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Civitatis dá a conhecer os oito museus imperdíveis

Visita obrigatória em praticamente todos os destinos, a Civitatis dá a conhecer oito dos principais museus do mundo.

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Civitatis dá a conhecer os oito museus imperdíveis

Visita obrigatória em praticamente todos os destinos, a Civitatis dá a conhecer oito dos principais museus do mundo.

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Para os turistas mais inclinados para a visita a museus, a Civitatis, enumera os oito melhores museus a conhecer em qualquer viagem.

Visita obrigatória em praticamente todos os destinos, os museus reúnem atributos de sobra para entrar na tradicional lista de atrações imperdíveis das cidades visitadas.

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Museu do Louvre – Paris (França)
O Museu do Louvre é o mais visitado do mundo, com 9,6 milhões de visitantes em 2019. O Louvre, que também ficou em primeiro em 2018, mantém-se no topo e segue como o líder do grande público amante das artes e história. Sede da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, o Louvre por si só é uma grande obra de arte, tanto que sua arquitetura é altamente fotografada pelos visitantes. Andar pelas galerias do Louvre não é nada fácil, já que se trata de um museu com mais de 30 mil peças no acervo (e recorde de turistas).

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Museus Vaticanos – Cidade do Vaticano (Vaticano)
Localizado dentro da Cidade do Vaticano, os Museus Vaticanos estão entre os mais espetaculares da Itália e do mundo. Arte egípcia, grega, romana, etrusca, entre outros tesouros podem ser vistos de perto. As principais obras a serem visitadas foram produzidas por grandes nomes como Rafael, Leonardo, Giotto, Caravaggio, Van Gogh e Matisse, sendo que a Capela Sistina, onde estão as pinturas de Michelangelo que retratam cenas do Genesis, é a grande estrela do museu.

Museu Metropolitano de Arte – Nova Iorque (EUA)
O Metropolitan, ou simplesmente MET, é uma das mais procuradas atrações de Nova Iorque e recebeu 6,77 milhões de turistas no ano de 2019. Com enorme acervo que abrange arte asiática, europeia, americana, egípcia e outras, no MET será possível ver obras de nomes como Caravaggio, Monet, Van Gogh e Pablo Picasso. Além do acervo principal, o MET tem uma coleção sobre arte medieval que fica no The Cloisters, um museu que até a arquitetura foi pensada para ambientar os visitantes no período medieval.

British Museum – Londres (Reino Unido)
O British Museum é um dos museus mais importantes do mundo. O local preserva mais de 6 milhões de peças, entre elas a Pedra da Roseta (que fez com que os arqueólogos decifrassem os hieróglifos egípcios), esculturas do Partenon de Atenas, na Grécia (o país pede o retorno desses objetos até hoje), múmias egípcias e antiguidades chinesas.

Tate Modern – Londres (Reino Unido)
Fazendo dobradinha com o British Museum, o Tate Modern possui um enfoque completamente diferente. O Museu Nacional da Arte Moderna e Contemporânea Tate Modern funciona no antigo prédio de uma usina elétrica e recebe 6,09 milhões de visitantes por ano. O museu tem expostos trabalhos de Mondrian, Picasso, Matisse, Dalí, Pollock, Warhol entre outros nomes.

Museu do Prado – Madrid (Espanha)
O Museu do Prado é considerado o mais importante de Espanha. Inaugurado em 1819, está abrigado num prédio histórico, construído pelo arquiteto Juan de Villanueva, em 1785, como Gabinete de Ciências Naturais, por ordem do rei Carlos III. O acervo reúne coleções valiosas de pintura e escultura, especialmente de arte espanhola, francesa, flamenga, alemã e italiana. As obras são de autoria de artistas como Georges de La Tour, Valentin de Boulogne, Nicolas Poussin e Simon Vouet.

Museu da Acrópole – Atenas (Grécia)
O Museu da Acrópole foi construído em 1863 sobre o Acrópole Atenas, onde existiu um santuário dedicado a Pandion. Nas escavações preparatórias para a construção da instituição foram encontradas esculturas que hoje fazem parte do acervo. Além das peças, o museu também abriga outros achados arqueológicos encontrados em escavações realizadas no século XIX, como esculturas clássicas e objetos dedicados ao culto da deusa Atena.

Museu do Vasa – Estocolmo (Suécia)
O Museu do Vasa é o que recebe o maior número de visitas em toda a Escandinávia. O museu possui esse nome porque abriga uma embarcação homónima. Trata-se do único navio de guerra do século VII existente no mundo, que possui 95% do casco original preservado e é ornamentado com centenas de esculturas talhadas. Além da exibição da embarcação, também é possível conferir exposições no museu.

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“Turismo da ONU tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante”

Ministro do Turismo da Grécia, entre 2019 e 2021, Harry Theoharis apresenta-se como candidato a secretário-geral do Turismo da ONU (UN Tourism), juntamente com outras cinco personalidades. Em entrevista ao Publituris, Harry Theoharis admite que a experiência que viveu durante os anos da pandemia funcionará como um “espelho” do que poderá e deverá fazer à frente da organização que, segundo o próprio, “tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante”.

Victor Jorge

Candidato a substituir o atual secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, o grego Harry Theoharis, quer que “os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância do Turismo da ONU [UN Tourism]”. Para tal, referiu ao Publituris, “é preciso que a organização crie mais valor para os seus Estados-Membros”. No que diz respeito à problemática dos recursos humanos, o candidato admite que “não podemos fazer uma coisa de cada vez, mas encontrar uma solução para que todas estas questões possam ser abordadas de forma conjunta”. Já quanto à tecnologia e, mais concretamente, à Inteligência Artificial, o engenheiro de software de formação salienta que, “utilizando-a, pode remover a incerteza”. Relativamente ao excesso de turismo, admite que a “Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism”.

É candidato a secretário-geral do Turismo da ONU (UN Tourism). Qual é a sua visão global para o turismo no mundo, especialmente depois de sairmos de uma pandemia e com o turismo e as viagens a registarem uma recuperação?

O que vemos, se olharmos para o panorama global, é uma comunidade que tem de lidar com várias forças externas. Forças como a instabilidade geopolítica, guerras que interrompem, claro, o turismo.

Temos, após a COVID, um problema agudo de pessoal, de recursos humanos. Existem ainda problemas relacionados com garantias de que os benefícios do turismo chegam aos níveis mais baixos da sociedade e que todos recebam uma parte justa no setor turístico e para que, ao viajar, o dinheiro gasto pelos turistas chegue também à comunidade local, e não fique apenas fora do país ou limitado às grandes empresas.

Assim, enfrentamos desafios que vêm do passado, bem como novos desafios que parecem ser moldados por eventos inesperados. Além disso, há que contar, igualmente, com as mudanças de longo prazo, relacionadas com o digital, o ambiente, os imperativos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que moldam o nosso pensamento e que, cada vez mais, devem moldar as nossas ações nos anos vindouros.

Mas há que relembrar, também os desafios da resiliência que ainda nos assombram. Talvez porque avançámos muito lentamente na transição que precisávamos de fazer. Agora, vemos um risco crescente de colapso das comunidades, cheias, incêndios, entre outros desastres.

E, como resultado, precisamos de mobilizar financiamento e redes de apoio para reativar as comunidades e os negócios.

Mas aprendemos alguma coisa com a pandemia?
Sim, que não conseguimos fazer isto sozinhos, que temos de nos unir. A menos que nos unamos, não conseguiremos crescer.

Mas quem tem de se unir? O setor público e o privado? Dentro do país, dentro de continentes, entre continentes?
Bem, tudo o que mencionou. São apenas diferentes dimensões de unidade. No que diz respeito ao Turismo da ONU (UN Tourism), temos de unir os Estados-Membros, perceber as economias de escala e os benefícios da cooperação em oposição aos benefícios da concorrência, e temos de enfatizar isso. Precisamos de unir o setor privado e o público.

