milhões de euros e disponibiliza apoio personalizado aos formandos, bolsa de formação, subsídio de transporte e alimentação.

A formação visa desenvolver competências profissionais que habilitem a trabalhar em empresas do turismo, nomeadamente de hotelaria e restauração, através de metodologias de formação prática de learning by doing, incluindo formação nas áreas da comunicação, línguas e cultura portuguesa.

Este programa de inserção no mercado de trabalho vai ser desenvolvido em cooperação com as associações empresariais, de forma a assegurar a realização de estágios remunerados e/ou de contratos de 1.º emprego. Desta forma, a iniciativa visa também contribuir para a responsabilidade social das empresas do turismo e o desenvolvimento da multiculturalidade da força de trabalho reforçando o contributo do setor na construção de uma sociedade mais justa e mais inclusiva.

Carlos Abade, Presidente do Turismo de Portugal, destaca que “a formação contínua, proporcionada pela Rede de Escolas do Turismo de Portugal é, sem dúvida, um contributo significativo para a coesão social e para o fortalecimento de uma força de trabalho mais diversificada e igualmente qualificada, essencial para a sustentabilidade e competitividade do setor do turismo.”

Já Pedro Portugal Gaspar, presidente da AIMA, salienta, por outro lado, que “este Protocolo tem um duplo impacto na sociedade portuguesa, uma vez que promove a integração dos migrantes e de beneficiários de proteção internacional, capacitando-os para exercer atividade profissional no setor do turismo, e que potencia o desenvolvimento sustentado da economia nacional e a descentralização.”

Por fim, Francisco Calheiros, presidente da CTP, sublinha que a Confederação tem “defendido políticas de inclusão para os migrantes que procuram o nosso país para trabalhar e nelas estão naturalmente incluídas a formação e qualificação dos cidadãos. O turismo, setor estratégico da nossa economia com elevada necessidade de mão de obra, tem de apostar na capacitação destes migrantes, de forma a promover a sua integração plena e, simultaneamente, assegurar a oferta e a qualidade que têm permitido o crescimento sustentável da atividade turística.”

De referir que, para terem condições de se candidatar ao programa, os migrantes e beneficiários de proteção internacional têm de ter a sua situação regularizada, ser maior de idade e ter residência habitual em Portugal.

Foto: Depositphotos.com
Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Uma reflexão sobre o “Turismo em 50 Anos de Democracia”

Com a colaboração de 50 personalidades nacionais ligadas ao turismo, António Abrantes, ex-secretário-geral da Confederação do Turismo de Portugal e professor em cursos superiores de turismo, aborda o desenvolvimento do setor no último meio século, bem como os atores que mais contribuíram para esse feito.

Publituris

No ano em que se comemoram os primeiros 50 anos de Democracia, a editora PACTOR apresenta o livro “Turismo em 50 Anos de Democracia”, de António Abrantes, ex-secretário-geral da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e professor em cursos superiores de turismo, com o prefácio de António Barreto, cientista social, político e cronista português, e com selo da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 Abril.

Se o 25 de abril de 1974 trouxe a Liberdade para todos os portugueses, com ela a sociedade portuguesa abriu-se ao exterior, o que permitiu o desenvolvimento do Turismo enquanto atividade económica. Ao longo dos últimos 50 anos foram vários os sucessos e insucessos, foram vários os impactos, positivos e negativos.

É assim que surge esta obra, apresentando o percurso do setor do Turismo em Portugal, na sua dimensão macroeconómica, no desempenho dos seus principais ramos e na sua evolução, destacando a sua relevância para o desenvolvimento do país, sociedade e economia, e visão de futuro.

António Barreto escreve isso mesmo no prefácio onde se pode ler que “o Turismo foi certamente uma das atividades que mais contribuiu para a modernização da sociedade. A chegada de milhões de pessoas, que se deslocam agora em todo o país e não apenas nas zonas tradicionais do litoral, alterou em profundidade os hábitos e os costumes das populações. Os contactos internacionais com outras culturas aumentaram exponencialmente, com a qualidade ou a vantagem de serem relações diretas e pessoais.”

Com o contributo de mais de 50 personalidades portuguesas de renome associadas ao desenvolvimento do setor, como Licínio Cunha ex-secretário de Estado do Turismo nos IV, V, X e XI Governos Constitucionais, Carlos Abade, presidente do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, e Cláudia Monteiro de Aguiar, secretária de Estado das Pescas, cada uma delas partilha a sua reflexão pessoal sobre um tema específico.

