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“Temos de ter a noção de que teremos de ser muito eficazes”

Analista, consultor, ex-governante, Paulo Portas estará no Congresso da APAVT para indicar alguns caminhos passados e futuros. As incertezas são grandes e conhecem atualizações constantes e nesta entrevista, feita antes de conhecidas as “novidades” da variante Omicron, Paulo Portas admite que “o mundo que gira à volta do turismo é enorme”, não percebendo “por que razão devemos dar um pontapé naquilo que nos ajuda a criar riqueza”.

Victor Jorge
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“Temos de ter a noção de que teremos de ser muito eficazes”

Analista, consultor, ex-governante, Paulo Portas estará no Congresso da APAVT para indicar alguns caminhos passados e futuros. As incertezas são grandes e conhecem atualizações constantes e nesta entrevista, feita antes de conhecidas as “novidades” da variante Omicron, Paulo Portas admite que “o mundo que gira à volta do turismo é enorme”, não percebendo “por que razão devemos dar um pontapé naquilo que nos ajuda a criar riqueza”.

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Muito se tem falado na recuperação ou retoma do setor do turismo, da importância do mesmo para a economia do nosso país e o que se pode, deve e tem de fazer. Em entrevista, Paulo Portas, ex-vice-Primeiro-Ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, jurista e empresário, dá a sua visão (crítica) relativamente a diversos temas. A começar pelo aeroporto e pelas “injustiças” cometidas contra o setor privado. Tudo isto em entrevista no âmbito do 46. Congresso da APAVT e antes de conhecidas as mais recentes novidades relacionadas à nova variante da COVID-19.

O título da sua intervenção no 46.º Congresso da APAVT é “Recuperação pós-Covid: tendências globais, europeias e nacionais – As questões do crescimento, as incertezas da retoma e o futuro da economia”. Já estamos em recuperação? E que incertezas existem ou poderão existir relativamente a essa mesma retoma no turismo?
Se compararmos 2021, como provavelmente vai terminar, com 2020, obviamente que estamos a recuperar e, felizmente, com bastante força e sustentação. É preciso termos a noção de que em 2020, o ano mais trágico de todos os pontos de vista, as dormidas, em Portugal, caíram, em hotéis, 65% face a um ano normal. Em Alojamento Local, a quebra foi de cerca 59% e mesmo em espaço rural, mais protegido, o decréscimo rondou os 35%. Por isso, comparando com 2020 estamos substancialmente melhores.

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Se compararmos com o último ano normal das nossas vidas – 2019 – ainda não chegámos ao nível em que podemos dizer que recuperámos o ponto de partida.

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Mas 2019 foi um ano recorde. Será que podemos bater recorde atrás de recorde?
Foi. Aliás, Portugal foi, sucessivamente, batendo recordes. 2019 é o último ano com o qual nos podemos e devemos comparar e não sou favorável a comparações deliberadamente pessimistas, porque acho que nós, como país, como setor privado, devemos ter ambição e essa é, sem dúvida, superar os anos melhores.

A verdade é que se olharmos para um bom indicador, que não é completo, mas que é bastante interessante, o tráfego dos aeroportos portugueses, fechará, tudo indica, o ano 2021 com um contributo bastante assinalável do último trimestre, portanto de outubro a dezembro, a correr manifestamente bem, fecharemos o ano entre 70 a 80% do nível de 2019.

É preciso ter a noção de que as projeções para o próximo ano, que poderíamos pensar como o ano da aterragem normal e definitiva, não são tanto assim porque apontam, se formos pessimistas, para cerca de pouco mais de 70% do nível de 2019 ou num cenário mais otimista um pouco mais de 80%. Isto porque há incertezas associadas a esta fase a que chamo transformação da pandemia em endemia. Ou seja, nós temos incertezas ainda do lado da saúde publica, porque temos incertezas relativamente à possibilidade de existência de variantes e ao peso que têm no bloqueio da sociedade no nível da não vacinação deliberada que, felizmente em Portugal, é relativamente baixo, mas que em vários países europeus, para não falar dos EUA, é altíssimo.

Quando uma parte da sociedade recusa a solução que a ciência lhe oferece para voltarmos a ter uma vida normal, isso impede os mercados e as administrações de funcionarem completamente abertos.

Temos visto países a aumentarem o número de casos, regresso de confinamentos e taxas de vacinação abaixo dos 30%.
Essa realidade é desastrosa. Todos os países europeus com menos incidência de vacinação estão a Leste. Não são todos, mas alguns são especialmente críticos. A permeabilidade dos sistemas ao negacionismo e às teorias de conspiração, esta gente que se dedica a inventar e não a trabalhar que é como estão as democracias na Europa, isso tem consequências económicas.