Durante muito tempo houve um desfasamento entre ambos. Precisamos de unir as indústrias. As indústrias da saúde e do turismo, por exemplo, tiveram de unir forças e encontrar soluções para problemas que nunca imaginaram enfrentar.

Porque estão interligados.
Sim, podem estar e deveriam estar. Ou seja, se não estão, porque não é necessário, tudo bem. Mas quando surge o risco e se concretiza, quando o inimigo está à porta, temos de nos unir e enfrentá-lo. Estou certo de que enfrentaremos problemas semelhantes no futuro. Por isso, precisamos, pelo menos, de encontrar modos de discutir, concordar e cooperar e tê-los prontos para quando for necessário.

Mas trata-se de uma questão de dinheiro ou apoio financeiro?
O apoio financeiro é um dos aspetos, claro. Durante a COVID, a Grécia, por exemplo, apoiou as Pequenas e Médias Empresas (PME), pagou os salários dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, não permitiu que as empresas despedissem.

Agora, isso pode ser criticado por alguns, mas quando reabrimos, essas empresas – desde os aeroportos até às PME – não estavam à procura de funcionários como outros países. Assim, quando viajava para Atenas, tínhamos pessoas a trabalhar no turismo, nos hotéis, nos aeroportos. Estavam de prevenção e não podiam ser despedidos, por isso foram retomados imediatamente, ao contrário do que aconteceu, por exemplo em Schiphol [aeroporto de Amsterdão] ou Heathrow [aeroporto de Londres]. E esta foi uma das razões pelas quais a Grécia recuperou muito mais rapidamente do que outros países.

Portanto, uma das coisas que precisamos de fazer é perceber que tivemos uma grande “experiência natural” com a COVID e que muitos países usaram modelos diferentes. Vamos avaliar o que funciona melhor e o que funciona pior para formar o nosso pensamento e visão. Além disso, precisamos de cooperar com a academia que nos poderá ajudar enormemente.

 

Precisamos de unir o setor privado e o público. Durante muito tempo houve um desfasamento entre ambos. Precisamos de unir as indústrias. As indústrias da saúde e do turismo, por exemplo, tiveram de unir forças e encontrar soluções para problemas que nunca imaginaram enfrentar

 

Antes de abordar pontos sobre comunidades locais e tecnologia, a sustentabilidade também é uma grande preocupação para o turismo. Que políticas específicas propõe para promover mais sustentabilidade ou práticas sustentáveis no setor do turismo?
Temos de cooperar com a academia, os praticantes, os consultores, os implementadores no terreno, e com os Estados-Membros para encontrar as melhores práticas. Precisamos de criar centros de conhecimento específicos e hubs de excelência e, em torno desses hubs, desenvolver um ecossistema de pessoas que copiem e adaptem os modelos bem-sucedidos, os transformem em produtos, porque precisam de os vender.

Precisamos de convencer um hoteleiro de que, se implementar práticas sustentáveis em todos os aspetos, terá algo a ganhar.

Mas é preciso agir. Ou seja, menos teoria e mais prática?
Exatamente. E, para isso, precisamos de disponibilizar às empresas os meios para beneficiarem financeiramente desta transição e deixar de fazer o que temos vindo a fazer que é dar prémios, dizer que este é melhor, aquele é pior. Chegámos ao momento de ganhar escala, de copiar e transferir conhecimento e know-how. No fundo agir e como disse deixar a teoria e passar à prática.

Falando de ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança), um grande fator na sustentabilidade é o transporte.
Sim, claro. É fundamental.

Então concordará que, por exemplo, no que diz ao transporte aéreo, existe um problema. Todos querem ser sustentáveis, ou pelo menos, mostrar que cumprem as regras da sustentabilidade, mas depois as companhias aéreas são confrontadas com a realidade de não conseguirem porque não há SAF?
Pois viajar sem transportes é impossível. De facto, precisamos de cooperar com instituições multilaterais. Estamos numa fase em que o SAF (combustível sustentável para aviação) pode ser viável se as políticas públicas o permitirem. Se criarmos um mercado, ele encontrará formas de ser eficiente e, eventualmente, tornar-se-á mais eficiente do que o atual regime. Isso exige políticas públicas que incentivem investimentos em infraestrutura para atingir essas metas a médio e longo prazo.

Então, como é que se cria o mercado?
Bem, estabelece-se uma obrigação e determina-se que 1%, 5%, 10% do combustível tem de ser SAF. A partir do momento que se define que dentro de 10 anos, uma certa percentagem do combustível tem de ser SAF, posso investir numa refinaria para que, dentro de 10 anos, consiga fornecer o necessário.

Cria-se a infraestrutura para isso. Assim que essa infraestrutura está pronta, tenho clientes garantidos pela política pública.

Portanto, nesse sentido, este é um campo que não se pode enfrentar sozinho. Terá de haver, obrigatoriamente, uma colaboração e cooperação entre a IATA, a ICAO, a UE e outras instituições, para que se possa discutir as implicações e perceber como introduzir essas iniciativas.

E quanto ao papel da tecnologia, da digitalização e da Inteligência Artificial (IA), que agora estão a transformar todos os setores, incluindo o turismo?
Bem, sou engenheiro de software de formação e trabalhei como tal durante 20 anos no setor privado antes de “acidentes” me levarem para a política. Por isso, gosto muito dessa área e tento ser um pensador positivo.

Na verdade, implementámos uma das melhores utilizações de IA durante a COVID na Grécia. Usámos a IA para direcionar os nossos testes. O que fizemos foi o seguinte: os viajantes tinham de preencher um formulário digital no dia anterior à sua viagem, indicando o meio de transporte – avião, carro, barco, etc. Com base nas respostas do formulário e nos dados públicos do país de origem, como as taxas de positividade, decidíamos se seriam testados ou não. Recebiam um código QR que indicava se estavam “verdes” [não precisavam de teste] ou “vermelhos” [precisavam de teste] e conseguimos ultrapassar esse desafio enorme. Entender as tendências dos países dois dias antes de as vermos refletidas nos dados públicos foi fulcral para não sermos confrontados com realidades difíceis vividos por outros países.

Ou seja, usámos a IA de uma forma muito positiva para permitir que o turismo existisse. Começámos em 2020 e conseguimos abrir o turismo nesse ano porque tínhamos confiança suficiente para convencer o nosso Primeiro-Ministro de que seria seguro fazê-lo.

Mas isso foi em 2020. Agora estamos em 2025 e temos de olhar para o futuro.
Olhando para o futuro, vejo muitas coisas a acontecer. A IA pode remover a incerteza, os problemas, as filas, todas as partes difíceis de viajar, permitindo que o foco esteja na essência da experiência, que é a interação humana.

Mas pode também reduzir postos de trabalho?
É verdade, esse é o lado negativo da questão. Mas deixe-me ser mais específico. A IA não vai reduzir o número de pessoas que trabalham, por exemplo, num spa, mas pode reduzir o número de agentes de viagens, porque basta dizer o que se pretende, e a IA cria um itinerário, reserva os bilhetes e apresenta opções personalizadas ao máximo – seja para crianças, seja para outra necessidade específica.

No entanto, existe um risco. Atualmente, o turismo beneficia tanto os países de origem como os de destino. Os países de origem têm agentes de viagens que trabalham para levar turistas da Dinamarca para a Grécia, Itália, França, Espanha ou Portugal. Por outro lado, países como a Grécia, França ou Espanha têm trabalhadores na indústria do turismo para receber esses viajantes.

O que acontece se a maioria das pessoas que perde o emprego for dos países de origem? Esses países podem, além de perder divisas, deixar de beneficiar económica ou fiscalmente com o turismo. Nesse caso, corremos o risco de que esses países fiquem hostis à ideia de promover o turismo, pois já não veem vantagens.

 

A IA pode remover a incerteza, os problemas, as filas, todas as partes difíceis de viajar, permitindo que o foco esteja na essência da experiência, que é a interação humana

 

E nos destinos?
Os destinos são muito mais imunes, porque a natureza do produto tem um toque pessoal.

