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Brasileiros descobrem Portugal e adoram o Algarve

O Turismo brasileiro em Portugal está em alta e assim deve continuar nos próximos tempos, segundo as previsões dos operadores turísticos do Brasil com programação em terras lusas. Os brasileiros descobriram Portugal e já não procuram apenas Lisboa e Porto. O Algarve é o novo destino da moda, assim como as ilhas e o Alentejo.

Inês de Matos
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Brasileiros descobrem Portugal e adoram o Algarve

O Turismo brasileiro em Portugal está em alta e assim deve continuar nos próximos tempos, segundo as previsões dos operadores turísticos do Brasil com programação em terras lusas. Os brasileiros descobriram Portugal e já não procuram apenas Lisboa e Porto. O Algarve é o novo destino da moda, assim como as ilhas e o Alentejo.

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O Turismo brasileiro em Portugal está em alta e assim deve continuar nos próximos tempos, segundo as previsões dos operadores turísticos do Brasil com programação em terras lusas. Os brasileiros descobriram Portugal e já não procuram apenas Lisboa e Porto. O Algarve é o novo destino da moda, assim como as ilhas e o Alentejo.


Os brasileiros descobriram Portugal e o interesse não pára de aumentar. “Este deve ser o stand mais visitado da feira”, dizia ao Publituris Bernardo Cardoso, coordenador do Turismo de Portugal no Brasil, por ocasião da 45.ª ABAV Expo, uma das principais feiras brasileiras do sector, que decorreu entre 27 e 30 de Setembro, em São Paulo, ilustrando desta forma o corrupio que se viveu no stand nacional e que demonstra o crescente interesse do turismo brasileiro por Portugal.
Visivelmente satisfeito com o interesse demonstrado pelos profissionais brasileiros pela oferta portuguesa, o responsável mostrava-se confiante quanto ao futuro, até porque, em acumulado, o mercado brasileiro apresenta um crescimento acima de 50% face ao ano passado, em que a subida já tinha sido de 13%. “Esperamos que este seja o melhor ano de sempre”, acrescentou Bernardo Cardoso, explicando que “o mercado brasileiro tem feito uma ascensão grande”, que se deve manter no futuro.
O que tem vindo a mudar são os destinos procurados pelos turistas brasileiros. Lisboa e Porto eram, tradicionalmente, os destinos visitados quase exclusivamente, mas, como diz Danilo Lima, Business Development Europa e Ásia da Trend Operadora, os turistas brasileiros já procuram “destinos diferenciados, já não é só Lisboa”. Ronnie Correa, director da Abreutur no Brasil, corrobora e, apesar de dizer que “Lisboa e Porto são destinos tradicionais para os brasileiros”, destaca que “começa a haver procura e interesse pelo Algarve”, um destino que os brasileiros desconheciam, mas sobre o qual começam a ouvir falar, isto apesar da Região de Turismo do Algarve (RTA) não ter estado presente neste certame turístico (ver caixa).
Ao contrário dos portugueses e dos principais mercados que procuram o Algarve, a motivação dos brasileiros está longe de ser a praia. “No Algarve, os brasileiros não procuram tanto as praias, é mais a noite e aquele ambiente de Côte d’Azur, um ambiente cosmopolita que agrada aos brasileiros”, descreve Daniel Marchante, director executivo da Lusanova, operador turístico português, que há vários anos está presente no Brasil e que conta com programação para Portugal.
Nuno Aleixo, administrador da Nortravel, que também está presente no mercado brasileiro há vários anos, admite que o interesse dos brasileiros pelo Algarve é crescente e diz que as perguntas sobre o destino são recorrentes, principalmente sobre os grandes resorts algarvios. “É o glamour e as pessoas começam a ver que o Algarve é uma referência a nível de destino europeu, já não só ao nível dos destinos portugueses”, justifica.

Alentejo e ilhas

O Algarve corre o risco de vir a ser o novo destino fetiche dos turistas brasileiros, mas não deverá ser o único, já que, como refere Danilo Lima, “há mais procura por outros destinos em Portugal”. Um desses destinos é o Alentejo, onde o mercado brasileiro ocupa já o terceiro lugar em termos de mercados internacionais, com um crescimento ao nível de 37%, segundo Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA).
“Pela alta gastronomia, pelos vinhos, pelos azeites, pelas paisagens e mesmo pelas cidades históricas, como Évora, o Alentejo tem sido muito procurado e cada vez mais faz parte integrante dos nossos circuitos”, explica Nuno Aleixo, referindo que a procura dos turistas brasileiros pelo Alentejo tem vindo a conhecer um crescimento tal, que o operador viu-se obrigado a lançar programação para a região. “Até há dois anos, raramente os nossos circuitos passariam pelo Alentejo, hoje em dia já passam naturalmente em Évora, já fazem Estremoz e Vila Viçosa e já começam a fazer outro tipo de produto, porque a procura tem vindo a crescer”, explicou.
As propostas para o Alentejo têm vindo a crescer, assim como para a Madeira, um destino que também tem despertado o interesse dos brasileiros pela sua grandiosa festa de fim-de-ano, cujo fogo-de-artificio é conhecido mundialmente. “Temos uma grande procura pelo programa de réveillon na ilha da Madeira, que tem uma aceitação muito grande aqui no Brasil”, destaca Henrique Rocha, director da Transeuropa, que também conta com programas para Portugal.
“A Madeira já é um sucesso consolidado no Brasil”, acrescenta Nuno Aleixo, explicando que a Nortravel programa o réveillon madeirense no Brasil há quatro anos, tendo já um autocarro completamente cheio só com turistas brasileiros e está na expectativa de esgotar também um segundo, à semelhança do réveillon de 2016, quando o operador teve “dois autocarros de brasileiros na Madeira”.
Destino que também começa a dar que falar no Brasil são os Açores. As ilhas portuguesas foram, há cerca de um ano, objecto de uma grande reportagem da Globo, que passou em horário nobre e que colocou o arquipélago no imaginário dos turistas brasileiros. “Neste momento, a grande novidade são os Açores”, afirma Nuno Aleixo, para quem “o efeito multiplicador dessa reportagem foi fantástico”, o que permitiu que o operador tivesse já levado “oito ou nove grupos de brasileiros aos Açores”, num programa que visita quatro ilhas do arquipélago.
Daniel Marchante concorda e diz que também na Lusanova “já há grupos a pedir os Açores”, uma vez que se trata de “um destino novo, que está a causar um grande interesse”.

Língua, cultura e gastronomia

O interesse dos brasileiros por Portugal não é de hoje, mas ganhou força com a abertura dos voos da TAP entre o Brasil e Portugal, pois como diz Henrique Rocha, que também conta com programação em terras lusas, “o brasileiro passou a ter uma visão muito melhor e diferente de Portugal”. Irina Fouquet, Travel Consultant da TT Operadora, concorda e diz que “o interesse dos turistas brasileiros por Portugal sempre foi grande e continua a crescer porque é um país que não tem nenhuma barreira idiomática e os brasileiros gostam bastante disso”.
A língua é, como refere Henrique Rocha, “um elemento facilitador”, assim como o são as semelhanças culturais e a gastronomia, que agrada aos brasileiros. “Há um vinculo familiar em muitos brasileiros, a cultura portuguesa tem muito a ver com a cultura brasileira, por isso, creio que este é o primeiro ponto de interesse. Em segundo lugar, está a gastronomia, em que Portugal também tem um elo muito forte com o Brasil. Por isso, é fácil fazer Turismo em Portugal”, refere o responsável da Transeuropa.
A gastronomia e os vinhos são, aliás, uma das principais motivações dos brasileiros que visitam o Alentejo e o Douro, regiões onde o enoturismo dá cartas e que os brasileiros apreciam. “O Douro e o Alentejo também têm muita procura por causa dos vinhos”, afirma Ronnie Correa, enquanto Irina Fouquet acrescenta que “há um grande interesse por degustações vínicas”.
Já Ana Maria Santana, directora-geral da Schultz, operador brasileiro que tem filial em Portugal e que, por isso conta com programação própria, considera que “o brasileiro já se sente em casa em Portugal”. “Nós estamos a vender Portugal como nunca vendemos antes, estamos a vender muito. É um País encantador que, embora pequeno, tem muita história e muita cultura. A gastronomia também ajuda porque é algo com que os brasileiros estão familiarizados. Nós temos muito da cultura portuguesa”, revelou a responsável, explicando que, “hoje, Portugal é o destino número um na Europa” para a Shultz.
E também para a Trend Operadora Portugal é hoje “o destino Top na Europa”, com Danilo Lima a sublinhar que os turistas brasileiros procuram “principalmente cultura”. “Geralmente, quando falamos em compras e diversão, os brasileiros acabam por ir mais para a América do Norte, mas sempre que falamos de cultura, falamos de Europa e em Portugal. A cultura é o principal motivo da viagem do brasileiro a Portugal”, afirmou.
Outro dos aspectos mais referidos pelos operadores ouvidos pelo Publituris foi a qualidade do produto que Portugal oferece, com Nuno Aleixo a destacar que, “acima de tudo, neste momento, é a consistência do nosso produto que atrai os turistas brasileiros. A consistência do produto é muito grande”.

Preço

As expectativas de todos os operadores turísticos brasileiros ouvidos pelo Publituris estão em alta. Danilo Lima revela que a Trend Operadora regista, actualmente, crescimentos de 28% ou 29% ao nível das dormidas de turistas do Brasil em Portugal e, por isso, diz que, “se depender da Trend, no futuro o número de turistas brasileiros que visitam Portugal vai crescer ainda mais”.
Mas há ameaças, com a inevitável subida de preços à cabeça. “Penso que, no futuro, Portugal tem tudo para que a procura se mantenha em alta. Portugal está preparado para receber turistas, tem boa hotelaria, boa gastronomia, bom serviço e um bom custo-benefício. Mas é preciso ver se esse custo-benefício, com a procura que existe, se vai manter, porque há o risco de Portugal se tornar um destino caro”, alerta Ronnie Correa, numa opinião que é partilhada por Nuno Aleixo, que diz que “já começa a haver uma tendência, natural pelas taxas de ocupação que estamos a ter, mas que começa a assustar o brasileiro, que é o crescimento do preço em algumas alturas”. “Os turistas brasileiros já perceberam que, quando querem ficar nas duas principais cidades portuguesas, Porto e Lisboa, e querem ficar mais centrais e em hotéis e quatro ou cinco estrelas, os preços evoluíram muito rapidamente em dois anos, com crescimento de tarifas muito elevado”, refere o administrador da Nortravel.
Outro dos problemas identificados pelos operadores turísticos que actuam no Brasil prende-se com a falta de conhecimento do mercado brasileiro sobre os destinos portugueses, o que leva Danilo Lima a afirmar que “é preciso fazer mais marketing”.
Já Ana Maria Santana, que agradece o apoio das regiões portuguesas, nomeadamente ao nível da elaboração dos roteiros e brochuras, diz que o operador sentiu necessidade de promover famtrips para dar um maior conhecimento sobre Portugal aos agentes de viagens brasileiros. “Fizemos um trabalho interessante, em dois anos consecutivos levámos os agentes de viagens para conhecer o destino. Na primeira famtrip levámos 120 agentes de viagens de todo o Brasil. Na segunda foram 96 agentes, e com isso disseminámos muito o que é Portugal no Brasil”, explicou, considerando que o operador está agora a “colher os frutos desse trabalho”.¶

“Não temos condições para ir a todas as feiras”

Confrontado com o grande interesse que o Algarve está a despertar junto dos turistas brasileiros, Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), explica a ausência da entidade regional na ABAV com as prioridades identificadas, nas quais não se encontra esta feira brasileira. “Num contexto das prioridades, a ABAV não tem sido uma feira prioritária. Não temos condições para ir a todas as feiras e, até aos últimos dois anos, o Turismo do Algarve entendeu que o investimento nesta feira não tinha retorno”, disse o responsável ao Publituris.
Apesar de não ter estado presente na 45.ª ABAV Expo, Desidério Silva diz que “o importante é passar a mensagem”, motivo pelo qual a RTA tem vindo a realizar outras acções no mercado brasileiro, como os convites a bloggers e jornalistas do Brasil para visitarem a região, o que “pode ter um efeito muito superior a estar na feira”.
Desidério Silva reconhece que os brasileiros “são turistas importantes porque é um mercado que tem capacidade de compra”, ainda que continue a ter o problema do transporte aéreo. “A principal dificuldade tem a ver com o transporte aéreo, o turista chega a Lisboa e nem sempre tem os meios para chegar à região. Ajudaria se a TAP voasse mais de Lisboa para Faro”, considera.
O responsável não estranha o interesse dos brasileiros pelo Algarve e realça que a região “se tem afirmado pela beleza natural, pelo clima, língua, qualidade da hotelaria e pela gastronomia”, numa oferta que vai muito além da praia e que tem atraído igualmente turistas dos EUA e Canadá, à semelhança dos brasileiros, daí que a prioridade face a estes mercados passe agora pela “fidelização”. “A nossa preocupação é agarrar todos aqueles que conhecem a região pela primeira vez. O importante, nesta fase, é a fidelização. Além dos mercados principais, como o britânico, temos que ter uma atenção especial aos novos clientes. É isto que faz do Algarve uma região cada vez mais sustentável”, concluiu.

* A jornalista viajou a convite da ABAV para São Paulo

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Distribuição

Local by Clube Viajar reflete proximidade e conhecimento profundo do destino Portugal

Na sequência do recente rebranding do departamento de incoming da Clube Viajar, que passou a designar-se Local DMC by Clube Viajar, o Publituris falou com a diretora Comercial, Mariana Morais, que nos deu conta dos motivos desta nova identidade. “Este projeto surge como uma evolução estratégica para criar uma marca mais alinhada com o que fazemos e com a forma como queremos posicionar-nos no mercado internacional”, revelou. Um nome e uma identidade visual que “refletem melhor a nossa missão de conectar os nossos clientes às pessoas e cultura de Portugal”.

A nova identidade do departamento de incoming da Clube Viajar, um grupo com mais de 30 anos de experiência no setor das viagens, reflete três pilares fundamentais, conforme avança Mariana Morais, diretora Comercial da Local by Clube Viajar. A proximidade, pois “criamos experiências à medida, desenhadas com base em conhecimento profundo e na relação de proximidade com clientes e parceiros”; a autenticidade, porque, “mais do que uma DMC, somos especialistas locais que proporcionam um verdadeiro mergulho na cultura portuguesa”; e a expertise e personalização, já que “cada programa é pensado ao detalhe, garantindo experiências únicas e inesquecíveis”.

“Já há algum tempo existia o desejo de fazer um freshen’up à marca, incluindo a sua componente visual, de forma a refletir melhor a nossa evolução, alinhar a nossa identidade com aquilo que somos e o nosso compromisso com a excelência”, expõe Mariana Morais.

Conforme explica a responsável, a Local é uma DMC 100% dedicada à gestão de eventos, incentivos e experiências Mariana Morais, diretora Comercial da Local by Clube Viajar exclusivas de luxo em Portugal, avançando que “o nosso trabalho vai além da organização logística – desenhamos programas que destacam os produtos locais, os costumes e a essência de cada região, criando ligações genuínas entre os viajantes e o destino”. Neste sentido, o rebranding da marca surge “como um passo natural na consolidação da nossa presença no mercado internacional”, sublinha Mariana Morais, realçando que, com o crescimento do setor MICE & Luxury Travel em Portugal, “sentimos a necessidade de reforçar a nossa identidade com um nome que representa melhor a nossa proposta de valor”.

Mesma equipa e mesmo nível de serviço de excelência
Por outro lado, este rebranding “mantém a mesma equipa, o mesmo nível de serviço de excelência e a mesma dedicação aos nossos clientes, agora sob uma marca que reflete ainda mais a nossa essência e compromisso com experiências autênticas e diferenciadoras em Portugal”, assegura. A Local DMC foca-se sobretudo no segmento corporate / incentivos, mas segundo a sua diretora Comercial, “tem vindo a crescer o número de pedidos no segmento de luxury leisure, organizando eventos de incentivo e reuniões para empresas internacionais assim como itinerários de experiências únicas em Portugal”, cujos mercados prioritários chegam da Alemanha, Benelux, Estados Unidos, Áustria, Espanha e os mercados emergentes da América Latina.

Assim, a Local, oferece serviços completos de gestão de eventos em todo Portugal, incluindo as ilhas. Quer esteja a organizar reuniões corporativas, programas de incentivos ou experiências de lazer exclusivas, cada programa “é meticulosamente elaborado para atingir os seus objetivos, combinando a cultura portuguesa com a nossa experiência local em cada detalhe”, acentua a marca na sua página oficial, para evidenciar que desde o design de itinerários personalizados até à gestão da execução no local, “tratamos de todos os aspetos com precisão e cuidado”.

Parte do Clube Viajar Travel Group, fundado em 1995, e afiliada à Lufthansa City Centre desde 2020, que amplia a sua visibilidade global e a conecta a mercados estratégicos, a marca desenvolve uma estratégia de promoção que inclui, feiras internacionais e networking, como IMEX Frankfurt, IBTM Barcelona, ou ILTM, entre outras, bem como parcerias estratégicas com agências e empresas de eventos internacionais e organização de famtrips no destino, além de manter uma presença digital ativa nas redes sociais, que lhe permite reforçar o seu posicionamento no setor.

Visibilidade global
Efetivamente, ser membro da Lufthansa City Centre (LCC) dá à Local DMC “vantagem competitiva”, permitindo-lhe “o acesso a uma rede global de mais de 500 agências especializadas, maior credibilidade e confiança no mercado internacional, e possibilidade de participar em ações de formação e eventos exclusivos”, observou. Refira-se que, fundada em 1991, a LCC sustenta que os seus parceiros DMC são verdadeiros especialistas em destinos dos países e regiões que representam e estão bem enraizados localmente, conhecendo todos os segredos e preciosidades escondidas para tornar a jornada do seu cliente uma experiência única na vida. Todas as agências de viagens do Lufthansa City Center têm um selo de aprovação da sede da LCC, sediada em Frankfurt, Alemanha. Este selo garante que as empresas tenham a expertise, o know-how e a infraestrutura para fornecer serviços recetivo nos países e regiões que representam.

Portugal bem posicionado no segmento MICE
Sendo o MICE o principal core business da Local DMC, Mariana Morais confirma que “tem vindo a crescer em Portugal, consolidando o país como um dos destinos mais procurados para eventos corporativos de alto nível”. No entanto, destacou que “a escassez de staff qualificado torna cada vez mais desafiante garantir um serviço premium e exemplar”, daí que “o papel de um DMC no terreno é mais essencial do que nunca, assegurando a qualidade e a excelência na execução de cada evento”.

E os clientes agradecem, referindo-se, de uma forma geral, três aspetos principais no seu feedback: “A diversidade e exclusividade das experiências oferecidas; A qualidade dos serviços e parceiros locais; O acompanhamento próximo e personalizado da nossa equipa”, esclareceu a responsável.

A Local DMC também não descora a questão da sustentabilidade, que considera “um compromisso central”, refletido em dois eixos principais, que passam, designadamente, por “sustentabilidade nas experiências que criamos, e dentro da própria empresa”, ressalvou Mariana Morais.

Por um lado, disse, “trabalhamos com parceiros e fornecedores sustentáveis, garantindo que os nossos programas apoiam a economia local e reduzem o impacto ambiental, promovemos atividades ecológicas e culturais, como tours de barco elétrico no Douro, workshops com produtores locais e experiências gastronómicas baseadas em produtos biológicos e sazonais, bem como o turismo responsável, incentivando os clientes a respeitar as tradições, apoiar negócios locais e reduzir o desperdício”, sublinhou.

Quanto à sustentabilidade dentro da própria empresa, a diretora Comercial enfatizou “políticas internas de reciclagem e redução de consumo de papel e plástico, uso de tecnologias digitais para diminuir o impacto ambiental na gestão dos programas, e ações de caráter social e comunitário, colaborando com instituições locais para apoiar causas sociais e promover um turismo mais inclusivo”, para concluir que, Portugal tem um potencial imenso para o turismo sustentável, e “queremos garantir que cada viagem que organizamos respeita e valoriza o meio ambiente e a cultura local”.

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Destinos

Uganda: A Pérola de África quer desenvolver turismo e convida empresas portuguesas a investir no país

Conhecido como a “Pérola de África” pela sua diversidade, o Uganda veio à Europa dar a conhecer uma oferta turística única e atrair investimento estrangeiro que ajude a desenvolver um setor que tem um vasto potencial e que é visto como estratégico para o crescimento económico do país. Em contrapartida, há vários benefícios fiscais e um mar de oportunidades.