Em geral, devo dizer, uso sempre o conceito de assimetria para explicar as consequências económicas da pandemia. Esta pandemia é mundial, global, mas não é assimétrica. É preciso fazer esta distinção subtil, porque é muito importante. O mundo nunca esteve aberto ao mesmo tempo em todo o lado e o mundo nunca esteve fechado ao mesmo tempo em todo o lado. Isto tem consequências económicas enormes.

E mesmo atualmente ainda estamos longe dessa assimetria, 20 meses depois do início desta pandemia.
Sim, veja-se o Reino Unido e outros países europeus, a Ásia. A diferença entre a pandemia e a endemia é que na pandemia o vírus controla-nos a nós, na endemia somos nós que controlamos o vírus.

Numa, estamos sempre a fazer face ao desconhecido, na outra, habituamo-nos a gerir esta dificuldade.

O peso do turismo
Encontrei um comentário que fez a 11 de abril de 2020 [no espaço semanal na televisão] relativamente ao setor do turismo e à chamada de atenção que fez ao peso que o mesmo tinha na economia nacional. 1 em cada 5 euros que Portugal encaixava vindo do estrangeiro vinha do turismo. 20 meses depois, que turismo temos e, fundamentalmente, que turismo teremos no futuro em Portugal em termos de importância económica?
Sim, o turismo representa cerca de 20% das exportações portuguesas. É um quinto de uma economia que acelerou bastante a sua componente exportadora, felizmente, em tempos muito difíceis. Nem sempre as pessoas têm a noção de que economicamente, o turismo aparece na coluna das exportações. Parece importação de pessoas, mas é exportação de serviços.

Lembro-me do presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, referir, em março de 2020, que se tratava de salvar a Páscoa, em maio era salvar o verão, em outubro o Natal e o Ano-Novo, e por aí adiante. E estamos em finais de novembro de 2021 a pensar salvar 2022. Conseguiremos salvar o turismo em Portugal em 2022, apesar do que está a acontecer por esse mundo fora (novo aumento de casos, aumento dos combustíveis, instabilidades económicas, etc.)?
O turismo tem um peso especialmente relevante em países como Portugal, Espanha, Grécia, Itália, entre outros, na formação do PIB e no valor acrescentado da economia.

Tudo o que está à volta do turismo representa cerca de 20% das nossas exportações, a procura turística representa cerca de 15% do PIB e o turismo, em si mesmo, no último ano com estatísticas normais, representou quase 9% do valor acrescentado da nossa economia.

Outro “pequeno pormaior”, o turismo, entre 2018 e 2019, representava quase 450 mil empregos. É muita gente, muitas famílias, muitos jovens dependentes da atividade turística.

E quando digo atividade turística, volto à sua pergunta, sempre me pareceu óbvio que numa pandemia com esta intensidade, os setores que seriam mais afetados no tempo, ou seja, mais impactados direta e persistentemente, seriam todos aqueles que tivessem uma relação com a ideia de multidão.

Até as pessoas ganharem confiança para entrar num avião ou estarem junto com dezenas, senão milhares, num aeroporto, num hotel onde existem centenas de quartos, estarem em congressos e conferências com muitos participantes, isso depende de uma palavra que atualmente vale ouro: confiança.

Sempre me pareceu que pelo facto de em Portugal o turismo ter um peso especificamente mais forte …

Demasiado forte?
Não, acho que Portugal não tem de limitar as suas capacidades naturais nem as suas capacidades se recursos humanos.

Mas houve quem afirmasse que o turismo teria peso a mais na nossa economia.
Sim, houve. E não foi há demasiado tempo que ouvíamos meios bem-pensantes dizerem, às vezes com desdém, que havia turistas a mais. Recordo que em 2020 tivemos o custo de ter turistas a menos. De maneira que as pessoas, eventualmente, possam fazer agora uma avaliação mais justa.

Portugal tem enormes qualidades naturais, tem muito boas qualidades de recursos humanos, é um país comparativamente seguro, um país hospitaleiro, um país com um acesso e facilidade no uso das línguas estrangeiras mais natural do que outros, é um país que foi sabendo, sobretudo ao longo dos últimos 10 anos, construir uma marca do ponto de vista internacional, um país muito premiado do ponto de vista turístico. Por isso, por que razão devemos dar um pontapé naquilo que nos ajuda a criar riqueza e a superar níveis de desenvolvimento que são inferiores aos desejados?

Outros iriam agradecer?
Claro, tudo o que rejeitarmos, outros aproveitarão. Mas é preciso ter atenção que relativamente a 2022 há ainda alguns pontos de interrogação.

