Hotelaria

“O setor do turismo em Portugal está muito aberto a novas tendências e está a adotá-las rapidamente”

Com a chegada da pandemia, “a indústria do turismo não estava realmente preparada para fazer face à nova conjuntura”. As palavras são de Diogo Llorente, diretor de Operações da SIHOT, que admite que os empresários encaram agora a tecnologia como “um investimento imprescindível” quando antigamente “tudo o que estava relacionado com a tecnologia era tido como um departamento sem receitas”

Victor Jorge
Hotelaria

“O setor do turismo em Portugal está muito aberto a novas tendências e está a adotá-las rapidamente”

Com a chegada da pandemia, “a indústria do turismo não estava realmente preparada para fazer face à nova conjuntura”. As palavras são de Diogo Llorente, diretor de Operações da SIHOT, que admite que os empresários encaram agora a tecnologia como “um investimento imprescindível” quando antigamente “tudo o que estava relacionado com a tecnologia era tido como um departamento sem receitas”

Victor Jorge
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Com a pandemia veio, indubitavelmente, uma maior necessidade de tecnologia ou digitalização de processos. Isso não significa, contudo, que a tecnologia deve “comprometer a componente humana”. De acordo com Diogo Llorente, diretor de Operações da SIHOT, “pelo contrário, a tecnologia deve promovê-la e torná-la mais eficaz e intrínseca”.

A pandemia veio acelerar a transição digital nas mais diversas áreas e setores. Quais foram as maiores exigências e necessidades a nível global?
A crescente adoção de tecnologias móveis sem contacto, resultante das restrições impostas pela pandemia para o distanciamento social, é uma constante a nível global. Tal permitiu que as empresas continuassem a envolver-se e a servir os clientes. Além disso, com a maioria das pessoas a trabalhar a partir de casa, houve uma maior necessidade de utilizar sistemas baseados na cloud para viabilizar o trabalho remoto. Tal refletiu-se num maior investimento em automatização, visando otimizar a eficácia em todas as vertentes do negócio.

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E no setor do turismo? Quais foram as prioridades tecnológicas mais relevantes? Quais as maiores dificuldades, exigências, necessidades e implementações?
Tal como na Europa e no resto do mundo, o setor do turismo em Portugal enfrentou desafios semelhantes com a necessidade de distanciamento social, respondendo a novos procedimentos de saúde e higiene, ao mesmo tempo que teve que fazer face a um decréscimo no setor do turismo, à medida que o volume de viagens foi condicionado e comprometido. No decorrer da pandemia, a maior parte da indústria hoteleira em Portugal permaneceu de portas abertas, ainda que com um apoio do Governo não tão expressivo, em comparação com os países da União Europeia.

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O setor hoteleiro respondeu rapidamente às novas exigências inerentes à prestação de serviços aos hóspedes, implementando tecnologias sem contacto e soluções móveis, visando facilitar um maior envolvimento dos hóspedes e assegurar a eficácia e celeridade operacional das equipas.

Assistimos, particularmente, a um interesse e procura crescentes em relação ao terminal de check in SIHOT.KIOSK e à nossa aplicação móvel SIHOT.GO para digitalizar processos. Os hotéis optaram também por implementar controlos mais automatizados de vendas e distribuição, de modo a atenuar a pressão sobre as equipas, em virtude dos elevados níveis de escassez de recursos humanos que o setor enfrenta a nível global.

 

O setor do turismo em Portugal está muito aberto a novas tendências e está a adotá-las rapidamente, de modo a beneficiar da retoma

 

Houve empresas do setor do turismo mais preparados do que outras? Em que aspetos?
A indústria do turismo não estava realmente preparada para fazer face à nova conjuntura, devido à abordagem mais tradicional neste ramo de negócios e serviços prestados ao cliente. Em contrapartida, constatamos que as empresas de tecnologia já se encontravam mais preparadas e aptas para agilizar as respostas e apoiar as empresas na necessária transição rumo à imprescindível digitalização de métodos, capazes de potenciar a eficácia da resposta.

Por exemplo, os nossos clientes em Portugal transitaram para processos automatizados de distribuição e de gestão de receitas, visando reduzir a pressão sobre as equipas e responder de forma mais ágil e eficiente às constantes oscilações de mercado. Já no que concerne às empresas mais pequenas, verificou-se maior dificuldade em protagonizar tal ajuste e adaptação ao novo contexto, sem a experiência, competências e tecnologias adequadas.

Nesta fase, a tecnologia ou aceleração digital é vista (ainda) como um custo, ou como um investimento?
A pandemia mudou a perspetiva sobre a tecnologia: os empresários encaram agora a tecnologia como um investimento imprescindível. Anteriormente, tudo o que estava relacionado com a tecnologia era tido como um departamento sem receitas. Tornava-se imperativo comprovar os benefícios reais dos sistemas automatizados, como gestores de canais e todas as vantagens das tecnologias sem contacto.

Nos tempos que correm, os benefícios da tecnologia são indubitavelmente reconhecidos como o core da otimização na obtenção de receitas. As empresas de hotelaria compreendem que é necessário atrair mais clientes e, de facto, o desafio de promover novas tecnologias a nível interno dirigidas aos recursos humanos, tornou-se tarefa francamente recetível.

As nossas abordagens e acompanhamento das empresas do setor hoteleiro tomaram um rumo positivo e promissor, mediante a identificação dos seus desafios e consequente procura das soluções mais adequadas, de modo a viabilizar as suas aspirações e estratégias. A crescente procura de inovações que captem a atenção dos clientes e que propiciem a oferta de experiências inéditas aos hóspedes, afirmou-se como forte tendência transversal a todo o setor hoteleiro. Os gestores hoteleiros estão perfeitamente conscientes de que a tecnologia digital proporciona novas e eficientes formas de interagir com o hóspede.

 

Portugal posicionou-se, durante algum tempo, como um destino turístico de alto nível, onde a experiência constitui um fator essencial e diferenciador

 

As soluções implementadas pelos stakeholders do turismo em Portugal foram de índole interna, para melhorar processos internos, ou de índole externa, para melhorar atendimento, ou experiências ao cliente?
A indústria hoteleira está a explorar o potencial das soluções tecnológicas, visando não só melhorar o envolvimento do cliente e a própria experiência do viajante, como também implementar procedimentos internos que melhor servem o hóspede, convergindo para uma maior eficácia das operações, aliviando o próprio pessoal de tarefas manuais falíveis e demasiado morosas.

A integração crescente de plataformas, sistemas e aplicações está a permitir ao setor automatizar processos essenciais e responder mais proactivamente a situações emergentes, o que possibilita assegurar e maximizar os respetivos resultados. As empresas do setor hoteleiro em Portugal reconhecem que através da inovação, é de facto possível melhorar o serviço destinado aos hóspedes e, simultaneamente, atrair um novo perfil de cliente.

A realidade digital ou tecnológica no setor do turismo em Portugal difere muito da realidade, necessidades ou exigências a nível internacional, nomeadamente, na Europa?
A globalização tem permitido verificar e apreender o que tem sido implementado nos mais diversos mercados, em termos de estratégias diferentes e inovadoras, adaptadas às exigências e tendências dos novos tempos.