Inês de Matos

O setor do turismo é um dos quatro considerados estratégicos para o desenvolvimento económico do Uganda, que lançou recentemente a Uganda’s Vision 2040, uma estratégia que pretende “transformar” o país em 15 anos, tornando o Uganda “num país próspero”, segundo Bagiire Vincent Waiswa, secretário permanente do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uganda.

A nova estratégia de desenvolvimento económico do Uganda foi o tema central do 1.º Fórum Económico Uganda-França, que decorreu em Paris, França, num evento promovido pela Embaixada do Uganda em França e que, além das empresas francesas, procurou atrair também investimento português e espanhol.

“Estamos a fazer esforços para que as empresas francesas, espanholas e portuguesas invistam no Uganda”, resumiu o responsável, que apresentou os principais objetivos da nova estratégia de desenvolvimento económico do país.

Turismo; Agricultura; Mineração, incluindo petróleo e gás; assim como Ciência, Tecnologia e Inovação são as áreas previstas na nova estratégia do Uganda e nas quais o país pretende atrair investimento estrangeiro, oferecendo em contrapartida um mar de oportunidades e diversos benefícios fiscais e não fiscais. “Isenção de impostos, garantias de proteção ao investimento, facilidade de repatriação de interesses e uma zona económica especial para apoiar o crescimento dos negócios” são, segundo Doreen Ruth Amule, embaixadora do Uganda para França, Espanha e Portugal, alguns dos atrativos que o Uganda tem para oferecer às empresas estrangeiras que queiram investir no país. Logo na sessão de abertura do evento, a embaixadora lembrou que, “ao longo dos anos, o Uganda posicionou-se como um destino para o investimento estratégico em África”, o que se deve à sua “economia estável, vastos recursos naturais e uma força de trabalho abundante e dinâmica”.

Por isso, o país “oferece muitas oportunidades”, com destaque para o turismo, uma vez que, acrescentou Doreen Ruth Amule, o Uganda é considerado “a Pérola de África” e é “capaz de oferecer uma experiência turística inesquecível”. “O Uganda oferece uma experiência turística inesquecível para os turistas franceses, espanhóis e portugueses que procuram aventura, natureza e cultura. E o Governo do Uganda continua a apostar no desenvolvimento do turismo, através do aumento das infraestruturas, do trabalho de conservação e de parcerias estratégicas”, explicou a embaixadora.

Uganda tem tudo o que existe em África
A oferta turística do Uganda esteve em destaque logo de seguida, num painel dedicado às oportunidades que o país oferece no setor do turismo e que contou com a participação de Lilly Ajarova, diretora do Uganda Tourism Board, que começou por lembrar que a marca do país é “Explore Uganda, the Pearl of Africa”, justamente pela “diversidade que o Uganda oferece”. “Somos conhecidos como a Pérola de África porque o Uganda tem tudo o que o continente africano tem para oferecer. Podemos não ter uma oferta muito vasta, mas temos um pouco de tudo o que os países africanos têm para oferecer”, resumiu a responsável.

O Uganda é, segundo Lilly Ajarova, “um dos 10 principais países no mundo com fauna e flora mais diversas”. E isso começa logo nos primatas, já que o país conta com 12 espécies distintas de primatas. Os mais conhecidos, acrescentou a responsável, são os gorilas de montanha, mas o país também tem chimpanzés e outros destes animais, numa oferta que “não se consegue encontrar em nenhum outro local do mundo”. “Existem cerca de mil gorilas no mundo que ainda vivem no seu habitat natural, e o Uganda tem 54% desses animais. Há apenas três países no mundo onde existem gorilas de montanha, que são o Uganda, Ruanda e a República Democrática do Congo”, referiu ainda a responsável, confessando que os gorilas são um dos principais cartões de visita do Uganda.

Além dos primatas, o Uganda tem também “1.080 espécies de aves e isso representa 50% das espécies de aves que existem no continente africano e 11% das espécies de aves do mundo” e “uma das culturas mais diversas do mundo”, assim como uma paisagem “que varia desde as montanhas, aos rios, à savana, às florestas impenetráveis” e que inclui, por exemplo, “as montanhas mais altas de África, o segundo lago mais profundo do continente ou a nascente do rio mais longo do mundo, o Nilo”.

O clima e a hospitalidade do povo, referiu ainda a responsável, ajudam a tornar o Uganda num país único. “É por isso que somos conhecidos pela Pérola de África, pela diversidade que o Uganda oferece”, concluiu Lilly Ajarova.

Um mar de oportunidades no turismo
Apesar da oferta diversa, o Uganda está ainda a dar os primeiros passos no desenvolvimento da sua oferta turística e, por isso, existem diversas oportunidades que podem ser exploradas pelas empresas portuguesas que estejam dispostas a investir no país.

“Temos muitas iniciativas para acelerar o desenvolvimento do turismo”, referiu Ramathan Ggoobi, secretário do Tesouro do Ministério das Finanças do Uganda, que veio a Paris dar a conhecer a estratégia Uganda’s Vision 2040, “um programa ambicioso para fazer crescer a economia nos próximos 15 anos”.

Depois de falar sobre as condições de investimento nos restantes setores, o responsável afirmou que o turismo é um dos setores estratégicos para o Uganda, uma vez que pode ajudar ao crescimento na economia, em cerca de 50 mil milhões de dólares até 2040”. Por isso, além de não haver qualquer “restrição no movimento de capital” e da isenção de impostos, há ainda terrenos gratuitos por uma década para quem investir no país, assim uma das mais elevadas taxas de retorno do investimento do mundo, na ordem dos 14%.

No setor do turismo, o país procura investimento principalmente na área da hotelaria, com vista à abertura de “hotéis de luxo de classe mundial nos locais de interesse turístico”. “Queremos receber o máximo de pessoas possível e, para isso, temos de construir hotéis de luxo de classe mundial.

Na zona sudoeste do Uganda, temos chimpanzés, mas não temos hotéis de luxo. Por isso, nesta zona, o investimento na hotelaria é muito importante para nós e quem investir, vai ganhar muito dinheiro”, exemplificou o responsável, garantindo que “o Uganda é um dos melhores destinos do mundo para o investimento estrangeiro e tem um dos maiores retornos”.

À hotelaria, Doreen Ruth Amule acrescentou a área da formação turística como outra oportunidade para universidades e instituições de ensino francesas, espanholas e portuguesas investirem no país. “70% da população do Uganda são jovens, o que também mostra que há um elevado potencial para investir na formação, incluindo na hotelaria e em diferentes campos do setor do turismo”, afirmou a embaixadora do Uganda, garantindo que “os ugandeses são fáceis de formar”.

Outra oportunidade trazida para o debate por Doreen Ruth Amule foi ainda o turismo náutico, uma vez que o Uganda conta com “muitos corpos de água, mas que ainda não têm um investimento consolidado, nomeadamente em passeios de barco e outras atividades aquáticas”. “Quem investir nesta área também vai ser bem-sucedido, tal como na área da hotelaria”, acrescentou, defendendo, tal como Ramathan Ggoobi, que “não há nada a temer sobre o investimento no Uganda”.

Uganda quer estar mais próximo da Europa
Apesar do país ainda ser relativamente desconhecido na Europa, Lilly Ajarova considera que o Uganda tem tudo para agradar aos turistas do Velho Continente, como provam as estatísticas ascendentes do mercado francês. “Em 2022, França foi o nono mercado estrangeiro para o Uganda. No ano seguinte, França subiu para a oitava posição, e, no ano passado, voltou a subir para a sétima posição. Esta estatística é clara e mostra que há interesse do mercado francês pelo Uganda”, defendeu a responsável.

No entanto, a diretora do Turismo do Uganda também considera que “são precisas mais infraestruturas para atender estes turistas, como hotéis ou restaurantes e outros itens que são importantes desenvolver”, motivo pelo qual o país incluiu o turismo na nova estratégia de desenvolvimento económico e tem vindo a apostar na promoção no mercado europeu.

“Estamos a recorrer a várias estratégias para promover o Uganda, e uma delas é estarmos presentes nos media internacionais. Já convidámos alguns jornalistas da Europa para visitar o Uganda e também temos estado a participar nas feiras internacionais de turismo, ainda em janeiro estivemos na FITUR, em Espanha”, revelou Lilly Ajarova.

Segundo a responsável, o Uganda está ainda a realizar “campanhas digitais” e a promover-se através dos filmes que passam nas companhias aéreas. Outra das estratégias, acrescentou a diretora do Turismo do Uganda, é ainda a promoção da oferta de MICE do país, uma vez que, em janeiro de 2023, o Governo do Uganda lançou “um novo centro de convenções, que tem capacidade para receber quatro mil pessoas sentadas” e que é “o maior centro de convenção do leste de África”. “

Temos infraestrutura, temos feito formação das empresas que organizam estes eventos, que é outra área-chave, e temos também unidades de alojamento para os participantes nas conferências”, explicou Lilly Ajarova, lembrando que esta aposta permitiu já que o Uganda subisse da 12.ª para a sexta posição do ranking da ICCA em África. “Temos feito promoção desta oferta e temos recebido algumas conferências internacionais, por isso, continuamos a promover esta oferta junto dos media especializados”, concluiu a responsável.

Recorde-se que a estratégia Uganda’s Vision 2040 prevê um forte crescimento país e estima que, até 2040, a economia do Uganda cresça de 49,5 mil milhões de dólares para 500 mil milhões de dólares.

*O Publituris viajou para França a convite da embaixada do Uganda em Paris
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Edição Digital

Edição Digital: Portugal Trade Awards, Travel Experts, Embratur, VisitPortugal Conference e BTL

A nova edição do Publituris faz capa com os Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025, que decorreram a 12 de março. Além dos prémios, há muito mais para ler nesta edição que fica marcada pela última edição da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market.

Publituris

A nova edição do Publituris faz capa com os Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025, que decorreram a 12 de março.  Conheça os 15 vencedores desta edição, que elegeu também Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé, como “Personalidade do Ano” 2024.

Mas, além dos prémios, há muito mais para ler nesta edição, que fica marcada pela última edição da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market. Na secção de Distribuição, o destaque vai para a Capital Travel & Tours, DMC que atua nas Maldivas, e que veio à feira de turismo portuguesa dar a conhecer a sua oferta e estreitar laços com os clientes nacionais que já detém.

Também em Distribuição, publicamos ainda um artigo sobre a Travel Experts, que chegou a Portugal em janeiro de 2025 e que oferece soluções para agentes de viagens independentes, destacando-se pelas ferramentas, ampla rede de parceiros e pelo compromisso com a excelência no serviço, com suporte completo em português.

Em Destinos, contamos como foi a VisitPortugal Conference, que teve lugar no dia anterior à abertura da BTL e que deu protagonismo às delegações internacionais do Turismo de Portugal, assim como à Inteligência Artificial (IA).

Também na secção Destinos, publicamos ainda um artigo sobre a estratégia que está a permitir aos Açores ter turismo ao longo de todo o ano e em todas as ilhas, contribuindo para o “momento de ouro” que, segundo Berta Cabral, secretária Regional de Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, a região está a viver.

A entrevista ao presidente da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo, fecha a secção Destinos. Ao Publituris, o responsável, que regressou a Lisboa para participar na BTL, explicou que o Brasil vive um momento histórico depois de atingir um novo recorde de turistas internacionais, numa tendência que abrange também o mercado português e que Marcelo Freixo espera que se mantenha no futuro. Para isso, são precisas mais ligações aéreas, sendo possível que, em breve, haja novidades relativas à TAP.

Nesta edição, publicamos também uma fotorreportagem da BTL, assim como um dossier dedicado ao Turismo Religioso. Depois da 12.ª edição dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso, que voltaram a decorrer em Fátima no início de março, ficou a certeza que este segmento turística continua a ter um vasto potencial. E não é apenas em Fátima, já que, por todo o país, há vários eventos que marcam o calendário do turismo religioso a nível nacional.

Já as opiniões desta edição, que conta também com o Check-in, são assinadas por Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Silvana Pombo (diretora-geral do Cascade Wellness Resort), Ana Jacinto (secretária-geral da AHRESP), António Marto (fundador da Bolsa de Empregabilidade) e Amaro Correia (docente e autor do livro “Governação e Smart Cities”).

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“Turismo da ONU tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante”

Ministro do Turismo da Grécia, entre 2019 e 2021, Harry Theoharis apresenta-se como candidato a secretário-geral do Turismo da ONU (UN Tourism), juntamente com outras cinco personalidades. Em entrevista ao Publituris, Harry Theoharis admite que a experiência que viveu durante os anos da pandemia funcionará como um “espelho” do que poderá e deverá fazer à frente da organização que, segundo o próprio, “tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante”.

Victor Jorge

Candidato a substituir o atual secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, o grego Harry Theoharis, quer que “os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância do Turismo da ONU [UN Tourism]”. Para tal, referiu ao Publituris, “é preciso que a organização crie mais valor para os seus Estados-Membros”. No que diz respeito à problemática dos recursos humanos, o candidato admite que “não podemos fazer uma coisa de cada vez, mas encontrar uma solução para que todas estas questões possam ser abordadas de forma conjunta”. Já quanto à tecnologia e, mais concretamente, à Inteligência Artificial, o engenheiro de software de formação salienta que, “utilizando-a, pode remover a incerteza”. Relativamente ao excesso de turismo, admite que a “Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism”.

É candidato a secretário-geral do Turismo da ONU (UN Tourism). Qual é a sua visão global para o turismo no mundo, especialmente depois de sairmos de uma pandemia e com o turismo e as viagens a registarem uma recuperação?

O que vemos, se olharmos para o panorama global, é uma comunidade que tem de lidar com várias forças externas. Forças como a instabilidade geopolítica, guerras que interrompem, claro, o turismo.

Temos, após a COVID, um problema agudo de pessoal, de recursos humanos. Existem ainda problemas relacionados com garantias de que os benefícios do turismo chegam aos níveis mais baixos da sociedade e que todos recebam uma parte justa no setor turístico e para que, ao viajar, o dinheiro gasto pelos turistas chegue também à comunidade local, e não fique apenas fora do país ou limitado às grandes empresas.

Assim, enfrentamos desafios que vêm do passado, bem como novos desafios que parecem ser moldados por eventos inesperados. Além disso, há que contar, igualmente, com as mudanças de longo prazo, relacionadas com o digital, o ambiente, os imperativos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que moldam o nosso pensamento e que, cada vez mais, devem moldar as nossas ações nos anos vindouros.

Mas há que relembrar, também os desafios da resiliência que ainda nos assombram. Talvez porque avançámos muito lentamente na transição que precisávamos de fazer. Agora, vemos um risco crescente de colapso das comunidades, cheias, incêndios, entre outros desastres.

E, como resultado, precisamos de mobilizar financiamento e redes de apoio para reativar as comunidades e os negócios.

Mas aprendemos alguma coisa com a pandemia?
Sim, que não conseguimos fazer isto sozinhos, que temos de nos unir. A menos que nos unamos, não conseguiremos crescer.

Mas quem tem de se unir? O setor público e o privado? Dentro do país, dentro de continentes, entre continentes?
Bem, tudo o que mencionou. São apenas diferentes dimensões de unidade. No que diz respeito ao Turismo da ONU (UN Tourism), temos de unir os Estados-Membros, perceber as economias de escala e os benefícios da cooperação em oposição aos benefícios da concorrência, e temos de enfatizar isso. Precisamos de unir o setor privado e o público.

Durante muito tempo houve um desfasamento entre ambos. Precisamos de unir as indústrias. As indústrias da saúde e do turismo, por exemplo, tiveram de unir forças e encontrar soluções para problemas que nunca imaginaram enfrentar.

Porque estão interligados.
Sim, podem estar e deveriam estar. Ou seja, se não estão, porque não é necessário, tudo bem. Mas quando surge o risco e se concretiza, quando o inimigo está à porta, temos de nos unir e enfrentá-lo. Estou certo de que enfrentaremos problemas semelhantes no futuro. Por isso, precisamos, pelo menos, de encontrar modos de discutir, concordar e cooperar e tê-los prontos para quando for necessário.

Mas trata-se de uma questão de dinheiro ou apoio financeiro?
O apoio financeiro é um dos aspetos, claro. Durante a COVID, a Grécia, por exemplo, apoiou as Pequenas e Médias Empresas (PME), pagou os salários dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, não permitiu que as empresas despedissem.

Agora, isso pode ser criticado por alguns, mas quando reabrimos, essas empresas – desde os aeroportos até às PME – não estavam à procura de funcionários como outros países. Assim, quando viajava para Atenas, tínhamos pessoas a trabalhar no turismo, nos hotéis, nos aeroportos. Estavam de prevenção e não podiam ser despedidos, por isso foram retomados imediatamente, ao contrário do que aconteceu, por exemplo em Schiphol [aeroporto de Amsterdão] ou Heathrow [aeroporto de Londres]. E esta foi uma das razões pelas quais a Grécia recuperou muito mais rapidamente do que outros países.

Portanto, uma das coisas que precisamos de fazer é perceber que tivemos uma grande “experiência natural” com a COVID e que muitos países usaram modelos diferentes. Vamos avaliar o que funciona melhor e o que funciona pior para formar o nosso pensamento e visão. Além disso, precisamos de cooperar com a academia que nos poderá ajudar enormemente.

 

Precisamos de unir o setor privado e o público. Durante muito tempo houve um desfasamento entre ambos. Precisamos de unir as indústrias. As indústrias da saúde e do turismo, por exemplo, tiveram de unir forças e encontrar soluções para problemas que nunca imaginaram enfrentar

 

Antes de abordar pontos sobre comunidades locais e tecnologia, a sustentabilidade também é uma grande preocupação para o turismo. Que políticas específicas propõe para promover mais sustentabilidade ou práticas sustentáveis no setor do turismo?
Temos de cooperar com a academia, os praticantes, os consultores, os implementadores no terreno, e com os Estados-Membros para encontrar as melhores práticas. Precisamos de criar centros de conhecimento específicos e hubs de excelência e, em torno desses hubs, desenvolver um ecossistema de pessoas que copiem e adaptem os modelos bem-sucedidos, os transformem em produtos, porque precisam de os vender.

Precisamos de convencer um hoteleiro de que, se implementar práticas sustentáveis em todos os aspetos, terá algo a ganhar.

Mas é preciso agir. Ou seja, menos teoria e mais prática?
Exatamente. E, para isso, precisamos de disponibilizar às empresas os meios para beneficiarem financeiramente desta transição e deixar de fazer o que temos vindo a fazer que é dar prémios, dizer que este é melhor, aquele é pior. Chegámos ao momento de ganhar escala, de copiar e transferir conhecimento e know-how. No fundo agir e como disse deixar a teoria e passar à prática.

Falando de ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança), um grande fator na sustentabilidade é o transporte.
Sim, claro. É fundamental.

Então concordará que, por exemplo, no que diz ao transporte aéreo, existe um problema. Todos querem ser sustentáveis, ou pelo menos, mostrar que cumprem as regras da sustentabilidade, mas depois as companhias aéreas são confrontadas com a realidade de não conseguirem porque não há SAF?
Pois viajar sem transportes é impossível. De facto, precisamos de cooperar com instituições multilaterais. Estamos numa fase em que o SAF (combustível sustentável para aviação) pode ser viável se as políticas públicas o permitirem. Se criarmos um mercado, ele encontrará formas de ser eficiente e, eventualmente, tornar-se-á mais eficiente do que o atual regime. Isso exige políticas públicas que incentivem investimentos em infraestrutura para atingir essas metas a médio e longo prazo.

Então, como é que se cria o mercado?
Bem, estabelece-se uma obrigação e determina-se que 1%, 5%, 10% do combustível tem de ser SAF. A partir do momento que se define que dentro de 10 anos, uma certa percentagem do combustível tem de ser SAF, posso investir numa refinaria para que, dentro de 10 anos, consiga fornecer o necessário.

Cria-se a infraestrutura para isso. Assim que essa infraestrutura está pronta, tenho clientes garantidos pela política pública.

Portanto, nesse sentido, este é um campo que não se pode enfrentar sozinho. Terá de haver, obrigatoriamente, uma colaboração e cooperação entre a IATA, a ICAO, a UE e outras instituições, para que se possa discutir as implicações e perceber como introduzir essas iniciativas.

E quanto ao papel da tecnologia, da digitalização e da Inteligência Artificial (IA), que agora estão a transformar todos os setores, incluindo o turismo?
Bem, sou engenheiro de software de formação e trabalhei como tal durante 20 anos no setor privado antes de “acidentes” me levarem para a política. Por isso, gosto muito dessa área e tento ser um pensador positivo.