Para ser justo, mais uma vez, sabemos mais hoje sobre a pandemia do que sabíamos há um ano. Mas ainda não sabemos tudo. Um dos fatores que é ainda incerto tem a ver com a existência de variantes, embora a história das pandemias aponte para um número de vagas, cujos critérios de classificação vão variando, mas que durou mais ou menos o tempo que esta durou …

Influências externas
Já está a falar no passado?
Falo no sentido que estamos a fazer uma transição para a endemia. O facto de a pandemia passar a ser endemia não quer dizer que o vírus tenha desaparecido, quer apenas dizer que o sabemos controlar.

Por outro, existe uma assimetria económica por causa daquele princípio de que o mundo não está todo aberto ao mesmo tempo e não está fechado todo ao mesmo tempo.

Estamos a viver um conjunto de fatores que refletem alguma incerteza sobre o ano de 2022.

Os preços estão a subir e não é só o preço no supermercado. Tudo o que dependa dos preços da energia ou dos combustíveis, obviamente, vai refletir-se no desajustamento entre a oferta e a procura a que o mundo está a assistir.

Até as próprias cadeias de fornecimento e/ou de logística contribuem para isso?
Exato, as cadeias de fornecimento estão interrompidas em muitos casos e os prazos de entrega estão, às vezes, duplicados e os custos anormalmente altos.

Sabemos que não é um fenómeno definitivo, mas, em 2022, ainda teremos que conviver com o impacto destes fatores nas condições da oferta turística.

Na altura, defendia, igualmente, uma cooperação ou aliança entre Estado e setor privado, admitindo ser “determinante” no turismo, bem como “uma estratégia agressiva em termos internacionais”.
Não pode ser de outra maneira. Nós somos uma economia relativamente pequena, muito dependente, como é evidente, das conjunturas externas. É a única maneira de nos desenvolvermos. Não nos podemos fechar. Se nos fecharmos empobrecemos.

Em circunstâncias excecionais valem de muito pouco as receitas de manual, porque elas não são feitas para circunstâncias excecionais.

Para mim o turismo pode começar na fronteira terrestre ou na marítima, mas quando vemos a quantidade de turistas a chegar ao aeroporto, as agências de viagens, as reservas para os hotéis, os rent-a-car, os guias, a restauração que é beneficiária líquida da atividade turística. Ou seja, o mundo que gira à volta do turismo é enorme. Todo ele depende da restauração da confiança quanto à ideia de que se pode estar com mais gente num determinado local. Isso vai avançando.

Há sinais da recuperação do chamado turismo de convenções ou conferências onde sempre achei que Portugal poderia ser competitivo se fizesse o seu trabalho de casa.

Mas há um ponto de interrogação sobre um segmento muito importante: o turismo de negócios.

A pandemia gerou ou não gerou uma alteração estrutural no comportamento das empresas e quadros relativamente a viagens curtas? Portugal tem uma dependência do turismo corporativo mais elevada do que a média europeia. Aí, acho que os sinais de recuperação são mais tímidos. Alguma alteração veio para ficar.

A chamada digitalização ou transformação digital do trabalho?
É um problema de economia de meios, de poupança por parte das empresas. Os quadros poupam tempo e algumas coisas que antes eram feitas presencialmente e com uma viagem, hoje em dia serão menos feitas dessa maneira. Parece-me que alguma alteração estrutural veio para ficar. Há quem diga 20%, há quem diga que é 40%, ninguém sabe.

Mas volto a frisar que o turismo de convenções e conferências é uma das oportunidades absolutamente extraordinárias para um país que tem sol até ao fim de outubro.

O presidente do Turismo de Portugal Luís Araújo, sempre disse que era preciso manter os motores a trabalhar para que, quando fosse dado o tiro de partida, Portugal pudesse estar na linha da frente. Pergunto-lhe se Portugal está, de facto, na linha da frente comparando com os seus mais diretos concorrentes (Espanha, Itália, Grécia, Croácia, França)?
Portugal, sendo um caso genericamente semelhante a todos esses países que citou, tem circunstâncias absolutamente singulares. Os países são o que são e devem desenvolver o seu melhor. Ninguém é competitivo em todos os critérios, mas onde queremos ser competitivos, temos de ter a ambição de estar nos três primeiros da Europa.

Há muitos critérios de competitividade, mas nenhum país vai ser competitivo em todos. Mas se nós, naqueles em que queremos ser competitivos, tivermos a ambição de ser o 1.º, 2.º ou 3.º, tenho a certeza de que o modo de progresso é maior.

É mais fácil dizer no setor público que se liga a chave, do que no setor privado. Uma parte desse setor privado colapsou.