Constatamos que o setor do turismo em Portugal está muito aberto a novas tendências e está a adotá-las rapidamente, de modo a beneficiar da retoma.

As pessoas estão preparadas para esta nova realidade mais tecnológica e digital? É preciso apostar em novas soft/hard skills?
Atualmente constatamos que a indústria hoteleira está, maioritariamente, preparada e compreende as diretrizes e desafios subjacentes ao setor. A pandemia revelou-se um verdadeiro catalisador do enfoque e concentração de esforços por parte dos empresários, relativamente à forma como as novas tecnologias estão a apresentar soluções face aos desafios emergentes inerentes ao setor. Na verdade, esta conjuntura impulsionou uma reflexão crucial por parte dos líderes e gestores do setor hoteleiro, sobre a forma como as soluções tecnológicas atenuam a pressão operacional e geram uma mais-valia significativa e transversal a toda a organização.

Um exemplo muito prático no âmbito do housekeeping, revela como a adoção mais ampla da utilização de dispositivos móveis para comunicar com as equipas de front e back office, agilizou a fluidez e eficácia da comunicação, eliminando longos processamentos em papel.

Nos últimos 20 anos assistimos a uma evolução tecnológica sem precedentes. Hoje em dia temos ao dispor uma tecnologia deveras intuitiva, permitindo que as equipas se familiarizem mais rapidamente com um software de processamento simples, de modo a libertá-las para que se foquem numa maior personalização do serviço prestado ao cliente.

Portugal posicionou-se, durante algum tempo, como um destino turístico de alto nível, onde a experiência constitui um fator essencial e diferenciador. A grande maioria dos empresários constatou como a tecnologia é, de facto, um forte e indispensável aliado para ir muito mais além.

A adaptação ou implementação de novas tecnologias afasta a componente humana, tantas vezes considerada a “mais-valia” no turismo? Como contornar esta possível contrariedade? Ou não deverá ser tida como contrariedade?
A tecnologia não deve, de todo, comprometer a componente humana, pelo contrário, deve promovê-la e torná-la mais eficaz e intrínseca. Em vez do pessoal despender mais tempo a introduzir os detalhes dos viajantes num computador, pode aplicá-lo melhor na consolidação de relações interpessoais diretas com o viajante.

O cerne do desafio da indústria hoteleira consiste em adaptar os processos internos e repensar os procedimentos necessários, visando potenciar a interação humana versus a integração e compromisso digitais.

Neste âmbito torna-se deveras importante que os líderes da hotelaria dediquem tempo a discutir e planear a implementação de novas soluções com as suas equipas, para que a tecnologia seja um meio impulsionador da humanização da experiência e permita jogar com todos os trunfos na otimização do contacto direto e altamente personalizado com os clientes.

 

A tecnologia não está a mudar o que é oferecido, ou as experiências que os viajantes procuram; está simplesmente a proporcionar uma nova e mais inteligente forma de trabalhar

 

Se tivesse de indicar três pontos essenciais para esta transformação tecnológica, digitalização ou transição digital, quais seriam?
Não restam dúvidas de que o investimento por parte da indústria hoteleira em tecnologias móveis sem contacto, impulsionadoras do envolvimento e interação com os viajantes, tornou-se deveras fulcral. Tal contribui significativamente para a redução dos processos morosos e incómodos, ao mesmo tempo que proporciona um ponto central de contacto para e com os clientes.

A aposta na automatização, proporcionará ao setor a capacidade de, não só fazer face a situações emergentes, mas também, e mais importante ainda, reduzir a pressão sobre as equipas, eliminando processos manuais repetitivos. Em suma, é essencial que as empresas de viagens e do setor hoteleiro incorporem uma cultura humana com tecnologia – onde as soluções otimizam uma prestação de serviços sem substituir o toque humano. A tecnologia deve reforçar a experiência e interação dos viajantes e do pessoal e não ser, de todo, um substituto deste envolvimento. Afinal de contas, particularmente na hotelaria, é a importância das relações interpessoais que marca toda a diferença e que tanto nos distingue.

No fundo e terminando, o mais correto é falar de transformação tecnológica, digitalização ou transição digital do setor do turismo?
Nesta fase, estamos mais perante o que se considera ser uma transição digital, e não propriamente uma transformação. A tecnologia não está a mudar o que é oferecido, ou as experiências que os viajantes procuram; está simplesmente a proporcionar uma nova e mais inteligente forma de trabalhar. Novas soluções permitem que o setor implemente aspetos inovadores que complementam, assistem e otimizam toda a experiência.

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Mais hóspedes, com menos dormidas, mas proveitos a subir em fevereiro

Embora o mês de fevereiro mostre um ligeiro abrandamento no número de hóspedes e uma descida nas dormidas, os proveitos continuam a subir. No acumulado do ano, os números do turismo em Portugal continuam a crescer em todos os parâmetros.

No mês de fevereiro de 2025, o setor do alojamento turístico registou 1,8 milhões de hóspedes e 4,2 milhões de dormidas, correspondendo a variações de 0,6% e -2,5%, respetivamente (+8,2% e +6,3% em janeiro, pela mesma ordem).

As dormidas de residentes totalizaram 1,375 milhões, tendo diminuído 0,8% face às 1,387 milhões de igual mês de 2024 (+11% em janeiro), enquanto os mercados externos apresentaram um decréscimo de 3,3% (+3,9% em janeiro), alcançando 2,795 milhões de dormidas, contra as 2,892 milhões de fevereiro do ano passado.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), “estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, por um lado, pelo efeito do período de férias associado ao Carnaval, que este ano ocorreu em março, enquanto no ano anterior se concentrou em fevereiro”. Por outro lado, refere o INE, “o mês de fevereiro deste ano teve menos dia que o ano anterior, uma vez que 2024 foi um ano bissexto”.

Em termos de dormidas, os dados do INE indicam uma liderança de Lisboa, com 1,170 milhões, correspondendo a uma ligeira descida de 5,6% face a fevereiro de 2024, sendo a única região a ultrapassar a fasquia do milhão.

Em segundo lugar, aparece o Algarve, com 776 mil dormidas, o que perfaz um decréscimo de 5,1% face a fevereiro do ano passado, surgindo o Norte em terceiro lugar, com 756 mil dormidas, uma subida de 0,9% face ao mês homólogo de 2024.

A maior subida nas dormidas, no mês de fevereiro, foi conseguida pela Península de Setúbal (+7,8%), enquanto nas descidas, a região do Oeste e vale do Tejo apresenta um decréscimo de 7,1%.

Subida dos residentes compensam descida dos não residentes
No que diz respeito aos hóspedes, contabilizados que foram 1,773 milhões de pessoas, os residentes somaram 817 mil, correspondendo a uma subida de 2,2% face a fevereiro de 2024, enquanto os não residentes totalizaram 957 mil, uma descida de 0,8% relativamente a igual período do ano passado.

Também aqui, a liderança pertence a Lisboa com 533 mil hóspedes numa descida de 1,6% relativamente a fevereiro de 2024, com a região Norte a ocupar a segunda posição com 427 mil hóspedes (+2,5%) e em terceiro lugar o Algarve com, 211 mil hóspedes (+0,9%).

