WTTC acusa Reino Unido de ‘sabotar’ turismo com impostos sobre passageiros aéreos
Um recente estudo do WTTC apurou que, no ano passado, os gastos turísticos no Reino Unido caíram 5,3%, para 40,3 mil milhões de libras, o que é atribuído aos aumentos de impostos e aos cortes no orçamento do VisitBritain.

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O Conselho Mundial das Viagens e Turismo (WTTC) veio esta terça-feira, 22 de abril, acusar o Reino Unido de “sabotar” o turismo com políticas de aumentos de impostos sobre os passageiros aéreos, que estão a levar a uma significativa redução dos gastos turísticos no país.
De acordo com o WTTC, os gastos turísticos no Reino Unido caíram 5,3% no ano passado, o que indica gastos de menos dois mil milhões de libras face ao período anterior à pandemia da COVID-19.
De acordo com um novo estudo do WTTC, no ano passado, os turistas que visitaram o Reino Unido realizaram gastos no valor de 40,3 mil milhões de libras, menos 5,3% do que em 2019, numa descida que, segundo o conselho, se deve às “escolhas políticas deliberadas” do governo britânico, que criaram “barreiras às viagens”.
A ausência de compras isentas de impostos, o aumento de impostos sobre passageiros aéreos e a introdução de autorizações eletrónicas de viagem são, segundo o WTTC, as principais políticas que ditaram a redução dos gastos turísticos.
“Ainda não voltamos ao ponto que precisávamos, enquanto o resto do mundo voltou”, disse Julia Simpson, presidente do WTTC, ex-assessora de Sir Tony Blair durante seu mandato como primeiro-ministro.
Segundo a responsável, o atual governo britânico está a sabotar o próprio país, uma vez o setor das viagens e turismo, que contribui para cerca de 10% do PIB do Reino Unido, não tem sido uma prioridade para o executivo.
O fim do IVA turístico é visto como uma das principais “desvantagens competitivas” para o Reino Unido, assim como o corte de mais de 40% no orçamento do VisitBritain, que conta agora com uma verba de 10,57 milhões de libras, quando no ano passado este montante tinha chegado aos 18,85 milhões de libras.
Além destas políticas, o Reino Unido decidiu também aumentar a taxa de embarque cobrada aos passageiros aéreos, bem como o preço dos vistos eletrónicos, que custam agora 16 libras, sendo que apenas os turistas irlandeses estão isentos deste pagamento.
O estudo do WTTC, que foi realizado em colaboração com a consultoria Oxford Economics, apurou ainda que a indústria das viagens e turismo contribuiu com 286 mil milhões de libras para a economia britânica em 2024, num aumento de 3,9% em relação a 2019.