Se conseguirmos vencer as incertezas, se não tivermos hesitações quanto à 3.ª dose da vacinação, conseguiremos. Estamos a achegar ao inverno, período que já nos pregou partidas no passado, e estamos a atrasar-nos na 3.ª dose. Esta está a ser dada somente a pessoas com mais de 65 anos. Ora, a força de trabalho essencial do país está abaixo dessa idade. Temos de nos despachar nessa matéria, ser muito profissionais e, com toda a franqueza, não podemos dar um centímetro de espaço aos negacionismos e teorias da conspiração. Essa gente dá cabo das economias.

Mas disse que parte do setor privado colapsou. Pergunto, voltará a erguer-se?
Uma das grandes vantagens da economia de mercado é que nada se perde, tudo se transforma. De facto, há quem fique para trás, mas nascem outros projetos. Muitas empresas aproveitaram para fazer reestruturações, olharam para o seu modo de funcionar e tentaram melhorá-lo. O setor privado é, neste aspeto, muito mais ágil do que as administrações do Estado.

Gostaria, por exemplo, que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) fosse muito mais orientado para o setor privado, pela simples razão, e não por um critério ideológico, que 80% do emprego e da riqueza criada em Portugal é pelo setor privado.

As (várias) incertezas
Acresce-se a incerteza política que em nada vem ajudar?
Temos um Governo que está em plenitude de funções. Não ponham na cabeça que o Governo caiu ou que está em gestão. Nem caiu, nem está em gestão.

Não é boa ideia para o país defender que o Governo não pode fazer nada, porque senão perdemos um trimestre, pelo menos. E um trimestre tem valor económico.

Como não temos riqueza para perder, não nos podemos dar ao luxo de perder um trimestre ou dois.

Acho que é preciso encontrar um equilíbrio entre o que o Governo deve poder fazer, porque está em funções, e aquilo que não é aconselhável que faça por, não sendo um Governo de gestão, ser em todo o caso um Governo que transita para um futuro Executivo seja ele qual for.

Mas não se deve nem pode defender que a Administração fique parada.

Não nos podemos esquecer que o PRR tem um prazo de execução curto e não podemos andar a deitar trimestres ou semestres pela janela ou que não o executamos em tempo. Não há tempo para prolongamento.

E é preciso não esquecer que isto acontece uma vez, não há segundas nem terceiras hipóteses, não há nenhum tesouro europeu. Apesar das dificuldades próprias do sistema político democrático, temos de ter a noção de que teremos de ser muito eficazes.

Quando falamos de turismo, 2020 e 2021 teve no turismo interno um eixo essencial.
Sim, de facto, ganhámos alguma intensidade no mercado ou turismo interno e eventualmente, alguma dela, não toda, perdure. Não toda, mas alguma.

E temos os mercados de proximidade que, ao contrário, dos transatlânticos assumem uma importância nos tempos mais próximos?
Sabemos, atualmente, do que dependemos. Isso não tem ciência. Se porventura, houvesse uma circunstância em que Reino Unido, Espanha, Alemanha, França estivessem fechados ao mesmo tempo, seria dramático.

Sabemos todos que dependemos desses mercados e que é preciso um esforço enorme para diversificar. Sabemos onde podemos crescer. Onde é? Em mercados que estão a crescer sustentadamente acima do crescimento global e que está a criar novas classes médias.

Incertezas TAP e aeroporto
É impossível falar em turismo, ou melhor, crescimento do turismo em Portugal sem abordar certas e determinadas infraestruturas como, por exemplo, o novo aeroporto para a área de Lisboa?
Não consigo entender a hesitação sobre o novo aeroporto. Sou favorável, como sempre fui, por economia de meios e porque a nossa divida é o que é, à solução Portela +1 e não consigo entender a exaustão de tempo que tudo isto tem demorado.

Naturalmente que agora haverá argumentos para o conforto, com a justificação de que só iremos recuperar em 2023 ou 2024.

Mas o aeroporto não se constrói em um ou dois anos?
Mesmo por isso, não podemos esperar. Sendo evidente que a Portela já estava a atingir um ponto de limite. Pode fazer obras, aumenta-se esse limite …

Há quem diga que esse limite já foi atingido em 2019?
Com as obras aumentaria, porque é sobretudo um problema de espaço para os aviões.

Não temos recursos para fazer um completamente novo, porque isso é muitíssimo mais caro.

Quando fala de novo, refere-se a Alcochete?
Seja o que for, um completamente novo, de raiz. A nossa dívida é quase 135% do PIB e é preciso que tenhamos a noção de que este problema virá ter connosco.

Basta que se verifique uma alteração na economia internacional, tendencial, que já se começa a notar, com os juros a não ficarem a zero nem neutrais.

