Presidente da AHETA demite-se depois de declarações polémicas
Depois de uma entrevista e declarações polémicas, Elidérico Viegas, presidente da AHETA, deixa o cargo a partir desta segunda-feira, dia 29 de março.
Victor Jorge
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O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, vai apresentar a demissão na segunda-feira (29 de março). Esta decisão surge depois de outros membros da direção terem discordado das declarações feitas por Elidérico Viegas numa entrevista ao jornal “Inevitável” (edição de sexta-feira, 26 de março), revelou a associação.
Na edição do jornal, o presidente da AHETA, que dirige a associação hoteleira há mais 20 anos, fala sobre as dificuldades que o setor hoteleiro e o turismo atravessam na região devido aos efeitos da pandemia de COVID-19, debruçando-se sobre temas como a vacinação, as dificuldades do setor, a falta de apoio à região ou a forma como os prémios sobre turismo são atribuídos.
Ao “Inevitável”, Elidérico Viegas admite que, depois de perdido o Carnaval, “a Páscoa está completamente comprometida, a 100%”, salientando ainda que “vamos estar dois anos e meio sem receitas e com contas deficitárias, porque só a partir da Páscoa do próximo ano [2022] é que poderemos ter alguma expectativa relativamente à retoma”.
Outra das “farpas” que Elidérico lança é relativamente aos prémios que Portugal tem ganho ao longo dos últimos anos. “Em relação a esses prémios só nós é que os conhecemos, o resto do mundo não sabe. São eleições feitas por entidades privadas que se regem por princípios económicos, de rentabilidade económica e, como tal, pagamos e ficamos no lugar que queremos”, refere o ainda presidente da AHETA. “Estes prémios que andamos a apregoar com frequência são prémios atribuídos por estruturas ou organizações privadas que têm como fim o lucro e que vendem lugares em função dos preços que se pagam”. E finaliza: “todos em Portugal compram bem isso, mas o resto do mundo não sabe nada. Ninguém sabe que somos os melhores do mundo, só nós é que sabemos”.
Depois de ter tomado conhecimento das declarações ao jornal “Inevitável”, a AHETA realizou uma reunião da direção, na qual os restantes membros manifestaram a sua discordância com as declarações de Elidérico Viegas, considerando num comunicado posterior que “não se reveem nem podem subscrever” as declarações do presidente.
“Em reunião imediatamente convocada, a direção ouviu as explicações do sr. presidente e foi informada da sua intenção em se demitir deste órgão social da AHETA, demissão essa que será apresentada pelo próprio ao sr. presidente da assembleia-geral, na próxima segunda-feira, 29 de março”, adiantou a associação.
No comunicado, assinado por Pedro Lopes, Joel Pais, Reinaldo Teixeira, Rúben Paula, Jorge Beldade, Luís Correia da Silva, Martinho Fortunato e José Queiroga Valentim, os restantes elementos da direção da associação hoteleira reconhecem o “papel relevante do atual presidente da direção da AHETA, desde a constituição formal da associação”, em 1995, para a “defesa dos interesses das empresas turísticas do Algarve” e a “afirmação da AHETA como a mais influente e representativa associação empresarial da região”.
Os dirigentes que subscreveram o comunicado anunciaram ainda que vão propor à presidência da mesa da assembleia-geral da AHETA a convocação de eleições “no mais breve espaço de tempo” com o objetivo de “reforçar a capacidade de intervenção da associação, neste período crítico que as empresas turísticas algarvias estão e terão de continuar a ultrapassar” devido aos efeitos da pandemia da COVID-19.