A união faz a força
A marca Brussels Airlines tem pouco mais de dois anos e meio de idade, mas vem de uma linhagem tradicional na aviação europeia. Falámos com Rita Macedo, country manager da […]
João Luz
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A marca Brussels Airlines tem pouco mais de dois anos e meio de idade, mas vem de uma linhagem tradicional na aviação europeia. Falámos com Rita Macedo, country manager da companhia belga, que revela as razões pelas quais a Brussels se mostrou apetecível à Lufthansa e à aliança Star Alliance.
Quais são as novidades da Brussels Airlines para este final de 2009?
Uma das maiores novidades é que, a partir do início do Inverno IATA, vamos começar a operar em code-sharing com a TAP em todos os voos entre Portugal e a Bélgica. A TAP coloca o código nos nossos voos entre Lisboa, Porto e Faro, e nós colocamos nos voos da TAP entre Lisboa – Bruxelas e Porto – Bruxelas. Também, a partir de 9 de Dezembro passamos a integrar a Star Alliance. A entrada na aliança já está oficializada, e a cerimónia vai-se realizar em Bruxelas.
Quais são as maiores vantagens para Portugal da aquisição da Lufthansa para a Brussels Airlines?
A Lufthansa adquiriu 45% da Brussels Airlines, com a possibilidade de adquirir o restante no prazo de dois anos. As vantagens para Portugal são as vantagens para o resto da companhia. Num altura em que a aviação atravessa um período crítico, é muito importante as companhias fazerem alianças, e integrar um grupo sólido, com uma estratégia bem definida. Seria difícil no futuro conseguirmos sobreviver isolados, mas nós também trazemos vantagens para a Lufthansa. Em primeiro lugar, somos a companhia com maior movimento de passageiros e mais slots em Bruxelas, coração/capital da Europa. É um mercado que não pára nunca, que tem um tráfego natural de governos e instituições, e sempre que adere um novo membro à Comunidade Europeia isso significa mais um mercado para a Brussels Airlines. Em segundo lugar, como temos origem na antiga Sabena, herdámos uma grande presença em África, que é um dos mercados que cresce contra-corrente.
Portanto, juntando os nossos destinos com os da Lufthansa e da SWISS ficamos com uma das mais fortes ofertas para o mercado africano. No que diz respeito ao mercado português servimos dois destinos muito importantes: Luanda e Kinshasa. Mas também estamos presentes em Dakar, Guiné-Conacri, Costa do Marfim, Uganda, Ruanda, etc.
Sendo a Brussels a companhia da capital institucional europeia, qual o peso do segmento corporate nas vossas operações?
Bruxelas é a sede de mais de 1500 multinacionais, da NATO, é o maior centro de imprensa do mundo a seguir a Washington, é uma das capitais mundiais do diamante e a terceira maior cidade no sector de meetings industry. De Portugal para a Bélgica temos tráfego governamental, institucional, empresarial de pequenas e médias empresas, estudantes e algum tráfego étnico. Não temos praticamente tráfego de lazer, o que é uma pena, já que Bruxelas tem uma boa oferta de museus, muito rica em termos de arquitectura. Não tem o turismo city-break. De lá para cá, o tráfego é muito mais heterogéneo. Da Bélgica para Portugal, temos todo o tráfego institucional, mais os city-breaks e as férias, o turismo religioso, gastronómico e cultural.
Como é que tentam fazer crescer o tráfego de lazer?
Trabalhamos em colaboração estreita com a Embaixada da Bélgica, e com a Câmara do Comércio Luso-Belga.
Patrocinamos e apoiamos as iniciativas desses dois organismos. Não há uma aposta na promoção turística de Bruxelas por parte do Turismo da Bélgica, porque eles têm outros mercados prioritários. E isso funciona como uma pescadinha de rabo na boca. Se não há um determinado volume de visitantes o mercado não é prioritário, mas também se não se fizer promoção, esse número de visitantes não aumenta.
Em tempo de crise, e como a Brussels depende muito do tráfego corporate, como tem corrido este ano?
Como toda a indústria, também estamos a sofrer. Portanto, apesar de ser um ano difícil, a companhia tomou medidas para nos aguentarmos e não cairmos a pique. Por exemplo, reduzimos uma frequência para dois voos diários entre Lisboa e Bruxelas. Em termos de vendas BSP em Bruxelas descemos cerca de 6%, enquanto que cá em Lisboa subimos 2%, e isto foi possível porque aumentámos a nossa quota de mercado. Não é um ano fantástico, mas temos a situação controlada.
Quais são as vossas expectativas para o fecho de 2009?
Eu ouço de tudo em relação a esta crise, é imprevisível.
Mas todas as novidades que apresentamos, como o code-share com a TAP são medidas que me deixam, localmente, optimista. Em termos de objectivos que nos foram impostos, creio que os vamos cumprir. Mas outra vez, este ano tem sido bastante atípico, por exemplo, no mês de Junho transportámos imensos passageiros, e no mês de Julho muito menos do que estávamos à espera, que é tradicionalmente melhor que Junho. O mês de Agosto foi bom, mas sem surpresas, Setembro foi muito bom, Outubro foi mais ou menos.
Quais são os vossos pontos forte e pontos fracos de imposição no mercado português?
Temos um produto muito bom a um preço justo. Operamos em Bruxelas, que é um dos melhores aeroportos do mundo. O nosso serviço é muito personalizado, nós próprios atendemos as chamadas, em vez de um call center no fim do mundo onde a pessoa que tratou de um problema ontem já lá não está hoje. Essa proximidade cria laços com os passageiros. E isso conta, porque estamos no mercado há relativamente pouco tempo, mudámos de nome várias vezes.
A Sabena era muito conhecida, mas como Brussels Airlines existimos apenas desde Março de 2007, sem investimentos em publicidade, e esse é o nosso ponto fraco.