Com a Papa-Léguas, aventure-se!
Em 25 anos de existência, a agência de viagens Papa-Léguas já levou muitos portugueses, não só em Portugal como nos vários recantos do mundo, a fazer viagens que lhes permitiram vivenciar experiências únicas no domínio do turismo ativo e de aventura.
Carolina Morgado
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O projeto, que está a assinalar os 25 anos de existência, “é diferenciador porque propõe viagens fora do comum”, assegura o co-fundador e diretor da agência de viagens Papa-Léguas, Artur Pegas, em entrevista que concedeu ao Publituris. O responsável conta que não foi a primeira empresa de turismo ativo ou de aventura em Portugal, uma vez que quando ela nasceu, já havia outra, mas “conseguimos desde logo materializar uma oferta mais diversificada em função da filosofia criada na altura, e neste aspeto fomos pioneiros, assumindo que uma viagem ativa pode ser qualquer coisa, desde que estejamos dispostos a fazê-la”.
Portanto, desde 1998 “que temos atividades que vão desde duas a três horas (caminhadas na Serra de Sintra ou na Serra da Arrábida), até expedições nos Himalaias, nos Alpes ou em várias partes do mundo, e o balanço não podia ser mais positivo”, destaca Artur Pegas, lembrando que “o início foi difícil porque não havia mercado, e tem sido nestes anos uma aventura porque foi preciso aliciá-lo, ter feito a empresa crescer e ter feito este caminho”.
25 anos passados, explicou, “este segmento está a crescer e com desafios que não tínhamos anteriormente, no sentido de que temos de informar e aconselhar mais para que as pessoas não incorram no mais barato, e que não estejam tentadas a ir para uma coisa que idealizavam para as suas férias e depois as expectativas sejam defraudadas”.
Artur Pegas alerta que “essas viagens não são para toda a gente, nem sequer é para quem pode, é mesmo para quem quer fazê-las. Há que querer, saber tirar o máximo partido. E em 25 anos, temos feito muitos clientes felizes”.
O diretor da Papa-Léguas recorda que a partir de 2008/2009 começaram a aparecer novos players no mercado nesta área e hoje em dia, o mercado “está em processo de amadurecimento neste tipo de oferta. Já existe uma série de empresas a oferecer este tipo de produtos, bem como, infelizmente, um conjunto de blogs a fazer a mesma coisa, o que acaba por ser uma concorrência desleal às agências de viagens e aos operadores”. No entanto, conforme disse, “o trilhar do nosso caminho foi feito com base numa determinada matriz, e temos mantido essa visão ao longo do tempo”.
Assinala que “durante este período vimos a Papa-Léguas como um ecossistema pois, quem fizesse uma atividade de três horas, podia fazer a seguir um fim de semana, depois uma viagem de oito dias ou de 15 dias”.
Durante um período a empresa teve também uma livraria de viagens, onde as pessoas podiam ir à agência em Lisboa comprar os seus guias e mapas, mas com a massificação da Internet “deixou de fazer sentido e deixámos de ser relevantes. Assim, decidimos descontinuar a projeto”.
Bodas de prata com novo site e novos projetos de viagens
“Chegámos a 2023 em crescimento, atravessámos toda a fase da pandemia, que foi difícil para todos, e estamos prontos para olhar para o futuro por mais 25 anos”, defende o responsável.
A empresa vai assinalar os seus 25 até maio de 2024. As comemorações vão ser acompanhadas com o lançamento de um novo site. Além disso, “temos na manga uma série de atividades que queremos que venham a ver a luz do dia. Durante este período, há uma viagem que tenciono liderar, em fevereiro do próximo ano que é uma expedição à Antártida e, estou convencido que, mesmo tendo em conta o preço, vai haver mercado para tal, pois é uma viagem que se faz uma vez na vida”, revelou Artur Pegas.
Por outro lado, “estamos a lançar uma ação que não é nova, já que a realizamos de dois em dois anos – o Papa-Léguas Meeting – que é um encontro, durante um fim de semana em Portugal, fora da época alta, onde tentamos reunir o máximo do nosso staff com os nossos clientes, para lhes dar conta das nossas propostas de programação. Deverá acontecer lá para o fim de ano. Na última edição, que teve lugar em Arganil, contámos com cerca de 60 pessoas”.