Destaque para a subida a duplo dígito dos Açores (+11,3%), totalizando 49 mil hóspedes, enquanto a maior descida pertenceu à região do Oeste e vale do Tejo (-3,3%).

Dos mais de 957 mil hóspedes não residentes, Espanha liderou com 125 mil, aparecendo o Reino Unido (115 mil) e França (79 mil) em segundo e terceiro lugares, respetivamente.

Já nas dormidas, os 10 principais mercados emissores, em fevereiro, representaram 72,1% do total de dormidas de não residentes neste mês, com o mercado britânico a manter a liderança (16,4% do total das dormidas de não residentes em fevereiro), com 458 mil, apesar do decréscimo de 7,5% face ao mês homólogo.

As dormidas do mercado alemão, o segundo principal mercado emissor em fevereiro (11,2% do total), diminuíram 5,1% para 313 mil. Seguiu-se o mercado espanhol, na 3.ª posição (quota de 8,3%), com um decréscimo de 8,4% para 231 mil.

No grupo dos 10 principais mercados emissores em fevereiro, o mercado polaco foi o único a registar crescimento (+23,2%), atingindo os 119 mil. Nos decréscimos, destacou-se a variação registada do mercado brasileiro (-18,9%) para 130 mil.

Dormidas dos não residentes estagnam no primeiro bimestre
No acumulado do ano (janeiro-fevereiro), os dados divulgados pelo INE mostram uma subida de 4,1% no número de hóspedes, totalizando 3,378 milhões. Os residentes em Portugal somaram 1,564 milhões, numa evolução de 5,7%, enquanto os não residentes totalizaram 1,814 milhões, uma subida de 2,7% face aos dois primeiros meses de 2024.

Lisboa liderou no número de hóspedes, com 1,040 milhões (+3% face ao primeiro bimestre de 2024), seguindo-se o Norte com 812 mil (+4,7%) e o Algarve (375 mil, +3,3%). A região que mais cresceu no número de hóspedes neste primeiro bimestre de 2025 foram os Açores (+13,6%), não se registando qualquer descida nas regiões turísticas nacionais.

Nos hóspedes não residentes, Espanha foi quem registou maior número, com 228 mil, seguindo-se o Reino Unido (quase 200 mil) e EUA (152 mil).

Analisadas as dormidas nestes primeiros dois meses de 2025, o mercado nacional registou 7,840 milhões numa subida de 1,4% face ao período homólogo de 2024. Neste parâmetro, os residentes em Portugal somaram 2,642 milhões de dormidas, numa subida de 4,5% face aos primeiros dois meses de 2025. Já as dormidas de não residentes registaram uma descida de 0,1% para 5,198 milhões.

A região da Grande Lisboa aparece novamente a liderar neste campo, com 2,246 milhões de dormidas, embora registe uma descida de 0,3%. O Norte é a segunda região com mais dormidas, com 1,429 milhões, numa subida de 3,5% face a igual período do ano passado. Em terceiro lugar aparece o Algarve, com 1,347 milhões de dormidas, correspondendo a uma descida de 2,5% relativamente a janeiro-fevereiro de 2024.

A maior subida doi registada pela Península de Setúbal, com um incremento de 10,4%, para 164 mil dormidas, enquanto no capítulo das descidas, o Algarve reparte esta posição (-2,5%) com a região do Oeste e Vale do Tejo.

Por mercados emissores, das quase 5,2 milhões de dormidas, quase 810 mil foram de britânicos, surgindo a Alemanha em segundo lugar (580 mil) e Espanha na terceira posição (431 mil).

Mais proveitos
Apesar do decréscimo nas dormidas, os proveitos aumentaram em fevereiro, +4% nos proveitos totais e +3,4% nos relativos a aposento (+13,9% e +14,3% em janeiro, pela mesma ordem), atingindo 287,7 e 208,8 milhões de euros, respetivamente.

A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (34,5% dos proveitos totais – 99,4 milhões de euros – e 36% dos proveitos de aposento – 75 milhões de euros), seguida da Madeira (17,1% – 49 milhões de euros – e 16,7% – 35 milhões de euros, respetivamente) e do Norte (16,4% – 47 milhões de euros – e 16,5% – 34 milhões de euros, pela mesma ordem).

Os aumentos de proveitos mais expressivos ocorreram na Madeira (+16,7% nos proveitos totais e +20,7% nos de aposento) e na Península de Setúbal (+12,2% e +15,4%, pela mesma ordem). Os maiores decréscimos registaram-se no Oeste e Vale do Tejo (-3,1% e -0,7%, respetivamente) e no Alentejo (-2,4% em ambos).

Já no acumulado dos primeiros dois meses de 2025, os proveitos totais somaram quase 550 milhões de euros, numa subida de 8,5% face a igual período de 2024, enquanto os proveitos de aposentos totalizaram 398 milhões de euros, correspondendo a uma subida de 8,3%.

Lisboa aparece em primeiro lugar com mais de 191 milhões de euros em proveitos totais (+5,1%), seguindo-se a Madeira com 99 milhões de euros (+22,9%) e o Norte com 90 milhões de euros (+8,2%).

No que diz respeito aos proveitos de aposentos, a liderança também pertence a Lisboa com 145 milhões de euros (+4,5%), seguindo-se a Madeira com 69 milhões de euros (+24,6%) e o Norte com 65 milhões de euros (+6,9%).

Estada média continuou a decrescer em fevereiro
Em fevereiro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,35 noites) continuou a diminuir (-3,1%, após -1,8% em janeiro). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,73 noites) e no Algarve (3,68 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,58 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,64 noites).

Em fevereiro, a estada média dos residentes (1,68 noites) diminuiu 3,0% e a dos não residentes (2,92 noites) decresceu 2,6%.

A Madeira registou as estadas médias mais prolongadas, quer dos não residentes (5,33 noites) quer dos residentes (2,88 noites).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 39,6 euros em fevereiro, registando um aumento de 4,5% (+10,4% em janeiro). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 87,9 euros (+4,9%, após +7,2% em janeiro).

O valor de RevPAR mais elevado foi registado na Madeira (71,5 euros), seguindo-se a Grande Lisboa (64,7 euros). Os maiores crescimentos ocorreram na Madeira (+22,4%) e na Península de Setúbal (+18,0%), enquanto no Alentejo se registou o maior decréscimo (-5,7%).

A Grande Lisboa destacou-se com o valor mais elevado de ADR (110,2 euros), seguida da Madeira (100,1 euros), tendo esta última apresentado o maior crescimento neste indicador (+18,6%).

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Aeroportos da Madeira aumentam ligações depois de ultrapassar os 5 milhões de passageiros em 2024

Os Aeroportos da Madeira contarão com 14 novas operações. A 8 de junho será inaugurada a ligação direta com a United Airlines.  

Os Aeroportos da Madeira – Funchal e Porto Santo – receberam mais de 5 milhões de passageiros em 2024, indicando a ANA – Aeroportos de Portugal um aumento de 4,6% face a 2023 e +50% relativamente a 2019.

Em comunicado, a ANA refere que os aeroportos da Madeira e Porto Santo “também consolidaram a sua operação ao longo do ano com um crescimento de 8% na atual temporada de inverno, garantindo um fluxo contínuo de tráfego para além da época alta”.