Sou muito pragmático: preciso de mais infraestrutura aeroportuária? Sim! Tenho capacidade para fazer um aeroporto de raiz, novo? Gostaria de ter, mas não tenho! Há uma hipótese de o fazer? Sim! Então porque não começa?

Acho que o raciocínio é tão lógico que faz confusão.

Acredita nas datas avançadas pelo ‘chairman’ da ANA no Dia Mundial do Turismo ao dizer que teremos aeroporto em 2035 ou 2040?
Isso é estrita responsabilidade do decisor político. Ora decide-se, ora não se decide, ora são os ambientalistas, ora são os municípios, ora são os lobbies, ora são as pressões para que se construa noutro lado e com outros meios.

Sabe que há coisas que são difíceis de decidir, agora a equação é tão evidente: preciso, não tenho meios para fazer um completamente novo, tenho uma hipótese de fazer um que é complementar, era por aí que ia.

Fico baralhado com tudo isto, porque já sou pela solução Portela +1 há muitos anos. Este debate não começou ontem e é evidente que os atrasos têm como consequência aumentar a pressão para um aeroporto completamente novo.

Que vai adiar ainda mais a sua conclusão?
E, sobretudo, olhem para os custos. Somos a 3.ª maior dívida da UE.

Falar de turismo também é falar da TAP. Como vê a solução para a companhia nacional?
Há muitas coisas para além da TAP. O que me preocupa mais no caso do ano turístico que aí vem são os preços.

A aproximação que tenho da realidade é que, por exemplo, em viagens de curta duração de negócios, o preço está a duplicar.

Pessoas vs digital
E saída do capital humano do setor do turismo. Em sua opinião, quem saiu, irá regressar ao setor?
Ainda não voltou toda a gente. O turismo é um setor que em condições normais é crescente. Isto depende muito da resiliência das empresas e também da estabilidade e do prolongamento dos programas de apoio.

Sempre achei que os programas de apoio para o setor do turismo deveriam ser muito mais prolongados que para os outros setores.

A radicalidade do impacto é completamente diferente. Imagine-se o ano económico de um hotel que perde 2/3 dos clientes? O que é que isso significa em termos de recursos humanos, custos de manutenção, etc..

Há dois temas reforçados com a pandemia: sustentabilidade e digitalização. Portugal tem capacidade para se tornar num destino turístico interessante do ponto de vista sustentável aos olhos do turista internacional?
Acho que está entre os que demonstram maior capacidade. Sabe que desconfio muito da retórica dos grupos de protesto. O problema essencial da descarbonização não está na Europa. Saibamos olhar para os dados e em vez de convocar manifestações a protestar contra os europeus, talvez fosse mais útil, interessante e mais verdadeiro protestar com quem tem realmente responsabilidades muito sérias no agravamento na questão do carbono. E onde é que estão essas responsabilidades? Estão essencialmente na China, Índia, em parte ainda nos EUA, embora com melhorias.

Falamos do clima, protestar contra todos e culpar aqueles que mais se esforçaram para melhorar as coisas não me parece razoável. Ora, Portugal está na Europa, é um país que se soubermos proteger o nosso património, se soubermos proteger a nossa memória e a nossa história, se formos muito profissionais na formação dos quadros e dos colaboradores, se toda a gente quiser fazer mais e melhor o seu trabalho, teremos tudo para vencer.

No que diz respeito à digitalização, o maior problema está na Administração Pública. Se se vai investir milhares de milhões de euros na digitalização da Administração Pública, gostaria de ter resposta a uma questão que nunca ouvi ser levantada: e quantos processos é que isso simplificará para o cidadão que é cliente? E quantas pessoas serão necessárias?

A digitalização da Administração Pública é uma verdadeira transformação ou é um upgrade informático? E se é uma verdadeira transformação, têm de me dizer quanto tempo é que isso vai poupar?

O setor das agências de viagens foi um dos mais afetados dentro do todo do turismo?
Sobretudo, porque hoje em dia tem uma concorrência chamada digital.

Que caminho é que este setor terá de tomar?
Terá de ser um caminho paralelo à retoma ou recuperação como um todo, com as suas limitações e vantagens.

Penso que, no final da etapa da transição da pandemia em endemia, as pessoas voltarão a viajar e precisam do turismo. É evidente que algumas empresas terão ficado pelo caminho, outras reestruturaram-se, enfrentam hoje em dia um instrumento poderoso do ponto de vista de concorrência que são as reservas digitais, autónomas do sistema. Mas têm, a meu ver, um ‘plus’ na relação de confiança que não existe noutras alternativas.

