“Queremos aumentar o tempo de estadia dos turistas em Elvas”
Nuno Mocinha é o presidente da Câmara Municipal de Elvas. Focado em trazer cada vez mais turistas para a cidade e aumentar o seu tempo de estadia, o autarca falou com o Publituris apontando os caminhos que pretende trilhar para materializar os seus objectivos. Eventos, gastronomia e localização privilegiada são pontos em destaque na conversa.
Ângelo Delgado
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Nuno Mocinha é o presidente da Câmara Municipal de Elvas. Focado em trazer cada vez mais turistas para a cidade e aumentar o seu tempo de estadia, o autarca falou com o Publituris apontando os caminhos que pretende trilhar para materializar os seus objectivos. Eventos, gastronomia e localização privilegiada são pontos em destaque na conversa.
Num momento em que se fala dos enormes feitos do Turismo português e que os holofotes da fama se focam na luz da capital, nos encantos da Invicta, nas praias do Algarve ou na diversidade do Centro, fomos até ao Alentejo – não ao seu Litoral, que também anda nas bocas do mundo – em Elvas, para perceber como vai o turismo naquela cidade.
Nuno Mocinha, presidente da Câmara Municipal de Elvas, conversou com o Publituris sobre o caminho percorrido por aquela cidade Património Mundial da UNESCO desde 2012. O futuro, diz, “passa por posicionar a marca Elvas no contexto das rotas turísticas do País e da Península Ibérica”.
“O facto de possuirmos o selo de Património Mundial da UNESCO, desde 2012, tem sido um dos eixos estratégicos de alavancagem do turismo. Por outro lado, somos uma cidade fronteiriça, com bons acessos e uma gastronomia nacional e internacionalmente reconhecida, aspectos chave que têm servido para potenciar o sector”, enumera, antes de abordar o papel da autarquia no desenvolvimento do Turismo no destino.
“Temos realizado inúmeras obras de recuperação e do património, para lá da construção de novos equipamentos que tornam a cidade mais acolhedora e bem preparada para atrair fluxos turísticos nacionais e estrangeiros”. Nuno Mocinha, afirma, no entanto, que um trabalho tão vasto apenas é possível com o envolvimento da Câmara Municipal, “mas também de parceiros privados, nomeadamente com a maioria das colectividades do concelho e a associação empresarial”. “O Museu da Arte Contemporânea de Elvas é um exemplo claro de uma estrutura que beneficia desta sinergia que procuramos criar e que tem como mecenas o BPI e a Fidelidade”.
Localização privilegiada
O presidente da Câmara Municipal de Elvas falou também da localização geográfica da cidade como factor de crescimento turístico. “Estamos situados no eixo que liga Lisboa a Madrid e temos, por isso, excelentes acessos. Juntamente com Badajoz, em Espanha e Campo Maior, formamos a maior euro-cidade da fronteira luso-espanhola com cerca de 200 mil habitantes. O facto de ser Património Mundial coloca-nos num enquadramento de cidades vizinhas com o mesmo reconhecimento internacional. Num raio de 100 quilómetros, cidades como Évora, Mérida e Cáceres (as duas últimas em Espanha) juntam-se a Elvas numa rota turística com o selo da UNESCO. O nosso enquadramento regional, com o Marvão a norte e a Barragem do Alqueva a sul, faz com que Elvas se situe no centro de uma área de variadas e enormes ofertas turísticas”.
2016, melhor ano da década
As palavras de Nuno Mocinha não enganam: “O ano de 2016 foi o melhor da última década”. Para o governante, os grandes responsáveis foram “a reabertura do forte da Graça – que no espaço de menos de um ano registou mais de 60 mil visitantes – e a abertura de novas unidades turísticas”. Ainda no mesmo registo, o autarca prevê que “a construção de uma unidade hoteleira – que irá abrir na cidade em meados de 2018 – atesta o crescimento turístico que se tem verificado nos últimos dois a três anos”.
Com uma população turística predominantemente portuguesa e espanhola, nota-se, contudo, um aumento do fluxo de outras nacionalidades. Ainda assim, o grande objectivo passa por aumentar a duração média que não chega a um dia. “Aumentar a permanência dos turistas em Elvas é, claramente, um desafio a vencer. Alcançaremos esses objectivos através da capitalização da nossa localização geográfica e regional. O cunho da eurocidade, a proximidade com outras cidades Património da Humanidade, o património gastronómico, histórico e cultural são factores chave que nos podem ajudar nessa meta”.
Meeting Industry, um dos caminhos
“A organização de grandes eventos é igualmente uma aposta do município de Elvas enquanto destino turístico. Aumentam a atractividade e o movimento da cidade”. Para Nuno Mocinha, este é um dos caminhos a seguir para que o destino se torne cada vez mais atractivo. “Tivemos, em 2015, a pista de gelo, que é a maior do País e que atraiu cerca de 60 mil pessoas. Dispomos, ainda, de outras infra-estruturas que nos têm permitido atrair eventos de grande dimensão: o Coliseu, o Centro de Negócios Transfronteiriço, o Museu de Arte Contemporânea são apenas alguns dos espaços que têm sido palco de eventos de grande relevância como o Campeonato Europeu de Ginástica Aeróbica, Jornadas Médicas e de Enfermagem, entre outros eventos”, finalizou.