Dirigido a profissionais, estudantes, investigadores e ao público em geral, este livro oferece uma visão abrangente sobre o impacto crescente do Turismo nas atividades da sociedade, na economia e na cultura. Ao mesmo tempo, explora como o setor depende da política, das autoridades e das comunidades locais.

“O Turismo é uma atividade com alma. No nosso país, por mais. Ela sente-se em todos os que a tocam. É relação entre pessoas que transportam intimamente sonhos de fraternidade, proporcionada por um território diversificado, por uma cultura que acolhe, uma organização institucional que estrutura, uma economia própria que desenvolve e uma sociedade que bem recebe”, escreve António Abrantes na obra que agora publica.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

“Território Nacional” é o tema para o novo passaporte

O Governo vai lançar um concurso aberto aos cidadãos para a concretização da imagem do novo Passaporte Eletrónico Português (PEP) subordinado ao tem “Território Nacional”.

Publituris

O Governo anunciou, recentemente, o lançamento de um concurso aberto aos cidadãos para a criação da imagem do novo Passaporte Eletrónico Português (PEP), com o tema “Território Nacional”. O objetivo é dar destaque ao melhor do território português, celebrando os seus pontos geográficos de referência e promovendo “um símbolo que reflete a nossa identidade”.

O concurso envolverá a conceção do design do passaporte, da página biográfica e das páginas de visto centrais, e o vencedor receberá um prémio de 5.000 euros.

Tal como já tinha sido anunciado, o novo PEP terá uma validade de 10 anos, em vez dos atuais cinco, e deverá começar a ser entregue aos cidadãos no primeiro semestre de 2026.

“O Governo escolheu o tema visual ‘Território Nacional’ como o mote do novo Passaporte Eletrónico Português para os próximos dez anos. O objetivo é dar maior destaque ao melhor do território nacional, lembrando aos portugueses os pontos geográficos de referência do nosso país”, refere o comunicado da Presidência do Conselho de Ministros.

Além da alteração na validade do PEP, também serão reforçados os “elementos de segurança que constam no atual passaporte”, indicando-se a utilização de tintas oticamente variáveis, tintas invisíveis, entre outros.

“O novo documento irá cumprir integralmente as recomendações da ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) quanto à conceção e produção de um documento de segurança eletrónico de viagem, designadamente ao nível dos materiais, da impressão de segurança, da utilização de técnicas de proteção anticópia e da segurança digital, acabamento e personalização”, assegura o Governo.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Tecnologia

Turismo da ONU lança desafio global de Inteligência Artificial

A ONU Turismo procura start-ups e scale-ups que estejam a revolucionar o setor do turismo através de soluções de ponta.

Publituris

O Desafio Global de Inteligência Artificial apoiará projetos que estejam a tirar partido das tecnologias digitais para melhorar o turismo, promover a sustentabilidade e impulsionar o crescimento económico. Os participantes são encorajados a abordar a transformação digital, a sustentabilidade, a inclusão e a governação digital em áreas-chave, incluindo branding e marketing; destinos inteligentes e tecnologias profundas; soluções educativas escaláveis; e eficiência nas operações. Através destas categorias, a iniciativa procura promover a inovação que aumenta a atratividade dos destinos, otimiza a gestão dos recursos e cria experiências turísticas inteligentes e com impacto.

A este respeito, o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, afirma que “a inovação é um fator-chave para o futuro do turismo. Este desafio constitui uma oportunidade única para as mentes criativas contribuírem para o crescimento sustentável e inclusivo do sector do turismo. Estamos ansiosos por ver as soluções inovadoras que irão surgir desta iniciativa global.”

Este desafio é uma oportunidade única para as mentes criativas contribuírem para o crescimento sustentável e inclusivo do sector do turismo

A diretora-executiva do Turismo da ONU, Natalia Bayona, salienta ainda que “as estimativas apontam para que a IA acrescente 15,7 a 19,9 biliões de dólares à economia global até 2030, sendo que só a IA generativa acrescentará 2,6 a 4,4 biliões de dólares por ano. Este é um poder transformador – a IA é o futuro do turismo. O futuro do turismo está aqui, e é inteligente, eficiente e sustentável”.

O desafio conta com o apoio de grandes parceiros, incluindo; SPARK, o Hub de Inovação de Les Roches do grupo Sommet Education, bem como Unicoin, a criptomoeda oficial do Unicorn Hunters e Amadeus e seu Venture Capital para empresas de tecnologia.

Elegibilidade e processo de candidatura
O desafio está aberto a indivíduos, equipas e empresas de todo o mundo. Os candidatos devem apresentar uma proposta pormenorizada que descreva a sua solução inovadora, o seu potencial impacto no sector do turismo e um plano de implementação. As propostas serão avaliadas com base na criatividade, viabilidade e escalabilidade. Os candidatos podem candidatar-se até 31 de março de 2025. Os finalistas terão a oportunidade de apresentar as suas propostas no Dia de Demonstração do Turismo da ONU: o UN Tourism Tech Adventures, até ao final de 2025.