Na verdade, implementámos uma das melhores utilizações de IA durante a COVID na Grécia. Usámos a IA para direcionar os nossos testes. O que fizemos foi o seguinte: os viajantes tinham de preencher um formulário digital no dia anterior à sua viagem, indicando o meio de transporte – avião, carro, barco, etc. Com base nas respostas do formulário e nos dados públicos do país de origem, como as taxas de positividade, decidíamos se seriam testados ou não. Recebiam um código QR que indicava se estavam “verdes” [não precisavam de teste] ou “vermelhos” [precisavam de teste] e conseguimos ultrapassar esse desafio enorme. Entender as tendências dos países dois dias antes de as vermos refletidas nos dados públicos foi fulcral para não sermos confrontados com realidades difíceis vividos por outros países.

Ou seja, usámos a IA de uma forma muito positiva para permitir que o turismo existisse. Começámos em 2020 e conseguimos abrir o turismo nesse ano porque tínhamos confiança suficiente para convencer o nosso Primeiro-Ministro de que seria seguro fazê-lo.

Mas isso foi em 2020. Agora estamos em 2025 e temos de olhar para o futuro.
Olhando para o futuro, vejo muitas coisas a acontecer. A IA pode remover a incerteza, os problemas, as filas, todas as partes difíceis de viajar, permitindo que o foco esteja na essência da experiência, que é a interação humana.

Mas pode também reduzir postos de trabalho?
É verdade, esse é o lado negativo da questão. Mas deixe-me ser mais específico. A IA não vai reduzir o número de pessoas que trabalham, por exemplo, num spa, mas pode reduzir o número de agentes de viagens, porque basta dizer o que se pretende, e a IA cria um itinerário, reserva os bilhetes e apresenta opções personalizadas ao máximo – seja para crianças, seja para outra necessidade específica.

No entanto, existe um risco. Atualmente, o turismo beneficia tanto os países de origem como os de destino. Os países de origem têm agentes de viagens que trabalham para levar turistas da Dinamarca para a Grécia, Itália, França, Espanha ou Portugal. Por outro lado, países como a Grécia, França ou Espanha têm trabalhadores na indústria do turismo para receber esses viajantes.

O que acontece se a maioria das pessoas que perde o emprego for dos países de origem? Esses países podem, além de perder divisas, deixar de beneficiar económica ou fiscalmente com o turismo. Nesse caso, corremos o risco de que esses países fiquem hostis à ideia de promover o turismo, pois já não veem vantagens.

 

A IA pode remover a incerteza, os problemas, as filas, todas as partes difíceis de viajar, permitindo que o foco esteja na essência da experiência, que é a interação humana

 

E nos destinos?
Os destinos são muito mais imunes, porque a natureza do produto tem um toque pessoal.

A IA ou a robótica, que até pode ser utilizada, como a Internet of Things, poderá até substituir um empregado de mesa para nos trazer o prato à mesa, mas a IA não substituirá o chef, o sommelier, os profissionais de um spa. Ou seja, tudo o que são funções onde o toque humano, a personalização, são relevantes, estarão mais imunes.

A inclusão e a diversidade são também grandes questões no setor do turismo?
Bem, depende de onde estamos. Europa e EUA têm agora um grande diferencial nesse ponto.

Mas sim, são questões que estão a tornar-se cada vez mais importantes para o turismo.

Então quais as estratégias que propõe para estes aspetos?
Mais uma vez, penso que o Turismo da ONU (UN Tourism) precisa de ser um repositório de ideias. O que precisamos de fazer é observar os modelos dos diferentes países e analisar o quão bem-sucedidos são em garantir que a riqueza criada pela indústria do turismo – o valor do produto turístico – chegue aos níveis mais baixos das comunidades.

Com isso em mente, precisamos de avaliar o que funciona e o que não funciona, em todas as suas dimensões, os lucros, os salários, tudo.

Prefiro falar das coisas positivas e não das negativas em relação aos países. Por exemplo, na Grécia, temos uma oferta turística que vem de algumas grandes empresas, mas na sua grande maioria vem de PME. Como resultado, os habitantes das ilhas, por exemplo, onde estão essas PME, sentem os benefícios do turismo. Se fosse apenas um setor controlado por grandes empresas, seria necessário encontrar outra forma de abordar as preocupações.

E quanto ao overtourism? Como é que os diversos destinos podem e devem lidar com esta questão? Ou antes de mais, é mesmo uma questão?
É uma questão simples que merece uma resposta simples: sim.

Contudo, existem dois aspetos nessa questão. Um é o das filas intermináveis, demasiadas pessoas, esperas para visitar um museu, um local cultural, simplesmente passear numa cidade ou vila. Isto é algo que já existia no passado, não é novo. Pode ser gerido melhor ou pior, e às vezes fazemos isso bem, outras vezes nem tanto. Mas não penso que isto tenha mudado significativamente.

Existem ferramentas para minimizar esses efeitos, mas é preciso utilizá-las e utilizá-las bem. Podemos usar proibições administrativas diretas, podemos aplicar taxas, podemos investir em infraestruturas. Mas uma coisa é certa, hoje temos várias ferramentas para gerir melhor os fluxos e os destinos.

O que acho que mudou realmente nos últimos meses e anos, especialmente após a COVID, é que, com o advento do Alojamento Local, o mercado imobiliário estreitou a sua ligação ao mercado turístico. Antes, eram mercados desconectados. Tinha-se um terreno e decidia-se: construo um hotel ou casas? Se fossem casas, eram casas. Se fosse um hotel, era um hotel. Agora, pode-se ter um apartamento no centro de Atenas e escolher: alugo-o a longo prazo (para habitação) ou alugo-o a curto prazo para Alojamento Local? Neste último caso, pode mudar-se essa escolha várias vezes ao longo do ano. O mercado da habitação é social e politicamente sensível, e afeta questões que muitos países regulam.

Penso que esta mudança recente fez com que as pessoas começassem a ver o produto turístico e os turistas como rivais da população local. E precisamos de encontrar formas de resolver isso.

Neste momento, a Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism (excesso de turismo). Precisamos de olhar para as questões, resolvê-las e geri-las.

Se não se falar do problema, não se pode resolver?
Não, e o problema é que será resolvido por outros que não pertencentes ao setor do turismo. Isto porque qualquer Governo não vai esperar pela ONU Turismo para fazer alguma coisa ou esperar por qualquer sugestão ou conselho. E isto acontecerá na Grécia, em França, Portugal, onde também já existe este problema, ou outro qualquer destino confrontado com esta realidade.

Há que agir para que o turismo seja algo presente e relevante ou um problema, mas a solução irá surgir. Por isso, é melhor que os decisores do turismo se tornem relevantes nesta solução e que evitem passar muito tempo com manobras de “tentativa e erro” até que encontrem uma solução.

 

Neste momento, a Europa turística até tem medo de mencionar a palavra overtourism (excesso de turismo). Precisamos de olhar para as questões, resolvê-las e geri-las

 

Há pouco abordou outra questão problemática que está relacionada com o emprego e os recursos humanos. Todos sabemos que a pandemia retirou pessoas ao turismo que, em muitos casos, não regressarão. Como atrair essas pessoas que saíram e novas pessoas para o turismo? Melhores salários, melhores condições de trabalho?
Bem, em parte está a dar a resposta, mas há muito mais a considerar. Uma das coisas fundamentais a fazer é olhar um pouco para trás e perceber que não demos as melhores condições às pessoas que trabalhavam no turismo. É um facto, temos de reconhecê-lo e não escondê-lo.

Não tenho dados para me pronunciar sobre Portugal, mas de certeza aconteceu o mesmo que no meu país [Grécia], em Espanha, Itália ou França.

Em segundo lugar, é preciso encontrar formas de resolver esta questão e rapidamente. Até porque sabemos que esta questão está intimamente ligada ao problema da imigração.

É difícil encontrar pessoas nos próprios países para trabalhar no setor e isso estrangula os negócios que, no fim, se viram para outros países para colmatar essas lacunas de pessoal.

Depois temos o problema grave de todas estas questões se misturarem ao nível da discussão política, na maioria das vezes, de forma incorreta. Por isso, precisamos de encontrar soluções inovadoras. Tenho algumas ideias que, neste momento, ainda não estou em condições de partilhar, uma vez que precisamos de desenvolvê-las e necessitam de uma abordagem cuidada, mas efetiva, com os Estados-Membros.

O que posso dizer é que precisamos de delinear planos de carreira para os mais jovens em muitas regiões do mundo para que possam ter sucesso no turismo no seu próprio país em vez de se verem obrigados a emigrar para outros países. Além disso, é preciso controlar e gerir a migração das pessoas para encontrar melhores condições em destinos desenvolvidos.

Uma coisa é fazê-lo em destinos emergentes, outra é fazê-lo em destinos consolidados e maduros. Assim, penso que não podemos fazer uma coisa de cada vez, mas encontrar uma solução para que todas estas questões possam ser abordadas de forma conjunta.

E como é que a sua experiência como ministro do Turismo da Grécia moldou a sua abordagem para liderar a ONU Turismo? Quais lições de carreira aplicaria na nova função?
Fui um ministro muito ativo, por isso, compreendo como é que as coisas funcionam. Fui ministro do Turismo entre 2019 e 2021 e a experiência que tive durante esses anos, principalmente, durante as dificuldades e desafios da pandemia funcionam como um “espelho” do que poderei fazer no Turismo da ONU.

Além disso, liderei a Comissão da ONU Turismo para a Europa e renovei a posição do meu país no Conselho Executivo. As discussões sobre a Carta dos Direitos dos Turistas estavam bloqueadas até que pedi para liderar as discussões. E foram desbloqueadas e finalmente chegámos a uma solução comum e a um acordo entre todos os países.

Como presidente dessa Comissão, fiz parte do comité de crise da COVID, pedi a criação de um comité técnico de crise para a COVID e tracei um plano para encontrar soluções. O certificado digital e todas as iniciativas que tivemos na Europa também foram apoiadas pelo trabalho do LabCom.

Portanto, vi como as funcionam e penso que tenho uma boa ideia do como devem funcionar. Em segundo lugar, tenho uma grande experiência em reformas no meu país, fui chefe da administração fiscal e consegui levar a cabo um processo de reformas, tornando-a independente do Ministério das Finanças durante os anos mais difíceis da Troika, de modo a transformá-la, digitalizá-la e torná-la mais eficiente de modo a combater a evasão fiscal.

O que quero dizer com isto é que tenho uma grande experiência na gestão de crises.

Finalmente, trabalhei com diversas instituições do setor público, trabalhei com o universo privado durante 20 anos, em pequenas start-ups, grandes empresas, em Londres. Por isso, toda esta experiência acumulada servirá e será posta em prática para reformar a organização [UN Tourism].

 

O principal indicador de sucesso (KPI) é que os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância da organização [Turismo da ONU]

 

É essa a grande questão: reformar o Turismo da ONU?
Sim, sem dúvida. O Turismo da ONU tem de trabalhar de forma mais transparente, eficiente e relevante.

Nestes três aspetos, é preciso desenvolver muito trabalho. Fundamentalmente, é preciso que a organização crie mais valor para os seus Estados-Membros.

A organização não deve existir apenas para sua própria existência, mas pelo valor que cria para os membros.

Se for eleito, que indicadores-chave de sucesso gostaria de ver avaliados, por exemplo, no final do primeiro mandato?
A esperança é que, no final do primeiro mandato, vejamos todos os 160 Estados-Membros mais envolvidos, que todos eles se candidatem a integrar o Conselho Executivo, que todos queiram fazer parte desta organização. Penso que esse será o principal indicador de sucesso (KPI): que os Estados-Membros compreendam e reconheçam o valor e queiram envolver-se para reforçar a relevância da organização [Turismo da ONU].

Para isso, o primeiro passo é a transparência. É necessário que haja capacidade de voto. Sou político, tenho de responder às críticas dos meus eleitores. Eles votaram e uma das coisas que querem saber é se o dinheiro – o dinheiro deles – que damos à ONU Turismo está a ser bem gasto e a produzir resultados. Caso contrário, não vale a pena o investimento, mais vale sair da organização. Não acredito que seja esse o caso [o de existirem Estados-Membros que queiram sair], mas tenho de ser capaz de explicar isto tudo com números aos meus eleitores e aos países-membros que apoiam a próxima liderança do Turismo da ONU.

A mensagem que quero deixar é que acredito que, em pouco tempo, podemos reconstruir uma organização da qual nos orgulhamos e estou comprometido em concretizar isso. Acredito que não haverá um único país, entre os Estados-Membros, que não concorde que é isto que querem: fazer parte de uma organização de que se orgulham. E estou disposto a dedicar a minha resistência, a minha energia, a minha capacidade intelectual e todas as minhas competências para concretizar esse sonho, porque acredito nele.

Nota: Os candidatos oficialmente proclamados são Muhammad Adam, do Gana; Shaikha Al Nowais, dos Emirados Árabes Unidos; Habib Ammar, da Tunísia; Gloria Guevara, do México; Harry Theoharis, da Grécia; e o atual secretário-geral, Zurab Pololikashvili, da Geórgia.

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Escolas do Turismo de Portugal atentas às necessidades de mercado

Em entrevista ao Publituris, Catarina Paiva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, faz o ponto da situação dos projetos que estão a ser desenvolvidos nas 12 Escolas de Hotelaria e Turismo, iniciativas que, conforme afirmou, “refletem o compromisso das Escolas do Turismo de Portugal em preparar os profissionais para os desafios atuais e futuros, contribuindo para a competitividade e sustentabilidade do setor”, para avançar que “estamos permanentemente atentos às necessidades de mercado para poder dar respostas alinhadas com o que os profissionais e empresas precisam”.

O Publituris falou com Catarina Paiva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, que admite que “a formação em turismo enfrenta hoje o desafio crucial de antecipar e acompanhar a dinâmica do mercado”. A responsável pela formação no Turismo de Portugal salienta ainda que a competências técnicas continuam a ser “fundamentais” e que cada vez mais se exige que os colaboradores “desenvolvam competências de soft skills, de orientação para o cliente e de liderança e de gestão de equipas, de comunicação, de empatia, de resiliência emocional”. Também o “digital e a sustentabilidade” imperam na nova agenda das EHT como resposta “às dinâmicas de mercado”.

O que mudou na formação turística nos últimos anos? Que desafios enfrenta hoje?
As transformações no ensino e no mundo do trabalho registadas nos últimos anos de um conjunto vasto de mudanças que a sociedade atravessa, impactando diretamente as organizações e o comportamento dos consumidores, especialmente no que diz respeito à formação e ao trabalho. O facto de as empresas e as organizações terem de operar em ambientes cada vez mais voláteis, incertos e complexos traz novos desafios em termos de competências exigidas aos profissionais, bem como uma abordagem de gestão renovada por parte das empresas.

O setor do turismo é uma das principais alavancas económicas do país e tem demonstrado crescimento consistente em diversos indicadores, onde estes desafios tornam-se ainda mais relevantes. O crescimento, porém, deve ser sustentável e consolidado, gerando valor para a economia, bem como para a experiência dos turistas, comunidades locais e para os colaboradores das empresas.

A formação em turismo enfrenta hoje o desafio crucial de antecipar e acompanhar a dinâmica do mercado, alinhando a sua proposta de valor com as necessidades tanto dos profissionais quanto as empresas. As empresas precisam de estruturas ágeis e adaptáveis à nova realidade. Consequentemente, as entidades formadoras devem ser igualmente capazes de oferecer metodologias de ensino, conteúdos e formatos que respondam a estas exigências, mantendo-se relevantes e à altura das expectativas de um setor em constante evolução.

Mediante estes desafios, as Escolas do Turismo de Portugal (EHT) preparam-se diariamente para capacitar gerações que sejam proativas e de resposta rápida a qualquer situação.

 

A formação em turismo enfrenta hoje o desafio crucial de antecipar e acompanhar a dinâmica do mercado, alinhando a sua proposta de valor com as necessidades tanto dos profissionais quanto das empresas


Posicionar o país como referência de excelência na área da formação
Os jovens em Portugal sentem-se atraídos para a formação na área do turismo? Que áreas são mais procuradas? E os níveis? Assiste-se a um processo de desmobilização dos alunos da área do Turismo? Sente que há necessidade de motivar os jovens para estudar em Turismo, mesmo sabendo que esta é a área profissional que absorve a maior têm sido intensas, resultado quantidade de mão-de-obra?
O Turismo em Portugal alcançou, justamente, uma notoriedade e reputação inigualáveis, resultado de um trabalho consistente ao longo dos últimos anos. Este esforço permitiu superar desafios, estabelecer novos recordes, conquistar inúmeros prémios e afirmar uma visão de liderança para o turismo do futuro.

Hoje, Portugal é reconhecido como um destino de excelência a nível mundial. A atratividade para trabalhar no setor está naturalmente ligada à atratividade para estudar turismo. Neste contexto, o Turismo de Portugal pretende também posicionar o país como uma referência de excelência na área da formação para aqueles que pretendem estudar e trabalhar em turismo. Com o objetivo de captar o interesse dos mais jovens, o Turismo de Portugal desenvolve vários projetos e iniciativas, como o Open Day, onde durante uma semana, as 12 Escolas do Turismo de Portugal recebem potenciais alunos, pais, orientadores vocacionais e a comunidade local. Este evento inclui visitas guiadas, aulas abertas, workshops gratuitos, exposições, demonstrações, degustações e atividades ao ar livre nas áreas de Turismo de Natureza, Turismo Cultural e Património. O objetivo é destacar a qualidade da formação em turismo e hotelaria e apresentar as várias oportunidades de carreira no setor.

Outro exemplo é o Programa GERAt – Território, Turismo e Talento, o maior projeto interescolar de sensibilização para o turismo. Desenvolvido em parceria com a Direção-Geral da Educação, o GERAt visa sensibilizar as gerações mais jovens para o potencial do turismo a nível local, nacional e internacional.

Em 2024, o programa ganhou uma nova dimensão, envolvendo 39 agrupamentos de escolas, 46 turmas, 925 alunos e o desenvolvimento de 40 projetos interdisciplinares ao longo do ano letivo. É através destas iniciativas que o Turismo de Portugal reconhece a importância de reforçar a atratividade do setor, pois é essencial para atrair talento e concretizar a estratégia de um turismo de maior valor.

Quais os principais desafios que o setor enfrenta atualmente em termos de captação e retenção de talentos?
O desafio de captar e fidelizar talento é transversal a vários setores de atividade e tem-se intensificado nos últimos anos. Assistimos a uma mudança de paradigma, em que as empresas passaram a adotar estratégias de employer branding para fidelizar os melhores profissionais. No setor do turismo, esse desafio é ainda mais premente, devido à natureza intrínseca da atividade: uma indústria centrada nas pessoas, onde o serviço e a experiência são determinantes, e onde se verifica uma elevada rotatividade. Sendo um setor “de Pessoas para Pessoas”, a gestão de talento torna-se um elemento crucial para o seu sucesso. Enfrentar esta questão requer uma abordagem integrada e concertada, que alinhe diferentes dimensões como as políticas públicas que promovam a atração e retenção de talento; um setor privado, que coloque os recursos humanos no centro da sua estratégia, oferecendo condições de trabalho e remuneração competitivas, bem como uma cultura organizacional centrada nas pessoas; um setor que seja social e ambientalmente responsável, inclusivo e integrador, gerador de valor para as empresas, colaboradores e territórios; e instituições de ensino e formação que preparem os profissionais de forma eficaz para os desafios de qualificação.

Hoje, as empresas precisam de desenhar estratégias de “Employee Experience”, tal como fazem com as estratégias para captar clientes, assegurando assim a retenção dos seus talentos. É igualmente fundamental que as organizações se adaptem aos novos modelos de trabalho e que as lideranças se reinventem, desenvolvendo competências de gestão mais colaborativas, empáticas e menos hierarquizadas.

 

Assistimos a uma mudança de paradigma, em que as empresas passaram a adotar estratégias de employer branding para fidelizar os melhores profissionais

 

O digital e a sustentabilidade imperam na nova agenda das EHT
Quais são as competências mais importantes que os profissionais do turismo precisam desenvolver para se adaptarem às novas exigências do setor?
O setor do turismo almeja crescer atraindo mercados de maior valor, o que implica o contacto com turistas mais exigentes, mais informados, o que expõe o setor a novos desafios em termos de recrutamento e de novas competências que são exigidas aos colaboradores, independente da função que ocupam na empresa. As competências técnicas continuam a ser fundamentais, mas cada vez mais se exige que os colaboradores desenvolvam competências de soft skills, de orientação para o cliente e de liderança e de gestão de equipas, de comunicação, de empatia, de resiliência emocional. Também o digital e a sustentabilidade imperam na nova agenda das EHT como resposta às dinâmicas de mercado e impelem as entidades que desenvolvem formação em turismo a terem um papel mais conectado e alinhado com o mercado para participarem como atores principais na configuração do setor do turismo.