A IA ou a robótica, que até pode ser utilizada, como a Internet of Things, poderá até substituir um empregado de mesa para nos trazer o prato à mesa, mas a IA não substituirá o chef, o sommelier, os profissionais de um spa. Ou seja, tudo o que são funções onde o toque humano, a personalização, são relevantes, estarão mais imunes.

A inclusão e a diversidade são também grandes questões no setor do turismo?
Bem, depende de onde estamos. Europa e EUA têm agora um grande diferencial nesse ponto.

Mas sim, são questões que estão a tornar-se cada vez mais importantes para o turismo.

Então quais as estratégias que propõe para estes aspetos?
Mais uma vez, penso que o Turismo da ONU (UN Tourism) precisa de ser um repositório de ideias. O que precisamos de fazer é observar os modelos dos diferentes países e analisar o quão bem-sucedidos são em garantir que a riqueza criada pela indústria do turismo – o valor do produto turístico – chegue aos níveis mais baixos das comunidades.

Com isso em mente, precisamos de avaliar o que funciona e o que não funciona, em todas as suas dimensões, os lucros, os salários, tudo.

Prefiro falar das coisas positivas e não das negativas em relação aos países. Por exemplo, na Grécia, temos uma oferta turística que vem de algumas grandes empresas, mas na sua grande maioria vem de PME. Como resultado, os habitantes das ilhas, por exemplo, onde estão essas PME, sentem os benefícios do turismo. Se fosse apenas um setor controlado por grandes empresas, seria necessário encontrar outra forma de abordar as preocupações.

E quanto ao overtourism? Como é que os diversos destinos podem e devem lidar com esta questão? Ou antes de mais, é mesmo uma questão?
É uma questão simples que merece uma resposta simples: sim.

Contudo, existem dois aspetos nessa questão. Um é o das filas intermináveis, demasiadas pessoas, esperas para visitar um museu, um local cultural, simplesmente passear numa cidade ou vila. Isto é algo que já existia no passado, não é novo. Pode ser gerido melhor ou pior, e às vezes fazemos isso bem, outras vezes nem tanto. Mas não penso que isto tenha mudado significativamente.

Existem ferramentas para minimizar esses efeitos, mas é preciso utilizá-las e utilizá-las bem. Podemos usar proibições administrativas diretas, podemos aplicar taxas, podemos investir em infraestruturas. Mas uma coisa é certa, hoje temos várias ferramentas para gerir melhor os fluxos e os destinos.

O que acho que mudou realmente nos últimos meses e anos, especialmente após a COVID, é que, com o advento do Alojamento Local, o mercado imobiliário estreitou a sua ligação ao mercado turístico. Antes, eram mercados desconectados. Tinha-se um terreno e decidia-se: construo um hotel ou casas? Se fossem casas, eram casas. Se fosse um hotel, era um hotel. Agora, pode-se ter um apartamento no centro de Atenas e escolher: alugo-o a longo prazo (para habitação) ou alugo-o a curto prazo para Alojamento Local? Neste último caso, pode mudar-se essa escolha várias vezes ao longo do ano. O mercado da habitação é social e politicamente sensível, e afeta questões que muitos países regulam.

Penso que esta mudança recente fez com que as pessoas começassem a ver o produto turístico e os turistas como rivais da população local. E precisamos de encontrar formas de resolver isso.

Neste momento, a Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism (excesso de turismo). Precisamos de olhar para as questões, resolvê-las e geri-las.

Se não se falar do problema, não se pode resolver?
Não, e o problema é que será resolvido por outros que não pertencentes ao setor do turismo. Isto porque qualquer Governo não vai esperar pela ONU Turismo para fazer alguma coisa ou esperar por qualquer sugestão ou conselho. E isto acontecerá na Grécia, em França, Portugal, onde também já existe este problema, ou outro qualquer destino confrontado com esta realidade.

Há que agir para que o turismo seja algo presente e relevante ou um problema, mas a solução irá surgir. Por isso, é melhor que os decisores do turismo se tornem relevantes nesta solução e que evitem passar muito tempo com manobras de “tentativa e erro” até que encontrem uma solução.

 

Neste momento, a Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism (excesso de turismo). Precisamos de olhar para as questões, resolvê-las e geri-las

 

Há pouco abordou outra questão problemática que está relacionada com o emprego e os recursos humanos. Todos sabemos que a pandemia retirou pessoas ao turismo que, em muitos casos, não regressarão. Como atrair essas pessoas que saíram e novas pessoas para o turismo? Melhores salários, melhores condições de trabalho?
Bem, em parte está a dar a resposta, mas há muito mais a considerar. Uma das coisas fundamentais a fazer é olhar um pouco para trás e perceber que não demos as melhores condições às pessoas que trabalhavam no turismo. É um facto, temos de reconhecê-lo e não escondê-lo.

Não tenho dados para me pronunciar sobre Portugal, mas de certeza aconteceu o mesmo que no meu país [Grécia], em Espanha, Itália ou França.

Em segundo lugar, é preciso encontrar formas de resolver esta questão e rapidamente. Até porque sabemos que esta questão está intimamente ligada ao problema da imigração.

É difícil encontrar pessoas nos próprios países para trabalhar no setor e isso estrangula os negócios que, no fim, se viram para outros países para colmatar essas lacunas de pessoal.

Depois temos o problema grave de todas estas questões se misturarem ao nível da discussão política, na maioria das vezes, de forma incorreta. Por isso, precisamos de encontrar soluções inovadoras. Tenho algumas ideias que, neste momento, ainda não estou em condições de partilhar, uma vez que precisamos de desenvolvê-las e necessitam de uma abordagem cuidada, mas efetiva, com os Estados-Membros.

O que posso dizer é que precisamos de delinear planos de carreira para os mais jovens em muitas regiões do mundo para que possam ter sucesso no turismo no seu próprio país em vez de se verem obrigados a emigrar para outros países. Além disso, é preciso controlar e gerir a migração das pessoas para encontrar melhores condições em destinos desenvolvidos.

Uma coisa é fazê-lo em destinos emergentes, outra é fazê-lo em destinos consolidados e maduros. Assim, penso que não podemos fazer uma coisa de cada vez, mas encontrar uma solução para que todas estas questões possam ser abordadas de forma conjunta.

E como é que a sua experiência como ministro do Turismo da Grécia moldou a sua abordagem para liderar a ONU Turismo? Quais lições de carreira aplicaria na nova função?
Fui um ministro muito ativo, por isso, compreendo como é que as coisas funcionam. Fui ministro do Turismo entre 2019 e 2021 e a experiência que tive durante esses anos, principalmente, durante as dificuldades e desafios da pandemia funcionam como um “espelho” do que poderei fazer no Turismo da ONU.

Além disso, liderei a Comissão da ONU Turismo para a Europa e renovei a posição do meu país no Conselho Executivo. As discussões sobre a Carta dos Direitos dos Turistas estavam bloqueadas até que pedi para liderar as discussões. E foram desbloqueadas e finalmente chegámos a uma solução comum e a um acordo entre todos os países.

Como presidente dessa Comissão, fiz parte do comité de crise da COVID, pedi a criação de um comité técnico de crise para a COVID e tracei um plano para encontrar soluções. O certificado digital e todas as iniciativas que tivemos na Europa também foram apoiadas pelo trabalho do LabCom.

Portanto, vi como as funcionam e penso que tenho uma boa ideia do como devem funcionar. Em segundo lugar, tenho uma grande experiência em reformas no meu país, fui chefe da administração fiscal e consegui levar a cabo um processo de reformas, tornando-a independente do Ministério das Finanças durante os anos mais difíceis da Troika, de modo a transformá-la, digitalizá-la e torná-la mais eficiente de modo a combater a evasão fiscal.

O que quero dizer com isto é que tenho uma grande experiência na gestão de crises.

Finalmente, trabalhei com diversas instituições do setor público, trabalhei com o universo privado durante 20 anos, em pequenas start-ups, grandes empresas, em Londres. Por isso, toda esta experiência acumulada servirá e será posta em prática para reformar a organização [UN Tourism].

