Reportagem| O esplendor do Rio de Janeiro
O Brasil tem um lugar consolidado no ‘top of mind’ da maioria dos portugueses, arrisco-me a dizer de todos. Para quem nunca foi, é um desejo a cumprir; para quem já foi, fica sempre outro tanto por desbravar neste país imenso. Imenso em dimensão, em pessoas, em diversidade, em sensações, em tudo. Imensa é também a Cidade Maravilhosa com todo o seu esplendor. E Búzios? Leia para descobrir.

Raquel Relvas Neto
Nova Edição: Dossier Madeira, Turismo e eleições, KIPT CoLab e Korean Air
Edição Digital: Dossier Madeira, Turismo e eleições, KIPT CoLab e Korean Air
TAAG anuncia cinco voos para o Porto no Natal
SIBS Analytics diz que transações de turistas aumentaram 30% na Páscoa
Madeira é o “Melhor Destino Europeu” para a revista Viajes National Geographic
Qatar Airways e Philippine Airlines estabelecem novo acordo estratégico de codeshare
Palacete Severo entra na Hot List 2025 da Condé Nast Traveller
“Mais do que uma empresa de transferes, somos uma empresa de mobilidade”
TUI Portugal lança campanha “Verão à Vista” com descontos no longo curso
Air France abre nova rota entre Paris e Phuket no inverno
O Brasil tem um lugar consolidado no ‘top of mind’ da maioria dos portugueses, arrisco-me a dizer de todos. Para quem nunca foi, é um desejo a cumprir; para quem já foi, fica sempre outro tanto por desbravar neste país imenso. Imenso em dimensão, em pessoas, em diversidade, em sensações, em tudo. Imensa é também a Cidade Maravilhosa com todo o seu esplendor. E Búzios? Leia para descobrir.
Colocar em palavras a beleza do Rio de Janeiro é tarefa ingrata. Especialmente, depois de tantos autores como Vinicius de Moraes e Tom Jobim terem tido a ousadia de o fazerem de forma tão próxima da perfeição.
O Rio de Janeiro é o expoente máximo do desejo de desfrutar a vida em todas as suas vidas (são várias as que o Rio nos dá). A Cidade Maravilhosa tem o sabor que a vida tem, um agridoce que nos faz lembrar o melhor e o pior, mas em que o doce prevalece e suplanta qualquer outro sabor amargo. O Rio de Janeiro é a cidade dos extremos. É a cidade crua que nos desperta os mais ínfimos sentimentos. É a cidade crua que nos desperta as emoções. É a cidade que nos encanta, que nos apaixona, que nos faz querer conhecê-la até às entranhas.
No Rio de Janeiro, a vida é simples e desprendida, para podermos aproveitar aquilo que de melhor ela tem. Uma subida ao Cristo Redentor, um chop na beira da praia, uma água de côco na areia ou um pôr-do-sol no Arpoador. Vem o samba e fica a combinação perfeita. Querer mais para quê?
Capital do lazer
Barra da Tijuca, São Conrado, Zona Sul e Centro são as zonas que reúnem os principais atractivos da cidade carioca. É exactamente no Centro que podemos visitar o Museu do Amanhã, junto à Baía de Guanabara. Um museu demasiado interessante para não ser incluído no roteiro. Garantimos que não é mais um museu enfadonho. Este museu de ciências, aberto em 2015, promove o debate, ideias, explorações e perguntas sobre a época em que vivemos e as mudanças que nela se verificam. Orientado pelos valores da sustentabilidade e da convivência, o Museu do Amanhã apresenta uma narrativa de como podemos viver e moldar o rumo dos próximos 50 anos. Futuros possíveis a partir de perguntas mais que pertinentes que a Humanidade faz. Ou que deveria fazer. Os bilhetes, cujos preços variam entre os 10 e os 20 reais, para o Museu do Amanhã podem ser adquiridos online.