É uma questão de confiança e personalização do serviço?
Continuo a reservar as minhas viagens por agência. Sabe porquê? Porque confio nas pessoas, não sei se confio no algoritmo.

E do lado do consumidor, houve ou registar-se-á uma alteração muito profunda?
Depende. O consumidor escolherá sempre a solução que lhe seja mais económica e favorável.

Como as viagens implicam muitas coisas ao mesmo tempo, sobretudo há que não ter surpresas e ter solução para as resolver. E nisso, as agências dão garantias.

Que Portugal teremos a nível turístico no final desta pandemia?
Os dados apontam para uma recuperação em 2023, mas esses dados são voláteis. Gostaria que 2022 já fosse um ano de recuperação completa face a 2019. Provavelmente haverá um défice, mas também é preciso dizer que 2021 teve mais recuperação do que muitos estimavam, sobretudo por causa do último trimestre.

É sempre um problema de expectativas. A transição de uma pandemia para endemia é, em si mesmo, um triunfo. Sei que há muitos críticos do capitalismo, da economia de mercado, dos privados. Mas coloco a seguinte questão: quem é que chegou às vacinas? Foi ou não a indústria privada em conjunto com a ciência pública e privada? Talvez sermos um pouco mais justos também ajudaria.

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Comboio Histórico do Vouga veste-se de Natal e promete espalhar magia
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Comboio Histórico do Vouga veste-se de Natal e promete espalhar magia

Com sete viagens previstas, entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, o Comboio Histórico do Vouga, promete uma edição de Natal ainda mais inesquecível a miúdos e graúdos, naquela que é a única linha de via estreita em funcionamento em Portugal.

A bordo de um comboio repleto de história, os passageiros vão poder visitar o Museu Ferroviário – Núcleo de Macinhata do Vouga e a cidade de Águeda, com as suas famosas decorações e animação de rua, incluindo o Maior e o Menor Pai Natal do Mundo. Este é o primeiro ano em que o comboio circula decorado com iluminação exterior alusiva à quadra festiva.

O Comboio Histórico do Vouga, composto por uma locomotiva e carruagens históricas e vestido de luzes e enfeites de Natal, parte de Aveiro e realiza uma paragem em Macinhata do Vouga, para visita ao Museu Ferroviário local, com direito a uma feirinha de Natal e animação da época. Segue depois para Águeda, onde os passageiros terão cerca de três horas para visitar as múltiplas iniciativas de Natal espalhadas pela cidade, desde o Maior ao Menor Pai Natal do Mundo até às instalações e iluminações que evocam a magia do Natal.

Estão previstas sete circulações, aos sábados, entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, sendo a primeira viagem realizada a 23 de novembro. Os bilhetes já estão à venda.

O Comboio Histórico do Vouga, com 206 lugares, será tracionado pela locomotiva diesel CP 9004, uma peça histórica construída no final da década de 50 do século passado, que marcou o fim da era dos comboios de via estreita na Linha de Guimarães. É composto por cinco carruagens que são verdadeiras joias da história dos caminhos de ferro: três carruagens de varandim (uma de origem belga de 1908, uma fabricada na Alemanha em 1925 e uma outra construída pelos então Caminhos de Ferro do Estado, nas oficinas do Porto, em 1913); uma carruagem portuguesa, construída no Barreiro em 1908 e que circulou na Linha do Corgo, entre Régua e Chaves; e uma carruagem mista de fabrico italiano.

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Espanha recebe 74 milhões de turistas internacionais até setembro

Em setembro, Espanha recebeu 9,6 milhões de turistas, correspondendo a uma subida de 9,1%. Já no acumulado do ano, a subida foi quase de 11% para perto de 74 milhões. Os visitantes portugueses aumentaram em ambos os períodos em análise.

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Mais de 73,9 milhões de turistas estrangeiros visitaram Espanha até setembro, mais 10,9% do que no período homólogo de 2023. Este é o valor mais alto para este período na série Frontur, uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol. De igual modo, segundo o Egatur, as despesas efetuadas por estes viajantes foram de 99,1 mil milhões de euros.

Os principais mercados emissores nos primeiros nove meses do ano foram o Reino Unido, com mais de 14,7 milhões de turistas (+7,4%); França, com quase 10,3 milhões (+10,5%), e Alemanha, com quase 9,4 milhões (+8%).

No acumulado do ano, Portugal surge com 2,4 milhões de turistas (+6,4%), enquanto a análise mensal dá uma subida de 7,6%, correspondendo a pouco mais de 303 mil portugueses a visitarem o território espanhol no novo mês de 2024.

