TAP anuncia reforço de voos, mas não os coloca em sistema, alerta SkyExpert
Para a empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo, os novos voos da TAP do Porto para o verão 2022 não estão em sistema e os que estão, apresentam tarifas 50% mais caras se o destino for o Porto.
Publituris
Enoturismo no Centro de Portugal em análise
ESHTE regista aumento de 25% em estágios internacionais
easyJet abre primeira rota desde o Reino Unido para Cabo Verde em março de 2025
Marrocos pretende ser destino preferencial tanto para turistas como para investidores
Do “Green Washing” ao “Green Hushing”
Dicas práticas para elevar a experiência do hóspede
Porto Business School e NOVA IMS lançam novo programa executivo “Business Analytics in Tourism”
Travelplan já vende a Gâmbia a sua novidade verão 2025
Receitas turísticas sobem 8,9% em setembro e têm aumento superior a mil milhões de euros face à pré-pandemia
Atout France e Business France vão ser uma só a partir do próximo ano
Depois do anúncio da TAP relativamente a um reforço das ligações entre o Porto e o Brasil, mais concretamente, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e entre Porto e Lisboa, a SkyExpert analisou esta “novidade” e verificou que nenhum desses voos se encontra disponível nos sistemas para venda, nem mesmo no site da TAP.
A companhia aérea nacional informou que acrescentará, a partir do próximo verão, dois voos semanais do Porto para o Brasil e mais dois voos diários do Porto para Lisboa, tendo a empresa de consultoria especializada em transporte aéreo, aeroportos e turismo verificado que nenhum desses voos se encontra disponível nos sistemas para venda, nem mesmo no site da TAP.
“É uma situação muito rara: com exceção de rotas sujeitas a aprovação governamental, as companhias aéreas anunciam rotas quando as mesmas já estão em sistema e é possível reservar. No caso de aumento de frequências, isso ainda é mais evidente”, afirma Pedro Castro, fundador e diretor da SkyExpert, em nota de imprensa enviada ao Publituris. “Atualmente nenhuma das frequências adicionais comunicadas à partida do Porto estão em sistema…porquê?” No entender de Pedro Castro estas situações acontecem quando as “companhias pretendem fazer uma campanha de comunicação, quando não têm certeza do horário, da disponibilidade de equipamento, etc., mas sacrificam essa parte por questões mediáticas”.
Para a SkyExpert, o ponto fulcral continua a ser a “data fatídica” de novembro de 2022: nessa altura, a TAP terá de abdicar obrigatoriamente 18 ‘slots’ – faixas horárias de aterragem e descolagem sem as quais não existem voos – no aeroporto de Lisboa. Nessa altura também, as regras europeias sobre os ‘slots’ passarão a vigorar na sua plenitude, ou seja, a TAP poderá apenas guardar aqueles ‘slots’ que efetivamente usar.
Com a frota reduzida de 108 aviões para 94 (menos 12%), “a TAP não terá frota suficiente para manter os ‘slots’ que tem e que quer proteger em Lisboa”, vaticina Pedro Castro, “e vai ter de ir buscar os aviões fora da base para cumprir essa missão. Isso vai esvaziar o Porto da TAP.”
“Neste momento, é provável que a TAP já saiba que voos irá operar do Porto em novembro de 2022, mas será muito difícil obter qualquer informação a este respeito porque a TAP não quererá abrir o jogo à concorrência e apenas abdicará dos ‘slots’ à última hora”, refere ainda a nota.
Para Pedro Castro, as declarações de “querer trazer mais turistas para a ‘Invicta’” não encontram aplicação prática. Nos destinos intercontinentais, a tarifa aérea continua a ter um papel preponderante na decisão sobre o destino e, nesse aspeto, a consultora frisa que “as tarifas da TAP continuam a privilegiar quem apenas usa o Porto como aeroporto de transferência para seguir viagem para Londres ou para Paris e, por isso, entre 50 a 70% dos passageiros que a TAP transportar nas rotas do Brasil-Porto continuarão viagem para outros destinos sem qualquer contributo para a economia do Norte”.
Quem, de facto” quiser viajar para o Porto/Norte e para quem o preço será um critério mais importante, fá-lo-á com outras companhias aéreas e com escala noutros aeroportos”, remata Pedro Castro.