As conclusões do estudo recente “O perfil do Profissional de Turismo e Hospitalidade – Competências e formação” apontam para a necessidade de criação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor, através da adoção de abordagens diferenciadas na gestão de carreiras e expectativas, levando em consideração as necessidades específicas de cada estudante e de cada profissional. Isto já está a acontecer?
Um dos pilares fundamentais e que consta de uma das medidas do Programa Acelerar a Economia – Roadmap diz respeito ao Reposicionamento na oferta e prevê que devemos assegurar o desenvolvimento curricular (design de produto) de cursos, programas, conteúdos e metodologias alinhados com as tendências do setor e que promovam a contínua inovação do portfólio e um posicionamento de referência.

Paralelamente a isto o mercado tem-se encaminhando para uma hiperpersonalização da educação, em que o modelo de aprendizagem deve adaptar-se à experiência de aprendizagem para atender as necessidades de cada aluno, com base no seu perfil e motivações. Embora a Rede de Escolas do Turismo de Portugal tenha recebido a certificação TedQual da Organização Mundial de Turismo (OMT), vários dos seus cursos, como Pastry Management and Production e Hospitality Operations Management, Culinary Arts, Food and Beverage Management e Tourism Management, o que atesta um reconhecimento nacional e internacional e reconhece a qualidade da formação proporcionada pelas Escolas do Turismo de Portugal.

Estamos permanentemente atentos às necessidades e mercado para poder dar respostas alinhadas com o que os profissionais e empresas precisam. A auditoria realizada pela OMT analisou com especial detalhe cinco áreas: a coerência do plano de estudos, as condições pedagógicas (incluindo metodologias e infraestruturas), a gestão da Rede e das Escolas que a compõem, o corpo docente e a adequabilidade do programa de estudos às necessidades e perspetivas futuras do sector.

Catarina Paiva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal

Ligação das Escolas ao mercado de trabalho
Como é que as Escolas do Turismo de Portugal fazem a ligação com o mercado de trabalho?
A relação das nossas Escolas com o mercado de trabalho faz parte do nosso ADN e é trabalhada em três principais dimensões. Primeiro, realizamos um diagnóstico contínuo de necessidades através de instrumentos de interação regular com as empresas, como inquéritos, focus groups e reuniões temáticas. Em segundo lugar, criamos programas específicos de capacitação direcionados para áreas estratégicas, como a transição digital, a sustentabilidade e a responsabilidade social. Por fim, organizamos eventos regionais e nacionais, como o Fórum Estágios e Carreiras, workshops e seminários, que promovem uma interação direta entre empresas e alunos.

Além disso, realizamos atividades de investigação e análise de tendências, produzindo documentos orientadores sobre competências futuras no setor. Exemplos disso incluem o Estudo de empregabilidade já mencionado e o projeto internacional PANTOUR – Next Tourism Generation, que está a desenvolver uma matriz de competências para orientar as estratégias futuras de capacitação. As EHT também têm iniciativas direcionadas para uma maior flexibilidade na formação, como o desenvolvimento de ações em e-learning, adaptadas aos horários dos profissionais, com temas focados no digital, na sustentabilidade e em línguas, incluindo português para estrangeiros. Outra área de atuação é o reforço das metodologias de formação on the job. Neste contexto, estamos a trabalhar em estreita colaboração com as empresas para criar percursos de formação dentro do local de trabalho. Esta abordagem permite que novos profissionais no setor aprendam não apenas técnicas específicas, mas também a nossa matriz cultural de serviço, a língua e a gastronomia, promovendo uma integração profissional mais rica e completa.

 

É igualmente fundamental que as organizações se adaptem aos novos modelos de trabalho e que as lideranças se reinventem, desenvolvendo competências de gestão mais colaborativas, empáticas e menos hierarquizadas

 

Papel da Academia Digital na capacitação dos profissionais do setor
Qual tem sido o vosso papel na formação contínua dos profissionais de turismo, de forma a responder aos desafios da retenção de talento, inovação tecnológica e sustentabilidade?
A capacitação dos profissionais do setor tem sido, desde sempre, uma prioridade para as Escolas do Turismo de Portugal, assumindo especial relevância no período pós-pandemia. O lançamento da Academia Digital foi um marco nesse esforço, permitindo acelerar a transição digital e expandir a oferta formativa a todo o território nacional.

Com as crescentes exigências de sustentabilidade, a adoção de práticas de gestão baseadas em indicadores ESG e a escassez de mão-de-obra no setor, a formação tornou-se ainda mais essencial. Para responder a estes desafios, desenvolvemos uma série de programas específicos, como o Upgrade Digital, o Upgrade Sustentabilidade, o Programa Formação + Próxima, o Programa BEST e o Programa de Formação Empresas 360º. Além disso, em parceria com a Universidade Aberta, criámos um conjunto de microcredenciais nas áreas do Digital e da Sustentabilidade, permitindo uma aprendizagem autónoma e personalizada. Entre estas destacam-se: Ferramentas Digitais (Nível 1 e Nível 2), Estratégia Digital e Marketing Performance, O Digital e as Redes Sociais, Circularizar a Economia e o Turismo e Responsabilidade Social nas Empresas do Turismo (atualmente na sua 3.ª edição).

Estas iniciativas refletem o compromisso das Escolas do Turismo de Portugal em preparar os profissionais para os desafios atuais e futuros, contribuindo para a competitividade e sustentabilidade do setor.

Os planos de estudo já começam a incluir formação sobre o uso de tecnologias como inteligência Artificial (IA)? Se sim, que tecnologias são abordadas e de que forma são colocadas em prática?
O Turismo de Portugal está a trabalhar em três níveis distintos: primeiro, na capacitação das equipas, oferecendo formação aos Diretores, Coordenadores de Formação e Formadores sobre os diversos suportes de Inteligência Artificial disponíveis e a sua aplicação em contexto didático. Segundo, na introdução de ferramentas de IA e Tecnologias Emergentes, com a criação de regras para o desenho e conceção de conteúdos de aprendizagem suportados por estas tecnologias e a implementação de novas metodologias de integração. Entre os exemplos destacam-se aplicações de tutoria virtual e aprendizagem adaptativa, ferramentas de correção automática de exercícios e testes, que proporcionam feedback imediato aos alunos e economizam tempo aos professores, e o uso de software de gamificação na área da gestão hoteleira, que incrementa o compromisso e a motivação dos alunos ao incorporar elementos de jogo.

Por fim, estamos a preparar as infraestruturas da Rede de Escolas, criando novos espaços tecnológicos de suporte à aprendizagem no âmbito do projeto de modernização financiado pelo PRR. Este projeto inclui a criação de laboratórios técnicos e tecnológicos equipados com diversos suportes multimédia, que favorecerão a utilização de ferramentas inovadoras, como realidade virtual e aumentada, consolidando estas dimensões no futuro.

Estratégia de internacionalização
Que papel têm tido as Escolas do Turismo de Portugal de apoio a nível internacional, designadamente, junto dos PALOP e a CPLP? E na formação de estrangeiros em Portugal?
As Escolas do Turismo de Portugal baseiam a sua estratégia de internacionalização em programas de mobilidade de estudantes e formadores, cooperação bilateral e multilateral com entidades internacionais e uma participação ativa em projetos e estudos globais. Recentemente, essa ambição foi reforçada com a expansão acelerada da rede de Escolas, inicialmente direcionada para países da CPLP, destacando-se, pelo trabalho já desenvolvido, os casos de Angola e Cabo Verde.

Este modelo global prevê parcerias estratégicas, nas quais o know-how e a experiência da rede nacional são transferidos para criar Escolas Locais de Hotelaria e Turismo, em formato co-branded, com gestão e instalações asseguradas pelos países parceiros. Exemplos deste reforço incluem colaborações recentes com a Índia, o Uruguai e países com grandes comunidades portuguesas, como o Luxemburgo, onde será em breve assinado um acordo de cooperação.

Ao nível dos alunos internacionais, verifica-se uma procura crescente de candidatos de países como Bangladesh, Nepal, Índia, Ucrânia e Paquistão, e, mais recentemente, da Venezuela e dos Estados Unidos. Na Europa, destacam-se nacionalidades como italianos, franceses, espanhóis e alemães. Paralelamente, foi lançado este novo Programa de Formação e Integração de Migrantes para o Setor do Turismo, em parceria com a AIMA e a CTP.

Estas iniciativas sublinham o compromisso das Escolas em reforçar o posicionamento internacional, promovendo a excelência da formação portuguesa no setor do turismo e criando um impacto global positivo.

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Edição Digital

Edição Digital: Especial BTL 2025, vencedores Trade Awards, TUI, Tour10, Uganda, ATR e Timeless

A última edição do Publituris traz muito para ler. São 112 páginas que têm no Especial dedicado à BTL 2025 o tema principal. Neste especial, entrevistámos Pedro Braga, diretor-geral da FCE Lisboa – Feiras Congressos e Eventos; José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo; Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria; e Niurka Pérez Denis, conselheira de Turismo de Cuba em Espanha e Portugal. Além disso, há os vencedores dos “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025”, as novidades da TUI e da Tour10, Portugal Travel Team, Lilly Ajarova (Turismo do Uganda), viagem à Jamaica, ATR e Timeless.

Publituris

A nova edição do jornal Publituris faz capa com a entrevista ao presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, José Santos. Destino Nacional convidado da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, José Santos, lançou ideia do que será realizado no Alentejo e no Ribatejo para atrair mais turistas nacionais e, principalmente, internacionais. Depois de, em 2024, a região do Alentejo e Ribatejo ter o melhor ano turístico de sempre, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo.

Adepto de “melhor em menos mercados”, José Santos salienta que existem preocupações e, além da recuperação dos mercados emissores, é preciso olhar melhor para o ordenamento do território.

Destinos na BTL
Com o destaque da edição a estar na BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, além da entrevista a José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e Destino Nacional convidado, o Publituris entrevistou o presidente de Câmara, Gonçalo Lopes, enquanto responsável pelo Município convidado da maior feira de turismo nacional.

O concelho de Leiria oferece uma combinação única de história, cultura e paisagens naturais, proporcionando uma experiência inesquecível a quem visita a região. Com um património riquíssimo, que inclui o emblemático Castelo de Leiria e a beleza serena das praias da região, Leiria convida a descobrir os seus segredos mais bem guardados. A sua oferta cultural diversificada, com festivais de música, teatro e arte, aliada a uma gastronomia autêntica e aos trilhos naturais da Mata Nacional de Leiria, fazem deste território um ponto de encontro entre tradição e modernidade. Daí não ser de estranhar o facto do concelho ser o grande protagonista da 35.ª edição da BTL, na qualidade de Município Convidado.

Já relativamente a Cuba, Destino Internacional convidado da BTL, o grande potencial do mercado português voltou a ficar evidente em 2024 ao subir para o 11.º lugar, entre os primeiros 20 emissores para o país, com a chegada de 33.745 visitantes. Mais uma vez foi o único mercado europeu a crescer, tendo superado o recorde alcançado em 2019. Assim, em entrevista ao Publituris, Niurka Pérez Denis, conselheira de Turismo de Cuba em Espanha e Portugal, dá conta de ações neste mercado considerado estratégico que visam a sua consolidação.

A abrir este especial, contudo, está a conversa com Pedro Braga, diretor-geral da FCE Lisboa – Feiras Congressos e Eventos, que admitiu que a BTL “é um reflexo da boa performance do turismo em Portugal”. Certo é que “não temos mais um metro quadrado disponível”, o que faz com que as próximas edições sejam desafiantes, reconhece Pedro Braga.

Vencedores dos “Portugal Trade Awards 2025”
Esta edição mostra, também, os vencedores dos “Portugal Trade Awards by Publituris @BTL2025”. Dos 89 nomeados na 13.ª edição dos prémios, resultaram 15 vencedores, existindo ainda lugar à entrega de um prémio de “Personalidade do Ano”, distinção atribuída diretamente pela redação do Publituris.

TUI Espanha, Portugal e LATAM
Reconhecendo haver sinergias claras entre as operações em Espanha e Portugal e os mercados da América Latina, o Grupo TUI integrou estas regiões sob a liderança de Andrea Pfeiffer, que já as considera de sucesso. “Um dos avanços mais relevantes foi a integração de sistemas, facilitando reservas dinâmicas, personalização de itinerários e acesso a uma rede global de fornecedores. Este modelo fortalece a nossa transformação digital, agilizando os processos para as agências de viagens e para os clientes, alinhando-nos com a nossa estratégia de futuro”, nesta busca, por parte do grupo, de aceleração da sua expansão internacional, afirmou a responsável pelos três mercados, em entrevista que concedeu ao Publituris.

Tour10
A Tour10 é hoje mais do que um “bed bank”, uma vez que, para além de disponibilizar cerca de 500 mil hotéis em mais de 160 países e destinos, também começou a oferecer um conjunto de experiências/atividades que os agentes de viagens podem sugerir aos seus clientes, gerando valor acrescentado. Em Portugal, há vários anos, a empresa está a apostar fortemente, com departamento comercial e no departamento de reservas em Faro, mercado que já gera entre 25% a 30% do total de faturação da empresa.

Portugal Travel Team
Eduarda Neves, CEO da Portugal Travel Team, foi eleita, no início do ano, presidente da Euromic, uma associação global de DMC (Destination Management Companies), assumindo o cargo para um mandato de dois anos. Em entrevista ao Publituris, a empresária explica as estratégias e os desafios que esta associação sem fins lucrativos enfrenta, bem como os objetivos do seu mandato.

Uganda
Em entrevista ao Publituris, Lilly Ajarova, diretora do Turismo do Uganda, descreve um país que conta com uma oferta única, mas que está ainda a dar os primeiros passos no desenvolvimento turístico. Por isso, o número de turistas portugueses que visita o país continua a ser baixo, realidade que o Turismo do Uganda pretende mudar com mais promoção e, de preferência, com investimentos de empresas portuguesas no setor.

Sentir a “vibe” da Jamaica
A convite da Newblue, o Publituris foi conhecer a nova aposta do operador turístico nas Caraíbas. Num país onde reina o Reggae de Bob Marley e a cultura Rastafari, a Jamaica é o quinto maior país insular das Caraíbas. Hotéis novos e/ou renovados, muito mar e natureza, boa gastronomia, são também muitas as experiências que se pode e deve viver. O importante é “feel the vibe, respect and relax”. “Ya man!”.

ATR
No ano passado, a ATR – Atividades Turísticas e Representações passou a representar em Portugal duas novas companhias aéreas, novidades que vieram tornar ainda mais positivo o ano da empresa que, segundo Artur Sousa, Managing Director da ATR, conseguiu fechar “2024 com conquistas importantes”.

Delta no aeroporto de Lisboa
A partir do final deste mês, a Delta Air Lines aumentará a sua capacidade no aeroporto da Portela, em Lisboa, em 30% sem adicionar novos voos. Como é que isto é possível de um dia para o outro num aeroporto saturado e à beira do colapso?

À boleia desta estratégia da Delta, a SkyExpert, empresa de consultoria especializada em aviação, aeroportos e turismo, explora o “delta” de crescimento à disposição de qualquer companhia no dito congestionado” aeroporto de Lisboa.

Timeless
Quando abriu portas, em 2019, a Timeless afirmava-se como “uma ‘alfaiataria’ no mercado dos transportes de luxo”, mas, seis anos depois, a empresa cresceu e muita coisa mudou. Em entrevista ao Publituris, Nuno Costa, CEO da Timeless, fala sobre a evolução para o setor de ‘leisure & corporate mobility services’, assim como sobre as novidades para 2025 e sobre os desafios que ameaçam o futuro deste setor.

Check-in + Pulse Report
Num “Check-in” especial BTL 2025, as questões colocadas ao Conselho Editorial do Publituris têm a maior feira de turismo como foco.

Também a GuestCentric analisa a evolução da procura, performance canais, mercados, evolução do preço médio e expectativas para o mês de março na hotelaria em Portugal.

Opiniões
Para finalizar, as opiniões nesta edição distribuída na BTL 2025, pertencem a Francisco Jaime Quesado (economista e gestor) – “O valor do turismo”; Pedro Castro (SkyExpert) – “BTL: Better Tourism…e Cuba?!”; Sílvia Dias (Savoy Signature) – “O valor dos encontros pessoais – Do turismo à diplomacia”; José Siogo Moraes (Sports Ventures) – “Portugal pode ser um gigante do turismo desportivo na Europa”; Sofia Almeida (Universidade Europeia) – “Serão as taxas turísticas uma medida sustentável? Ou um risco para a competitividade dos destinos?”; Teresa Palrão (Universidade Lusófona) – “Empreender no Turismo Industrial: Da Tradição à Inovação”.

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Cuba atravessa tempos difíceis, mas de confiança nos atributos do destino

“Tenho, pessoalmente, uma dívida para com o mercado português, porque ainda fazemos pouco e poderíamos contribuir muito mais”, reconheceu Niurka Pérez Denis, conselheira de Turismo de Cuba em Espanha e Portugal, país que, nesta edição da BTL 2025, ostenta o título de “Destino Internacional Convidado”.

tagsCuba

O seu grande potencial do mercado português voltou a ficar evidente em 2024 ao subir para o 11.º lugar, entre os primeiros 20 emissores para Cuba, com a chegada de 33.745 visitantes. Mais uma vez foi o único mercado europeu a crescer, tendo superado o recorde alcançado em 2019. Assim, em entrevista ao Publituris, Niurka Pérez Denis, conselheira de Turismo de Cuba em Espanha e Portugal, dá conta de ações neste mercado considerado estratégico que visam a sua consolidação.

Qual é a importância do mercado português para Cuba?
Este mercado continua a ser estratégico para o país e a nossa intenção é continuar a fortalece-lo, por isso não podemos deixar de estar na BTL; porém, não basta que as quatro letras que dão nome à nossa ilha, ÚNICA como a define a sua campanha promocional, o abracem todos os anos à entrada do Pavilhão, mas é o momento ideal para Cuba ser o “Destino Internacional Convidado” da BTL 2025.

Promover o aumento do investimento estrangeiro, incentivar a exportação de serviços, continuar a fortalecer o marketing do destino, mostrando os seus pontos fortes e benefícios, bem como os produtos e serviços oferecidos aos viajantes que escolhem a ilha para as suas férias e a possibilidade de fechar novos negócios, é o nosso interesse na BTL 2025 junto do mercado português.

Como tem evoluído o mercado português nos últimos anos, e no ano passado?
Sempre achamos este mercado muito interessante, agradecido e que ama muito Cuba. Tenho, pessoalmente, uma dívida para com o mercado português porque ainda fazemos pouco e poderíamos contribuir muito mais.

O mercado português apresentou tendências positivas para o destino Cuba em 2023, estando entre os principais emissores de turistas para o arquipélago, sendo o único mercado europeu que está em crescimento. O seu grande potencial voltou a ficar evidente em 2024 ao subir para o 11.º lugar, entre os primeiros 20 emissores para Cuba, com a chegada de 33.745 visitantes, é mais uma vez o único mercado europeu que está a crescer e supera o recorde alcançado em 2019.

Qual tem sido a vossa promoção neste mercado, sabendo que não havendo voos diretos, apenas operações charters no verão?
Entre as ações que têm contribuído para estes resultados destaca-se a primeira edição da Bolsa Turística de Destinos Cuba 2024 realizada, em maio, em Albufeira, evento dedicado a profissionais do turismo com alcance internacional que reuniu diferentes atores do setor de Portugal e Espanha, com resultados muito positivos e onde a música cubana, a comida típica da região, as danças típicas e o calor do cubano, fizeram com que todos os que nos acompanhassem se apaixonassem. De salientar ainda o XIV Fórum Portugal/América Latina patrocinado pelo Instituto para a Promoção da América Latina e das Caraíbas (IPDAL), realizado em Lisboa em 2023 e no qual Cuba foi o país convidado.

