Jorge Rebelo de Almeida defende solução “intercalar” para aeroporto da Portela
Com a localização do novo aeroporto já decidida para Alcochete, o fundador e presidente do grupo Vila Galé afirmou este sábado que é necessária uma solução que dê apoio ao aeroporto da Portela. Defendeu ainda a prioridade na criação de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, ao invés de Lisboa-Porto-Vigo, além de comboios turísticos que distribuam os turistas pelo território.
Carla Nunes
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Este sábado, 18 de maio, Jorge Rebelo de Almeida, fundador e presidente do grupo Vila Galé, defendeu que, decidida a localização do novo aeroporto em Alcochete, “numa primeira etapa, Portugal precisa de uma solução intercalar” que complemente a operação do aeroporto da Portela.
A declaração foi proferida na conferência de imprensa que precedeu a inauguração do mais recente hotel do grupo, o Vila Galé Isla Canela, em Huelva, ocasião em que Jorge Rebelo de Almeida referiu que “um novo aeroporto, além de ser uma infraestrutura cara, demora muito tempo a fazer, e por isso há que ter uma solução muito prática”.
De acordo com Jorge Rebelo de Almeida, esta solução passaria por “fazer uma pista com uma instalação logística baixa, pequena, para ir atendendo alguns charters, uma solução provisória”.
“A solução da Portela já devia estar feita, é outra vergonha nossa, mas não está. Portela tem ainda espaço para crescer, mas o horizonte de expansão do aeroporto é de dez anos, por isso, há que caminhar rápido”, defende.
Ainda no capítulo das infraestruturas, Jorge Rebelo de Almeida refere que “outra obra muito importante em Portugal é a ligação a Madrid” por via de uma linha ferroviária de alta velocidade. No seu entender, “para Portugal e Espanha é muito mais importante a ligação Lisboa-Madrid, porque há outra dinamização”, ao invés da solução apresentada de Lisboa-Porto e, mais tarde, Vigo.
“Pelas minhas contas, a solução Lisboa-Porto-Vigo nem sequer é rentável, creio que não é viável”, afirma.
Criar comboios turísticos para distribuir turistas pelo território
Na mesma conferência de imprensa, quando questionado sobre a sua opinião relativamente ao surgimento de cada vez mais alojamentos locais (AL) nas grandes cidades, Jorge Rebelo de Almeida apontou que “em Lisboa e no Porto o alojamento local tem sido muito bom para recuperar áreas da cidade muito degradadas”, acreditando que “quando há boas regras de mercado, [este] regula-se a si próprio”.
No entanto, admite que “nos hotéis a situação é diferente”, existindo a necessidade de “distribuir melhor o turismo e criar novas centralidades ao redor das cidades, para não tornar a vida de quem mora nos [centros urbanos] desagradável”.
Nesse sentido, o fundador do Vila Galé afirma que é preciso “imaginar soluções” para levar as pessoas a visitar o interior, indicando para isso a criação de comboios turísticos que transportem os “turistas concentrados nas grandes cidades” para outros pontos turísticos no interior.
“Não se diga que há turistas a mais, porque continua a haver espaço para crescer de forma ordenada. Não se pode prejudicar a procura”, termina.
A abertura do Vila Galé Isla Canela marca a chegada do grupo hoteleiro a Espanha, sendo que, atualmente, este conta com 44 hotéis: 32 em Portugal, dez no Brasil e um em Cuba.
*A Publituris Hotelaria viajou até Isla Canela, em Huelva, a convite do grupo Vila Galé.