As comunidades autónomas que receberam mais turistas durante este período de nove meses foram a Catalunha com 15,8 milhões (+10%), seguindo-se as Ilhas Baleares com 13,3 milhões (+5,9%) e Ilhas Canárias com11 milhões (+10%).

Recorde-se que Espanha recebeu pouco mais de 85 milhões de turistas internacionais em 2023, um novo número histórico.

Nas dormidas, Espanha regista mais de 107 milhões nestes primeiros nove meses de 2024, uma subida de 10% face aos mesmos meses de 2023.

Em setembro deste ano, Espanha recebeu 9,6 milhões de turistas, uma subida de 9,1% face a igual mês de 2023, enquanto as dormidas aumentaram 6,6% para 13,2 milhões.

Nesta análise mensal, o mercado do Reino Unido é o único a ultrapassar a fasquia dos 2 milhões, seguindo-se Alemanha e França acima do milhão (1,3 milhões e 1,1 milhões, respetivamente.

No que diz respeito aos gastos dos turistas, o Egatur revela que, até setembro, os visitantes internacionais atingiram 99.086 milhões de euros, sendo o Reino Unido o país com maior despesa acumulada, 18,4% do total. Seguiram-se a Alemanha (12,1%) e a França (9%).

As regiões autónomas que mais beneficiaram das despesas efetuadas por estes viajantes foram a Catalunha, com 19,1% do total, as Ilhas Baleares, com 17,5%, e as Ilhas Canárias, com 16,7%.

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PLAY Airlines começa a voar para a Madeira na próxima terça-feira

Na próxima terça-feira, 15 de outubro, a PLAY Airlines dá início aos voos entre a Madeira e a Islândia, numa operação que conta com um voo por semana.

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O voo inaugural da rota que a PLAY Airlines vai abrir para a Madeira vai ter lugar na próxima terça-feira, 15 de outubro, assinalando o arranque de uma operação que vai contar com um voo por semana, às terças-feiras, entre a Islândia e o arquipélago português.

“Estamos entusiasmados com a introdução de voos entre a Islândia e a deslumbrante ilha da Madeira. Esta rota é mais do que uma simples ligação – é uma oportunidade para os viajantes conhecerem dois destinos únicos e belos”, afirma Einar Örn Ólafsson, CEO da PLAY.

O responsável mostra-se confiante no sucesso da operação, esperando que esta rota gere “um forte interesse por parte daqueles que estão ansiosos por explorar a beleza natural da Islândia e da Madeira”.

Recorde-se que a PLAY Airlines é uma companhia aérea low-cost islandesa que opera entre a América do Norte e a Europa, tendo a Islândia e a sua capital como hub central, onde os passageiros podem fazer uma paragem durante alguns, sem custos adicionais, ao abrigo do programa de stopover da companhia aérea.

Atualmente, a PLAY voa para Baltimore, Boston, Nova Iorque e Washington DC,  nos EUA, assim como para Toronto, no Canadá, além de vários destinos europeus, sendo que, em Portugal, a transportadora já voa para Lisboa e Porto, destinos aos quais se juntam agora a Madeira.

 

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Região de Lisboa renova parceria com a Cultura

A ERT Lisboa renovou o acordo de colaboração com o Centro Nacional de Cultura. Até ao final de 2024 serão reforçados os investimentos em três roteiros.  

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A Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) assinou um novo acordo de colaboração com o Centro Nacional de Cultura, com o objetivo de continuar a promover os roteiros “Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo”, “Caminho de Santiago” e “Lisboa: Bairros e Lojas com História”.

Até ao final do ano, serão desenvolvidos vários materiais promocionais, em parceria com os municípios de Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira.

Carla Salsinha, presidente da Comissão Executiva da ERT-RL, salienta que “a renovação desta parceria permite conferir sustentabilidade e continuidade ao trabalho que temos desenvolvido em conjunto com o Centro Nacional de Cultura, desde o ano passado. Vamos agora investir em três projetos de grande dimensão que resultarão num maior usufruto da região, por parte de peregrinos, visitantes e turistas”.

Do projeto “Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo” resultará a produção de uma edição, em papel, do Roteiro do Caminho do Tejo, disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), a atualização da plataforma/site Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo, a ampliação da coleção de postais Caminho do Tejo e a criação e produção de materiais de apoio ao peregrino.

Já para o projeto “Caminho de Santiago” será realizado o processo de identificação e verificação detalhada do percurso – incluindo as jornadas, os recursos logísticos e a sinalização -, a organização de um dossiê para candidatura à certificação, a criação de da marca Caminho de Santiago para utilização nos suportes de comunicação na Região de Lisboa e a produção de materiais de comunicação, em colaboração com a Associação Via Lusitana.