Da mesma forma, após o estrondoso sucesso da I Macro Convenção Internacional do grupo DIT Gestión em 2023, os agentes associados tiveram mais uma vez a oportunidade de desfrutar de uma experiência única num destino tão impressionante como Cuba. Esta II Macro Convenção nada teve a ver com a homónima de 2023, e a agenda deste ano permitiu aos agentes explorar outras zonas emblemáticas da ilha. Tendo em conta que tanto Portugal como Espanha figuram na lista dos principais mercados emissores de turistas durante o verão, reuniram-se cerca de 300 operadores turísticos de ambos os mercados.

Um programa versátil aguardava os participantes, pois contemplou ações de aperfeiçoamento profissional especializado, formação de operadores turísticos e formação com os produtos turísticos que atualmente se comercializam no destino, visitas a locais de interesse em Holguín, e também em Santiago de Cuba e Guantánamo, bem como sessões de trabalho e workshops com fornecedores locais e demonstrações culinárias, entre outros; contribuindo assim para o estabelecimento de alianças, troca de ideias e experiências para a comercialização dos produtos turísticos do leste de Cuba, das suas belezas naturais e da sua impressionante cultura.

Novas rotas aéreas diretas de Lisboa para Cuba através das companhias aéreas Iberojet e World2Fly facilitaram a chegada de turistas portugueses a Varadero, principal estância turística do arquipélago caribenho, durante o verão de 2023 e em 2024 foram expandidas para destinos como Cayo Santa María e Jardines del Rey.

Entretanto, durante o resto do ano o acesso via Madrid é mantido com outras companhias aéreas como a Iberia e a AirEuropa, e a recém incorporada, AirChina.

 

Continua a ser uma tarefa pendente para mim e para o destino, conseguir uma ligação direta de Portugal a Havana através de um voo regular que ligue os dois países durante todo o ano, para isso continuaremos a insistir com a companhia aérea TAP

 

Previsão de 2,6 milhões de visitantes em 2025
De que forma Cuba tem vindo a explicar aos mercados, nomeadamente, o português, as dificuldades que o país tem atravessado?
O cenário de Cuba é muito diferente de outros destinos caribenhos, marcado pelo intensificado bloqueio económico, comercial e financeiro que nos é imposto pelos Estados Unidos; com novas medidas que dificultam o comércio internacional, a proibição de atividades de cruzeiros – de e para Cuba -, restrições de viagens para cidadãos norte-americanos, a inclusão injusta do nosso país na lista de países patrocinadores do terrorismo, a perseguição financeira e uma agressiva campanha mediática contra a ilha, constituem travões indiscutíveis para a economia cubana, e consequentemente, também para o turismo.

Como resultado da inclusão na lista de Patrocinadores Estatais do Terrorismo, um viajante que visita Cuba não é elegível para participar do Sistema Eletrónico de Autorização de Viagem (ESTA) e deve solicitar um visto para entrar nos Estados Unidos.

Em tempos tão difíceis, não só para Cuba, mas para o mundo, continuamos empenhados em desenvolver a nossa infraestrutura turística, oferecendo um produto turístico de excelência, próspero e sustentável; mostrar ao mundo as belezas inigualáveis desta ilha e a hospitalidade das suas gentes, um destino turístico excecional que oferece experiências únicas, repletas de história, cultura e tradição.

Para este ano, Cuba espera atingir 2,6 milhões de visitantes, valor que ultrapassará entre 11% e 12% o alcançado em 2024, e Portugal, enquanto mercado emissor, deve continuar a crescer, contribuindo para este valor.

No feedback com operadores turísticos, agências de viagens e cliente final, o atributo mais bem avaliado é a segurança do destino, que diferencia Cuba dos demais destinos da região caribenha, e continuará a ser uma força com a qual tocaremos todos os corações.

E para demonstrar que não há adversidade que pare, em novembro passado Cuba sediou o XV Congresso Internacional da Federação de Jornalistas e Escritores de Turismo (FEPET), que contou com a presença de 50 profissionais de informação turística das 140 filiadas e que tiveram a oportunidade de visitar destinos como Havana, Pinar del Río, Trinidad, Cienfuegos e Varadero. O papel da imprensa é fundamental para fazer brilhar esta indústria em Cuba.

O que é que Cuba, em termos de produtos turísticos, pretende oferecer ao mercado português para além de sol e praia?
Cuba como destino turístico tem múltiplos atrativos para oferecer ao visitante e nesta importante feira apresenta-se com uma rede hoteleira renovada com aderência às modernas tecnologias, respeito e preservação do meio ambiente, a economia circular, incorporando conceitos de reutilizar, reciclar, reduzir, num design de aproveitamento máximo de recursos; que no final de novembro já contava com 84.156 quartos, dos quais 74,4% são de 4 e 5 estrelas, e a presença na gestão hoteleira de 20 cadeias estrangeiras de reconhecimento internacional, das quais nove são espanholas, e a cadeia Vila Galé Hotéis, que iniciou no ano passado a gestão do seu primeiro hotel em Cuba, no complexo turístico Jardines del Rey.

Continuamos a trabalhar na diversificação da oferta turística, assente no desenho de experiências inovadoras em modalidades como o turismo de natureza e rural, o agroturismo e de aventura, o turismo cultural e histórico-patrimonial, acessível e inclusivo, a realização de eventos e incentivos, a organização de eventos com a comunidade LGBTI e o turismo de saúde, que têm um grande potencial de desenvolvimento do país, e que nos permitem mostrar Cuba como um destino diversificado e único, um destino que tem muito para oferecer para além das suas praias de reconhecimento internacional.

A oferta turística não hoteleira continua a fortalecer-se, estreitando ainda mais os nossos laços com as instituições culturais para a oferta do património cultural e arquitetónico cubano, para que não só constituam um complemento ao consolidado destino de sol e praia, mas também um motivo de viagem.

A captação de novas agências especializadas em eventos corporativos, organização de casamentos, turismo estudantil, turismo de bem-estar, trekking, eventos desportivos, academias de dança, programas gastronómicos, clubes de charutos, entre outros, num mercado como este com elevado potencial para desenvolver estas modalidades, será também o objetivo da delegação cubana nesta importante feira e fará parte dos nossos esforços para continuar a mostrar que também aspiramos a tornar-nos um destino preferencial na região latino-americana e nas Caraíbas, para o segmento MICE.

A expansão das ligações turísticas nos diferentes mercados com a inserção de novos operadores turísticos e agências de viagens, as ofertas do setor não estatal, os programas turísticos, combinados e de excursões e a renovação do produto “Circuito”, também continuam a distinguir-nos dos restantes destinos das Caraíbas.

Como é que Cuba se tem relacionado com a rede de distribuição turística em Portugal? E voos diretos, vai haver? A TA P é uma hipótese?
Agradecemos sempre aos operadores turísticos, agências de viagens, companhias aéreas, empresários, meios de comunicação e cadeias hoteleiras de Espanha e Portugal, todos eles nos acompanharam ao longo destes anos no compromisso com o turismo cubano, e também estarão connosco nestas jornadas de feira para lhes mostrar o que temos para oferecer, os principais atrativos, novidades e potencialidades do destino.

Continua a ser uma tarefa pendente para mim e para o destino, conseguir uma ligação direta de Portugal a Havana através de um voo regular que ligue os dois países durante todo o ano, para isso continuaremos a insistir com a companhia aérea TAP.

Proporcionar experiências autênticas
Quem procura Cuba a nível internacional? Que segmentos procuram?
Como sabemos, as preferências dos viajantes evoluem, adaptando-se às tendências emergentes e às novas formas de explorar o mundo. Neste âmbito foram identificadas as principais correntes que irão redefinir a forma como caminharemos através de uma abordagem baseada na sustentabilidade e na procura de experiências personalizadas, tendências que prometem transformar o turismo e oferecer opções inovadoras para cada tipo de viajante com um compromisso mais consciente, sustentável e tecnológico.

Os viajantes procurarão cada vez mais experiências autênticas, equilibrando conforto, bem-estar e um impacto positivo nos destinos que visitam, neste sentido o produto turístico cubano convida-os a viajar com propósito, responsabilidade, novas facilidades digitais para o viajante e ampla implantação de tecnologia.

O nosso portfólio inclui ofertas adaptadas para satisfazer todos os segmentos de clientes e mostrar aos visitantes a beleza e a diversidade de Cuba, um destino turístico que oferece experiências únicas e diferentes, cheias de história, cultura e tradição, num ambiente alegre rodeado de música e dança, o que nos permitirá alcançar o posicionamento como um destino líder para o turismo experiencial.

Hoje, mais do que nunca, a cultura é uma motivação para viajar e desfrutar do turismo musical e cultural, conhecendo os costumes e tradições locais. A cultura de Cuba é uma das suas características mais distintivas e um dos seus grandes potenciais. Múltiplas manifestações artísticas, figuras de renome mundial e espaços culturais fazem da maior das Antilhas uma das ilhas com maior diversidade cultural das Caraíbas.

À disposição dos visitantes temos uma extensa rede de emblemáticos teatros, catedrais, museus e galerias; centros noturnos e recreativos, onde poderá desfrutar das mais diversas manifestações culturais e ao mesmo tempo dançar ao ritmo de uma Cuba essencialmente dançante e sonora.

Cuba possui nove sítios declarados Património Cultural da Humanidade, incluindo cidades como Havana, Cienfuegos, Camagüey, Trinidad, Vale de Viñales, entre outras. Por outro lado, a ascensão da Inteligência Artificial e das redes sociais irão inspirar o planeamento das viagens, cerca de 40% dos viajantes afirmam que utilizarão a IA, e 47% continuarão a sua pesquisa através das redes sociais, portanto, a implementação de um plano de marketing que reforce a visibilidade do destino Cuba e o seu potencial de forma diversificada e responsável será estratégico.

A partir de agora iniciaremos ações que visam promover o verão, época em que mais de 76% dos viajantes portugueses continuam a preferir para as suas férias em destinos turísticos como o nosso que lhes oferecem pleno usufruto, um clima ótimo e um turismo cada vez mais sustentável e comprometido com o ambiente.

Como está a correr a campanha de promoção turística “ÚNICA”, que mostra a autenticidade do turismo cubano? O mercado internacional acredita no destino ou é preciso fazer mais?
Cuba tem o privilégio de que um dos valores mais lembrados pelos turistas é a “gentileza do seu povo” e é precisamente o valor intangível que queremos refletir na nossa campanha de promoção turística e que por sua vez convida a descobrir a ilha precisamente pela mão do seu povo, uma ilha que depois de visitá-la, os viajantes manterão para sempre uma marca indelével na sua memória. Cuba também, pelas suas características e peculiaridades, oferece uma gama de atributos que só podemos encontrar juntos neste país maravilhoso, as experiências, as aventuras, a sua natureza e as suas paisagens, a limpeza das suas praias e o ar puro que se respira são ÚNICOS. Durante os anos de 2023 e 2024, o destino recebeu diversos reconhecimentos internacionais.

Assim, no meio de importantes esforços para promover vínculos económico-comerciais com os diferentes mercados emissores a Cuba, chega a 43.ª edição da Feira Internacional de Turismo, FIT Cuba 2025.

Este evento profissional mais importante da indústria turística cubana, este ano acontecerá de 30 de abril a 3 de maio em Havana, no Complexo Morro – Cabaña, e será dedicado à República Popular da China como país convidado de honra, e exibirá como produto as tradições das Grandes Antilhas.

O eVisa para entrar em Cuba tem vindo a dar frutos?
Para facilitar a conectividade à Internet, contamos com a CubacelTur, uma linha telefónica temporária, com ciclo de vida de 30 dias, que pode ser comercializada por operadoras de turismo, agências de viagens, redes hoteleiras, mediante contratação em grupo, proporcionando ao cliente um estilo de vida bleisure.

Da mesma forma, no compromisso com a transformação digital do destino, outro passo importante foi a implementação gradual do visto eletrónico que vem sendo realizado pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba desde 6 de maio de 2024. Esta medida vem substituindo gradualmente o cartão turístico e tem como objetivo facilitar o fluxo de visitantes estrangeiros ao nosso país.

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“O que vai pagar muito do investimento que está a ser feito hoje no Alentejo é a procura internacional”

Destino Nacional convidado da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, lançou ideia do que será realizado no Alentejo e no Ribatejo para atrair mais turistas nacionais e, principalmente, internacionais. Depois de, em 2024, a região do Alentejo e Ribatejo ter o melhor ano turístico de sempre, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo.

Victor Jorge

A região do Alentejo e Ribatejo registou, em 2024, o melhor ano turístico de sempre. Embora existam mercados a cair, nomeadamente, o espanhol e francês, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, acredita que será possível recuperar, com a promoção e comunicação certa. Adepto de “melhor em menos mercados”, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo. Contudo, existem preocupações e, além da recuperação dos mercados emissores, é preciso olhar melhor para o ordenamento do território.

De acordo com os dados do INE, a região do Alentejo e Ribatejo registou crescimentos em termos de dormidas, hóspedes e receitas, correspondendo ao melhor ano turístico de sempre. A que é que se deveu este crescimento nestes três pilares?
Em primeiro lugar, diria que é um crescimento no contexto nacional. Todas as regiões cresceram e, portanto, há uma notoriedade que Portugal tem tido a todos os níveis fantástica. Por isso, o país está de parabéns e todas as regiões estão de parabéns.

No caso do Alentejo, tínhamos a noção que não íamos continuar a crescer na casa dos dois dígitos. Tínhamos crescido 11% em 2023, estamos ainda na trajetória do pós-pandemia e aterramos, numa aterragem suave, em 2024, com um crescimento acima do 4%.

No início de 2024 tinha noção que a taxa de crescimento não poderia ser igual à do ano anterior?
Tinha. Aliás, há declarações minhas ao longo do ano nesse sentido e estou muito ciente das dificuldades do ano e da resiliência do mercado nacional. Tivemos algumas dificuldades no mercado nacional nos meses de verão e, aliás, lançámos uma campanha no verão, uma espécie de uma campanha de hard-selling para tentar manter e reforçar os fluxos.

Felizmente crescemos mais nos meses de “shoulder season” e depois o ano acabou por ser favorável. Portanto, tinha essa noção que começou a ser clara relativamente a algum decréscimo no mercado espanhol, logo a partir do primeiro trimestre, e não mais conseguimos recuperá-lo. Aliás, é um objetivo, noutro contexto, para este ano e para os próximos.

Depois, as dificuldades do mercado nacional, apesar de já estarmos a sair da crise inflacionista e da pior altura do pico dos créditos à habitação. Mas o Alentejo não perdeu muito da sua clientela que ocupa um segmento de oferta alto, um segmento de oferta ligado mais ao luxo e, por isso é que, em 2024, mantivemos o terceiro lugar no pódio do destino com a receita por quarto ocupado (ADR) maior. À nossa frente só tivemos Lisboa e o Algarve, o que leva a concluir que o Alentejo continua a vender-se bem junto de mercados com maior poder aquisitivo. Contudo, temos de vender o destino para um espectro de mercado muito maior.

Em 2024, conseguimos crescer mais de 4% em cima dos 11% de 2023, crescemos 12% em proveitos, crescemos no ADR, crescemos no RevPar, decrescemos ligeiramente na ocupação. Conseguimos vender o Alentejo a mais clientes e a um preço mais alto.

A quebra nos meses de junho e julho poderá estar relacionada com a realização do Campeonato Europeu de Futebol e com os Jogos Olímpicos, dois grandes eventos que, obviamente, prenderam muito a atenção e podem ter desviado algum fluxo turístico.

Na questão do preço sabemos que, por exemplo, Espanha tem produtos hoteleiros muito competitivos. Aliás, comparava e via hotéis do mesmo grupo, no Algarve e no Alentejo e, em Portugal, tínhamos esses hotéis 30% mais caros.

Mas isso no Alentejo. E no Ribatejo?
Sabe que agora temos de olhar para os dados de forma distinta. Com a criação da nova NUT do Oeste e Vale do Tejo, os 11 concelhos da Lezíria do Tejo, que valiam na NUT II Alentejo cerca de 7%, já não estão lá. Quando olhamos para os dados das dormidas de 2024, temos de ter cuidado quando comparamos com os dados de 2023, porque nesse ano ainda estavam lá os do Ribatejo e que somaram 260 mil dormidas.

No Ribatejo crescemos 20 mil dormidas, em 2024, tivemos também o melhor ano turístico de sempre no Ribatejo e, claro, estamos muito satisfeitos.

Começámos a autonomizar o marketing do Ribatejo. Quando lançamos uma campanha, lançamos para o Alentejo e lançamos para o Ribatejo. Temos a preocupação de ter conteúdos específicos para o Ribatejo. Exemplo disso é que, na BTL vamos levar uma imagem diferente do Ribatejo.

A estratégia anterior penalizava o Ribatejo?
Acho que sim. Com a nossa última campanha do Ribatejo, no ano passado, descobrimos um Ribatejo sustentável, um Ribatejo verde, muito mais próximo do que são hoje as afinidades com os mercados. Temos o Paul do Boquilobona na Golegã, temos o EVOA na Companhia das Lezírias, temos excelentes troços de turismo em bicicleta. Assim, o que vamos levar este ano à BTL é um Ribatejo mais verde, mais sustentável. Claro que o produto e todas as gestões ligadas ao campino, ao turismo equestre estão lá, mas estão apresentados de outra maneira. Creio que isso é positivo para o Ribatejo. Temos de ligar a nossa comunicação àquilo que hoje os mercados pedem.

 

Conseguimos vender o Alentejo a mais clientes e a um preço mais alto

 

Mais americanos, menos espanhóis
Que nacionalidades contribuíram para estes resultados?
O mercado espanhol é o nosso primeiro mercado internacional. Contudo, tivemos uma redução de 12% nas dormidas e cerca de 2% nos hóspedes. É um assunto que me preocupa e vou, aliás, promover brevemente uma sessão com o Turismo Portugal, com a representação do Turismo Portugal em Madrid, para percebemos, de facto, a causa.

A minha visão, mas que tem de ser confirmada, é que já não estamos a oferecer aos espanhóis aquilo que hoje procuram.

Que é?
Um turismo de muita qualidade, gastronomia de primeira linha, a nossa restauração, conceitos diferentes, cycling, walking …

Mas a um preço mais reduzido?
Não necessariamente. Há mercado em Espanha que hoje pode comprar aquilo que o Alentejo tem para vender. Penso é que não nos estamos a posicionar da forma mais correta. Os entendidos sabem que existe um Alentejo diferente, um Alentejo mais aspiracional, mas esse Alentejo não está a chegar.

Então é uma questão de comunicação e promoção?
É uma questão de comunicação e promoção. Temos o produto, mas eles não estão a ver esse produto. Temos agora a oportunidade da melhoria da ligação ferroviária, com a alta velocidade que vai passar por Évora, Elvas, até a Espanha, e como sabe, somos um destino que não tem um aeroporto internacional, não temos essa vantagem como tem Lisboa, Porto ou o Algarve. O nosso aeroporto internacional é o da Portela, mas vamos ter uma ferrovia.

A questão da conectividade não é, portanto, só aérea?
Não. Como sabemos abandonámos a ferrovia em Portugal e agora regressámos. O primeiro troço de alta velocidade ligará Portugal a Espanha através deste eixo ferroviário que vai atravessar o Alentejo e que nasceu muito pela ligação ao Porto de Sines, mais numa lógica logística e de transporte de mercadorias, mas que também vai ter, ainda que publicamente, com uma pena minha, às vezes isto não é dito de uma forma muito clara, mas o ministro das Infraestruturasuras já teve a oportunidade de dizer que este eixo ferroviário será, também, de transporte de passageiros.

Agora temos de nos posicionar e perceber onde é ficarão as paragens, porque é muito importante, até porque sabemos que hoje existe muito mercado e que está a crescer a franja das pessoas que, se puderem viajar de comboio, viajam de comboio. Aliás, estamos a olhar para esse eixo ferroviário de entrada na região já para a Capital Europeia da Cultura de Évora, em 2027.

Depois, o mercado norte-americano, que já é o segundo mercado externo da região, subiu 16,5%, é dos maiores crescimentos. Aliás, a taxa de crescimento médio anual do mercado norte-americano, entre 2013 e 2023, no Alentejo é de 19%, a partir de uma base muito baixa, obviamente, mas cresceu para ser já o segundo internacional.

O terceiro mercado é o alemão. Trata-se de um mercado muito resiliente, com algumas dificuldades económicas no momento. A nossa agência de promoção turística criou relações muito sólidas com importantes operadores turísticos e o mercado alemão é muito fiel ao Alentejo.

