Ryanair abre 19 novas rotas no Porto e em Faro com descida de taxas. Lisboa e ilhas ficam de fora
A descida de taxas aeroportuárias decidida pela ANAC para o Porto e Faro vai levar a Ryanair a basear mais dois aviões em cada um dos aeroportos e a abrir 19 novas rotas no próximo verão, ao contrário de Lisboa e ilhas, onde as taxas vão subir entre 7% e 12%, levando a companhia aérea a não reforçar a operação nestes destinos.
Inês de Matos
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A Ryanair vai abrir 19 novas rotas no Porto e em Faro no próximo verão, num reforço de capacidade que, segundo Michel O’Leary, CEO do Grupo Ryanair, traz também dois novos aviões para cada um dos aeroportos e que só é possível devido à redução das taxas aeroportuárias em ambos os destinos.
“Estamos a responder diretamente, ao anunciar a abertura destas 19 novas rotas para o Porto e Faro no verão de 2023, à muito bem-vinda intervenção da ANAC, o regulador dos aeroportos português, que quebrou o monopólio da ANA – Aeroportos de Portugal ao reduzir as taxas aeroportuárias no Porto e em Faro no próximo ano”, começou por anunciar o responsável, durante uma conferência de imprensa virtual, que decorreu esta quarta-feira, 21 de dezembro.
Segundo Michael O’Leary, a chegada dos novos aviões às bases do Porto e Faro representa um investimento de 400 milhões de euros, que vai contribuir para a criação de 120 postos de trabalho, o que se espera que tenha um forte impacto na economia de ambas as regiões.
A chegada dos novos aviões e abertura das novas rotas só é possível porque a ANAC decidiu reduzir as taxas aeroportuárias no Porto e em Faro, numa decisão que, segundo Michael O’Leary, foi “acertada”.
“Foi uma decisão acertada que a ANAC tomou esta semana e a Ryanair está a responder investindo mais, com mais aviões e novas rotas”, afirmou, considerando que, “quando o regulador intervém para baixar as taxas aeroportuárias, há um investimento adicional imediato”.
No total, a Ryanair vai abrir 19 rotas no Porto e em Faro no próximo verão, incluindo oito novas ligações em Faro, que passa a contar com voos para Aarhus, Barcelona, Belfast, Copenhaga, Exeter, Frankfurt, Roma e Toulouse, e 11 no Porto que, por sua vez, passa a estar ligado a Bristol, Castellon, Leed, Maastricht, Nimes, Shannon, Estocolmo, Estrasburgo, Trapani, Turim e Varsóvia.
A abertura de novas rotas, explicou ainda Eddie Wilson, CEO da Ryanair, é possível graças aos 51 novos aviões B737 que a companhia aérea vai receber no próximo ano e que, segundo Michael O’Leary, são “mais silenciosos, mais eficientes no consumo de combustível e muito mais amigos do ambiente”.
Lisboa e ilhas são exceção
Ao contrário do Porto e de Faro, em Lisboa e nos arquipélagos da Madeira e Açores as taxas aeroportuárias vão aumentar 12%, 9% e 7%, respetivamente, pelo que a Ryanair não está a planear qualquer reforço de operação para o verão.
“Não vamos ter crescimento adicional em Lisboa, na Madeira ou nos Açores no próximo ano”, revelou Michael O’Leary, considerando que Lisboa, por exemplo, já é um aeroporto de alto custo, uma vez que existe “uma capacidade limitada”, agravada pelos atrasos na construção de um aeroporto complementar, e onde os preços vão continuar a subir.
“Desta vez, Lisboa, Madeira e Açores não vão ganhar nada, o que é uma pena. Os preços estão a subir e, em Lisboa, as taxas vão subir uns incríveis 12%”, acrescentou Eddie Wilson.
Em relação à Madeira, onde a Ryanair foi a primeira companhia aérea a ter aviões baseados, o responsável lamentou ainda que o investimento realizado pela transportadora esteja em risco de se perder, caso as taxas aeroportuárias não venham a descer, pelo menos, na mesma medida que no Porto e em Faro.
“Temos de inverter o crescimento destas taxas, como aconteceu no Porto e em Faro, ao que respondemos diretamente: taxas mais baixas, mais aeronaves, mais emprego, mais conetividade e mais turistas. Portanto, se as taxas descerem, vamos ter mais aviões e, por isso, vamos criar mais emprego e conetividade”, afirmou ainda Eddie Wilson.