Com a inauguração a 8 de junho da nova rota Nova Iorque (Newark) – Madeira, a United Airlines passa a ser a única companhia americana a operar nos cinco aeroportos ANA, agora com as novas rotas para Faro e Madeira que iniciam no Verão de 2025.

Entre os novos destinos diretos contam-se voos para Nantes e Londres (Luton) com a easyJet (14 rotas diretas à Madeira da companhia aérea); Edimburgo (Escócia) com a Ryanair, marcando o regresso do segundo avião baseado na Madeira); Shannon (República da Irlanda) com a Ryanair; Milão ((Malpensa) com a Ryanair; o regresso de Bruxelas com a Brussels Airlines; Londres (Luton) com a Jet2.com; Nuremberga (Alemanha) com a Condor (operada pela Marabu); e Bournemouth (UK) com a Jet2.com.

Além disso, as rotas inauguradas durante o inverno de 2024, estendem-se para o verão de 2025 e incluem Reiquiavique com a Play; Amesterdão com a easyJet; Colónia com a Eurowings, e Estocolmo com a SAS.

Para suportar o crescimento sustentado do tráfego e garantir elevados padrões operacionais, a ANA diz estar a implementar um “programa robusto de investimentos em infraestrutura e tecnologia, abrangendo todos os aeroportos sob a sua gestão”.

Assim, estão a ser realizadas “significativas melhorias” no terminal, algumas já concluídas, como a criação de um novo lounge e do canal de fast lane na área de segurança, novas lojas e novos espaços que melhoram a experiência do passageiro nos aeroportos da Madeira.

Já no campo da sustentabilidade, a ANA está a implementar um conjunto de iniciativas “inovadoras” que vão desde a instalação de tecnologia biométrica nas portas de acesso e embarque, à instalação de centrais fotovoltaicas na Madeira e em Porto Santo e ao aproveitamento dos ventos com Micro Eólicas no perímetro aeroportuário.

Já no Aeroporto do Porto Santo, a ANA destaca o “grande investimento que será efetuado”, com o desenvolvimento de um novo terminal que permitirá duplicar a capacidade operacional, num investimento superior a 50 milhões de euros.

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Turespaña prevê 11,1 milhões de assentos no mês de abril

A Turespaña estima um incremento de 7% no número de assentos para o mês de abril. Já a AENA avança com 320 milhões de passageiros nos aeroportos espanhóis em 2025.

A Turespaña estima em 11,1 milhões o número total de lugares previstos em voos internacionais para Espanha no mês de abril de 2025. Em comparação com o mesmo mês do ano 2024, quando foram oferecidos 10,4 milhões, o aumento anual é de 7,3%.

Comparando as previsões com os dados registados na mesma data de 2024, os aumentos mais significativos no mês de abril verificam-se no Reino Unido (+7,6%), Alemanha (+7,2%) e Itália (+7%), enquanto o crescimento mais moderado é o de França (+2%).

Entre os países nórdicos, a Noruega regista o maior crescimento de lugares disponíveis, com um aumento de 8,3%, seguindo-se a Finlândia (+4,2%) e a Suécia (+0,8%).

Pelo contrário, a Dinamarca reduz o número de lugares previstos para abril, com uma ligeira descida de 1%.

Destacam-se ainda a Irlanda, a Polónia e a Turquia, com uma projeção de crescimento superior a 15% cada.

Já os Estados Unidos recuperam dinamismo em abril (+1,4%). Entre os países ibero-americanos, a Colômbia e o México registam os maiores volumes de capacidade programada, com um aumento significativo de 13,5% no primeiro caso, e uma redução de 4% no segundo para o quarto mês do ano.

Para o ano 2025, a AENA estima que o crescimento do número de passageiros nos aeroportos em Espanha será de 3,4%, atingindo aproximadamente 320 milhões de passageiros.

Recorde-se que, em 2024, o tráfego de passageiros nos aeroportos espanhóis geridos pela AENA alcançou os 309,3 milhões, representando um crescimento de 9,2% face a 2023 e um recorde pelo segundo ano consecutivo.

Para a próxima temporada de verão, que começou a 30 de março e se prolongará até 25 de outubro, as companhias aéreas programaram em Espanha 246,8 milhões de lugares entre partidas e chegadas. Isto representa um aumento de 1,5% face aos lugares programados para a mesma temporada de 2024 e de 6,5% em comparação com o tráfego efetivamente operado no final da última temporada.

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Local by Clube Viajar reflete proximidade e conhecimento profundo do destino Portugal

Na sequência do recente rebranding do departamento de incoming da Clube Viajar, que passou a designar-se Local DMC by Clube Viajar, o Publituris falou com a diretora Comercial, Mariana Morais, que nos deu conta dos motivos desta nova identidade. “Este projeto surge como uma evolução estratégica para criar uma marca mais alinhada com o que fazemos e com a forma como queremos posicionar-nos no mercado internacional”, revelou. Um nome e uma identidade visual que “refletem melhor a nossa missão de conectar os nossos clientes às pessoas e cultura de Portugal”.

A nova identidade do departamento de incoming da Clube Viajar, um grupo com mais de 30 anos de experiência no setor das viagens, reflete três pilares fundamentais, conforme avança Mariana Morais, diretora Comercial da Local by Clube Viajar. A proximidade, pois “criamos experiências à medida, desenhadas com base em conhecimento profundo e na relação de proximidade com clientes e parceiros”; a autenticidade, porque, “mais do que uma DMC, somos especialistas locais que proporcionam um verdadeiro mergulho na cultura portuguesa”; e a expertise e personalização, já que “cada programa é pensado ao detalhe, garantindo experiências únicas e inesquecíveis”.

“Já há algum tempo existia o desejo de fazer um freshen’up à marca, incluindo a sua componente visual, de forma a refletir melhor a nossa evolução, alinhar a nossa identidade com aquilo que somos e o nosso compromisso com a excelência”, expõe Mariana Morais.

Conforme explica a responsável, a Local é uma DMC 100% dedicada à gestão de eventos, incentivos e experiências Mariana Morais, diretora Comercial da Local by Clube Viajar exclusivas de luxo em Portugal, avançando que “o nosso trabalho vai além da organização logística – desenhamos programas que destacam os produtos locais, os costumes e a essência de cada região, criando ligações genuínas entre os viajantes e o destino”. Neste sentido, o rebranding da marca surge “como um passo natural na consolidação da nossa presença no mercado internacional”, sublinha Mariana Morais, realçando que, com o crescimento do setor MICE & Luxury Travel em Portugal, “sentimos a necessidade de reforçar a nossa identidade com um nome que representa melhor a nossa proposta de valor”.

Mesma equipa e mesmo nível de serviço de excelência
Por outro lado, este rebranding “mantém a mesma equipa, o mesmo nível de serviço de excelência e a mesma dedicação aos nossos clientes, agora sob uma marca que reflete ainda mais a nossa essência e compromisso com experiências autênticas e diferenciadoras em Portugal”, assegura. A Local DMC foca-se sobretudo no segmento corporate / incentivos, mas segundo a sua diretora Comercial, “tem vindo a crescer o número de pedidos no segmento de luxury leisure, organizando eventos de incentivo e reuniões para empresas internacionais assim como itinerários de experiências únicas em Portugal”, cujos mercados prioritários chegam da Alemanha, Benelux, Estados Unidos, Áustria, Espanha e os mercados emergentes da América Latina.