Um pouco de praia por favor. A costa do Rio tem 86 quilómetros de extensão, por isso as opções de praias são bastantes e adequadas a todos os gostos. Comecemos por Copacabana, uma das praias mais conhecidas no mundo, seja pelo calçadão com as suas ondas na calçada portuguesa, uma imagem de marca da cidade, ou pelos vários quiosques espalhados ao longo da praia, com música ao vivo ao final do dia onde a “turma” se reúne para mais uma água de côco. É nesta zona que fica o emblemático Belmond Copacabana Palace, que relembra a imponência de outros tempos e classes.
A Garota de Ipanema imortalizou a praia com o mesmo nome. Praia dos bairros mais nobres da cidade, juntamente com a praia do Leblon, Ipanema convida a um passeio no calçadão ou a uma visita à Feira Hippie de Ipanema, na Praça General Osório, aos domingos. A praia do Leblon pode ser observada na sua plenitude do Mirante do Leblon, que fica localizado na entrada do Parque do Penhasco Dois Irmãos. Do outro lado oposto a Ipanema, temos o Arpoador, que separa Ipanema da praia de Copacabana. Esta zona é muito frequentada por surfistas e é considerada uma das praias mais especiais da cidade. O ponto alto da visita ali é o pôr-do-sol, que se esconde nas águas do Oceano Atlântico, um dos maiores espectáculos naturais no Rio.
Na Barra
Se quiser ficar a conhecer o ‘Miami Carioca’ vá até à Barra da Tijuca, a maior praia da cidade. Para chegar até lá, passa-se junto a uma das entradas da Favela da Rocinha, uma das mais conhecidas e onde a empresa Favela Tour faz um passeio às áreas de comércio e artesanato da Rocinha, como também à escola local de Vila Canoas, outra das favelas visitadas. O guia refere que dá para realizar incentivos na Lage da Rocinha com trio de samba ou roda de capoeira. Apesar de alguns contra-tempos recentes numa das visitas à Rocinha, os passeios às favelas já se fazem há bastante tempo e é uma realidade que o turista, particularmente, o europeu não gosta que a escondam. Quando existem alguns atritos numa das favelas, o passeio é realizado numa das outras, como a do Vidigal junto ao Sheraton Grand Rio Hotel & Resort. Atrás desta zona, fica também o Parque Nacional da Tijuca, onde está localizada a Pedra da Gávea e a Pedra Bonita, onde está também a rampa de voo livre. É deste penhasco que se realizam os saltos de parapente e asa delta tão comuns nas fotografias de quem visita o Rio e quer uma experiência radical. Estes aterram na praia de São Conrado. Vida boémia Está claro que o Rio de Janeiro tem mais para oferecer do que “vida boa”. É uma cidade rica em cultura, muita da qual transcende fronteiras, mas não há nada como estar em puro contacto na sua origem. É exactamente isso que oferece o bairro da Lapa, no centro histórico da cidade, onde está também o Vila Galé Rio de Janeiro. É aqui também que se visita a colorida Escadaria de Sélaron, iniciada pelo chileno Jorge Sélaron, que quis ali fazer uma homenagem ao povo brasileiro. A escadaria com duzentos e quinze degraus com 125 metros de comprimento junta vários tons vermelho, amarelo e verde na maioria, mas com azulejos de toda a parte do mundo e das mais diversas cores e feitios.
A cinco minutos de distância, os imponentes brancos Arcos da Lapa, um dos principais cartões postais da cidade, nos quais funcionava o Aqueduto Carioca na época em que o Brasil ainda era colónia portuguesa. Estes convidam a conhecer a animação do bairro, que entra em ebulição no final do dia. Gentes de todo o lado enchem as suas ruas e esplanadas dos vários espaços com espectáculos que existem, seja de samba, chorinho, funk, hip hop, entre outras. Como em qualquer outro local do mundo onde existem multidões, é aconselhável ter cuidados redobrados. Vá apenas com algum dinheiro no bolso, o suficiente para as caipirinhas ou os chopes que julga que vai beber. É nesta zona que fica o lendário Rio Scenarium. Este pavilhão cultural tem uma vasta programação musical com espectáculos ao vivo, tocando exclusivamente música brasileira, onde é inevitável não cair no samba e na gandaia. Os seus três andares, todos diferentes entre si, costumam encher aos fins-de-semana. No Rio Scenarium pode também petiscar algumas das iguarias brasileiras para que se aguente na vida boémia carioca.