Os vencedores obterão apoio para desenvolver e implementar os seus projetos, recebendo orientação de especialistas do sector e líderes em inovação digital através de uma incubação de dois meses na esfera de inovação SPARK. Além disso, terão a oportunidade de apresentar os seus projetos em eventos e conferências internacionais de turismo, reforçando a sua visibilidade global, e terão acesso a uma vasta rede de profissionais do turismo e potenciais investidores.

Os participantes interessados no desafio podem encontrar mais informações, explorar benefícios adicionais e apresentar as suas candidaturas através do website oficial do desafio.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Estratégia Turismo 2035: Turismo de Portugal quer ouvir ideias e sugestões

Depois das conferências realizadas nas sete regiões turísticas de Portugal, o Turismo de Portugal abre a discussão ao público. Assim, até à primeira quinzena de janeiro de 2025, todos podem dar o seu contributo para o rumo do turismo no nosso país.

Publituris

Concluída a última conferência do ciclo que percorreu as sete regiões turísticas de Portugal, procurando ouvir todos os operadores e protagonistas do setor, no âmbito da construção da nova estratégia para o turismo, o Turismo de Portugal vai continuar a ouvir as várias sensibilidades, agora através de sessões temáticas que têm lugar até ao final do ano.

Desta primeira fase, destaca-se a necessidade de continuar a apostar em áreas estratégicas como a formação, a retenção de talento, a digitalização, a inteligência artificial, a conectividade, a mobilidade e a gestão de informação. A tecnologia, a gestão inteligente de cidades e territórios, bem como a identificação de novos mercados de valor acrescentado, foram também identificadas como prioridades fundamentais.

O próximo passo será a auscultação de entidades diretamente envolvidas em temas tão abrangentes como: comunidades locais, lideranças, ambiente, mobilidade, mercados e internacionalização, tecnologia/digital e emprego e formação.

Todos os contributos continuam a ser bem-vindos através do formulário online da Estratégia Turismo 2035, disponível para sugestões e comentários até à primeira quinzena de janeiro de 2025.

No final deste processo, será apresentada uma proposta de estratégia que passará por consulta pública antes da sua aprovação e apresentação formal, prevista para o primeiro trimestre de 2025.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Travel Lifestyle Network alarga presença a três novos mercados

Joyvoy Studio (Estocolmo, Suécia), Glenaki (Bélgica) e Actimedia PR & Digital (Índia) são os novos membros da Travel Lifestyle Network.

Publituris

A Travel Lifestyle Network (TLN), uma rede global de agências de comunicação e relações-públicas independentes que atuam no setor das viagens e do turismo, integrou três novos membros – elevando o seu número global para 25 agências e expandindo a sua expertise ao incluir a Escandinávia, a Bélgica e a Índia.

“Estas parcerias estratégicas alargam o alcance global da TLN e reforçam o seu compromisso de fornecer soluções de comunicação especializadas e personalizadas nos principais mercados internacionais”, afirma Natalia Rosa, CEO da Big Ambitions na África do Sul e Presidente da TLN.

A Joyvoy Studio é uma agência de comunicação com visão de futuro sediada em Estocolmo, conhecida pelos seus serviços de marketing digital e relações-públicas tradicionais nos setores das viagens e do lifestyle. O conhecimento profundo da agência sobre as tendências de consumo locais e a sua abordagem criativa reforçam a presença da TLN na Escandinávia, oferecendo aos clientes novos caminhos em mercados impulsionados por um elevado envolvimento digital e um enfoque na sustentabilidade.

Já a Glenaki, que representa a Bélgica, tira partido do seu profundo conhecimento do mercado de viagens belga e da sua localização estratégica para apresentar soluções orientadas para os resultados dos seus clientes.

Entretanto, a Baltus Communications continua a liderar os esforços da TLN nos Países Baixos, onde a sua experiência moldou a presença da marca ao longo dos anos.

Juntas, a Glenaki e a Baltus Communications solidificam a influência da TLN em todo o mercado do Benelux, cada um com a sua própria dinâmica de consumo e oportunidades únicas.

Por fim, a Actimedia PR & Digital é uma agência na Índia que se distingue pelo seu conjunto abrangente de serviços de RP e marketing digital. O vasto conhecimento da Actimedia sobre o multifacetado setor do lifestyle torna-a uma mais-valia para a TLN, reforçando a capacidade da rede para obter resultados num dos mercados de crescimento mais rápido no mundo.