 

O principal indicador de sucesso (KPI) é que os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância da organização [Turismo da ONU]

 

É essa a grande questão: reformar o Turismo da ONU?
Sim, sem dúvida. O Turismo da ONU tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante.

Nestes três aspetos, é preciso desenvolver muito trabalho. Fundamentalmente, é preciso que a organização crie mais valor para os seus Estados-Membros.

A organização não deve existir apenas para sua própria existência, mas pelo valor que cria para os membros.

Se for eleito, que indicadores-chave de sucesso gostaria de ver avaliados, por exemplo, no final do primeiro mandato?
A esperança é que, no final do primeiro mandato, vejamos todos os 160 Estados-Membros mais envolvidos, que todos eles se candidatem a integrar o Conselho Executivo, que todos queiram fazer parte desta organização. Penso que esse será o principal indicador de sucesso (KPI): que os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância da organização [Turismo da ONU].

Para isso, o primeiro passo é a transparência. É necessário que haja capacidade de voto. Sou político, tenho de responder às críticas dos meus eleitores. Eles votaram e uma das coisas que querem saber é se o dinheiro – o dinheiro deles – que damos à ONU Turismo está a ser bem gasto e a produzir resultados. Caso contrário, não vale a pena o investimento, mais vale sair da organização. Não acredito que seja esse o caso [o de existirem Estados-Membros que queiram sair], mas tenho de ser capaz de explicar isto tudo com números aos meus eleitores e aos países-membros que apoiam a próxima liderança do Turismo da ONU.

A mensagem que quero deixar é que acredito que, em pouco tempo, podemos reconstruir uma organização da qual nos orgulhamos e estou comprometido em concretizar isso. Acredito que não haverá um único país, entre os Estados-Membros, que não concorde que é isto que querem: fazer parte de uma organização de que se orgulham. E estou disposto a dedicar a minha resistência, a minha energia, a minha capacidade intelectual e todas as minhas competências para concretizar esse sonho, porque acredito nele.

Nota: Os candidatos oficialmente proclamados são Muhammad Adam, do Gana; Shaikha Al Nowais, dos Emirados Árabes Unidos; Habib Ammar, da Tunísia; Gloria Guevara, do México; Harry Theoharis, da Grécia; e o atual secretário-geral, Zurab Pololikashvili, da Geórgia.

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30 anos da Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal

A 1 de março de 1995, davam-se os primeiros passos para projetar o Porto e Norte no mundo. Três décadas depois, assinala-se a data com o arranque das comemorações do 30.º aniversário Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal.

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A Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal assinala, no 25 de março, o arranque oficial das comemorações do seu 30.º aniversário, com uma cerimónia que terá lugar nas Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia, a partir das 10h30.

O evento contará com a presença do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e do presidente da Associação, Luís Pedro Martins, que farão a abertura oficial da sessão.

Um dos momentos-chave será a mesa redonda “Legado e Futuro”, com intervenções de Manuela Melo, presidente da Direção na data da fundação da Associação; Fernando Gomes, presidente da Câmara Municipal do Porto em 1995; Nuno Botelho, em representação da Associação Comercial do Porto, entidade que presidia ao Conselho Geral aquando da fundação.

Será também apresentado o programa anual de comemorações e o selo comemorativo dos 30 anos, encerrando-se a sessão com um Porto de Honra.

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A entrega dos “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL” em vídeo

Recorde a entrega dos “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025” em menos de 3 minutos.

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Dos 89 nomeados para a 13.ª edição dos “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025”, o jornal Publituris entregou, no primeiro dia da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, prémios aos 15 vencedores.

Assim, os vencedores desta 13.ª edição foram:

Melhor Operador Turístico – Solférias
Melhor Agência Corporativa – Cosmos
Melhor Consolidador – Consolidador.com
Melhor DMC – Abreu Events
Melhor Distribuidor B2B – Abreu Online
Melhor GSA Aviação – AT
Melhor Sistema Global de Distribuição – Travelport
Melhor Empresa de Gestão Hoteleira – Unlock Boutique Hotels
Melhor Empresa de Software de Gestão Hoteleira – Newhotel
Melhor Startup – Try Portugal
Melhor Consultoria e Assessoria em Turismo – Neoturis
Melhor Formação Turismo – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
Melhor Parceiro Segurador – SGS
Melhor Empresa de Organização de Eventos – GR8 events
Melhor Venue para Eventos e Congressos – MEO Arena

O prémio de “Personalidade do Ano”, atribuído diretamente pela redação do Publituris, foi entregue a Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé.

 

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Companhias aéreas preveem 246 milhões de assentos para o verão em Espanha

As companhias aéreas estimam um aumento de 6% nos assentos para este verão de 2025, em Espanha. Isto fará com que o número suba para 246 milhões de assentos.

Victor Jorge

A Associação das Linhas Aéreas (ALA) espanhola prevê um verão de recordes, com uma oferta prevista de assentos entre abril e outubro de 246 milhões, um aumento de 6% face ao operado no verão de 2024, que já tinha sido um recorde.

A evolução positiva do tráfego aéreo ao longo do ano até agora, com 39,8 milhões de passageiros acumulados nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, representando um aumento de 5% face ao mesmo período do ano anterior, antecipa um ano “muito favorável”, admite a ALA.

No entanto, o presidente da ALA, Javier Gándara, mostrou-se cauteloso face aos fatores externos que poderiam influenciar o bom desempenho do tráfego aéreo, como a evolução da atual situação económica e geopolítica instável, marcada por conflitos bélicos.

“Levamos dois anos consecutivos de crescimento, batendo sucessivos recordes. Este ano começámos com números superiores aos de 2024 e esperamos um verão com mais tráfego do que no ano passado”, refere Javier Gándara no site da ALA.

Assim, reconhece o presidente da associação espanhola, “se nenhum fator externo alterar esta tendência, poderemos terminar o ano com um novo recorde. Esta tendência ascendente do tráfego demonstra a vontade das pessoas de viajar e de recuperar os anos perdidos devido à crise sanitária”, salientou Gándara.

Entre as regiões espanholas, destacam-se as Canárias, com um aumento de 11% na capacidade, quase o dobro da média.

Relativamente às operações previstas para a época de verão, estima-se um total de 1,4 milhões de voos, um acréscimo de 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Um dos riscos apontados por Gándara para não se alcançar os números previstos é a “possível congestão na gestão do tráfego aéreo a nível europeu”, com as consequentes demoras nos voos. Nesse sentido, o presidente da ALA explica que se prevê um verão “complicado” devido à recuperação dos níveis de tráfego pré-pandemia nos países vizinhos.

“No verão passado, os atrasos em rota devido à congestão do tráfego aéreo na Europa aumentaram mais de 50%. É imperativo que esta situação não se repita este verão”, concluiu Gándara.

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Escolas do Turismo de Portugal atentas às necessidades de mercado

Em entrevista ao Publituris, Catarina Paiva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, faz o ponto da situação dos projetos que estão a ser desenvolvidos nas 12 Escolas de Hotelaria e Turismo, iniciativas que, conforme afirmou, “refletem o compromisso das Escolas do Turismo de Portugal em preparar os profissionais para os desafios atuais e futuros, contribuindo para a competitividade e sustentabilidade do setor”, para avançar que “estamos permanentemente atentos às necessidades de mercado para poder dar respostas alinhadas com o que os profissionais e empresas precisam”.

O Publituris falou com Catarina Paiva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, que admite que “a formação em turismo enfrenta hoje o desafio crucial de antecipar e acompanhar a dinâmica do mercado”. A responsável pela formação no Turismo de Portugal salienta ainda que a competências técnicas continuam a ser “fundamentais” e que cada vez mais se exige que os colaboradores “desenvolvam competências de soft skills, de orientação para o cliente e de liderança e de gestão de equipas, de comunicação, de empatia, de resiliência emocional”. Também o “digital e a sustentabilidade” imperam na nova agenda das EHT como resposta “às dinâmicas de mercado”.