Assim, a Local, oferece serviços completos de gestão de eventos em todo Portugal, incluindo as ilhas. Quer esteja a organizar reuniões corporativas, programas de incentivos ou experiências de lazer exclusivas, cada programa “é meticulosamente elaborado para atingir os seus objetivos, combinando a cultura portuguesa com a nossa experiência local em cada detalhe”, acentua a marca na sua página oficial, para evidenciar que desde o design de itinerários personalizados até à gestão da execução no local, “tratamos de todos os aspetos com precisão e cuidado”.

Parte do Clube Viajar Travel Group, fundado em 1995, e afiliada à Lufthansa City Centre desde 2020, que amplia a sua visibilidade global e a conecta a mercados estratégicos, a marca desenvolve uma estratégia de promoção que inclui, feiras internacionais e networking, como IMEX Frankfurt, IBTM Barcelona, ou ILTM, entre outras, bem como parcerias estratégicas com agências e empresas de eventos internacionais e organização de famtrips no destino, além de manter uma presença digital ativa nas redes sociais, que lhe permite reforçar o seu posicionamento no setor.

Visibilidade global
Efetivamente, ser membro da Lufthansa City Centre (LCC) dá à Local DMC “vantagem competitiva”, permitindo-lhe “o acesso a uma rede global de mais de 500 agências especializadas, maior credibilidade e confiança no mercado internacional, e possibilidade de participar em ações de formação e eventos exclusivos”, observou. Refira-se que, fundada em 1991, a LCC sustenta que os seus parceiros DMC são verdadeiros especialistas em destinos dos países e regiões que representam e estão bem enraizados localmente, conhecendo todos os segredos e preciosidades escondidas para tornar a jornada do seu cliente uma experiência única na vida. Todas as agências de viagens do Lufthansa City Center têm um selo de aprovação da sede da LCC, sediada em Frankfurt, Alemanha. Este selo garante que as empresas tenham a expertise, o know-how e a infraestrutura para fornecer serviços recetivo nos países e regiões que representam.

Portugal bem posicionado no segmento MICE
Sendo o MICE o principal core business da Local DMC, Mariana Morais confirma que “tem vindo a crescer em Portugal, consolidando o país como um dos destinos mais procurados para eventos corporativos de alto nível”. No entanto, destacou que “a escassez de staff qualificado torna cada vez mais desafiante garantir um serviço premium e exemplar”, daí que “o papel de um DMC no terreno é mais essencial do que nunca, assegurando a qualidade e a excelência na execução de cada evento”.

E os clientes agradecem, referindo-se, de uma forma geral, três aspetos principais no seu feedback: “A diversidade e exclusividade das experiências oferecidas; A qualidade dos serviços e parceiros locais; O acompanhamento próximo e personalizado da nossa equipa”, esclareceu a responsável.

A Local DMC também não descora a questão da sustentabilidade, que considera “um compromisso central”, refletido em dois eixos principais, que passam, designadamente, por “sustentabilidade nas experiências que criamos, e dentro da própria empresa”, ressalvou Mariana Morais.

Por um lado, disse, “trabalhamos com parceiros e fornecedores sustentáveis, garantindo que os nossos programas apoiam a economia local e reduzem o impacto ambiental, promovemos atividades ecológicas e culturais, como tours de barco elétrico no Douro, workshops com produtores locais e experiências gastronómicas baseadas em produtos biológicos e sazonais, bem como o turismo responsável, incentivando os clientes a respeitar as tradições, apoiar negócios locais e reduzir o desperdício”, sublinhou.

Quanto à sustentabilidade dentro da própria empresa, a diretora Comercial enfatizou “políticas internas de reciclagem e redução de consumo de papel e plástico, uso de tecnologias digitais para diminuir o impacto ambiental na gestão dos programas, e ações de caráter social e comunitário, colaborando com instituições locais para apoiar causas sociais e promover um turismo mais inclusivo”, para concluir que, Portugal tem um potencial imenso para o turismo sustentável, e “queremos garantir que cada viagem que organizamos respeita e valoriza o meio ambiente e a cultura local”.

Sobre o autorCarolina Morgado

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Uganda: A Pérola de África quer desenvolver turismo e convida empresas portuguesas a investir no país

Conhecido como a “Pérola de África” pela sua diversidade, o Uganda veio à Europa dar a conhecer uma oferta turística única e atrair investimento estrangeiro que ajude a desenvolver um setor que tem um vasto potencial e que é visto como estratégico para o crescimento económico do país. Em contrapartida, há vários benefícios fiscais e um mar de oportunidades.

Inês de Matos

O setor do turismo é um dos quatro considerados estratégicos para o desenvolvimento económico do Uganda, que lançou recentemente a Uganda’s Vision 2040, uma estratégia que pretende “transformar” o país em 15 anos, tornando o Uganda “num país próspero”, segundo Bagiire Vincent Waiswa, secretário permanente do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uganda.

A nova estratégia de desenvolvimento económico do Uganda foi o tema central do 1.º Fórum Económico Uganda-França, que decorreu em Paris, França, num evento promovido pela Embaixada do Uganda em França e que, além das empresas francesas, procurou atrair também investimento português e espanhol.

“Estamos a fazer esforços para que as empresas francesas, espanholas e portuguesas invistam no Uganda”, resumiu o responsável, que apresentou os principais objetivos da nova estratégia de desenvolvimento económico do país.

Turismo; Agricultura; Mineração, incluindo petróleo e gás; assim como Ciência, Tecnologia e Inovação são as áreas previstas na nova estratégia do Uganda e nas quais o país pretende atrair investimento estrangeiro, oferecendo em contrapartida um mar de oportunidades e diversos benefícios fiscais e não fiscais. “Isenção de impostos, garantias de proteção ao investimento, facilidade de repatriação de interesses e uma zona económica especial para apoiar o crescimento dos negócios” são, segundo Doreen Ruth Amule, embaixadora do Uganda para França, Espanha e Portugal, alguns dos atrativos que o Uganda tem para oferecer às empresas estrangeiras que queiram investir no país. Logo na sessão de abertura do evento, a embaixadora lembrou que, “ao longo dos anos, o Uganda posicionou-se como um destino para o investimento estratégico em África”, o que se deve à sua “economia estável, vastos recursos naturais e uma força de trabalho abundante e dinâmica”.

Por isso, o país “oferece muitas oportunidades”, com destaque para o turismo, uma vez que, acrescentou Doreen Ruth Amule, o Uganda é considerado “a Pérola de África” e é “capaz de oferecer uma experiência turística inesquecível”. “O Uganda oferece uma experiência turística inesquecível para os turistas franceses, espanhóis e portugueses que procuram aventura, natureza e cultura. E o Governo do Uganda continua a apostar no desenvolvimento do turismo, através do aumento das infraestruturas, do trabalho de conservação e de parcerias estratégicas”, explicou a embaixadora.