Mas, por exemplo, o mercado norte-americano, quando vem ao Alentejo ou ao Ribatejo, vem especificamente para a região, ou é uma vista que faz numa passagem de Lisboa para o Algarve, ou de Porto para Lisboa?
Há muitos que já vêm mesmo para o Alentejo, mas há muito mercado norte-americano que vem através de Madrid. Aliás, há uma oportunidade que queremos explorar e que vem, recentemente, publicada num artigo do Financial Times, e que dá conta que existem muitos norte-americanos, nascidos em Cuba, na Colômbia, que estão a sair dos EUA e estão a comprar quarteirões de casas em Madrid.

Por isso, está a criar-se ali um público muito interessante, que, trabalhado com DMC locais, pode vir para o Alentejo, ou seja, trazer outro tipo de clientes que têm a nacionalidade norte-americana, mas que estão em Espanha.

Aliás, há, recentemente, uma reportagem da CNN que diz que os americanos estão loucos pelo Alentejo. E de repente o mercado norte-americano é o nosso segundo mercado externo, com um crescimento de 16,5% face ao ano passado.

 

O grande desafio do Alentejo para os próximos anos é deixarmos de ser um turismo de quatro meses para passarmos a ser um destino turístico de sete meses. Isso só é possível aumentando a internacionalização, aumentando mais o crescimento dos mercados externos

 

Os pilares turísticos
E em termos de sazonalidade, esta tem vindo a esbater-se?
Se me permite, há um aspeto que sentimos muito no nosso social listening, que é a questão do calor. Aliás, na BTL vamos ter um momento importante, já que estamos a procurar colocar mais natureza, criar mais frescura na nossa comunicação, seja pela Rota das Cascatas no Parque Natural da Serra de São Mamede, seja pelas praias fluviais do Alqueva. Estamos a reduzir a taxa de sazonalidade no interior, não estamos a consegui-lo no litoral de Sines para cima. Até porque temos dois litorais diferentes no Alentejo: o litoral a sul de Sines, que tem uma sazonalidade esbatida muito pela Rota Vicentina, que é um produto cuja época alta não é no verão, e depois temos uma sazonalidade mais marcada de Sines para cima, muito pela oferta turística de Tróia, que é muito sazonal. Aí temos uma estadia média maior, mas temos uma sazonalidade maior.

No Alentejo interior, estamos a reduzir a sazonalidade. No ano 2023 temos uma taxa de sazonalidade de 38%, está a reduzir cerca de 1,7 pontos percentuais ao ano. Isto está correlacionado com o aumento da internacionalização, porque, como sabemos, o mercado nacional são as famílias que têm as suas férias definidas no tempo: verão, escapadinhas, feriados. Portanto, estamos a reduzir a sazonalidade pelo crescimento dos mercados de longa distância. O mercado norte-americano, o mercado canadiano e/ou o brasileiro.

O grande desafio do Alentejo para os próximos anos é deixarmos de ser um turismo de quatro meses para passarmos a ser um destino turístico de sete meses. Isso só é possível aumentando a internacionalização, aumentando mais o crescimento dos mercados externos.

Hoje, andamos em Évora, o polo com maior oferta e procura, e vemos turismo todo o ano. Há 5 anos não era assim. O nosso desafio é alargar esse movimento a toda a região.

Temos de criar fatores de oferta e de conteúdos muito interessantes para o verão. Não podemos olhar para o verão como olhávamos e pensar, o verão está garantido. O verão não está garantido. Este ano vamos ter uma campanha para o verão a pensar em conteúdos ligados à cultura, à arte, à gastronomia, pensar em ter uma oferta turística noturna, trabalhar com a água à noite, com o dark sky.

O verão é muito desafiante, a sazonalidade está a baixar no interior, estamos a ter turismo todo o ano, mas temos de criar produtos novos. Vamos investir muito no apoio a festivais e, para além dos festivais que já existem e que apoiamos, vamos também lançar novas iniciativas, precisamos de ter conteúdos de grande qualidade que façam com que as pessoas venham ao Alentejo.

E que iniciativas são essas?
Lançámos um piloto no ano passado, na Malhadinha Nova, vamos querer fazer um festival a que chamaremos “Alentejo Music Series” em 4 ou 5 pontos da região, 4 ou 5 concertos no verão, em locais icónicos e emblemáticos da região que chamem público para vir à região e ficar.

Os pilares dos produtos turísticos estão criados: Enoturismo, gastronomia, natureza. Depois é criar subprodutos dentro desses pilares? É fácil criar produtos turísticos novos?
Sim para a primeira pergunta, não para a segunda. Sabe que no Alentejo não temos de inventar muito.

 

O verão é muito desafiante, a sazonalidade está a baixar no interior, estamos a ter turismo todo o ano, mas temos de criar produtos novos

 

Até porque se se inventar muito, depois, eventualmente, lá se vai a autenticidade? [
Sim, esse é o grande objetivo, não desgastar a autenticidade. Somos um destino com três, quatro grandes pilares. O que podemos ter é alguns subprodutos que possam enriquecer e diversificar o produto pilar.

Dou-lhe um exemplo, temos um produto que é o Enoturismo., estamos a procurar enriquecê-lo e diversificá-lo com o Olivoturismo. A maior parte dos produtores de vinho também produzem azeite. Introduzirmos o azeite na Rota dos Vinhos, ainda que depois possa ter um corpo próprio, é algo que valorizará o produto pilar e passa a oferecer algo novo.

Temos um programa ligado às Amendoeiras em flor, vamos, brevemente, ter o nosso guia do Turismo Industrial, iremos ter cinco passeios com o Cante Alentejano, vamos fazer um suplemento para o turismo náutico. Ora, são subprodutos que ajudam os operadores a diversificar, a enriquecer, a adornar aquilo que já existe. O turismo literário pode ganhar algum corpo, temos alguns DMC muito interessadas em criar um programa, mas é um produto que entrou muito na cultura, no vinho.

O segredo é ligar isto tudo?
O nosso papel, enquanto entidade pública, não é vender os produtos, o nosso papel é ajudar os departamentos de prospeção dos operadores turísticos, é acelerarmos, é adiantarmos o trabalho, é dizermos está aqui o turismo literário, o turismo náutico, o turismo industrial no Alentejo. É lançar estas propostas, cozer a oferta, sistematizar a oferta e comunicá-la e promovê-la.

Unir esforços em prol da promoção
E faz sentido uma ERT Alentejo-Ribatejo?
Repare, temos algumas excentricidades na nossa organização do Estado. Começo pela primeira, que é termos entidades regionais e agências regionais. Portugal não é um país reformista. O Governo de Durão Barroso tomou a decisão corajosa de dizer que não só os privados devem participar nas decisões da promoção dos destinos – que é uma coisa terrível em Portugal, mas está perfeitamente assimilada e aceite – como fez outra coisa, ainda antes de começar a falar das competências das regiões, que foi dizer que as regiões vão ter um papel, através da descentralização de competências do Turismo de Portugal para as agências regionais, mediante, claro, uma lógica e plano nacional.

Isso foi há 20 anos e o setor do turismo tem isso, hoje, perfeitamente assimilado e aceite. Quer dizer, os órgãos privados e os empresários já não olham para o lado público como entidades ausentes, desligadas das dinâmicas do produto, do turismo, da promoção.

O setor do turismo é um setor maduro, adulto, perfeitamente consciente e comprometido com aquilo que são os seus desafios, as suas alterações.

Mas é um setor que precisa de muitas reformas?
Reforma é uma expressão excessiva. Medidas, sim. Ora, faz sentido haver uma agência regional e uma entidade regional. Isso é uma confusão terrível.

 

Há uma linha estratégica coerente [no turismo], com uma ou outra alteração, mas que tem sido seguida sem grandes perturbações. Imaginemos esta realidade noutros setores ou se o turismo não o tivesse feito

 

E confusão maior quando há pessoas diferentes à frente de uma e outra?
Pois, sim. Agora está tendencialmente a juntar-se, mas isso é uma circunstância e não deve ser essa circunstância a ditar essa unificação, porque as entidades têm as suas estruturas. Mas sei dos ganhos de recursos se passasse a haver uma entidade para a região. Essa é a primeira medida que o Governo devia tomar, uma única entidade regional de turismo.

A questão do Alentejo-Ribatejo, não podemos ter uma entidade regional para gerir cada marca em Portugal. Eu posso, enquanto Entidade Regional de Turismo (ERT) que gere uma área regional, promover o Ribatejo como promovo o Alentejo, e até posso promover o Alqueva e posso promover o Litoral alentejano.

A prova é que hoje temos um marketing específico para o Ribatejo. É mais exigente e mais desafiante? Sim. Repare, podemos dizer que isto é uma empresa que tem várias marcas, tem vários produtos. O conceito que existe na Lei de 33, é Área Regional de Turismo e esta área regional de turismo é tutelada por uma Entidade Regional de Turismo. Esta ERT tem um território, mais ou menos do tamanho da Bélgica, com muito menos gente, que tem o Alentejo e que tem a Lezíria do Tejo.

São territórios que têm graus de desenvolvimento turístico completamente diferentes. O Ribatejo tem 280 mil dormidas, tem dois hotéis de 4 estrelas, não tem um hotel de 5 estrelas, não tem praticamente produto. Estamos a fazer um esforço enorme. Estive, recentemente, no Ribatejo a trabalhar com empresários ligados ao vinho para se ver soluções de financiamento para criar alojamento nas adegas. Porquê? Porque há procura, as pessoas chegam às herdades e às quintas do Ribatejo, gostavam de ficar a dormir, e não podem porque não há oferta. pois não há.

O turismo não é para o Ribatejo, ou não apareceu ao mesmo tempo para o Ribatejo com uma prioridade como apareceu para o Alentejo. Tal como o Alentejo não apareceu ao mesmo tempo que apareceu para o Algarve. O turismo no Algarve começou na década de 60 e o turismo no Alentejo começou na década de 90. E no Ribatejo terá começado há 10 anos. Entre três a cinco anos, a oferta turística da Lezíria do Tejo vai mais que duplicar. É baixa, é verdade, mas vai mais que duplicar.

Mas regressando à sua pergunta sobre a ERT Alentejo-Ribatejo, o que me parece fundamental é haver uma entidade que tenha as várias janelas: temos a estruturação da oferta, a engenharia do produto, a promoção interna, a animação, a promoção externa, a monitorização e temos de ter também uma mão forte na formação, nos recursos humanos. Isto tem de ser uma única entidade, que tem vários módulos, várias equipas, mas isto tem de ser um centro único de racionalidade e decisão. E que depois fala com o Turismo de Portugal.

 

Sei dos ganhos de recursos se passasse a haver uma entidade (ERT + ARPTA) para a região. Essa é a primeira medida que o Governo devia tomar

 

Essa estruturação que fez do setor do turismo pensa que ela vai, de alguma forma, aparecer na nova “Estratégia Turismo 2035”?
Não, creio que não. Acompanhei a preparação da “Estratégia Turismo 27” (ET27) e já podemos estabelecer um quadro, uma diferença entre os contextos temporais, sociológicos, comerciais, da preparação de uma e de outra. São radicalmente diferentes.

O tempo acelerou tanto nos últimos anos e não foi só a pandemia, mas muito também pela pandemia, que a ET27 foi a afirmação de Portugal como um grande destino turístico no plano internacional. É há que destacar o trabalho de grande qualidade que o Turismo de Portugal, enquanto instituição, e turismo de Portugal como um todo tem feito, beneficiando, também, de algo que, infelizmente, nem sempre acontece noutros setores da nossa governação, que é o de haver uma linha estratégica coerente, com uma ou outra alteração, mas que tem sido seguido sem grandes perturbações. Imaginemos esta realidade noutros setores ou se o turismo não o tivesse feito.

A nova ET35 é uma estratégia de como é que o turismo pode ser o motor de transformação da sociedade portuguesa. Esta é a minha leitura, atenção, e isto não escrito em lado nenhum, mas de facto, como é que o turismo é hoje o motor de transformação da sociedade, como é que o turismo pode ser parte, talvez muito importante, em questões que têm a ver com a inclusão, com a sustentabilidade económica, ambiental e social, com um certo equilíbrio na sociedade portuguesa, na melhoria do rendimento, como é que o turismo pode ser, de facto, um fator de afirmação dos territórios do interior e das regiões.

A estratégia vai ser importante para nos sintonizarmos novamente todos com o que são os nossos desafios.

Não nos podemos esquecer que a ET27 foi um instrumento de política pública, deu muita coerência aos problemas de financiamento, aos sistemas de incentivos. As estratégias devem ser orientadoras, motivadoras e impulsionadoras, flexíveis e adaptáveis.

O Enoturismo é considerado um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo

Mas focou, igualmente, a importância dos recursos humanos. Regiões como o Alentejo ou Ribatejo poderão ter mais dificuldades na captação de recursos humanos para dar resposta a expectativas quantitativas e qualitativas por parte os visitantes?
Sim. Évora, por exemplo, é uma exceção porque há 12 ou 14 Expressos de Évora para Lisboa e já temos hoje muitos movimentos pendulares de mão-de-obra, de pessoas que residem em Lisboa e que estão a trabalhar em Évora.

Os problemas dos recursos humanos tiveram o seu pico logo a seguir à pandemia, têm vindo a ser suavizados. Nós começámos a fazer a Bolsa da Empregabilidade com a Associação Fórum Turismo no ano passado e temos percebido melhor o comportamento e as necessidades do mercado de trabalho, mas à medida que a oferta vai crescendo, e neste ano temos a previsão de abrir mais 10 hotéis no Alentejo, obviamente que a questão da contratação dos recursos humanos se vai agudizando e é sempre um assunto.

Temos uma situação de quase pleno emprego em Portugal, mas ainda há algumas oportunidades de contratação de recursos humanos para os nossos hotéis. Além disso, temos uma mão de obra migrante que hoje tem uma importância muito grande no aparelho produtivo de todo o turismo em Portugal, e o Alentejo não é exceção, e aí há algumas medidas de política pública interessantes, nomeadamente o programa “Integrar Turismo”. Isso permitirá resolver alguns problemas.

A questão do Alentejo é mais funda, mais estruturante, é um problema demográfico, ou seja, a região tem de definir e criar uma estratégia global de como é que se vai tornar atrativa. Já não é tanto um problema de como é que se fixam as pessoas que estão cá, mas sim como é que se atraem pessoas novas.

Temos a questão da atração e depois da formação das pessoas. Temos um problema, já que temos apenas uma escola de hotelaria e, aliás, fiz esse desafio para a nova “ET35”. Não podemos ser a única região que só tem uma escola de hotelaria. Claro que temos as escolas de Portimão, de Vila Real de Santo António e de Setúbal que apoiam o Alentejo, mas precisamos de criar um segundo pilar de formação na região.

Lançámos um desafio ao Turismo de Portugal e ao secretário de Estado, aceite de imediato, e estamos com um plano de formação para o eixo de luxo entre Troia e Melides, em que, na prática, fomos chamar o Turismo de Portugal e a Escola de Hotelaria de Setúbal, e estamos a preparar uma grande candidatura para um plano de formação de todo o Alentejo.

Mas, repare, atrair talento para o Alentejo implica uma política pública transversal, porque temos de criar soluções para a habitação, para a educação, para a saúde. Temos de ter a noção que não é uma ERT que vai conseguir mudar isso. O que vamos fazer é tentar criar algumas ações, algumas iniciativas que criem a ideia nos colaboradores, nos profissionais do turismo em Portugal que é bom vir trabalhar para o Alentejo.

Falou na ERT e na ARPTA, à qual é candidato à presidência, seguindo o exemplo de várias outras regiões, nomeadamente, Porto e Norte, Centro e Algarve. Esta união numa só pessoa, nas presidências da ERT e ARPTA, pode melhorar o desempenho do turismo no Alentejo e Ribatejo?
Eu olho para a ARPTA e para a decisão de me candidatar e penso assim, onde é que as minhas competências, experiência, podem ser úteis nesta fase de crescimento do turismo internacional no Alentejo? Porque, o que vai pagar muito do investimento que está a ser feito hoje no Alentejo é a procura internacional. E eu respondo: capacitar, dar mais músculo, dar mais poder de intervenção à ARPTA, aumentarmos o quadro de pessoal, termos mais gestores de produto, mais gestores de produto profissionais em produtos específicos e por mercados, diversificámos as nossas fontes de financiamento. Estamos a posicionar, por exemplo, para gerirmos o “Welcome Center” de Évora, que tem de estar pronto para a Capital Europeia da Cultura e onde poderemos vender toda a nossa oferta, podemos ter um painel interativo onde as pessoas compram as várias experiências, podemos ajudar na transformação digital das empresas.

Mas não se esgota em 2027?
Não, o “Welcome Center” fica e daí ter de ser pensado do ponto de vista dos seus conteúdos, para a Capital Europeia da Cultura, mas também numa perspectiva de legado.

Portanto, gestão unificada, integração de estratégia, hoje qualquer coisa que fazemos no Alentejo tem de ter a componente da internacionalização. Temos de capacitar a ARPTA, dar-lhe mais músculo, mais capacidade de intervenção, diversificar as fontes de receita, olhando numa lógica de médio prazo, a cinco anos, ou seja, perceber como é que o ganho da vinda de mais turistas internacionais reforça o financiamento da agência e o “Welcomo Center” em Évora é a grande oportunidade de o fazer.

Claro, há alguns ajustamentos que podemos fazer nos mercados, acho que devemos investir mais no mercado norte-americano, temos de olhar para o mercado espanhol de uma forma mais abrangente, mais cuidadosa.

Sou adepto de melhor em menos mercados. Não podemos brincar ao turismo.

E prestarmos contas. Se acabarmos um ano e fazemos um grande investimento num mercado e decresço nesse mercado, tenho de discutir isso. Temos de perceber melhor o que é que os empresários estão a fazer. Sei que quando decido a estratégia anual de marketing, tenho de ter em atenção o plano do Turismo de Portugal, tenho de ter em consideração as orientações macro dentro dos contratos trienais. Mas não posso definir a minha estratégia para a promoção internacional sem saber bem quais os mercados que os empresários andam a trabalhar

E há caminho para diversificar mercados ou, como diz, a aposta é “melhor em menos mercados”?
Os nossos mercados de proximidade estão a crescer menos. O mercado francês está a crescer menos, o mercado alemão, vamos ver, tem sido muito leal ao Alentejo, o mercado espanhol reduziu 12%, temos de trabalhar melhor o mercado brasileiro que está a decrescer não só no Alentejo, podemos trabalhá-lo melhor com o enoturismo. O Alentejo é, do ponto de vista da oferta enoturística, a melhor região do país, temos de nos consciencializar disso uma vez por todas e temos de estar mais seguros do poder desta aliança estratégica entre o vinho e turismo. Temos de fazer mais promoção no mercado norte-americano e temos, obrigatoriamente, de olhar para a Espanha.

Há mercados de oportunidade que o Turismo de Portugal está a lançar, mas que nunca serão mercados de grandes massas, pelo menos no imediato. Por isso, diria menos mercados, ou pelo menos, os mesmos mercados, mas melhor. Não sou muito adepto de uma diversificação, ou melhor, grande dispersão de mercados.

Atenção ao território
Quais são as lacunas do turismo em Portugal e, especificamente, no Alentejo e Ribatejo?
Para começar, não tenho aquela ideia de que as pessoas em Portugal não gostam do turismo, talvez por ter nascido no Algarve e ter convivido com o turismo desde muito novo.

 

 

Há a ideia que, de repente, o Alentejo é o melhor sítio do mundo para instalar megacentrais fotovoltaicas (…) não posso instalar centrais fotovoltaicas a todo o custo, prejudicando a competitividade turística dos territórios

 

Portanto, não se coloca a tal questão do “turismo a mais” que se ouve por aí?
Não, para mim isso é a espuma dos dias. Não vejo, hoje, no Alentejo, no país, esse sentimento de antiturismo. O país tem feito um progresso enorme, as cidades, as regiões, eu próprio também tenho algumas antipatias, não convivo bem com o tema da taxa turística …

Mas a existir taxa turística, não está a ser aplicada como e onde deveria ser aplicada?
Não sei, não conheço os casos, mas na minha visão do mundo, viajar e pagar por viajar é algo que não é compaginável.

Outra coisa é como é que os organismos que gerem destinos turísticos devem ter mais financiamento para gerir os problemas e os desafios que têm. Isso é outra coisa, mas como sabemos em Portugal, se o IVA turístico fosse entregue na totalidade pelo Estado aos municípios, a taxa turística como fonte de financiamento perdia total relevância.

O país está consciencializado da importância do turismo, temos uma boa administração, temos um Turismo de Portugal forte, temos os governos a apoiar o turismo, portanto estamos num bom caminho, e o turismo é o grande motor da nossa atividade económica.