O que mudou na formação turística nos últimos anos? Que desafios enfrenta hoje?
As transformações no ensino e no mundo do trabalho registadas nos últimos anos de um conjunto vasto de mudanças que a sociedade atravessa, impactando diretamente as organizações e o comportamento dos consumidores, especialmente no que diz respeito à formação e ao trabalho. O facto de as empresas e as organizações terem de operar em ambientes cada vez mais voláteis, incertos e complexos traz novos desafios em termos de competências exigidas aos profissionais, bem como uma abordagem de gestão renovada por parte das empresas.

O setor do turismo é uma das principais alavancas económicas do país e tem demonstrado crescimento consistente em diversos indicadores, onde estes desafios tornam-se ainda mais relevantes. O crescimento, porém, deve ser sustentável e consolidado, gerando valor para a economia, bem como para a experiência dos turistas, comunidades locais e para os colaboradores das empresas.

A formação em turismo enfrenta hoje o desafio crucial de antecipar e acompanhar a dinâmica do mercado, alinhando a sua proposta de valor com as necessidades tanto dos profissionais quanto as empresas. As empresas precisam de estruturas ágeis e adaptáveis à nova realidade. Consequentemente, as entidades formadoras devem ser igualmente capazes de oferecer metodologias de ensino, conteúdos e formatos que respondam a estas exigências, mantendo-se relevantes e à altura das expectativas de um setor em constante evolução.

Mediante estes desafios, as Escolas do Turismo de Portugal (EHT) preparam-se diariamente para capacitar gerações que sejam proativas e de resposta rápida a qualquer situação.

 

A formação em turismo enfrenta hoje o desafio crucial de antecipar e acompanhar a dinâmica do mercado, alinhando a sua proposta de valor com as necessidades tanto dos profissionais quanto das empresas


Posicionar o país como referência de excelência na área da formação
Os jovens em Portugal sentem-se atraídos para a formação na área do turismo? Que áreas são mais procuradas? E os níveis? Assiste-se a um processo de desmobilização dos alunos da área do Turismo? Sente que há necessidade de motivar os jovens para estudar em Turismo, mesmo sabendo que esta é a área profissional que absorve a maior têm sido intensas, resultado quantidade de mão-de-obra?
O Turismo em Portugal alcançou, justamente, uma notoriedade e reputação inigualáveis, resultado de um trabalho consistente ao longo dos últimos anos. Este esforço permitiu superar desafios, estabelecer novos recordes, conquistar inúmeros prémios e afirmar uma visão de liderança para o turismo do futuro.

Hoje, Portugal é reconhecido como um destino de excelência a nível mundial. A atratividade para trabalhar no setor está naturalmente ligada à atratividade para estudar turismo. Neste contexto, o Turismo de Portugal pretende também posicionar o país como uma referência de excelência na área da formação para aqueles que pretendem estudar e trabalhar em turismo. Com o objetivo de captar o interesse dos mais jovens, o Turismo de Portugal desenvolve vários projetos e iniciativas, como o Open Day, onde durante uma semana, as 12 Escolas do Turismo de Portugal recebem potenciais alunos, pais, orientadores vocacionais e a comunidade local. Este evento inclui visitas guiadas, aulas abertas, workshops gratuitos, exposições, demonstrações, degustações e atividades ao ar livre nas áreas de Turismo de Natureza, Turismo Cultural e Património. O objetivo é destacar a qualidade da formação em turismo e hotelaria e apresentar as várias oportunidades de carreira no setor.

Outro exemplo é o Programa GERAt – Território, Turismo e Talento, o maior projeto interescolar de sensibilização para o turismo. Desenvolvido em parceria com a Direção-Geral da Educação, o GERAt visa sensibilizar as gerações mais jovens para o potencial do turismo a nível local, nacional e internacional.

Em 2024, o programa ganhou uma nova dimensão, envolvendo 39 agrupamentos de escolas, 46 turmas, 925 alunos e o desenvolvimento de 40 projetos interdisciplinares ao longo do ano letivo. É através destas iniciativas que o Turismo de Portugal reconhece a importância de reforçar a atratividade do setor, pois é essencial para atrair talento e concretizar a estratégia de um turismo de maior valor.

Quais os principais desafios que o setor enfrenta atualmente em termos de captação e retenção de talentos?
O desafio de captar e fidelizar talento é transversal a vários setores de atividade e tem-se intensificado nos últimos anos. Assistimos a uma mudança de paradigma, em que as empresas passaram a adotar estratégias de employer branding para fidelizar os melhores profissionais. No setor do turismo, esse desafio é ainda mais premente, devido à natureza intrínseca da atividade: uma indústria centrada nas pessoas, onde o serviço e a experiência são determinantes, e onde se verifica uma elevada rotatividade. Sendo um setor “de Pessoas para Pessoas”, a gestão de talento torna-se um elemento crucial para o seu sucesso. Enfrentar esta questão requer uma abordagem integrada e concertada, que alinhe diferentes dimensões como as políticas públicas que promovam a atração e retenção de talento; um setor privado, que coloque os recursos humanos no centro da sua estratégia, oferecendo condições de trabalho e remuneração competitivas, bem como uma cultura organizacional centrada nas pessoas; um setor que seja social e ambientalmente responsável, inclusivo e integrador, gerador de valor para as empresas, colaboradores e territórios; e instituições de ensino e formação que preparem os profissionais de forma eficaz para os desafios de qualificação.

Hoje, as empresas precisam de desenhar estratégias de “Employee Experience”, tal como fazem com as estratégias para captar clientes, assegurando assim a retenção dos seus talentos. É igualmente fundamental que as organizações se adaptem aos novos modelos de trabalho e que as lideranças se reinventem, desenvolvendo competências de gestão mais colaborativas, empáticas e menos hierarquizadas.

 

Assistimos a uma mudança de paradigma, em que as empresas passaram a adotar estratégias de employer branding para fidelizar os melhores profissionais

 

O digital e a sustentabilidade imperam na nova agenda das EHT
Quais são as competências mais importantes que os profissionais do turismo precisam desenvolver para se adaptarem às novas exigências do setor?
O setor do turismo almeja crescer atraindo mercados de maior valor, o que implica o contacto com turistas mais exigentes, mais informados, o que expõe o setor a novos desafios em termos de recrutamento e de novas competências que são exigidas aos colaboradores, independente da função que ocupam na empresa. As competências técnicas continuam a ser fundamentais, mas cada vez mais se exige que os colaboradores desenvolvam competências de soft skills, de orientação para o cliente e de liderança e de gestão de equipas, de comunicação, de empatia, de resiliência emocional. Também o digital e a sustentabilidade imperam na nova agenda das EHT como resposta às dinâmicas de mercado e impelem as entidades que desenvolvem formação em turismo a terem um papel mais conectado e alinhado com o mercado para participarem como atores principais na configuração do setor do turismo.

As conclusões do estudo recente “O perfil do Profissional de Turismo e Hospitalidade – Competências e formação” apontam para a necessidade de criação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor, através da adoção de abordagens diferenciadas na gestão de carreiras e expectativas, levando em consideração as necessidades específicas de cada estudante e de cada profissional. Isto já está a acontecer?
Um dos pilares fundamentais e que consta de uma das medidas do Programa Acelerar a Economia – Roadmap diz respeito ao Reposicionamento na oferta e prevê que devemos assegurar o desenvolvimento curricular (design de produto) de cursos, programas, conteúdos e metodologias alinhados com as tendências do setor e que promovam a contínua inovação do portfólio e um posicionamento de referência.

Paralelamente a isto o mercado tem-se encaminhando para uma hiperpersonalização da educação, em que o modelo de aprendizagem deve adaptar-se à experiência de aprendizagem para atender as necessidades de cada aluno, com base no seu perfil e motivações. Embora a Rede de Escolas do Turismo de Portugal tenha recebido a certificação TedQual da Organização Mundial de Turismo (OMT), vários dos seus cursos, como Pastry Management and Production e Hospitality Operations Management, Culinary Arts, Food and Beverage Management e Tourism Management, o que atesta um reconhecimento nacional e internacional e reconhece a qualidade da formação proporcionada pelas Escolas do Turismo de Portugal.

