Tunísia livra-se das restrições e está de portas abertas para voltar a receber portugueses
Depois levantar praticamente todas as restrições adotadas na sequência da COVID-19, a Tunísia quer voltar a atrair os turistas portugueses, mercado que, no ano passado, cresceu 46%, apesar da pandemia, e em relação ao qual Leila Tekaia, diretora do Turismo da Tunísia para Portugal e Espanha, diz ter “expectativas animadoras” já para este verão.
Inês de Matos
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Depois levantar praticamente todas as restrições adotadas na sequência da COVID-19, a Tunísia quer voltar a atrair os turistas portugueses, mercado que, no ano passado, cresceu 46%, apesar da pandemia, e em relação ao qual Leila Tekaia, diretora do Turismo da Tunísia para Portugal e Espanha, diz ter “expectativas animadoras” já para este verão.
Nem a pandemia foi capaz de afastar por completo os portugueses da Tunísia, país que é apreciado pelas praias e pela cultura, e que é, há muito, um dos principais destinos de férias dos portugueses. Segundo Leila Tekaia, diretora do Turismo da Tunísia para Portugal e Espanha, “o mercado português continua a crescer apesar da conjuntura” e, no ano passado, mesmo com a pandemia da COVID-19 ainda a fazer-se sentir em força, o país registou um crescimento de 46% nas chegadas de turistas lusos, numa subida que, segundo a responsável, foi “superior ao índice dos europeus”. “Foram, no total, mais de 3.000 turistas portugueses. O resultado foi sem dúvida favorecido pelas operações aéreas da TAP Air Portugal, de julho a outubro, com a participação dos operadores portugueses”, revela a responsável ao Publituris, mostrando-se confiante na manutenção dos bons resultados e diz mesmo que, para o verão, “as expectativas são animadoras”. “Se, no ano passado, em plena pandemia, se conseguiu animar o mercado das viagens à Tunísia, confiamos que a
tendência vai manter-se e inclusive reforçar-se”, indica.
As expectativas positivas do Turismo da Tunísia devem-se ao facto do país já ter levantado praticamente todas as restrições que ainda estavam em vigor devido à COVID-19, o que deverá funcionar como um estímulo para o mercado português. “As restrições em geral, tanto à partida como no regresso, eram um verdadeiro travão para a mobilidade em geral e para as viagens em particular dos portugueses”, admite Leila Tekaia, reconhecendo que, com o recente “alívio, os operadores têm ao seu dispor um destino de proximidade com uma ampla oferta de atividades que vão poder sugerir nas suas redes de agências de viagens e aos consumidores”.
Requisitos e regras
No passado dia 15 de fevereiro, a Tunísia começou a aliviar as condições de entrada dos viajantes e, atualmente, é apenas necessário apresentar à chegada um certificado que comprove a vacinação completa contra a COVID-19 ou um passaporte de vacinação emitido pelas autoridades de saúde”. Ou seja, os testes deixaram de ser necessários para quem já está completamente vacinado contra o coronavírus e apenas se mantêm para os maiores de seis anos de idade que não tenham concluído o esquema de vacinação. Neste caso, basta apresentar um teste RT-PCR negativo realizado até 48 horas antes da chegada ao país ou um teste antigénio, feito com uma antecedência até 24 horas.
E é tudo, já que, como acrescenta Leila Tekaia, toda a atividade turística da Tunísia está já em pleno funcionamento e os “hotéis, restaurante, museus e centros de ócio estão a funcionar como em época de pré-pandemia” e “todas as restrições relacionadas com mobilidade ou capacidade de ocupações foram retiradas”. “Só se mantém o respeito pelo distanciamento social e as máscaras no interior dos recintos públicos”, acrescenta a responsável, explicando que, no âmbito do turismo, “o protocolo de saúde continua em vigor e é de obrigatória aplicação pelos profissionais”.
Em vigor nos estabelecimentos comerciais e de hotelaria continua também o selo ‘Ready and safe’, que foi lançado pelo Ministério do Turismo da Tunísia e “validado pelo World Travel and Tourism Council (WTTC – World Travel & Tourism Council) que lhe concedeu o selo SafeTravels”. Apesar dos hotéis e outros estabelecimentos já estarem a funcionar em pleno, Leila Tekaia realça que a “pandemia fez um reset ao nível da indústria e dos números”, obrigando ao encerramento de várias empresas ligadas ao turismo, justamente depois do país ter batido o recorde de visitantes internacionais, ao receber, em 2019, cerca de 10 milhões de turistas. Por isso, a responsável prefere, por enquanto, não falar num regresso à normalidade já este ano, uma vez que ainda há “um número elevado de pessoas no desemprego”, mas admite que o objetivo é retomar a atividade de forma sustentável. “As autoridades tunisinas estão muito conscientes da aportação socioeconómica do setor e marcam o emprego como um critério de máxima importância para medir a volta ao normal”, explica.
Regresso à BTL
Este ano, o Turismo da Tunísia vai estar também de regresso à BTL, a principal feira do turismo nacional, onde o país vai participar com “grande expetativa”, nomeadamente pelos encontros B2B e B2C que o certame proporciona. “Desde o início da atividade turística entre os dois países, a BTL sempre foi um traço de união. É uma ocasião para apresentar novidades, (re)conquistar a confiança e acordar ações com os operadores de viagens”, explica Leila Tekaia, considerando que, depois de dois anos de pandemia, em que não foi possível ter um contacto direto com os parceiros, “a data desta edição chega num momento perfeito”. Além da BTL, o Turismo da Tunísia conta também participar em ações de marketing com os seus parceiros de vendas em Portugal, a exemplo de apresentações, roadshows e viagens de familiarização para agentes de viagens e imprensa.
Certo está também o regresso dos charters a Djerba, ilha tunisina no Mediterrâneo e que é conhecida pelas praias de águas transparentes e areias brancas, que, segundo Leila Tekaia, se tornou já “imprescindível nos catálogos das agências”, e para onde a realização destes voos tem vindo a ser frequente desde 2016. “Quem conhece o destino percebe o interesse crescente dos portugueses. A imensa maioria dos operadores clássicos e da nova geração oferece a experiência de uma estadia de sol e praia, ou combinada com um circuito pelo deserto de oásis e pelo deserto bérber. Assim, tal como nos anos passados, teremos voos especiais operados pela TAP e pela companhia aérea TUNISAIR para Djerba, em complemento a Monastir”, revela a responsável. Além de Djerba e Monastir, assim como de outros tradicionais destinos tunisinos, o Turismo da Tunísia está também apostado em promover novas experiências e locais turísticos, a exemplo da região do Dahar, assim como novos “tipos de alojamento inovadores, e distintas atividades ao ar livre, circuitos de motos, trekking no deserto e na montanha”, entre várias outras novidades que, segundo a responsável, precisam agora de ser trabalhadas ao nível do marketing e comercialização, numa “visão a longo prazo” e sempre com a sustentabilidade em mente.
*Este artigo foi publicado originalmente na edição 1459 do Publituris, de 18 de março.