A nível regional há alguns aspetos que me preocupam. Primeira preocupação: financiamento para a promoção internacional. Nós nunca tivemos tão poucos fundos europeus para apoiar o turismo como temos hoje. O Plano Regional Alentejo 2030, não priorizou o turismo em termos de alocação de fundos.

E é uma situação não recuperável?
É, mas é ver para querer. Claro que estamos a fazer um esforço enorme para nos desdobrarmos e procurarmos, como diz um amigo meu, se não podes entrar pela porta, tenta entrar pela janela. E descobrimos janelas.

Segunda preocupação, diferente, mas que pode retirar competitividade turística à região: a paisagem. Há a ideia que, de repente, o Alentejo é o melhor sítio do mundo para instalar megacentrais fotovoltaicas. Esta ideia de que o Alentejo é a região das monoculturas é, no mínimo, questionável. Já fomos a região da monocultura do trigo, agora somos a região da monocultura das centrais fotovoltaicas. É preciso equilíbrio, o caminho da transição energética é um caminho que o país tem de seguir e que está a seguir bem, mas não posso instalar centrais fotovoltaicas a todo o custo, prejudicando a competitividade turística dos territórios. E não nos iludamos, a paisagem continua a ser, e quando falamos com os operadores internacionais percebemos isso, o grande atributo do Alentejo. Naturalmente, que a paisagem muda, o Alqueva mudou radicalmente a paisagem do Alentejo, mas mudou para melhor, trouxe benefícios. Agora os turistas não vêm para os territórios ver florestas de vidro. O norte-americano gosta de ver as amendoeiras em flor no Alentejo, mas não gosta de ver florestas de vidro.

Olhe, uma boa ideia para a “Estratégia Turismo 2035”, criarmos áreas de aptidão turística. Temos de proteger os investimentos turísticos, proteger a integridade da paisagem. E aqui emerge o ordenamento do território. Temos de ter centrais, fotovoltaicas, claro que sim, temos de ter no Alentejo, óbvio, mas vamos escolher bem as localizações para não prejudicar o turismo, que é uma atividade que cada vez mais traz riqueza e emprego para as nossas comunidades e para o Alentejo.

Que Alentejo e Ribatejo vamos ter nos próximos cinco anos?
A região vai continuar a crescer.

Vão ter 10 novos hotéis a abrir em 2025?
Sim, novos hotéis, vamos ter mais hotéis na zona de Comparta e Melides, vamos ter um hotel em Viana do Alentejo ligado ao turismo industrial, começamos a ter alguns hotéis temáticos.

O investimento internacional já começa a olhar para o Alentejo e Ribatejo?
Claramente, para o Alentejo, com produtos que, alguns, serão geridos para marcas internacionais. Esta atração de investimento e de marcas internacionais já não é só para o eixo do litoral, tipicamente para aquele eixo entre Troia e Comporta. O destino vai crescer, vai afirmar o seu posicionamento de qualidade, o preço vai continuar a aumentar, temos esta preocupação de a região continuar a ser atrativa para todos os segmentos do mercado, temos de ter produtos para os vários clientes e a nossa estratégia de comunicação tem de ser uma estratégia que não pode perder isso de vista. Como dizia o Sérgio Palma Brito, temos de ter clientes para os Porsche, para os Mercedes, mas também para os Fiat ou para o Renault.

Hoje o investimento no turismo do Alentejo é por produtos premium e as pessoas sabem que o mercado olha para o Alentejo como um destino de muita qualidade.

Portanto, não se está a olhar para os Fiat ou para os Renault?
Claro que não, mas esse é o nosso papel. Hoje, os hotéis de 4 estrelas, que também são os hotéis que têm um RevPar e um ADR maior, já são preponderantes na nossa oferta. Mas ainda temos poucos hotéis de 5 estrelas. Ainda temos um espaço enorme de crescimento. Os investidores também olham cada vez mais para o Alentejo, porque o Douro tem muito pouco espaço, em razão da sua classificação como património da humanidade. Depois, Lisboa, Porto e o Algarve começam a ficar saturados. Não quer dizer que não continue a haver investimentos, mas o Alentejo é a zona, pela sua localização, de maior procura para investimento.

No Ribatejo vamos duplicar a oferta em três anos, isso é muito importante para o Ribatejo, e vamos ter de redirecionar um pouco o nosso marketing, vamos ter de crescer mais no mercado internacional.

Portanto, olho para o turismo de uma forma otimista e creio que 2025 vai ser um bom ano turístico, com taxas de crescimento muito na linha daquilo que foi 2024.

 

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

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“Leiria define-se como destino inovador, autêntico e em crescimento”

O concelho de Leiria oferece uma combinação única de história, cultura e paisagens naturais, proporcionando uma experiência inesquecível a quem visita a região. A sua oferta cultural diversificada, com festivais de música, teatro e arte, aliada a uma gastronomia autêntica e aos trilhos naturais da Mata Nacional de Leiria, fazem deste território um ponto de encontro entre tradição e modernidade. Daí não ser de estranhar o facto do concelho ser o grande protagonista da 35.ª edição da BTL, na qualidade de Município Convidado.

Na sequência da escolha de Leiria como Município Convidado da BTL, o Publituris quis saber junto do seu presidente de Câmara, Gonçalo Lopes, que estratégia tem vindo a ser adotada com vista ao desenvolvimento do setor do turismo. “Queremos que Leiria esteja no radar dos turistas como um destino de paragem obrigatória. Isso passa por consolidar a nossa identidade como cidade vibrante, onde a cultura, a história e a inovação se cruzam. Apostamos na internacionalização da nossa oferta, atraindo novos públicos, e na valorização dos eventos e festivais que nos distinguem”, resumiu o autarca.

Que estratégia tem seguido a CM para posicionar Leiria como um destino de eleição, tanto para os portugueses como para os visitantes internacionais?
A Câmara Municipal de Leiria tem seguido uma estratégia integrada de valorização do território, assente na requalificação do património, na promoção da identidade local e na criação de uma agenda cultural e de eventos diferenciadora.

Apostamos na autenticidade da experiência que oferecemos, cruzando história, cultura, natureza e gastronomia. Além disso, temos reforçado a nossa presença em feiras internacionais, como a FITUR e agora a BTL, para captar novos públicos e consolidar Leiria como um destino turístico de referência.

Temos também vindo a fazer uma aposta especial na área do marketing territorial, com uma campanha irreverente e fora da caixa, direcionada para o público mais jovem. O conceito #leirianãoexiste tem-se desenvolvido de forma quase orgânica, mas com um sucesso assinalável, projetando o nome de Leiria a nível nacional e internacional. Esta campanha, além de cativar novos públicos, tem uma relação custo-benefício extraordinária, conseguindo um impacto muito significativo com um investimento reduzido.

A combinação destas abordagens tem permitido afirmar Leiria como um destino inovador, autêntico e em crescimento, reforçando a sua atratividade junto de públicos diversificados.

Riqueza patrimonial e cultural
Quais são os principais cartões de visita de Leiria?
Leiria destaca-se pela sua riqueza patrimonial e cultural. O Castelo de Leiria é um dos grandes ícones da cidade, um espaço que une história e vistas deslumbrantes sobre o território.

O Centro Histórico, com o seu dinamismo comercial e cultural, os Museus da cidade, são outros pontos de interesse que testemunham a identidade e evolução da cidade ao longo dos séculos.

A proximidade de locais como a Lagoa da Ervedeira e a Praia do Pedrógão, onde se pode experienciar a extraordinária oferta gastronómica local associada aos produtos do mar, reforça o nosso atrativo natural.

Somos também reconhecidos pela nossa oferta de eventos de referência, como os Festivais A Porta, Festival Nascentes, Festival Gótico Extramuralhas, Leiria Sobre Rodas, Leiria Natal ou o Festival Cidade Criativa da Música, que tornam a cidade e o concelho destinos vibrantes e autênticos, com uma programação cultural e artística diversificada ao longo do ano.

Além disso, a ligação de Leiria ao título de Cidade Criativa da Música da UNESCO reforça a sua identidade como um polo cultural dinâmico, atraindo artistas, criadores e visitantes à procura de experiências diferenciadoras.

 

O conceito #leirianãoexiste tem-se desenvolvido de forma quase orgânica, mas com um sucesso assinalável, projetando o nome de Leiria a nível nacional e internacional

 

Programação dinâmica ao longo do ano
Que produtos turísticos oferece o concelho? Que experiências proporcionam a quem o visita?
Leiria posiciona-se como um destino diversificado, oferecendo: Turismo cultural e patrimonial: Visitas ao Castelo, ao Museu de Leiria, ao mimo, ao Moinho do Papel, ao Banco das Artes e às igrejas históricas, em Leiria e nas freguesias, de que são exemplos a igreja de N. Sra da Encarnação e o Santuário dos Milagres.

Turismo de natureza e aventura: Praia fluvial da Lagoa da Ervedeira e experiências junto ao mar, na praia do Pedrógão.

Gastronomia e vinhos: Uma oferta rica que valoriza produtos locais e pratos tradicionais, como o arroz de marisco da Praia do Pedrógão, a morcela de arroz, o leitão da Boa Vista ou os doces conventuais.

Eventos e festivais: Desde o Festival A Porta, ao Nascentes, Leiria sobre Rodas, Leiria Cidade Natal, Leiria Medieval, ao Extramuralhas, a Feira de Leiria (no mês de maio) e aos concertos no Estádio (Andrea Bocelli a 31 de maio e Rockin’1000 dia 6 de setembro), passando pelo Leiria Cidade Criativa da Música, há uma programação dinâmica ao longo do ano.

 

Um dos focos é a melhoria das infraestruturas hoteleiras, incentivando novos investimentos que permitam responder à crescente procura, existindo diversos processos de investimento privado em desenvolvimento

 

Quem visita Leiria? O que procura fundamentalmente?
O perfil do visitante de Leiria é bastante diversificado. Temos um forte mercado interno, composto por turistas nacionais que procuram experiências culturais, de lazer e gastronómicas.

Em termos internacionais, assistimos a um crescimento de turistas oriundos de Espanha, França e Brasil, que descobrem em Leiria um destino surpreendente.

Há números do ano passado?
Não existem dados absolutos do número de visitantes, mas temos a convicção de que este é um setor em franco crescimento no concelho, um fenómeno que, de resto, pode ser comprovado junto dos operadores que trabalham neste setor.

Promoção integrada para manter
Onde e como é que o concelho de Leiria se tem promovido? A experiência na FITUR 2025 juntou a CIM Região de Leiria numa participação integrada que reuniu quatro Comunidades Intermunicipais da Região Centro, deu frutos na sua opinião? É para manter noutros fóruns?
A promoção de Leiria tem passado pela presença ativa em feiras e certames internacionais, mas também pelo reforço da comunicação digital, através de campanhas dirigidas a mercados estratégicos. A aposta em eventos de grande visibilidade tem sido determinante para consolidar a marca Leiria e ampliar o seu reconhecimento enquanto destino turístico de referência.

A experiência na FITUR 2025 foi muito positiva, permitindo-nos posicionar Leiria dentro de uma oferta integrada da Região Centro, o que fortalece o nosso impacto internacional. Esta estratégia conjunta revelou-se eficaz e faz todo o sentido mantê-la em futuras feiras, maximizando a atratividade da região e explorando novas oportunidades de captação de fluxos turísticos.

Temos vindo a fazer uma aposta crescente na BTL, um certame que consideramos estratégico para a promoção do destino Leiria. Encaramos esta feira sob duas perspetivas complementares: por um lado, a atração de visitantes, reforçando Leiria como um destino obrigatório para quem procura cultura, património, natureza e gastronomia; por outro, a captação de investimento, incentivando o desenvolvimento e a qualificação da oferta turística, nomeadamente ao nível do alojamento e das infraestruturas que sustentam o crescimento sustentável do setor.

A BTL, sendo a maior montra do turismo nacional, é uma oportunidade determinante para consolidar esta estratégia e afirmar Leiria como um território de experiências autênticas e de forte dinamismo económico.

 

A aposta em eventos de grande visibilidade tem sido determinante para consolidar a marca Leiria e ampliar o seu reconhecimento enquanto destino turístico de referência

 

Investimentos para qualificar oferta
Que novos investimentos estão em curso para melhorar a oferta turística?
A Câmara Municipal está a trabalhar em vários eixos de investimento para qualificar a oferta turística. Um dos focos é a melhoria das infraestruturas hoteleiras, incentivando novos investimentos que permitam responder à crescente procura, existindo diversos processos de investimento privado em desenvolvimento.

Paralelamente, continuamos a apostar na valorização do património, com projetos de recuperação de espaços históricos e no reforço da agenda cultural, que contribui diretamente para a atração de visitantes.

Também estamos a desenvolver iniciativas para potenciar o turismo de natureza, promovendo percursos pedestres e experiências ao ar livre.

Estar no radar dos turistas
Dizia recentemente que, “em 2025, a nossa meta é clara: queremos ser um destino obrigatório”, pode dar mais pormenores?
Queremos que Leiria esteja no radar dos turistas como um destino de paragem obrigatória. Isso passa por consolidar a nossa identidade como cidade vibrante, onde a cultura, a história e a inovação se cruzam. Apostamos na internacionalização da nossa oferta, atraindo novos públicos, e na valorização dos eventos e festivais que nos distinguem. A presença como Município Convidado na BTL 2025 é um passo decisivo para reforçar este posicionamento e consolidar Leiria como um destino turístico de referência.

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“Quando se chega à BTL, chega-se a um mundo de experiências”

Com um novo naming, agora BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, a maior feira de turismo em Portugal volta a ser o centro das atenções por cinco dias. Com um reforço do posicionamento internacional, Pedro Braga, diretor-geral da FCE Lisboa – Feiras Congressos e Eventos, admite que a BTL “é um reflexo da boa performance do turismo em Portugal”. Certo é que “não temos mais um metro quadrado disponível”, o que faz com que as próximas edições sejam desafiantes.

Victor Jorge

De 12 a 16 de março, a Feira Internacional de Lisboa (FIL) volta a ser o palco do turismo em Portugal. A BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, agora na sua 35.ª edição, contará com 1.500 expositores, mais de 100 destinos internacionais e 300 pontos de venda de agências. A par disso, há ainda o programa de “Hosted Buyers” que traz a Lisboa o maior número de compradores internacionais. Ou seja, “a BTL afirma-se cada vez mais como um grande centro de debate sobre as estratégias e as linhas orientadoras do turismo em Portugal”, destaca Pedro Braga, diretor-geral da FCE Lisboa – Feiras Congressos e Eventos.

Quanto ao futuro, é certo que terão de ser encontradas novas soluções para integrar a procura existente, além de se esperar um regresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) à BTL.

No arranque da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, em 2024, afirmava que a grande ambição era abrir a BTL ao mundo. Isso acontece ou vai acontecer com a BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025?
Julgo que mesmo antes de 2024, algures por volta de 2019, ou seja, antes da pandemia, já tínhamos afirmado o propósito de reforçar o posicionamento internacional da BTL. Era, aliás, um dos vetores estratégicos de crescimento da BTL e continua a sê-lo.

A pandemia veio baralhar um puco as coisas, ou melhor, atrasá-las?
A pandemia, obviamente, condicionou tudo aquilo que estava pensado. Tivemos um bom arranque em 2022 e, felizmente, temos vindo a retomar a dinâmica daquilo que era o plano estratégico de desenvolvimento da BTL.

A BTL 2025 já vai reforçar o que é o posicionamento internacional da BTL, mas isto faz-se através de um conjunto de peças e de medidas que vão sendo desenvolvidas de forma a ir consolidando ao longo do tempo esta ambição e este objetivo.

O rebranding da BTL é uma peça fundamental desta estratégia que estamos a desenvolver dentro de algo que foi muito pensado e que passa, sem dúvida, por um reforço daquilo que é a visibilidade e o posicionamento internacional da BTL.

A reboque da boa performance do turismo nacional
Concretamente, como é que isso se faz e que passos, além do naming, são dados para alcançar esse reforço ou posicionamento?
A BTL, hoje BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, é o reflexo daquilo que Portugal consegue fazer em termos da afirmação da sua oferta turística a nível internacional. O que é que eu quero dizer com isto? A BTL podia ter a maior ambição e a maior intenção de reforçar o seu posicionamento internacional, mas se o turismo português, em termos reputacionais, não tivesse o posicionamento que tem, esse objetivo, não diria que seria impossível, mas seria muito difícil de atingir.

Portanto, obviamente, a BTL, beneficiando daquilo que tem sido construído pelo setor do turismo nacional, aquilo que pretende é reforçar, em termos de visibilidade, este posicionamento.

Mas como é que isso se faz?
Faz-se apostando cada vez mais no nosso programa de compradores internacionais, em parceria com o Turismo de Portugal e com a TAP, e que hoje, sem falsas modéstias, podemos dizer que é, provavelmente, dos melhores programas que há no mundo no setor do turismo e dos eventos do turismo em termos de business meetings.

É um programa de elevadíssima qualidade em todas as suas dimensões e que grangeia uma avaliação muitíssimo positiva por parte dos participantes.

A segunda peça fundamental tem a ver com linhas de comunicação que estão a ser desenvolvidas e com posicionamentos em mercados internacionais que vamos ter de fazer. É provável que nos próximos tempos a BTL desenvolva como pilar desta estratégia de reforço de posicionamento internacional aquilo que é a sua presença em alguns eventos e nalgum roadshows internacional no sentido de reunir com um conjunto de stakeholders internacionais que permitam reforçar ao longo do tempo esta ambição da BTL.

Além do novo naming, o que muda, de facto, na estrutura da BTL e que, eventualmente, os expositores e os visitantes não têm perceção?
Quando se chega à BTL, chega-se a um mundo de experiências. A BTL repete, obviamente, um conjunto de conteúdos em cada uma das edições, porque, naturalmente, fazem parte das idiossincrasias que é a BTL.

Mas a BTL tem tido esta capacidade de todos os anos introduzir novos conteúdos que decorrem de novas necessidades que vamos identificando no mercado e isso permite introduzir fatores de rejuvenescimento e de novas ofertas na BTL que acabam sempre por permitir reforçar o valor do produto BTL.

A BTL afirma-se cada vez mais como um grande centro de debate sobre as estratégias e as linhas orientadoras do turismo em Portugal. Vamos ter mais de 300 conferencistas nos diferentes palcos que a BTL terá para discutir temas tão importantes e atuais como a Inteligência Artificial, a sustentabilidade, como tudo o que são as tecnologias que cada vez mais impactam a eficiência e a qualidade do serviço no setor do turismo.

Penso que estamos todos muito expectantes e a aprender todos os dias qual vai ser verdadeiramente o impacto da Inteligência Artificial, como vai trazer novos fatores de transformação da sociedade e dos negócios. Claro que vai trazer impactos positivos e impactos negativos e o turismo seguramente, um setor com uma capacidade de resiliência tão grande como tão bem foi demonstrado nos últimos anos, vai conseguir encontrar os melhores caminhos.

 

Nunca tivemos tantos pontos de venda numa BTL como vamos ter em 2025. Ou seja, se o número de pontos de venda, o número de expositores com oferta para este segmento do B2C cresce, é porque há procura

 

O Instituo Nacional de Estatística (INE) confirmou que 2024 foi o melhor ano turístico de sempre em Portugal em receitas, dormidas e hóspedes. O tal ano recorde. A BTL acompanha essa performance, esse crescimento, essa criação de valor?
A BTL, através da Fundação AIP, realiza todos os anos um estudo sobre o impacto que tem no Valor Acrescentado Bruto (VAB). O último estudo que fizemos indica valores acima dos 300 milhões de euros. Este ano, e não quero antecipar muito, porque ainda estamos em fase final de concretização, mas nos inquéritos que fazemos aos visitantes da BTL vamos introduzir um conjunto de questões que têm a ver um pouco com essa questão concreta. Uma coisa é o estudo que a Fundação AIP faz sobre o impacto global que a nossa atividade tem, outra coisa é, e queremos fazê-lo, medir de forma mais fina, é ter indicadores de qual é, efetivamente, o impacto que a própria BTL tem em tudo aquilo que tem a ver com a atividade turística no país e em Lisboa.

Sobre os indicadores do turismo no país, são indicadores extraordinários. Começa a ser quase que um lugar comum, porque todos os anos vamos superando os objetivos em termos de performance turística do país. E a BTL reflete isso mesmo. A BTL todos os anos vai crescendo, vai-se reinventando. Nesta edição de 2025 temos mais de 50 mil metros quadrados de área ocupada e começa, de facto, a ser um desafio, porque não temos, neste momento, nem mais um metro quadrado disponível na BTL para aceitar qualquer tipo de expositor ou qualquer tipo de conteúdo.