Estamos permanentemente atentos às necessidades e mercado para poder dar respostas alinhadas com o que os profissionais e empresas precisam. A auditoria realizada pela OMT analisou com especial detalhe cinco áreas: a coerência do plano de estudos, as condições pedagógicas (incluindo metodologias e infraestruturas), a gestão da Rede e das Escolas que a compõem, o corpo docente e a adequabilidade do programa de estudos às necessidades e perspetivas futuras do sector.

Catarina Paiva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal

Ligação das Escolas ao mercado de trabalho
Como é que as Escolas do Turismo de Portugal fazem a ligação com o mercado de trabalho?
A relação das nossas Escolas com o mercado de trabalho faz parte do nosso ADN e é trabalhada em três principais dimensões. Primeiro, realizamos um diagnóstico contínuo de necessidades através de instrumentos de interação regular com as empresas, como inquéritos, focus groups e reuniões temáticas. Em segundo lugar, criamos programas específicos de capacitação direcionados para áreas estratégicas, como a transição digital, a sustentabilidade e a responsabilidade social. Por fim, organizamos eventos regionais e nacionais, como o Fórum Estágios e Carreiras, workshops e seminários, que promovem uma interação direta entre empresas e alunos.

Além disso, realizamos atividades de investigação e análise de tendências, produzindo documentos orientadores sobre competências futuras no setor. Exemplos disso incluem o Estudo de empregabilidade já mencionado e o projeto internacional PANTOUR – Next Tourism Generation, que está a desenvolver uma matriz de competências para orientar as estratégias futuras de capacitação. As EHT também têm iniciativas direcionadas para uma maior flexibilidade na formação, como o desenvolvimento de ações em e-learning, adaptadas aos horários dos profissionais, com temas focados no digital, na sustentabilidade e em línguas, incluindo português para estrangeiros. Outra área de atuação é o reforço das metodologias de formação on the job. Neste contexto, estamos a trabalhar em estreita colaboração com as empresas para criar percursos de formação dentro do local de trabalho. Esta abordagem permite que novos profissionais no setor aprendam não apenas técnicas específicas, mas também a nossa matriz cultural de serviço, a língua e a gastronomia, promovendo uma integração profissional mais rica e completa.

 

É igualmente fundamental que as organizações se adaptem aos novos modelos de trabalho e que as lideranças se reinventem, desenvolvendo competências de gestão mais colaborativas, empáticas e menos hierarquizadas

 

Papel da Academia Digital na capacitação dos profissionais do setor
Qual tem sido o vosso papel na formação contínua dos profissionais de turismo, de forma a responder aos desafios da retenção de talento, inovação tecnológica e sustentabilidade?
A capacitação dos profissionais do setor tem sido, desde sempre, uma prioridade para as Escolas do Turismo de Portugal, assumindo especial relevância no período pós-pandemia. O lançamento da Academia Digital foi um marco nesse esforço, permitindo acelerar a transição digital e expandir a oferta formativa a todo o território nacional.

Com as crescentes exigências de sustentabilidade, a adoção de práticas de gestão baseadas em indicadores ESG e a escassez de mão-de-obra no setor, a formação tornou-se ainda mais essencial. Para responder a estes desafios, desenvolvemos uma série de programas específicos, como o Upgrade Digital, o Upgrade Sustentabilidade, o Programa Formação + Próxima, o Programa BEST e o Programa de Formação Empresas 360º. Além disso, em parceria com a Universidade Aberta, criámos um conjunto de microcredenciais nas áreas do Digital e da Sustentabilidade, permitindo uma aprendizagem autónoma e personalizada. Entre estas destacam-se: Ferramentas Digitais (Nível 1 e Nível 2), Estratégia Digital e Marketing Performance, O Digital e as Redes Sociais, Circularizar a Economia e o Turismo e Responsabilidade Social nas Empresas do Turismo (atualmente na sua 3.ª edição).

Estas iniciativas refletem o compromisso das Escolas do Turismo de Portugal em preparar os profissionais para os desafios atuais e futuros, contribuindo para a competitividade e sustentabilidade do setor.

Os planos de estudo já começam a incluir formação sobre o uso de tecnologias como inteligência Artificial (IA)? Se sim, que tecnologias são abordadas e de que forma são colocadas em prática?
O Turismo de Portugal está a trabalhar em três níveis distintos: primeiro, na capacitação das equipas, oferecendo formação aos Diretores, Coordenadores de Formação e Formadores sobre os diversos suportes de Inteligência Artificial disponíveis e a sua aplicação em contexto didático. Segundo, na introdução de ferramentas de IA e Tecnologias Emergentes, com a criação de regras para o desenho e conceção de conteúdos de aprendizagem suportados por estas tecnologias e a implementação de novas metodologias de integração. Entre os exemplos destacam-se aplicações de tutoria virtual e aprendizagem adaptativa, ferramentas de correção automática de exercícios e testes, que proporcionam feedback imediato aos alunos e economizam tempo aos professores, e o uso de software de gamificação na área da gestão hoteleira, que incrementa o compromisso e a motivação dos alunos ao incorporar elementos de jogo.

Por fim, estamos a preparar as infraestruturas da Rede de Escolas, criando novos espaços tecnológicos de suporte à aprendizagem no âmbito do projeto de modernização financiado pelo PRR. Este projeto inclui a criação de laboratórios técnicos e tecnológicos equipados com diversos suportes multimédia, que favorecerão a utilização de ferramentas inovadoras, como realidade virtual e aumentada, consolidando estas dimensões no futuro.

Estratégia de internacionalização
Que papel têm tido as Escolas do Turismo de Portugal de apoio a nível internacional, designadamente, junto dos PALOP e a CPLP? E na formação de estrangeiros em Portugal?
As Escolas do Turismo de Portugal baseiam a sua estratégia de internacionalização em programas de mobilidade de estudantes e formadores, cooperação bilateral e multilateral com entidades internacionais e uma participação ativa em projetos e estudos globais. Recentemente, essa ambição foi reforçada com a expansão acelerada da rede de Escolas, inicialmente direcionada para países da CPLP, destacando-se, pelo trabalho já desenvolvido, os casos de Angola e Cabo Verde.

Este modelo global prevê parcerias estratégicas, nas quais o know-how e a experiência da rede nacional são transferidos para criar Escolas Locais de Hotelaria e Turismo, em formato co-branded, com gestão e instalações asseguradas pelos países parceiros. Exemplos deste reforço incluem colaborações recentes com a Índia, o Uruguai e países com grandes comunidades portuguesas, como o Luxemburgo, onde será em breve assinado um acordo de cooperação.

Ao nível dos alunos internacionais, verifica-se uma procura crescente de candidatos de países como Bangladesh, Nepal, Índia, Ucrânia e Paquistão, e, mais recentemente, da Venezuela e dos Estados Unidos. Na Europa, destacam-se nacionalidades como italianos, franceses, espanhóis e alemães. Paralelamente, foi lançado este novo Programa de Formação e Integração de Migrantes para o Setor do Turismo, em parceria com a AIMA e a CTP.

Estas iniciativas sublinham o compromisso das Escolas em reforçar o posicionamento internacional, promovendo a excelência da formação portuguesa no setor do turismo e criando um impacto global positivo.

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Wine Tours Madeira tem novos tours ecológicos focados em turismo regenerativo

A Wine Tours Madeira lançou um novo produto: os “Echoo Tours”. Desenhados para que os visitantes possam explorar a ilha da Madeira de forma sustentável, os turistas têm a possibilidade de escolher opções mais equilibradas quer ao nível de horários e locais a visitar evitando concentração excessiva.

Publituris

Há um novo conceito de tours na Madeira, com base na experiência em explorar novos nichos e temas ao nível da animação turística na ilha: “Echoo Tours”. A Wine Tours Madeira lança este novo conceito que pretende reforçar a necessidade de pensar e agir de forma sustentável, também quando se explora um destino.