“Esta expansão da TLN para a Escandinávia, Bélgica e Índia é um passo significativo para fortalecer ainda mais a nossa capacidade de atender as necessidades de comunicação dos nossos clientes a nível global, com o melhor do talento local. Cada um dos novos membros traz uma compreensão profunda do seu respetivo mercado, aliada a um compromisso com a excelência, criatividade e inovação que procuramos sempre em cada um dos nossos parceiros. Juntos, aumentamos a nossa oferta e relevância no setor das viagens, do turismo e do lifestyle”, refere Ruben Obadia, representante da Europa no Conselho da TLN e CEO da agência Message in a Bottle.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

Alunos das Escolas do Turismo de Portugal ganham medalhas internacionais

Seis alunos das Escolas do Turismo de Portugal ganharam medalhas em duas competições internacionais dinamizadas pela Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo (AEHT) e European Association of Hotel and Tourism Schools (EURHODIP).

Publituris

Três medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze foi o resultado da participação dos alunos da rede de escolas do Turismo de Portugal em duas competições internacionais.

O ouro foi para Inês Claro, Augusto Pimentel Lobo e Rita Nunes Camacho, respetivamente das Escolas de Hotelaria e Turismo (EHT) de Lamego, Setúbal e Oeste.

A prata foi para Baltazar Santana, da Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão e os dois bronzes foram para Lara Gomes e Dinis da Silva, respetivamente das EHT do Algarve e do Porto.

As seis medalhas foram conquistadas em duas competições, nomeadamente o concurso de Hotelaria e Turismo, dinamizados pela AEHT – Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo realizado em Riga, Letónia, e a competição organizada pela EURHODIP – European Association of Hotel and Tourism Schools, em Túnis, Tunísia.

Os dois campeonatos juntaram cerca de 500 alunos de 24 países da Europa, competindo em 17 modalidades que representam todas as áreas técnicas do Turismo, Hotelaria e Restauração.

As duas competições anuais que visam promover a excelência e a inovação nas áreas da hotelaria e do turismo, reúnem estudantes, professores e profissionais do setor para estimular o intercâmbio de conhecimentos e fomentar a colaboração entre instituições educativas e empresas do setor.

Para Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, “a conquista destes prémios por seis alunos das Escolas do Turismo de Portugal em dois prestigiados concursos internacionais representa não apenas um motivo de orgulho, mas também um exemplo inspirador do talento e da dedicação que caracterizam a formação em turismo no nosso país. Estes reconhecimentos internacionais reforçam a importância de continuar a investir na qualificação de excelência, elevando o nome de Portugal no setor e motivando futuros profissionais a abraçarem esta área com ambição e paixão.”

Refira-se que a rede de Escolas do Turismo de Portugal tem desempenhado um papel crucial na formação de profissionais para o setor, aliando técnicas modernas a uma abordagem prática e inovadora. A participação em competições internacionais como o Concurso Interescolas ou campeonatos europeus, permite aos alunos experimentar o que de melhor se faz na área a nível nacional e internacional, promovendo o desenvolvimento de competências essenciais e o networking com outros futuros profissionais.

Fica a lista completa dos medalhados portugueses, das respetivas competições e categorias:

Medalhas de Ouro
Inês Claro / EHT Douro-Lamego | concurso de Restaurante, da AEHT
Augusto Pimentel Lobo / EHT Setúbal | no concurso de F&B Management, da EURHODIP
Rita Nunes Camacho / EHT do Oeste | concurso de Tourism Management, da EURHODIP

Medalha de Prata
Baltazar Santana / EHT de Portimão | concurso de Culinary Arts, da EURHODIP

Medalhas de Bronze
Lara Gomes / EHT do Algarve | concurso de Barista, da AEHT;
Dinis da Silva / Escola de Hotelaria e Turismo do Porto | concurso Decathlon, da AEHT

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB

Foto: @Web Summit

Turismo

Ministro das Finanças admite que turismo é “muito importante” para Portugal, mas diz que é necessário “reduzir” a importância no PIB

O ministro das Finanças defendeu, durante uma intervenção no Web Summit, que é necessário “reduzir a importância” do turismo no PIB e nas exportações, aumentando por outro lado o peso da tecnologia e serviços de “alto valor acrescentado”.

Publituris

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, falava no Web Summit, numa entrevista sobre “o que se segue para a economia portuguesa”, onde ressalvou que “temos de aumentar o valor acrescentado nas exportações, não só nos bens, mas também serviços”.