Estas viagens não são para toda a gente, nem sequer é para quem pode, é mesmo para quem quer fazê-las. Há que querer, que saber tirar o máximo partido. E em 25 anos, temos feito muitos clientes felizes
Igualmente, conforme destaca o responsável, “estamos, em colaboração com algumas entidades, a promover festivais de cinema ligados ao turismo ativo, de aventura e aos oceanos. Será para continuar, numa perspectiva comemorativa. Paralelamente, durante período do aniversário, lançámos um desafio ao pessoal da casa para se quiserem, liderarem uma viagem à sua escolha”.
Viagens para todas as idades
A respeito do tipo de cliente que escolhe a Papa-Léguas, o co-fundador da empresa referiu que, “aquilo que as pessoas pensam é que sendo uma agência de viagens vocacionada para viagens de aventura, que é só para jovens. Não é verdade. Também é, e são bem-vindas, mas o que acontece é que, como temos uma taxa de retenção de clientes muito grande, os que na altura do nosso nascimento eram jovens, hoje têm mais de 60 anos. Neste caso, hoje em dia a média de idade dos nossos clientes é de 55 anos”.
Artur Pegas sublinha que a Papa-Léguas está a fazer um esforço, e o novo site vai ter uma linguagem diferente, para comunicar com um público mais jovem. “Vai ter uma segmentação diferente do que temos até agora em termos de produto ou tipo de atividade (trekking, fotografia, montanha…).
O que vai aparecer terá por base uma experiência (conforto, dificuldade) e, dentro desta experiência é que vamos subsegmentar o tipo de viagem, ou seja, a pessoa pode fazer um trekking de luxo com hotéis de cinco estrelas ao final do dia, ou acampar.
Essa segmentação permite cobrir as necessidades dos clientes com 60 anos, e chegar também a pessoas mais jovens”.
De acordo com o responsável, a ideia é reverter a pirâmide de idades. “Como a nossa retenção de clientes é muito elevada, precisamos também de ter gente mais jovem a entrar no fluxo para que possamos diferenciar o produto”.
O mesmo vai acontecer em relação aos vários graus de dificuldade. “Tal como temos classificado até agora, vão de 1 a 4, mais os de montanha. O novo site vai ter também uma nova filosofia neste aspeto. Classificar graus de dificuldade é das coisas mais difíceis que podemos ter, porque é relativo. Então, tivemos de encontrar uma métrica mais palpável para atribuir um grau de dificuldade e uma viagem”.
Gostamos de tirar as pessoas da sua zona de conforto e mostrar-lhes um admirável mundo novo que muitas vezes nem pensavam que poderiam usufruir, isto porque, muitas das nossas viagens, para além da componente física, têm a componente psicológica associada, ou seja, a pessoa tem de estar preparada psicologicamente para a viagem que vai fazer
A partir do lançamento do novo site esta questão vai passar a ser feita em função do número de horas de atividade física que um determinado dia obriga, da altitude que decorre a viagem e do tipo do terreno em que se vai caminhar. “Tudo isso irá contribuir para atribuir uma classificação a uma viagem. Ou seja, aquilo que o novo site vai espelhar é que vamos atribuir um grau de dificuldade a cada dia da viagem, e um grau de conforto. Isto vai refletir melhor a realidade e, no final, vai apresentar uma média, somando os graus ao número de dias da viagem”.
Aconselhar e alertar sempre
O diretor da Papa-Léguas salienta que “a tipologia de viajantes que temos vai ter maior possibilidade de analisar, ler mais detalhadamente os programas e perceber o que mais se adequa ao seu perfil, quer ao nível da dificuldade, quer de conforto”, realçando que também “aconselhamos muito os nossos clientes, sobretudo os que nos procuram pela primeira vez, e muitas vezes aconselhamos ao cliente a não realizar uma determinada viagem quando percebemos a sua condição física, isto porque as nossas viagens pagam-se duas vezes dizemos que não são para toda a gente.
Estamos conscientes que estamos a gerir o tempo e o dinheiro das pessoas”. Artur Pegas aponta também que “gostamos de tirar as pessoas da sua zona de conforto e mostrar-lhes um admirável mundo novo que muitas vezes nem pensavam que poderiam usufruir, isto porque, muitas das nossas viagens, para além da componente física, tem a componente psicológica associada, ou seja, a pessoa tem de estar preparada psicologicamente para a viagem que vai fazer. É isso que dá magia a essas viagens”.