Assim, os novos tours foram desenhados por forma a que os visitantes possam explorar a ilha da Madeira de forma sustentável, escolhendo as opções mais equilibradas quer ao nível de horários e locais a visitar evitando concentração excessiva, com inclusão de atividades de sensibilização e propagação de mensagens importantes para a conservação da natureza, sempre a par da componente lúdica.

“Estamos perante uma inovadora série de experiências de turismo regenerativo, que estão programadas para serem lançadas antes do verão e combinam a exploração vinícola e cultural da Madeira com atividades sustentáveis que promovem a conservação do ambiente insular”; refere Duarte Afonso, partner da Wine Tours Madeira.

Compromisso com Turismo Sustentável
Estes tours pretendem homenagear as relíquias naturais pela forma responsável como foram desenhados os programas, onde a criatividade afastará os visitantes das grandes concentrações e onde o lazer e o desfrutar de todos os espaços naturais visitados serão acompanhados da informação correta, não deixando de sensibilizar para o valor das nossas reservas naturais, espécies e projetos de conservação, bem como boas práticas que os visitantes também devem adotar.

Cada Echoo Tour incluirá uma componente de sensibilização ambiental, mas também irá incluir ações de turismo regenerativo proporcionando aos participantes a oportunidade de contribuir ativamente para a conservação da biodiversidade da ilha. As atividades poderão variar desde a plantação de plantas endêmicas até à remoção de espécies invasoras, ajudando a manter o equilíbrio ecológico da Madeira.

“Consideramos que os tours irão atrair os públicos mais atentos às questões ambientais, mas não só. Tratam-se de programas não massificados e naturalmente pensados para proporcionar momentos de lazer e exploração da ilha que também se direcionam a um público que aprecia programas equilibrados, relaxados, prazerosos e com muito conteúdo”, explica Duarte Afonso, concluindo que os Echoo Toursrefletem o nosso compromisso em integrar práticas sustentáveis no turismo”, sendo que “estas novas experiências são projetadas para permitir que os nossos clientes não apenas desfrutem da beleza da Madeira, mas também participem na sua preservação.”

A Wine Tours Madeira informa que estes tours estão em fase de teste e brevemente estarão disponíveis tanto para grupos como para individuais.

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Dakhla: Onde o mar vai beijar o deserto

Situada no sul de Marrocos, Dakhla é onde o mar beija o deserto, numa dança mágica, revelando-se como um destino de sonho para os amantes da natureza, da aventura e do bem-estar. Fomos visitar a região a convite do Turismo de Marrocos. Vimos pouco, mas há sempre algo para contar.

Num encontro feliz entre o Oceano Atlântico e o Deserto do Saara, Dakhla é feita de história e natureza que desfilam entre o azul turquesa das praias cristalinas e as mil e uma cores das dunas que, do nascer ao pôr do-sol, nos iluminam com uma luz quente e singular, inundando as paisagens a perder de vista, convidando-nos à desconexão, ao relax, autenticidade, mas com bastante adrenalina não só pelos desportos aquáticos que oferecem, onde o surf, o windsurf e o kitesurf são reis, e podem ser praticados durante todo o ano nas águas banhadas pelo Oceano Atlântico graças ao vento que frequentemente acompanha as suas costas, mas pelas diversas aventuras que o deserto proporciona, sejam a cavalo, de camelo, moto quatro ou veículos todo o terreno.  O destino, em pleno desenvolvimento turístico, posiciona-se a nível internacional, como ideal para aqueles que procuram natureza e património ecológico, ou seja, de ecoturismo exótico.

A convite da Oficina de Turismo de Marrocos, fomos espreitar esta singular região que pretende posicionar-se, a nível internacional, como uma alternativa ao turismo de massas, ou a destinos turísticos superlotados. Duas palavras definem Dakhla: Autenticidade e Sustentabilidade.

Só o Parque Nacional de Dakhla ocupa uma extensão de 18 mil hectares, uma reserva natural protegida que mantém toda a sua magia intacta com horizontes infinitos, mar azul, colinas de dunas que terminam na água e pores-do-sol espetaculares.

Inaugurado em 2014, o Parque Nacional Dakhla está inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO. Esta região selvagem e preservada é o lar de inúmeras espécies animais, incluindo a gazela de Mhorr, flamingos cor-de-rosa, caranguejos, golfinhos, focas-monge e diversas espécies de aves migratórias, um refúgio de vida selvagem que surpreende a cada visitante.

Dois dias de alguma aventura
Veículos de todo-o-terreno aguardava-nos à chegada para dois dias de alguma aventura. A primeira paragem foi à Duna Branca.

Mais de 20 jeeps (agentes e operadores turísticos portugueses e espanhóis, bem como jornalistas dos dois países), seguiram, em caravana para a 30 km de Dakhla, encontramos uma grande duna de areia branca que ilumina a água de uma lagoa, um local simplesmente magnífico com um cenário de cortar a respiração. É bem conhecida pelos entusiastas do kitesurf pelas suas condições de vento.

Depois, era preciso visitar a Ilha do Dragão, pequena ilha inexplorada situada ao lado da península do Rio de Ouro. A sua forma de dragão torna-a atraente aos olhos de qualquer visitante.

Cada excursão por essas vastas extensões de areia e argila branca oferece a sensação de estar sozinho no mundo, diante de uma natureza grandiosa.

Navegando pelas águas azul-turquesa da magnífica lagoa de Dakhla e observando aves migratórias, flamingos cor-de-rosa e até golfinhos que ali fixaram residência, chega-se à Ilha do Dragão, de nome verdadeiro Ilha Herné, que subindo ao topo do penhasco oferece uma deslumbrante vista 360º da lagoa, praias, bancos de areia branca e dunas de deserto ao longe.

A lagoa Dakhla tornou-se um local icónico para os entusiastas dos desportos aquáticos, especialmente o kitesurf e o windsurf, atraindo fãs de todo o mundo. As suas praias, como a famosa praia de Porto Rico, oferecem panoramas impressionantes, ideais para um piquenique ou uma sessão fotográfica estilo “Robinson Crusoé”.

A lagoa de Dakhla é um ótimo local para kiters de todos os níveis. O vento sopra do nascer ao pôr do sol, então é só escolher quando quer fazer kite. Ali também há muito espaço para os kiters iniciantes fazerem aulas e praticarem enquanto ficam longe dos especialistas.

Dakhla também é conhecida pelos seus estabelecimentos hoteleiros dedicados aos desportos aquáticos, concebidos num estilo único e amigo do ambiente. Além dos bangalôs ecológicos, muitos hotéis contam com instalações de bem-estar como Spas, piscinas e salas de ioga, além de centros equestres e náuticos. A maioria deles oferece pacotes com tudo incluído, seja para kitesurf ou retiros de ioga.

Durante a viagem houve tempo de apreciar alguns apontamentos de cultura local, como música e dança, culminando com uma festa que retratava as “Mil e uma noites”, nas dunas de Dakhla, enquanto a natureza nos brindava com um incomparável por do sol. O escritor e aviador Antoine de SaintExupéry teria escrito aqui alguns trechos de sua obra-prima, “O Pequeno Príncipe”.

Hoje, Dakhla continua a ser um ponto de convergência internacional graças ao seu aeroporto, que a liga às principais metrópoles marroquinas e internacionais. Resumindo, diria que Dakhla é muito mais do que um destino de férias. É uma verdadeira viagem sensorial onde dunas desérticas, sabores locais e encontros com a fauna marinha se combinam para oferecer uma aventura inesquecível. Quer seja um apaixonado por desporto, história ou simplesmente procure momentos de relaxamento junto à água, Dakhla, ou a região de Dakhla-Oued Ed Dahab, é uma joia a descobrir.

*O Publituris viajou a convite do Turismo de Marrocos

 

Sobre o autorCarolina Morgado

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Francisco Calheiros: “Não nego que estou preocupado com a governabilidade do país”

Preocupado que a atual instabilidade política possa bloquear dossiês e investimentos em curso ligados à atividade turística, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal “espera que a situação política governamental em Portugal seja clarificada de forma célere”.

