A Madeira aos portugueses
Desde Tristão Vaz Teixeira e Gonçalo Zarco que não se via nada assim. Este ano tem sido marcado pela redescoberta da Madeira pelos portugueses, superando o mercado britânico que se […]

João Luz
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Desde Tristão Vaz Teixeira e Gonçalo Zarco que não se via nada assim. Este ano tem sido marcado pela redescoberta da Madeira pelos portugueses, superando o mercado britânico que se encontra em declínio. Como seria de esperar, uma das apostas das entidades de promoção do turismo da Madeira passa por voltar a seduzir os turistas do Reino Unido. Neste domínio, os ventos financeiros definitivamente não correm na direcção do arquipélago português, já que a desvalorização da libra esterlina, face ao euro, não confere propriamente competitividade.
No fundo, o Arquipélago da Madeira atravessa tempos contraditórios. Com uma belíssima oferta hoteleira de 4 e 5 estrelas, apesar das grandes marcas não serem abundantes nas ilhas, assiste ao advento low cost na modalidade da aviação. A liberalização da linha entre o continente e a Madeira abriu as porta à easyJet, que num ano arrebatou o segundo lugar no pódio de quota de mercado do Aeroporto do Funchal, mantendo-se a quota de mercado maioritária na TAP. Enquanto a companhia irlandesa cresce a olhos vistos, o mercado dos charters estrangeiros vira as costas à Pérola do Atlântico. Se a aviação enfrenta tempos conturbados, a indústria dos cruzeiros brilha como a jóia da coroa. Realmente, entre Janeiro e Agosto, o Porto do Funchal recebeu 223.384 passageiros de navios de cruzeiros, o que representou um aumento superior a 7%, relativamente ao ano passado. O problema aqui é que apenas uma percentagem residual deste fluxo marítimo desagua nos quartos de hotel madeirenses.
Um outro possível contra-tempo é um pau dois bicos. Será um motivo de orgulho e celebração o facto de o arquipélago já não ser considerado uma região desfavorecida para a União Europeia, porém, isso pode significar o fim da atribuição de fundos comunitários. Esta será a inquietante realidade enfrentada pela região, se for aprovado o nova proposta de revisão orçamental da União Europeia. Esta semana, o Funchal foi visitado por uma comitiva de eurodeputados da Comissão de Desenvolvimento Regional, chefiada por Georgios Stravrakakis, também ele um insular de Creta. Durante a visita Stravrakakis expressou a preocupação face ao projecto de orçamento europeu, e confessou que este “não reflecte a posição do Parlamento Europeu, nem da Comissão” que chefia. Outro dos equívocos que urge resolver prende-se com a imagem projectada pelo arquipélago para o exterior. Entre os profissionais do sector do incoming o alerta para a necessidade de alteração nesta matéria é premente. Eduardo Silva, da Euromar, comenta que são necessários “workshops e campanhas que alterem a imagem da Madeira como um destino virado para a terceira idade”. A Secretária Regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, rejeita liminarmente esta visão ao referir a versatilidade do destino madeirense. De facto, de mar, a montanha, a observação de baleias, spas, golfe, caminhadas pelas levadas aos desportos radicais, parece haver oferta de actividades para todos os gostos e idades. Sempre com a beleza que caracteriza o arquipélago como pano de fundo.