No entanto, há pessoas que as fazem uma vez e não querem repetir, e outras que ficam completamente fascinadas e repetem várias vezes para outros destinos. Igualmente “transmitimos aos nossos clientes a máxima realidade possível do destino, o que leva que a aprendizagem seja diferente de umas férias convencionais compradas em pacote. São experiências absolutamente fantásticas”.
Panóplia de destinos
Em relação a produtos, o co-fundador da Papa-Léguas avança que “temos viagens idealizadas e desenhadas, ou seja, toda a parte logística é feita a partir da agência, e têm normalmente um líder português (os nossos próprios guias). Depois temos viagens com o operador local, ou ainda as que os operadores nos destinos têm em carteira e nós adquirimos. Eles também operacionalizam grupos internacionais em que os viajantes portugueses podem integrar. Não compramos nada a operadores turísticos em Portugal”.
A agência de viagens possui, igualmente, um departamento de incoming (B2B) para os mercados japonês, norte-americano, neozelandês e nórdicos que querem fazer turismo ativo em Portugal (rico nesse segmento), complementando com a parte cultural e gastronómica, de norte a sul, do Douro à Costa Vicentina.
Como a nossa retenção de clientes é muito elevada, precisamos também de ter gente mais jovem a entrar no fluxo para que possamos diferenciar o produto
As viagens promovidas pela Papa-Léguas não precisam de ser em grupo e, quando o são, por definição, não englobam mais de 16 pessoas. O responsável explica que a maior parte é composto por oito/dez pessoas, sendo que há, igualmente grupos privados para destinos que não se encontram na maior parte das agências de viagens. Além disso, “uma pessoa pode inscrever-se sozinha numa viagem de grupo e tentamos, do ponto de vista do alojamento, juntar as do mesmo sexo, por forma a evitar que paguem o suplemento individual”.
“Outra das nossas particularidades é que vendemos os voos em separado porque não somos IATA e nunca o quisemos ser. Os voos não são o nosso negócio e, se alguma vez o fazemos, é porque o cliente às vezes não tem paciência para os procurar. O nosso core são as viagens”, disse.
Ainda no que se refere aos produtos, a empresa tem uma calendarização anual com datas fixas. Paralelamente, há muitas viagens que podem ser realizadas quando os clientes quiserem. “Cada vez mais nos aparecem pedidos especiais de famílias, de amigos ou de empresas”. Há algumas que se fazem apenas uma vez por ano e essas são com líder de viagem português, que muitas das vezes é o guia que vai interpretar a viagem. “Podemos chamar-lhe uma viagem de autor”.
Seguros, assistência em viagem e equipamento
A perceção do risco neste tipo de viagem “é um pouco empolgada”, defende Artur Pegas. Mesmo assim, há duas grandes diferenças em relação aos seguros. “Quando fazemos trekking os nossos seguros não funcionam a partir do momento em que, na montanha, tenham de utilizar aquilo que designamos por meios auxiliares de progressão. Neste caso, as pessoas, além do normal seguro de viagem, têm de fazer um seguro desportivo com custo associado e com valores de coberturas diferentes, e que servem única e exclusivamente para essas situações. Já quando falamos em caminhada, basta um seguro de viagem, pois não há um risco associado”, explicou o nosso entrevistado. O responsável sublinha que “ao termos alguma atenção às idades dos nossos clientes conseguimos que a nossa seguradora aumentasse a idade máxima de seguro para 75 anos, enquanto a maior parte delas faz até aos 70 anos”.
No entanto, “o que mais nos preocupa não é tanto o seguro em si ou o valor que o cliente vai receber, mas a assistência em viagem. Queremos que, para os destinos onde vamos, essencialmente locais remotos, a assistência em viagem funcione”.
Quanto ao equipamento necessário, depende do tipo de viagem. “Nas viagens de montanha há o equipamento comum que é providenciado pela organização, como as tendas, e o pessoal (roupa, calçado, saco-cama), adequado ao que se propõe fazer, que o cliente pode adquirir ou, em alguns destinos, alugar. Para cada viagem aconselhamos o equipamento mais adequado”, concluiu Artur Pegas.