Uganda tem tudo o que existe em África
A oferta turística do Uganda esteve em destaque logo de seguida, num painel dedicado às oportunidades que o país oferece no setor do turismo e que contou com a participação de Lilly Ajarova, diretora do Uganda Tourism Board, que começou por lembrar que a marca do país é “Explore Uganda, the Pearl of Africa”, justamente pela “diversidade que o Uganda oferece”. “Somos conhecidos como a Pérola de África porque o Uganda tem tudo o que o continente africano tem para oferecer. Podemos não ter uma oferta muito vasta, mas temos um pouco de tudo o que os países africanos têm para oferecer”, resumiu a responsável.

O Uganda é, segundo Lilly Ajarova, “um dos 10 principais países no mundo com fauna e flora mais diversas”. E isso começa logo nos primatas, já que o país conta com 12 espécies distintas de primatas. Os mais conhecidos, acrescentou a responsável, são os gorilas de montanha, mas o país também tem chimpanzés e outros destes animais, numa oferta que “não se consegue encontrar em nenhum outro local do mundo”. “Existem cerca de mil gorilas no mundo que ainda vivem no seu habitat natural, e o Uganda tem 54% desses animais. Há apenas três países no mundo onde existem gorilas de montanha, que são o Uganda, Ruanda e a República Democrática do Congo”, referiu ainda a responsável, confessando que os gorilas são um dos principais cartões de visita do Uganda.

Além dos primatas, o Uganda tem também “1.080 espécies de aves e isso representa 50% das espécies de aves que existem no continente africano e 11% das espécies de aves do mundo” e “uma das culturas mais diversas do mundo”, assim como uma paisagem “que varia desde as montanhas, aos rios, à savana, às florestas impenetráveis” e que inclui, por exemplo, “as montanhas mais altas de África, o segundo lago mais profundo do continente ou a nascente do rio mais longo do mundo, o Nilo”.

O clima e a hospitalidade do povo, referiu ainda a responsável, ajudam a tornar o Uganda num país único. “É por isso que somos conhecidos pela Pérola de África, pela diversidade que o Uganda oferece”, concluiu Lilly Ajarova.

Um mar de oportunidades no turismo
Apesar da oferta diversa, o Uganda está ainda a dar os primeiros passos no desenvolvimento da sua oferta turística e, por isso, existem diversas oportunidades que podem ser exploradas pelas empresas portuguesas que estejam dispostas a investir no país.

“Temos muitas iniciativas para acelerar o desenvolvimento do turismo”, referiu Ramathan Ggoobi, secretário do Tesouro do Ministério das Finanças do Uganda, que veio a Paris dar a conhecer a estratégia Uganda’s Vision 2040, “um programa ambicioso para fazer crescer a economia nos próximos 15 anos”.

Depois de falar sobre as condições de investimento nos restantes setores, o responsável afirmou que o turismo é um dos setores estratégicos para o Uganda, uma vez que pode ajudar ao crescimento na economia, em cerca de 50 mil milhões de dólares até 2040”. Por isso, além de não haver qualquer “restrição no movimento de capital” e da isenção de impostos, há ainda terrenos gratuitos por uma década para quem investir no país, assim uma das mais elevadas taxas de retorno do investimento do mundo, na ordem dos 14%.

No setor do turismo, o país procura investimento principalmente na área da hotelaria, com vista à abertura de “hotéis de luxo de classe mundial nos locais de interesse turístico”. “Queremos receber o máximo de pessoas possível e, para isso, temos de construir hotéis de luxo de classe mundial.

Na zona sudoeste do Uganda, temos chimpanzés, mas não temos hotéis de luxo. Por isso, nesta zona, o investimento na hotelaria é muito importante para nós e quem investir, vai ganhar muito dinheiro”, exemplificou o responsável, garantindo que “o Uganda é um dos melhores destinos do mundo para o investimento estrangeiro e tem um dos maiores retornos”.

À hotelaria, Doreen Ruth Amule acrescentou a área da formação turística como outra oportunidade para universidades e instituições de ensino francesas, espanholas e portuguesas investirem no país. “70% da população do Uganda são jovens, o que também mostra que há um elevado potencial para investir na formação, incluindo na hotelaria e em diferentes campos do setor do turismo”, afirmou a embaixadora do Uganda, garantindo que “os ugandeses são fáceis de formar”.

Outra oportunidade trazida para o debate por Doreen Ruth Amule foi ainda o turismo náutico, uma vez que o Uganda conta com “muitos corpos de água, mas que ainda não têm um investimento consolidado, nomeadamente em passeios de barco e outras atividades aquáticas”. “Quem investir nesta área também vai ser bem-sucedido, tal como na área da hotelaria”, acrescentou, defendendo, tal como Ramathan Ggoobi, que “não há nada a temer sobre o investimento no Uganda”.

Uganda quer estar mais próximo da Europa
Apesar do país ainda ser relativamente desconhecido na Europa, Lilly Ajarova considera que o Uganda tem tudo para agradar aos turistas do Velho Continente, como provam as estatísticas ascendentes do mercado francês. “Em 2022, França foi o nono mercado estrangeiro para o Uganda. No ano seguinte, França subiu para a oitava posição, e, no ano passado, voltou a subir para a sétima posição. Esta estatística é clara e mostra que há interesse do mercado francês pelo Uganda”, defendeu a responsável.

No entanto, a diretora do Turismo do Uganda também considera que “são precisas mais infraestruturas para atender estes turistas, como hotéis ou restaurantes e outros itens que são importantes desenvolver”, motivo pelo qual o país incluiu o turismo na nova estratégia de desenvolvimento económico e tem vindo a apostar na promoção no mercado europeu.

“Estamos a recorrer a várias estratégias para promover o Uganda, e uma delas é estarmos presentes nos media internacionais. Já convidámos alguns jornalistas da Europa para visitar o Uganda e também temos estado a participar nas feiras internacionais de turismo, ainda em janeiro estivemos na FITUR, em Espanha”, revelou Lilly Ajarova.

Segundo a responsável, o Uganda está ainda a realizar “campanhas digitais” e a promover-se através dos filmes que passam nas companhias aéreas. Outra das estratégias, acrescentou a diretora do Turismo do Uganda, é ainda a promoção da oferta de MICE do país, uma vez que, em janeiro de 2023, o Governo do Uganda lançou “um novo centro de convenções, que tem capacidade para receber quatro mil pessoas sentadas” e que é “o maior centro de convenção do leste de África”. “

Temos infraestrutura, temos feito formação das empresas que organizam estes eventos, que é outra área-chave, e temos também unidades de alojamento para os participantes nas conferências”, explicou Lilly Ajarova, lembrando que esta aposta permitiu já que o Uganda subisse da 12.ª para a sexta posição do ranking da ICCA em África. “Temos feito promoção desta oferta e temos recebido algumas conferências internacionais, por isso, continuamos a promover esta oferta junto dos media especializados”, concluiu a responsável.

Recorde-se que a estratégia Uganda’s Vision 2040 prevê um forte crescimento país e estima que, até 2040, a economia do Uganda cresça de 49,5 mil milhões de dólares para 500 mil milhões de dólares.

*O Publituris viajou para França a convite da embaixada do Uganda em Paris
Sobre o autorInês de Matos

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Destinos

ForwardKeys coloca mais de 150 mil americanos a viajarem para Lisboa em julho e agosto

Lisboa surge entre os 10 destinos para onde os americanos mais viajarão nos meses de julho e agosto deste ano. Mas também o Porto e Faro aparecem entre os destinos que mais crescem.