Mas, para abrir o apetite para o Carnaval que está quase aí, que tal uma visita à Cidade do Samba ou a uma escola de samba? Garanto, é um arrepio imenso. Imenso nas sensações. Já dizia o outro que “para vencer a tristeza, o samba é o melhor divã, que faz esquecer o que é ruim”. Mesmo que não tenha samba no pé, o ecoar dos tambores, dos tamborins ou do pandeiro vão fazer com que o ganhe. Se não conseguir, fique pela palma da mão, porque no samba “tem que aplaudir”.
Do topo do mundo…
Não é o topo do mundo, mas parece. É essa a sensação que se tem quando se chega ao emblemático Cristo Redentor. A sua paisagem é de tirar o fôlego, especialmente se as nuvens permitirem desfrutar da vista maravilhosa que se tem do seu topo. Aqui chegamos através de um pequeno comboio que sobe a Estrada de Ferro do Corcovado, que foi a primeira ferrovia eléctrica do Brasil. Foi também por aqui que o próprio monumento do Cristo Redentor foi transportado antes de ser montado no topo do Morro do Corcovado, onde de braços abertos saúda quem o visita. O comboio, ou melhor, o trem parte do bairro de Cosme Velho e atravessa a Mata Atlântica, chegando quase aos pés do Cristo Redentor. Aí a longa escadaria conduz à vista desejada, mas para quem preferir ou estiver de alguma forma condicionado, existem elevadores para ajudar a chegar ao destino. Não é nada que se pareça com a escadaria do Bom Jesus em Braga.
O mapa junto a um dos muros ajuda as centenas e centenas de pessoas que ali passam diariamente a identificar o que têm à sua frente.
A cereja no topo do bolo é sem dúvida doce. O Pão de Açúcar é recomendado até a diabéticos. O ‘bondinho’ que liga os Morros da Urca e o Pão de Açúcar pode colocar alguns receios a quem sofre de vertigens, mas o final vale bem a pena. Se no Cristo Redentor ficou sem fôlego, no Pão de Açúcar controle bem a respiração para quando poder parar um bom bocado a observar as coisas mais simples da vida, como o sol a esconder-se atrás de um morro e a pintar o céu com todas as suas milhentas cores. É o quadro perfeito para um final de dia também incrível.
A 395 metros do nível do mar, do morro do Pão de Açúcar pode-se apreciar a orla de Copacabana, a Enseada de Botafogo e a entrada da Baía de Guanabara. Do outro lado da paisagem que deslumbra, avista-se a Pedra da Gávea, o centro da cidade carioca, o Corcovado e o Cristo Redentor, onde o sol se esconde. Tanto no Pão de Açúcar como no morro da Urca existem opções de gastronomia, sendo que na Urca existe também um anfiteatro utilizado para os mais diversos eventos que têm esta paisagem envolvente como cenário. Se quiser algo mais exclusivo, também do Morro da Urca pode-se fazer um passeio de helicóptero.
