Avião Fotos de banco de imagens por Vecteezy
Viagens continuam a ser prioridade para os europeus apesar do aumento dos preços
O mais recente estudo da European Travel Commission (ETC) apurou que 70% dos europeus pretendem viajar nos próximos seis meses, apesar do aumento dos preços.
Inês de Matos
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As viagens continuam a ser uma prioridade para os turistas europeus, apurou o mais recente estudo da European Travel Commission (ETC), que indica que 70% dos europeus pretendem realizar, pelo menos, uma viagem nos próximos seis meses.
Segundo o estudo, a intenção de viajar nos próximos seis meses tem vindo a aumentar e está agora 4% acima dos resultados do ano passado, o que, segundo a ETC, revela um “apetite crescente por viagens”.
Alta é também a percentagem de turistas europeus que pretendem realizar, pelo menos, duas viagens nos próximos meses, indicador que chega aos 52%, o que, considera a ETC, mostra que existe uma “procura reprimida por férias”.
Do total de entrevistados neste estudo, 62% dizem que planeiam viajar na Europa durante o outono e inverno, naquela que é a percentagem mais elevada desde o outono de 2020.
Por outro lado, também o receio relativamente à guerra na Ucrânia parece estar, cada vez menos, a interferir com os planos de viagem dos europeus, uma vez que, desde o último estudo, se registou uma descida de 6% entre os europeus que admitem que o conflito armado levou a uma mudança dos planos de viagens.
De acordo com o estudo da ETC, 52% dos europeus dizem mesmo que o conflito armado na Ucrânia não terá efeito direto nos seus planos de viagem nos próximos meses.
Tal como a guerra, também a COVID-19 parece interferir cada vez menos nos planos de viagem dos turistas europeus, já que apenas 5% dos entrevistados afirmaram que as preocupações relacionadas com a pandemia os impediram de realizar uma viagem que estava planeada.
O que parece estar a aumentar é a preocupação face ao aumento dos preços, com 23% dos entrevistados a manifestarem preocupação face à previsível subida dos preços das viagens, e enquanto 17% mostram-se mais preocupados com o impacto da inflação nas suas finanças.
O estudo apurou também que, ao contrário dos preços, os orçamentos para viajar não apresentam grande variação, uma vez que 32% dos entrevistados dizem que vão gastar entre 501 e 1000 euros por pessoa nas próximas férias, incluindo custos de alojamento e transporte, o que quer dizer que muitos europeus estarão a ponderar reduzir o período de férias, de forma a suportar os aumentos de preços.
Neste sentido, o estudo mostra que a percentagem de turistas europeus que contam passar até três dias de férias subiu para 23%, quando em setembro de 2021 esta percentagem estava nos 18%, enquanto as viagens com sete ou mais noites entram nos planos de 37% dos entrevistados, o que traduz uma quebra de 9%.
O estudo diz ainda que a vontade de viajar parece ser menor entre os turistas mais novos, a exemplo da geração Z, cujas idades variam entre os 18 e os 24 anos, uma vez que apenas 58% dos turistas europeus desta geração contam viajar nos próximos meses, quando nas restantes faixas etárias esta percentagem ultrapassa os 70%.
“Isto revela uma perspectiva mais hesitante para os viajantes mais jovens, o que também pode ser atribuído às preocupações com as finanças pessoais e aumento dos custos de viagem”, refere o estudo da ETC.
Já os europeus com mais de 45 anos de idade são os que maior probabilidade para viajar revelam, com o estudo a apurar que mais de 73% destes turistas pretendem realizar viagens de city break e explorar a cultura e história dos destinos.
Por destinos, França assume-se como o destino mais popular para os europeus, com 11% dos entrevistados a indicar que contam viajar para este país nos próximos seis meses, seguindo-se Espanha e Itália, países que entram nas opções de 9% dos turistas europeus inquiridos.
“Os esforços incansáveis do setor de viagens europeu para se fortalecer estão começando a dar frutos”, considera Luís Araújo, presidente da ETC e do Turismo de Portugal.
De acordo com o responsável, a ETC está “animada” com estes resultados, apesar de considerar que a crise dos preços e do custo de vida é “outro desafio inegável para o turismo na Europa”.
“É da maior importância para a Europa garantir uma indústria mais resiliente, apoiando a transição digital e ambiental, e colocando as pessoas no centro do desenvolvimento”, acrescenta o responsável.