Victor Jorge

De acordo com uma recente análise da ForwardKeys, a cidade de Lisboa receberá 153.000 turistas americanos em julho e agosto deste ano, representando uma quota de 3,1% das viagens totais a realizar pelos viajantes dos EUA, estimadas em 4.960.000, para os 27 Estados-Membros da Europa, incluindo o Reino Unido.

Não aparecendo no Top 10, a cidade do Porto, no entanto, é destacada devido ao crescimento de 9% face a 2024 (uma subida de três posições), enquanto Faro também registará uma forte subida, calculada numa melhoria de 15 posições.

A liderar este ranking da ForwardKeys aparece a cidade de Londres, estimando-se que receba 826 mil turistas americanos nos meses de julho e agosto (quota de 16,6%), sendo que os 2.º e 3.º lugares pertencem a Paris (405 mil turistas americanos e uma quota de 8,2%) e Roma (376 mil turistas e uma quota de 7,6%), respetivamente.

A cidade de Londres, contudo, deverá registar uma descida de 2% na receção de turistas americanos, face a igual período de 2024, com uma das maiores descidas a pertencer à Islândia (-12%), apesar do programa de stopover que ganhou popularidade junto dos viajantes americanos.

Entre as maiores subidas está a Helsínquia (+16%) que atrai mais turistas americanos este verão, possivelmente devido ao aumento da concorrência e à melhoria das ligações de longo curso, com a capacidade de voos diretos entre os EUA e Helsínquia a ter aumentado 59%.

“Com os turistas americanos a representarem a segunda maior despesa em turismo internacional a nível global — 158,7 mil milhões de dólares em 2023, segundo a Statista — ficando atrás apenas dos viajantes chineses, “compreender as suas intenções de viagem e as tendências emergentes é de enorme importância económica para destinos em todo o mundo. Prever essas tendências com precisão permite que os destinos otimizem as suas estratégias de marketing, infraestruturas e alocação de recursos, de modo a capitalizar oportunidades e mitigar possíveis descidas”, conclui a ForwardKeys.

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Prémios

Nova edição: Portugal Trade Awards, Travel Experts, Embratur, VisitPortugal Conference e BTL

A nova edição do Publituris faz capa com os Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025, que decorreram a 12 de março. Além dos prémios, há muito mais para ler nesta edição que fica marcada pela última edição da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market.

Publituris

A nova edição do Publituris faz capa com os Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025, que decorreram a 12 de março.  Conheça os 15 vencedores desta edição, que elegeu também Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé, como “Personalidade do Ano” 2024.

Mas, além dos prémios, há muito mais para ler nesta edição, que fica marcada pela última edição da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market. Na secção Distribuição, o destaque vai para a Capital Travel & Tours, DMC que atua nas Maldivas, e que veio à feira de turismo portuguesa dar a conhecer a sua oferta e estreitar laços com os clientes nacionais que já detém.

Também em Distribuição, publicamos ainda um artigo sobre a Travel Experts, que chegou a Portugal em janeiro de 2025 e que oferece soluções para agentes de viagens independentes, destacando-se pelas ferramentas, ampla rede de parceiros e pelo compromisso com a excelência no serviço, com suporte completo em português.

Em Destinos, contamos como foi a VisitPortugal Conference, que teve lugar no dia anterior à abertura da BTL e que deu protagonismo às delegações internacionais do Turismo de Portugal, assim como à Inteligência Artificial (IA).

Também na secção Destinos, publicamos ainda um artigo sobre a estratégia que está a permitir aos Açores terem turismo ao longo de todo o ano e em todas as ilhas, contribuindo para o “momento de ouro” que, segundo Berta Cabral, secretária Regional de Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, a região está a viver.

A entrevista ao presidente da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo, fecha a secção Destinos. Ao Publituris, o responsável, que regressou a Lisboa para participar na BTL, explicou que o Brasil vive um momento histórico depois de atingir um novo recorde de turistas internacionais, numa tendência que abrange também o mercado português e que Marcelo Freixo espera que se mantenha. Para isso, são precisas mais ligações aéreas, sendo possível que, em breve, haja novidades relativas à TAP.

Nesta edição, publicamos também uma foto-reportagem da BTL, assim como um dossier dedicado ao Turismo Religioso. Depois da 12.ª edição dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso, que voltaram a decorrer em Fátima no início de março, ficou a certeza que este segmento turístico continua a ter um vasto potencial. E não é apenas em Fátima, já que, por todo o país, há vários eventos que marcam o calendário do turismo religioso a nível nacional.

Já as opiniões desta edição, que conta também com o Check-in, são assinadas por Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Silvana Pombo (diretora-geral do Cascade Wellness Resort), Ana Jacinto (secretária-geral da AHRESP), António Marto (fundador da Bolsa de Empregabilidade) e Amaro Correia (docente e autor do livro “Governação e Smart Cities”).

Leia a edição aqui.

 

 

 

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Destinos

Rui Ventura é o novo presidente da Turismo Centro de Portugal

Num ato eleitoral que contou com o voto de 149 associados, representando 93,7% dos 159 elementos do colégio eleitoral, Rui Ventura foi eleito presidente da Turismo Centro de Portugal com 57,72% dos votos.

Publituris

A Assembleia Geral Extraordinária Eleitoral da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP) elegeu esta quinta-feira, 27 de março, Rui Ventura como novo presidente da Comissão Executiva desta entidade, para um mandato que termina em 2028.

O ato eleitoral com os votos de 149 associados, que representaram 93,7% dos 159 elementos do colégio eleitoral.

Apresentaram-se dois candidatos à presidência da Comissão Executiva. Rui Ventura, até agora presidente da Câmara Municipal de Pinhel, obteve 86 votos (57,72%) e Walter Chicharro, deputado na Assembleia da República e anterior presidente da Câmara Municipal da Nazaré, obteve 60 votos (40,27%), registando-se três 3 votos brancos.

Recorde-se que este ato eleitoral teve como único propósito eleger o presidente da Comissão Executiva da Turismo Centro de Portugal, lugar que se encontrava vago desde dezembro de 2024, pelo falecimento de Raul Almeida. Os restantes órgãos sociais da TCP, eleitos em julho de 2023, mantêm-se inalterados.

Depois de conhecidos os resultados, Rui Ventura enalteceu a participação, salientando que as duas candidaturas “mantiveram a elevação que esta entidade regional sempre teve, com um espírito de união que lhe é reconhecido”.

“É meu propósito que estejamos sempre juntos, quer os municípios, quer os privados, com quem tenho aprendido muito nas últimas semanas”, concluindo que “fui bem recebido, colhi ideias e recolhi o sentimento de cada um dos setores desta entidade. Acredito que esta região de turismo vai ter mais futuro ainda”.

Após a Assembleia Geral Extraordinária, seguiu-se uma Assembleia Geral Ordinária, que teve como principais pontos da ordem de trabalhos a apresentação do Relatório de Atividades e do Relatório de Gestão e Prestação de Contas de 2024, que foram aprovados por unanimidade.