Temos, como não tínhamos há muito tempo, uma lista de espera muito grande em todas as áreas da BTL, com uma grande preponderância na área internacional, na área dos hotéis e dos serviços, na área das agências de viagens e dos operadores turísticos e também na área dos municípios e das comunidades intermunicipais.

Portanto, começamos a ter um problema, que é um problema bom …

Mas é um problema!
É um problema, sim. Perceber o que podemos fazer para acomodar novas necessidades no futuro é o grande desafio.

E isso tem de ser pensado a curto prazo?
Tem de ser pensado já e temos de ir acomodando, obviamente, essas novas necessidades, mas sempre a olhar para o mundo que nos rodeia e perceber quais as condições que temos para que estes resultados que o setor do turismo tem atingido, ano após ano, continuem a ser consistentes e continuem a ter condições em termos daquilo que são as dimensões internacionais que nos rodeiam e continuar a consolidar estes objetivos.

Mas dada a falta de espaço nas atuais instalações, poderá ser equacionada levar uma parte da BTL, fisicamente, para outro local, outro espaço? Tal com o Web Summit o fez, por exemplo.
É um dos drivers que pode ser considerado, sendo que, para além desse, há outros que, não gostaria agora de avançar muito, mas que têm a ver com a própria infraestrutura, com coisas que a própria Fundação AIP já foi anunciando ao longo do tempo, de que mais cedo ou mais tarde, haveria necessidade de se considerar ou se faz sentido avançarmos com um plano de expansão e em que condições.

Mas essa é uma matéria sobre a qual não quero ir muito mais além, até porque nada está definido ou pensado.

Mais mundo
Mas quando fala em internacionalização, e há pouco falou nos buyers que cá estão, na lista de espera que têm, também referiu que a grande missão era o mundo mostrar-se em Portugal na BTL. A minha pergunta é: temos uma BTL onde não só Portugal está a mostrar-se ao mundo, mas o mundo está a mostrar-se também em Portugal através da BTL?
Está, mas tem de ser um movimento sincronizado e temos de ter um conjunto de stakeholders que façam isso connosco. Uma das medidas que implementamos este ano, que vai ser testada, mas que, para já, identificámos que está a ter impactos muito positivos, é o facto de o programa de “Hosted Buyers”, que está essencialmente dimensionado para vender o destino Portugal, e vai continuar a ser assim, mas que da parte da tarde se abra a janela de oportunidade para que, já que os buyers estão em Portugal, possam contratar outros destinos que não Portugal. E isto tem, obviamente, uma vantagem para o ecossistema que a BTL pretende gerar, nomeadamente em termos do seu posicionamento internacional, e que gera maior capacidade de atração junto de destinos internacionais que passam a ver Lisboa, passam a ver Portugal como um mercado onde, para além do posicionamento que assumem para tentar captar fluxo turístico de portugueses para visitar os seus países, comecem a identificar um reforço do valor do marketplace BTL, porque esse mesmo marketplace também lhes permite contratarem através dos buyers internacionais que trazemos.

Mas que mundo falta à BTL? Faltam turismos internacionais, empresas internacionais, companhias aéreas internacionais, cadeias de hotéis internacionais?
Falamos de tudo um pouco, mas vamos por partes. Turismos internacionais, ou seja, uma presença institucional dos países? Claro que esse é um dos grandes objetivos para a BTL, ter turismos internacionais na feira para tentarem captar fluxo de turistas.

Portanto, ou a BTL se diferencia de outra forma e esses turismos nos veem com outros fatores distintivos, e esta é uma narrativa que temos tido e na qual acreditamos desde 2019, ou se for só para alavancar a captação de turistas nacionais, eventualmente, o nosso mercado não é, digamos, suficientemente atrativo.

Por isso, o que temos de fazer? Temos de criar dinâmicas para que esses países possam contratar outros fluxos de turistas, com a plataforma de negócios que se gera em Lisboa ou através de uma outra coisa que tem a ver com a qualidade do ecossistema.

Mais não quer dizer melhor.
Encontramo-nos muitas vezes em alguns fóruns internacionais e digo isto e repito, nós como país, nós como oferta turística, nós BTL, por reflexo, comparando com outras feiras internacionais de referência, somos seguramente mais pequena, mas, em termos de qualidade, a BTL em muitos fatores, é muito melhor do que as suas congéneres internacionais.

Sim, são feiras com uma massa crítica maior, mas em termos da qualidade e do resultado daquilo que se gera no marketplace, a BTL entrega um valor muito elevado.

Somos 10 milhões ponto final. E como não é previsível que a nossa demografia cresça de forma substantiva nos próximos anos, a nossa diferenciação tem de ser sempre por fazer diferente e fazer melhor.

 

Se conseguirmos, em conjunto, passar uma mensagem internacional de que a BTL, apesar da sua dimensão, é um produto de altíssima qualidade, isso vai gerar uma atratividade que vai ter um valor muito importante para a BTL, para o turismo e para o país

 

O marketplace que refere, e que já está em andamento há algum tempo, continua a ser de forma física, digital, híbrida, de forma a posicionar a BTL em todas as vertentes e dar conteúdos diferenciados e de qualidade aos expositores e ao mercado?
Sim, e a nossa ambição passa também por a BTL ser mais do que aquilo que já é. Ou seja, de não estar circunscrita a um conjunto de dias no ano.

Por isso, um dos grandes objetivos é, de facto, que a BTL consiga entregar valor ao longo de todo o ano aos seus expositores, parceiros, visitantes através de um conjunto de atividades e dinâmicas.

Daí a participação nos tais roadshows internacionais?
Sim, passa por essa presença em roadshows internacionais, mas passa também por mais e posso dizê-lo em primeira mão. Nós vamos assinar um protocolo com a Porto Business School e com a Universidade Nova para fazermos um estudo sobre aquilo que são os desafios no mercado de trabalho no setor do turismo e como é que vamos ultrapassar estes desafios. Será um protocolo que será assinado durante a BTL e que vai permitir que, ao longo do ano, voltemos a ter mais um momento em que entregamos valor ao ecossistema do turismo e com o qual podemos contribuir para valorizar o setor.

Mas vamos seguramente identificar outras iniciativas onde a BTL possa ter um posicionamento em que reforce a entrega desse mesmo valor ao longo do ano.

Um dos programas mais relevantes da BTL é, de facto, o programa dos “Hosted Buyers”. Que diferença existe de 2025 para 2024?
Existe, sobretudo, no que diz respeito ao crescimento que é um fenómeno muito interessante. Para além daquilo que é o programa “Hosted Buyers”, que desde há muitos anos tem vindo a ser melhorado, em parceria com a TAP e com o Turismo de Portugal, começámos a desenvolver, paralelamente, um programa de “Buyers”. Ou seja, compradores internacionais, que não são selecionados pela BTL, pelo Turismo de Portugal ou pela TAP, para virem como convidados, mas que querem vir à BTL, investindo o seu tempo e os seus recursos porque entendem que há valor no marketplace.

E posso dizer que o número de compradores internacionais que não “Hosted Buyers” tem crescido de forma exponencial nos últimos anos.

É mais interessante ter mais “Hosted Buyers” do que “Buyers” ou vice-versa?
Estamos muito satisfeitos com o programa que temos de “Hosted Buyers”, mas não deixa de ser interessante perceber que há “Buyers” que estão disponíveis a virem à BTL por iniciativa e com recursos próprios. Ou seja, o nível de compromisso é diferente, vêm por iniciativa própria, investem o seu tempo e os seus recursos, porque entendem que há um valor no marketplace e querem marcar presença.

E posso dizer-lhe que, além do trabalho árduo que é feito quer pelo Turismo Portugal, quer pela TAP, na identificação dos melhores “Buyers” para trazer a Portugal, temos recebido contactos de compradores internacionais que muitas vezes o próprio Turismo Portugal nos diz “excelente comprador vamos trazê-lo porque é muito importante que cá esteja”.

Ora, isso comprova o valor que o programa possui para este tipo de compradores.

BTL do futuro
E como é que inova, renova uma feira como a BTL? Ainda para mais um evento que não tem mais um metro quadrado para oferecer aos expositores e/ou parceiros?
Com duas coisas: com imaginação, abrindo-nos ao exterior e, por outro lado, ouvindo pessoas de fora da BTL, obviamente muitos stakeholders que participam, mas até pessoas que não participam na BTL.

Muitas vezes, e pode parecer um cliché, é preciso sair fora da caixa, conseguir ter outros olhos que não estão tão viciados, se quiser, naquilo que é o programa habitual de um evento como a BTL. Pessoas que nos possam trazer novas sugestões. E a propósito disso, como sabe, a Fundação AIP, teve a honra de convidar Rita Marques [ex-secretária de Estado do Turismo] para ser presidente do Conselho Estratégico. Haverá, brevemente, novidades, mas posso adiantar que, de facto, uma das novidades desse Conselho Estratégico passa por ter uma abrangência e uma dimensão que permita sair de portas e ter gente de fora olhar para nós e a fazer, de alguma forma, uma crítica construtiva.

Mas também pessoas fora do setor do turismo?
Sim, também pessoas de fora do setor do turismo. Essa é uma responsabilidade que está cometida à Rita Marques, em articulação connosco, com a Fundação AIP, e que, quando foi pensada, foi pensada com este desígnio e objetivo, que é pensar que BTL vamos ter dentro de 10 anos. Temos de começar a trabalhar nessa BTL agora e não dentro de 10 anos.

Quando digo trabalhar agora, é pensarmos que, se já não temos espaço, como é que colocamos mais conteúdos que o mercado entende que fazem sentido ter na BTL?

Este ano, por exemplo, lançamos um novo conteúdo, BTL Weddings.

E o Wellness …
Sim, o Wellness também é novidade este ano. Mas começando pelo BTL Weddings, teve a ver com a necessidade de um conjunto de players que operam neste setor de quererem ter um espaço de visibilidade na BTL. E aqui está um desafio que é, como é que a BTL consegue encontrar espaço quando não tem espaço para colocar mais conteúdos.

Aqui entra o facto de conhecermos bem o nosso produto e percebermos que o BTL Village, que funciona em termos corporativos durante os dias profissionais, no fim de semana não é utilizado. Ora, não sendo utilizado, vamos transformá-lo. Durante a noite de sexta-feira, as equipas de operação da FIL e da BTL vão transformar aquele espaço e no sábado de manhã, quando os visitantes, o público final, chegarem à BTL, vão ter um novo conteúdo e um novo espaço dentro da BTL.

O BTL Wellness decorre também do facto de este ser um segmento do turismo que começa a ter uma procura crescente e que importava mais do que ter esta oferta dispersa pela BTL, sem visibilidade, encontrarmos, juntamente com o nosso parceiro da CIM das Beiras e da Serra da Estrela, um novo posicionamento.

 

Não foi por razões financeiras que a APAVT não está na BTL. Podemos não ter chegado a acordo sobre o conjunto das contrapartidas que as partes entregavam uma à outra. Agora, reduzir isto a condições financeiras? Não e não.

 

É importante ter estes vários ”B’s” como os designam?
É muito importante.

E isto pode levar ao surgimento de mais “B’s” ou “B’s” em substituição de outros menos interessantes?
A BTL é, necessariamente, um evento dinâmico e que tem de refletir, em cada momento, aquilo que são as necessidades do setor e do mercado. Portanto, se houver setores de atividade dentro do turismo que ganham um novo empowerment, provavelmente vamos ter de acompanhar e vamos ter de dar posicionamento a esse setor. Ou ao contrário, se infelizmente houver setores que vão perdendo tração e deixam de ter tanta procura ou tanta notoriedade, vamos ter de repensar se faz sentido continuar a estar na BTL.

Dentro do universo BTL, Fundação AIP, e em função da expertise, já alguma vez foi pensado levar esta experiência, este conhecimento para fora e organizar a feira noutro país, por exemplo, nos PALOP?
Com toda a transparência e sinceridade, é uma coisa que pode ser analisada, mas não é, neste momento, o nosso foco. Vou ser muito transparente e muito honesto na resposta que lhe vou dar: as organizações defrontam-se hoje em dia com um problema que tem a ver com a escassez de recursos. E, portanto, neste momento estamos absolutamente empenhados em consolidar o crescimento e a estratégia da BTL que organizamos aqui em Lisboa.

Nunca digo não a nada e, portanto, não digo que um dia não se pode colocar essa questão, mas neste momento a prioridade estratégica é a BTL, é Lisboa, é Portugal.

Diálogo para um regresso da APAVT
E continua a ser importante o B2C. Quanto vale, de facto, este B2C na BTL?
Tenho de estribar a minha resposta naquilo que é a informação que me é passada pelos nossos clientes e parceiros. Até há dois anos, eventualmente, não tínhamos a noção da dimensão do mercado B2C que é gerado pela BTL. E leia-se, BTL durante os dias da feira, uma semana antes, uma semana depois. Há todo um ecossistema e um conjunto de campanhas de oferta, pacotes turísticos, férias, etc. que é criado à volta da BTL.

Mas isso depois não esgota a oferta da BTL naqueles dois dias aberto ao público?
Não. Há indicadores que posso partilhar e que validam que nunca tivemos tantos pontos de venda numa BTL como vamos ter em 2025. Ou seja, se o número de pontos de venda, o número de expositores com oferta para este segmento do B2C cresce, é porque há procura. E se cresce é porque há a noção destes investidores, destes clientes, que a BTL lhes oferece um retorno seguro e que faz sentido eles reforçarem o seu investimento na feira.

Mas a BTL também acarinha este ecossistema e reflexo disto é a campanha específica que desenvolvemos este ano para o segmento do B2C, muito alinhada com o reposicionamento e o rebranding da BTL e que representa um forte investimento no sentido de criar condições para que essa oferta B2C conheça um retorno ainda maior daquele que era oferecido e que soma várias e várias dezenas de milhões de euros.

Falando em pontos de venda e parceiros, qual será o impacto da ausência da APAVT na BTL 2025? Como disse, nunca tiveram tantos pontos de venda numa BTL como em 2025. Isso quer dizer que os parceiros, expositores reconhecem a importância da BTL com ou sem APAVT?
Isso é incontornável e deixe-me dizer duas coisas. A primeira é que temos uma política de não falarmos, publicamente, das relações com os nossos clientes e com os nossos parceiros.

Mas sabe que é um tema que tem de ser abordado?
Sim, mas acho que a BTL já disse o que tinha a dizer sobre isso. Vou só adiantar mais uma coisa. Obviamente, e reforço, continuamos a achar que faz todo o sentido a APAVT estar na BTL. Não vou tecer nenhuma consideração sobre coisas que li e que vi publicadas. Mas esperamos, sinceramente, que haja condições para a APAVT regressar à BTL.

Mas há uma coisa que acho que é importante dizer-se. Não foi por razões financeiras que a APAVT não está na BTL. Podemos não ter chegado a acordo sobre o conjunto das contrapartidas que as partes entregavam uma à outra. Agora, reduzir isto a condições financeiras? Não e não.

 

Não havia uma BTL muito boa enquanto a APAVT cá estava, e agora não há uma BTL muito má porque a APAVT deixou de estar cá. Não, a BTL continua seguramente a ser o ecossistema que reúne os players do setor do turismo

 

Portanto, em termos de área, o que era ocupado pela APAVT, que eram cerca de 1.300 m², está ocupada com expositores do setor da APAVT?
Sim, mas vou dizer outra coisa para desmistificar isto. Se houvesse algum racional economicista por trás desta situação, era um racional em que a BTL ficava a perder em termos económicos.

Explique, por favor.
Uma coisa é ter um stand de 1.300 m², que não está atravessado por ruas. O espaço útil que é colocado é muito maior do que eu pegar nesses 1.300 m2 e ter de o dividir.

Portanto, aquilo que dizemos é, esperamos que no futuro volte a haver condições para a APAVT estar na BTL. Agora, também há uma coisa que é importante dizer, é que não havia uma BTL muito boa enquanto a APAVT cá estava, e agora não há uma BTL muito má porque a APAVT deixou de estar cá. Não, a BTL continua seguramente a ser o ecossistema que reúne os players do setor do turismo e no qual eles se reveem.

Estas coisas, infelizmente, às vezes acontecem e continuo a ser uma pessoa que entende que através do diálogo as coisas se ultrapassam. E espero que num futuro próximo seja possível que esse diálogo seja retomado e que esta situação seja ultrapassada.

Medir o sucesso
A BTL voltará a ser um palco político?
Sinceramente, não tenho resposta para isso, porque, obviamente, não controlamos os calendários eleitorais. Há uma coisa que eu sei e gosto de ver as coisas pelo lado positivo. O facto de termos um número de políticos, uma presença institucional muito grande na BTL, é um reconhecimento transversal por parte das várias figuras e dos vários partidos políticos, de que o turismo desempenha, de facto, um papel muitíssimo relevante na economia nacional.

O setor do turismo era desvalorizado?
O setor do turismo comunica melhor hoje do que comunicava no passado e consegue, hoje, mostrar de uma forma mais efetiva o valor que tem. Havia bons profissionais no turismo no passado e há bons profissionais agora. O país como um todo e cada um dos setores que opera no setor do turismo comunica melhor e de forma mais organizada. E conseguiu-se conjugar uma coisa que me parece fundamental e que nem sempre se faz em Portugal, que é, comunicar sem sobreposição, consegue haver articulação na comunicação.

 

O facto de termos um número de políticos, uma presença institucional muito grande na BTL, é um reconhecimento transversal por parte das várias figuras e dos vários partidos políticos, de que o turismo desempenha, de facto, um papel muitíssimo relevante na economia nacional

 

E uma linha orientadora a ser seguida?
Sem dúvida, uma linha orientadora que, apesar de partidos diferentes, tem sido seguida e com os resultados que se veem.

Há alguma forma nova ou distinta de avaliar o sucesso da organização de uma BTL?
Se não temos mais um metro quadrado, significa que houve uma procura muito grande. Portanto, diria que há razões para estarmos otimistas com a forma como o ecossistema que vamos oferecer a quem nos visita, sejam profissionais, seja público.

A seguir, há indicadores que têm a ver com alguns instrumentos que temos para medir a adesão dos visitantes. Diria que também estamos otimistas quanto a esses indicadores. Mas o verdadeiro KPI é no dia em que encerramos as portas e depois de termos auscultado a opinião de quem nos visitou e de quem investiu para cá estar.

Temos um ecossistema de expositores diverso, as entidades que vêm cá, não vêm todas com o mesmo objetivo. Ou melhor, todas elas vêm com um objetivo que é o da afirmação do seu destino turístico, da sua oferta turística. Mas há uns que têm um valor transacional e outros não têm um valor transacional imediato.

E se tivesse de mudar, acrescentar, retirar, inovar alguma coisa na BTL para edições futuras, o que é que seria?
Vamos ter de ter a capacidade de fazer isso passo a passo. A BTL é maior, gera um retorno financeiro maior para todos os que cá estão, e para nós também, mas assim como os nossos expositores e parceiros estão a investir mais, nós BTL estamos a investir muito mais.

Isto significativa que nos próximos anos, dentro deste alinhamento, deste reforço internacional da BTL, vamos ter de conseguir que alguns players internacionais vejam in loco o que é a BTL.

Isso dará músculo ou mais músculo à BTL?
Acho que reforçará a BTL, nomeadamente numa dimensão, que é conseguir ultrapassar o facto de sermos um país com a dimensão que temos, com o número de habitantes que temos e, por consequência, com o potencial de emissão de turistas que temos. Mas há uma coisa que sei, é que se nós, enquanto ecossistema, e já o fazemos muito no dia-a-dia, os diferentes atores no setor turístico fazem-no, conseguirmos, em conjunto, passar uma mensagem internacional de que a BTL, apesar da sua dimensão, é um produto de altíssima qualidade, isso vai gerar uma atratividade que vai ter um valor muito importante para a BTL, para o turismo e para o país.

Nós estamos em ciclos de crescimento contínuos no turismo, mas há uma coisa que qualquer gestor deste mercado dirá, é que isto não vai durar para sempre. E não durando para sempre, temos de começar a pensar como é que vamos gerir o futuro e ter fluxos turistas de mercados que têm valor acrescentado para o nosso país.

Importa começar a trabalhar agora para garantir que vamos ter esse resultado no futuro e não trabalhar mais tarde para depois sermos surpreendidos.

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