O governante admitiu que o turismo é uma “atividade muito importante em Portugal, representando 20% do PIB”, mas defendeu que é necessário “reduzir essa importância e a única forma do país crescer com melhores salários, melhores serviços públicos é com inovação, serviços a vender alta tecnologia e com alto valor acrescentado”.

Assim, reiterou a necessidade de apostar mais na tecnologia, salientando que Portugal “tem um problema de localização geográfica, mas a tecnologia e serviços tecnológicos são um setor económico onde a localização é menos importante”.

“A transformação está a acontecer em Portugal, estamos a exportar mais do que há 15 anos, dantes era 30% do PIB, agora é 50%”, sublinhou o ministro.

Dentro dos serviços, “a tecnologia está a tornar-se impulsionador das nossas tecnologias e é isso que temos de seguir”, reiterou.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Turismo

COP29 inclui dia temático sobre alterações climáticas e turismo

O lugar do turismo na ação climática global será o centro das atenções a 20 de novembro na COP29 em Baku, Azerbaijão.

Publituris

Pela primeira vez, a Conferência sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas acolherá ministros do Turismo, colocando o setor no âmbito da Agenda de Ação da COP29 e proporcionando uma plataforma de diálogo de alto nível – por iniciativa e liderança conjunta da Agência Estatal de Turismo da República do Azerbaijão e do Turismo das Nações Unidas (ONU Turismo).

Este facto reflete o papel de liderança desempenhado pela ONU Turismo na mudança para uma abordagem baseada na ciência para orientar o setor na ação climática do turismo e baseia-se nos esforços da Declaração de Glasgow, que é implementada no âmbito do Programa de Turismo Sustentável “One Planet”. A colaboração dos Estados-Membros empenhados e das partes interessadas do setor do turismo, bem como o apoio prestado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP, sigla em inglês), foram fundamentais para alcançar este marco histórico para o setor do turismo na COP29.

Agendada para 20 de novembro, a Primeira Reunião Ministerial sobre a Ação Climática no Turismo será seguida de três mesas redondas temáticas sobre medição e descarbonização, regeneração (adaptação) e financiamento e soluções inovadoras, com vista a uma agenda climática ousada para o turismo.

Turismo aumenta as suas ambições
A Presidência da COP29 irá liderar o lançamento da Declaração de Baku sobre o reforço da ação climática no turismo. A Declaração é um apelo à ação em resposta à necessidade de desenvolver mais “Contributos Determinados a Nível Nacional” para o Acordo de Paris, tal como solicitado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, pelo secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, e pelo secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili. Em Baku, os representantes dos governos serão incentivados a subscrever a Declaração e a definir os seus planos para associar as políticas e os esforços no domínio do turismo aos objetivos nacionais em matéria de clima e à Agenda das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. A Turismo da ONU e a Agência Estatal de Turismo do Azerbaijão lançarão para consulta pública um documento de posição sobre a exploração de oportunidades para integrar o turismo nos objetivos nacionais de desenvolvimento sustentável, de uma forma determinada a nível nacional.

Impulsionar o envolvimento e a responsabilização
Duas das iniciativas de sustentabilidade emblemáticas da Turismo da ONU também estarão presentes neste dia temático, com as partes interessadas a serem instadas a agir.

A Iniciativa da Declaração de Glasgow sobre a Ação Climática no Turismo é um compromisso voluntário lançado na COP26, implementado no âmbito do Programa de Turismo Sustentável “One Planet” e reconhecido como uma iniciativa de Ação Climática Global pela UNFCCC. Na COP29, a Iniciativa da Declaração de Glasgow deverá receber um novo impulso para incluir mais signatários, concentrando-se especialmente no seu posicionamento como uma ferramenta para apoiar a implementação de políticas climáticas nacionais através da ação climática no turismo, estruturada em torno de cinco vias estratégicas: medição, descarbonização, regeneração/adaptação, colaboração e financiamento.

Também em Baku, o Quadro Estatístico para Medir a Sustentabilidade do Turismo (MST. Sigla em inglês), adotado pela Comissão de Estatística das Nações Unidas em fevereiro de 2024, será formalmente reconhecido como a ferramenta para medir os impactos da ação climática do setor. “O Quadro MST é um exemplo vivo de como ir além do PIB e incluir também dados ambientais, como as emissões de gases com efeito de estufa e a utilização de energia”, refere a organização da COP29.

Em reconhecimento deste facto, o MST será posicionado na sua capacidade de impulsionar a produção de dados mais fiáveis, de propriedade nacional e internacionalmente comparáveis sobre o impacto do turismo nas alterações climáticas, lançando as bases necessárias para o progresso na mitigação das emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE) relacionadas com o turismo e na eficiência energética.

 

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.