Nascido a 26 de agosto de 1971, em Pinhel, onde reside, o percurso Rui Ventura tem sido maioritariamente marcado pela sua envolvência na política e no associativismo cultural e desportivo.

É funcionário autárquico, tendo assumido o cargo de presidente da Câmara Municipal de Pinhel em 2013, para o qual foi eleito após ter sido Adjunto, vereador e vice-presidente do anterior presidente da Câmara. Foi presidente do Conselho de Administração da Raia Histórica – Associação de Desenvolvimento do Nordeste da Beira (2016-2020) e vice-presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (2018-2020). É vice-presidente da Associação Territórios do Côa e presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira.
Os órgãos sociais da TCP, para o período 2023-2028, são:

Comissão Executiva:
Presidente: Rui Ventura
Vice-Presidente: Anabela Freitas
Jorge Sampaio
Elsa Marçal
Luís Albuquerque

Mesa da Assembleia Geral:
Presidente: Francisco Rolo (TCP – Associação para a Promoção do Turismo na Região Centro de Portugal)
Secretário da Mesa: Vítor Pereira (Câmara Municipal da Covilhã)

Conselho de Marketing:
Presidente: Jorge Almeida “Loureiro” (Hotel Avenida)
Luís Tadeu Marques (ADIRAM – Associação Aldeias de Montanha)
Carlos Ascensão (Aldeias Históricas de Portugal)
Laura Rodrigues (Câmara Municipal de Torres Vedras)
Rodolfo Baldaia de Queirós (Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior)
Jorge Costa (Empreendimentos Turísticos Montebelo)
António Marques Vidal (APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos)

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Ryanair chega pela primeira vez aos 200M de passageiros transportados num ano

Os 200 milhões de passageiros transportados pela Ryanair em 2024/2025 representam um aumento de 9% face ao total de passageiros que a companhia aérea tinha transportado no anterior ano fiscal.

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A Ryanair anunciou que, pela primeira vez, chegou aos 200 milhões de passageiros transportados num único ano, atingindo um “novo recorde histórico”, avança a companhia aérea low cost, em comunicado.

“A Ryanair tem orgulho de ter transportado 200 milhões de passageiros em 2024/2025 e estamos satisfeitos”, congratula-se Michael O’Leary, CEO do Grupo Ryanair, citado no comunicado enviado à imprensa.

A marca foi atingida esta quarta-feira, 26 de março, num voo da Ryanair desde Fuerteventura para Madrid, em Espanha, e Maria Cornelia Vos foi a passageira que permitiu à companhia aérea alcançar a marca dos 200 milhões de passageiros.

Os 200 milhões de passageiros transportados pela Ryanair em 2024/2025 representam um aumento de 9% face ao total de passageiros que a companhia aérea tinha transportado no anterior ano fiscal.

Depois de alcançada esta marca histórica, a Ryanair conta chegar, em 2025/2026, aos 210 milhões de passageiros, número que vai constituir um novo recorde para a companhia aérea.

 

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TAP dá lucro pelo 3.º ano consecutivo mas com descida de quase 70%

No ano passado, a TAP obteve um resultado liquido de 53,7 milhões de euros, valor que se mantém positivo pelo terceiro ano consecutivo, mas que traduz uma descida de 69,7% face aos 177,3 milhões de euros de 2023, devido ao impacto de “provisões laborais extraordinárias e perdas cambiais”.

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Em 2024, a TAP obteve um resultado liquido de 53,7 milhões de euros, valor que continua positivo pelo terceiro ano consecutivo mas que apresenta uma descida de quase 70% face ao apresentado em 2023.

De acordo com um comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira, 26 de março, o resultado do ano passado “foi maioritariamente impactado por provisões laborais extraordinárias e perdas cambiais”, o que ditou uma descida de 69,7% face aos 177,3 milhões de euros contabilizados em 2023.

“Os resultados de 2024 confirmam a trajetória de recuperação da TAP iniciada nos últimos anos. Pelo terceiro ano consecutivo, a TAP apresentou um resultado líquido positivo, suportado pelo aumento das receitas e pela estabilização dos resultados operacionais. Adicionalmente, o contínuo aumento da pontualidade e regularidade confirmam uma operação mais robusta e resiliente”, congratula-se Luís Rodrigues, CEO da TAP.

Apesar da acentuada descida do lucro face ao ano anterior, a TAP realça que, relativamente a 2019, “último ano antes da pandemia, os resultados registam um incremento de 149,4 milhões de euros.

O comunicado divulgado pela TAP dá ainda conta que as receitas operacionais totalizaram “um novo máximo histórico”, chegando aos 4.242,4 milhões de euros, o que traduz um aumento de 0,7% face a 2023 e 28,6% acima dos níveis de 2019.

“As receitas de passagens voadas mantiveram-se positivas, impulsionadas pelo aumento da capacidade (+1,6%) e pela melhoria do Load Factor (+1,5 p.p.)”, destaca também a companhia aérea.

A TAP refere ainda que também o “forte desempenho do segmento de Manutenção (+44,6%), em particular na atividade da oficina de motores, também contribuiu para o crescimento das receitas”.

Quanto a passageiros, no ano passado, a companhia aérea de bandeira nacional transportou, em 2024, 16,1 milhões de passageiros, o que indica um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior, atingindo 94% dos valores alcançados em 2019. Já o número total de voos operados diminuiu 1,5% face a 2023, atingindo 86% dos níveis pré-crise.

Já a receita por passageiro por assento/quilómetro disponível (PRASK) somou 7,13 cêntimos, diminuindo 2,3% (-0,17 cêntimos) em termos homólogos, mas permanecendo 28,4% (+1,58 cêntimos) acima dos níveis de 2019.

Quanto a custos, a informação divulgada pela TAP revela que os custos operacionais recorrentes aumentaram 0,8% em termos homólogos, atingindo 3.859,8 milhões de euros em 2024, com o CASK – Cost of Available Seat Kilometer dos custos operacionais recorrentes a diminuir 0,7% para 7,20 cêntimos, enquanto nos custos operacionais recorrentes, excluindo custos com combustível, aumentou 2,1% face a 2023, atingindo 5,25 cêntimos.

No ano passado, o EBITDA recorrente da TAP atingiu os 875,3 milhões de euros, com uma margem de 20,6%, aumentando 3,7 milhões de euros ou 0,4% em comparação com 2023, enquanto o EBIT recorrente totalizou os 382,7 milhões de euros, com uma margem de 9,0%, representando uma diminuição de 3,2 milhões de euros ou 0,8%, refletindo um nível de rentabilidade consolidado, em linha com 2023 e “acomodando com sucesso os novos Acordos de Empresa e o aumento dos custos com pessoal”.

O CEO da TAP realça que estes resultados foram alcançados “num ano muito desafiante, marcado por um aumento relevante da concorrência nos nossos principais mercados, fortes desvalorizações cambiais, desafios operacionais, nomeadamente no controlo de tráfego aéreo e eventos meteorológicos adversos, e constrangimentos estruturais, como o limite de aeronaves”.

Para 2025, o responsável prevê “um ano desafiante”, ainda que sublinhe que este será o ” último ano do plano de restruturação”, pelo que a TAP vai continuar focada na sua “transformação”, de forma a tornar-se numa “companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria”.

 

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