Carla Nunes

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, mostrou-se preocupado “com a governabilidade do país” no seu discurso de abertura do XXI Congresso da Associação de Directores de Hotéis de Portugal (ADHP), que decorre entre esta quinta e sexta-feira no INATEL Caparica, no município de Almada.

Receoso de que possam ser bloqueados dossiês e investimentos em curso com relação direta e indireta à atividade turística, o presidente da CTP afirma que o país precisa de estabilidade política, prevendo que esta possa não ser alcançada com as próximas eleições.

“O país necessita de estabilidade em termos políticos e de uma governação estável, para que não sejam bloqueados dossiês e investimentos em curso que têm relação direta e indireta com a atividade turística. Não nego que estou preocupado com a governabilidade do país. Não me parece que esta intranquilidade seja apenas por dois meses, porque não vejo que as soluções que possam resultar após um cenário eleitoral sejam mais tranquilizadoras e mais purificadoras que agora – ou seja, uma necessária maioria governativa, ao que tudo indica, não vai acontecer”, afirma Francisco Calheiros.

Sobre os principais fatores “que se deverão continuar a ter em conta”, o presidente da CTP aponta, em termos de acessibilidades, para “a existência de um novo aeroporto e de uma linha férrea mais moderna e com ligações em TGV”; uma “solução para a TAP”; a “redução da carga fiscal” e uma “efetiva reforma do Estado”.

Lamentando que muitas destas questões sejam adiadas “devido ao atual momento político do país”, o presidente afinca que a CTP “espera que a situação política governamental em Portugal seja clarificada de forma célere”.

“O turismo será um fator de sustento da economia”
Apesar dos “vários desafios internos”, como aponta ser o caso do “novo aeroporto, da privatização da TAP e da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, a par da instabilidade internacional, com cenários de guerra, e da instabilidade económica, Francisco Calheiros indica que “Portugal não perde turistas”, uma vez que o turismo “cresce em todas as regiões”.

Apontando para os valores de 2024 em Portugal, ano em que se registaram “mais de 31 milhões de hóspedes, ultrapassaram os 80 milhões de dormidas e os 27 mil milhões de euros em receitas”, o presidente da CTP acredita que Portugal continuará a ter bons indicadores turísticos este ano.

“Penso que Portugal continuará a ter bons indicadores turísticos, já que continua a ser um país atrativo pela sua diversidade, pela qualidade dos seus produtos e serviços turísticos. É um país onde quem nos visita se sente seguro”, defende, acrescentando que “é o turismo que será, mais uma vez, um fator de sustento da economia. O pensamento positivo deve continuar a ser aquele que nos move”.

Sobre o autorCarla Nunes

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Número de visitantes em Macau teve o segundo melhor arranque de ano de sempre

A região semiautónoma chinesa de Macau recebeu nos primeiros dois meses deste ano 6,79 milhões de visitantes, o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano.

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De acordo com dados oficiais, o número de turistas que passou por Macau só foi superado em janeiro e fevereiro de 2019 — antes da pandemia de covid-19 -, período em que registou mais de 6,97 milhões de visitantes.

No entanto, segundo a Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), mais de 59% dos visitantes (4,04 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na cidade.

Em 2024, o Governo Central divulgou uma série de medidas de apoio a Macau, como o aumento do limite de isenção fiscal de bens para uso pessoal adquiridos por visitantes da China.

Ao mesmo tempo, as autoridades chinesas alargaram a mais 10 cidades da China a lista de locais com “vistos individuais” para visitar Hong Kong e Macau.

Além disso, desde 1 de janeiro que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias.

Em resultado, a esmagadora maioria (91,3%) dos turistas que chegaram a Macau nos dois primeiros meses do ano vieram da China continental ou Hong Kong, enquanto menos de 449 mil foram visitantes internacionais.

Ainda assim, o mês de fevereiro registou uma queda de 4,4% no número de visitantes, em comparação com igual período de 2024, para 3,15 milhões, uma descida que a DSEC justificou com a variação do Ano Novo Lunar.

A chamada ‘semana dourada’ do Ano Novo Lunar, um período de feriados na China continental, que muda consoante o calendário lunar, decorreu este ano entre 28 de janeiro e 04 de fevereiro.

Em 2024, esta época alta para o turismo em Macau aconteceu totalmente em fevereiro.

Macau recebeu no ano passado 34,9 milhões de visitantes, mais 23,8% do que no ano anterior, mas ainda longe do recorde de 39,4 milhões fixado em 2019, antes da pandemia.

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Espanha chega aos 6,7 milhões de passageiros internacionais em fevereiro

Em fevereiro, o número de passageiros internacionais nos aeroportos espanhóis cresceu 6,4% face a igual mês de 2024, atingindo os 6,7 milhões. A Turespaña aponta o bom desempenho dos países ibero-americanos, da China e das nações do Golfo Pérsico.

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O número de viajantes provenientes de aeroportos internacionais atingiu os 6,7 milhões no passado mês de fevereiro, representando um aumento de 6,4% face ao ano anterior, de acordo com os dados publicados pela Turespaña.

Entre janeiro e fevereiro, Espanha recebeu mais de 13 milhões de passageiros internacionais, registando um crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2024.

Tal como aconteceu no primeiro mês do ano, fevereiro manteve o bom desempenho dos países ibero-americanos, da China e das nações do Golfo Pérsico, contribuindo para reforçar a aposta do Governo na diversificação dos mercados.

Entre os principais mercados europeus, Itália foi novamente o país que registou o maior aumento no número de passageiros aéreos internacionais, com um crescimento de 15,2% em fevereiro, tal como já tinha ocorrido em janeiro.

Os passageiros provenientes de Itália representaram 10,7% do total recebido em fevereiro (718.797 viajantes), beneficiando todas as comunidades autónomas, exceto a Galiza e a Cantábria, que registaram um ligeiro decréscimo.

Este aumento coloca os viajantes italianos como o terceiro maior mercado emissor, atrás do Reino Unido e da Alemanha.

No que diz respeito aos mercados tradicionais, o Reino Unido, com cerca de 1,3 milhões de passageiros internacionais, representou 19,3% do total das chegadas a Espanha em fevereiro, registando um crescimento homólogo de 2,9%.

As regiões das Canárias e Valência foram as mais beneficiadas, em termos absolutos, com cerca de 14.000 passageiros adicionais provenientes do mercado britânico.

Por sua vez, o número de passageiros provenientes da Alemanha situou-se nos 847.421 (12,6% do total), aumentando 5,1% em relação a fevereiro de 2024. Estes viajantes dirigiram-se maioritariamente para as Canárias (36,1% do total), onde se registou um aumento de 1,6%.

No entanto, foram as Baleares, a Andaluzia e a Comunidade Valenciana que mais beneficiaram, com aumentos superiores a 10.000 chegadas adicionais do mercado alemão.

Ainda na Europa, França representou 7,6% do total de passageiros em fevereiro (513.769 viajantes), registando um crescimento de 8,5%. As comunidades mais beneficiadas por este mercado foram a Catalunha e a Comunidade de Madrid, que receberam cerca de 31% e 28% das chegadas, respetivamente.

Por fim, os Países Baixos contribuíram com 4,9% do total de viajantes (328.694 passageiros) em fevereiro. O número de passageiros provenientes deste mercado aumentou 1,4% em termos anuais, com destino principal à Comunidade Valenciana, à Andaluzia e à Catalunha, todas com mais de 60.000 chegadas.

Em relação aos aeroportos, o Adolfo Suárez Madrid-Barajas foi o que recebeu mais chegadas em fevereiro, com 1,7 milhões (um aumento de 4,2%), seguido pelo aeroporto de Barcelona, com 1,3 milhões (um crescimento de 3,5%), e pelo aeroporto de Málaga, com 635.651 chegadas (um aumento de 8,8%).

O maior crescimento anual foi registado no aeroporto de Valência, com um aumento de 20,3% em relação a 2024, segundo dados do Ministério da Indústria e Turismo.

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