Renovada oferta hoteleira
Com a realização do Campeonato Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, a cidade do Rio de Janeiro foi alvo de um grande processo de remodelação da sua planta hoteleira. São várias as marcas internacionais que hoje estão ali presentes. Comecemos pela portuguesa Vila Galé Hotéis, que tem na zona da Lapa o seu primeiro hotel na cidade maravilhosa. O Vila Galé Rio de Janeiro resulta de uma recuperação de um palacete e de um conjunto de edifícios, mas também de uma construção nova de um edifício com 292 quartos. Os temas históricos e ligados à monarquia são inspiração da decoração dos edifícios antigos, enquanto no edifício novo a Bossa Nova anima. O quatro estrelas e a sua piscina são um verdadeiro oásis na cidade que fazem qualquer português sentir-se em casa. Em Copacabana, na primeira linha, está o Hotel Hilton Rio de Janeiro Copacabana, o antigo Windsor Atlântica Hotel, com vistas espectaculares para o Rio de Janeiro. As duas piscinas ao ar livre, o spa, ginásio, quartos e suites Executive com vista para o mar, gastronomia brasileira e internacional no restaurante com vista para o mar e um espaço flexível para reuniões para até 500 hóspedes perfazem as mais-valias da unidade de cinco estrelas. Na Barra da Tijuca, o LSH Lifestyle Hotels foi inaugurado em 2016 e fica em frente à praia da Barra. A unidade hoteleira é ideal tanto para o segmento corporate como para o de lazer. Os quartos diferem entre Deluxe e Superior e contam com uma decoração muito ‘clean’ com vista para o mar ou para a montanha. A oferta gastronómica do hotel é uma das atracções. No Esplanada Grill, com capacidade para 90 pessoas, pode-se apreciar o tradicional da gastronomia brasileira, com destaque para a carne. Se preferir um resort em plena cidade, o Sheraton Grand Rio Hotel & Resort é a opção indicada. As piscinas, os restaurantes, o espaço para crianças, a animação, o ginásio bem equipado, e a sua localização bem em cima da praia do Vidigal fazem do hotel a unidade adequada a quem quer passar uns dias no Rio longe do rebuliço da cidade. Os quartos são bem espaçosos.
Também a mobilidade urbana sofreu melhorias com a vinda destes dois grandes eventos mundiais. Actualmente, é possível ir da zona portuária até ao Pontal de metro, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e BRT (BUS Rapid Transit). Rápido, seguro e sustentável, garante o Rio Convention & Visitors Bureau. Estas são mais que razões que justificam uma visita à cidade dos encantos mil, para curtir o Ano Novo ou cair na gandaia no maior Carnaval do mundo.
A vida em Búzios
Depois de pisar a areia de Copacabana, Ipanema e da Barra, que tal uma viagem até Armação de Búzios. A três horas de distância, por via rápida, chegamos a um dos destinos de férias preferido dos cariocas. Destino que Brigitte Bardot colocou no mapa nos Anos 60 e ficou conhecido como o seu refúgio secreto. É também Bardot que dá nome à Orla, na qual os turistas passeiam, usufruindo da paisagem pitoresca deste destino que em tempos foi apenas uma vila piscatória. A Orla Bardot, onde está também a estátua de Brigitte Bardot, juntamente com a Rua das Pedras são os lugares onde a noite é sempre uma criança, com os vários bares abertos até altas horas da madrugada. É também na Rua das Pedras que estão várias lojas e boutiques de marcas internacionais e brasileiras, estas últimas que marcam tendências. Comprar aqui uma peça é garantia de que se vai fazer sucesso no Verão europeu. O charme da Rua das Pedras ganha forma à noite quando fica toda iluminada. Mas são as praias de Búzios que são as verdadeiras estrelas do destino. A Praia de João Fernandes, mesmo em frente da Ville La Plage, é uma das mais conhecidas. Praia da Armação; praia dos Ossos, através da qual dá para ir de barco-táxi para a praia da Azeda ou Azedina, ou até mesmo para a de João Fernandes; são algumas das 23 praias oficiais de Búzios. Areia branca, calor, água de coco ou caipirinha são o segredo buziano para um dia de praia inesquecível. Se o objectivo for observar a fauna marítima do destino, a praia da Foca é a indicada, pois devido à abundância de algas marinhas e águas vivas atraem dezenas de tartarugas. Já ao pé do Arraial do Cabo, é habitual ver-se baleias a passar.
Se se quiser divertir em alto mar, se este o permitir, pode-se fazer um passeio numa “escuna”. Se optar por um passeio por terra, a típica ‘jardineira’ – uma camioneta colorida – faz as hostes da casa e leva-o a conhecer os principais miradouros e as praias da península. No Fim de Ano, Búzios enche. A cidade passa de 30 mil habitantes para 300 mil pessoas nesta época do ano. A praia de Jeribá é, segundo a guia Evelyn, o melhor sítio para ver o fogo-de-artifício. Búzios é o destino ideal para terminar umas férias simplesmente a relaxar e a desfrutar o que a vida tem de melhor: sol e praia.
*A jornalista viajou a convite da Solférias, com o apoio da TAP.