No contexto do projeto “Lisboa: Bairros e Lojas com História” será realizada a produção e edição, em papel, de um mapa “Lojas com História”, em parceria com o Programa homónimo da Câmara Municipal de Lisboa e disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), a produção e edição de um desdobrável sobre “Lisboa: Bairros Históricos e Tradicionais”, disponível em dois idiomas (português e inglês) e o desenvolvimento de um programa de capacitação/especialização para profissionais do turismo sobre o projeto em questão.

Os investimentos nos três projetos serão realizados até ao final de 2024, reforçando o compromisso da ERT-RL e do Centro Nacional de Cultura com a promoção sustentável do turismo na Região de Lisboa e contribuindo para a valorização cultural e histórica da mesma.

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Lousã recebe 17.ª edição do ART&TUR

O Festival Internacional de Cinema de Turismo realiza-se de 22 a 25 de outubro, com a exibição de 67 filmes selecionados entre mais de 300 candidatos.

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De 22 a 25 de outubro, a Lousã irá receber o ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo, um dos festivais mais conceituados do CIFFT, o circuito internacional de festivais de filmes de turismo, atraindo todos os anos as melhores produções do género que são realizadas em todo o mundo.

Durante os quatro dias do festival, serão exibidos 67 filmes premiados pelo júri, os quais compõem a shortlist da competição. Estes foram distinguidos entre os 302 filmes promocionais e documentários, de 43 países, que se inscreveram na competição.

O festival integra duas competições distintas, uma para produções portuguesas e outra internacional.

As exibições dos filmes serão divididas por 17 sessões temáticas, intercaladas com oito mesas-redondas em que especialistas discutirão temas atuais abordados pelos filmes. De referir que na abertura de cada sessão serão apresentados teasers de 12 segundos provenientes do festival ucraniano de Kharkiv, que mostram lugares que já não existem dado o impacto da guerra nesse território.

Além das secções competitivas, o ART&TUR contempla também iniciativas paralelas. Uma delas é o ART&FACTORY, um concurso inserido no festival, em que equipas internacionais produzem, na semana anterior ao evento, filmes promocionais no território que recebe o ART&TUR. Nesta edição, quatro equipas da China, Paquistão, Eslováquia e Itália realizarão filmagens na Lousã, entre os dias 16 e 21 de outubro, e vão apresentar em estreia mundial as suas produções durante o festival.

Na apresentação do programa, Francisco Dias, diretor do ART&TUR, destacou a dimensão global do festival, “indicando que vai ser “grande e global, com propostas de produções audiovisuais diversificadas. O turista é sempre um curioso da vida dos outros povos, mas muitas vezes a ‘turistificação’ do produto impede-o de ver além do resort. O ART&TUR ajuda a ver um pouco mais além e a criar consciência cívica, a criar consciência da nossa responsabilidade na promoção turística”, sublinhou.

Já Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, salientou o impacto positivo do festival para a região. “O ART&TUR é muito importante para os locais onde se realiza, por várias razões. Por um lado, nos dias do festival, recebe dezenas de participantes, que aqui permanecem mais quatro dias, gerando grande dinâmica. Por outro, cria grande notoriedade para a marca Centro de Portugal, pelo impacto que tem a nível internacional. Por isso, a Turismo Centro de Portugal apoia a realização deste evento desde 2018, com resultados muito positivos”.

Finalmente, ouís Antunes, presidente da Câmara Municipal da Lousã, considerou que o certame confere “prestígio e notoriedade acrescida à marca Lousã e ao Centro de Portugal”, realçando ainda os “efeitos positivos diretos e indiretos que o ART&TUR traz ao concelho, com um acréscimo de pessoas que vêm conhecer a Lousã. Vamos fazer uma grande edição”.

De referir que as últimas seis edições do festival realizaram-se de forma itinerante no Centro de Portugal, nomeadamente em Leiria, Torres Vedras, Viseu, Aveiro, Ourém e Caldas da Rainha. Este ano, o festival chega à Lousã, numa coorganização entre a Centro Portugal Film Commission e a Turismo Centro de Portugal, reforçando a relevância desta região para o turismo e o cinema.

O programa completo do evento pode ser consultado em https://tourfilm-festival.com

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Turismo recebe mais de 1.400 queixas entre junho e agosto

Entre as muitas queixas, destaque para problemas relacionados com cobranças indevidas, reembolsos e qualidade da hospedagem ou serviço e burlas.

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Entre os dias 1 junho e 18 de agosto, os portugueses registaram no Portal da Queixa 1.444 reclamações relacionadas com as férias, no âmbito da categoria: Hotéis, Viagens e Turismo. Os dados apontam para um crescimento de 12% no número de queixas, em comparação com o período homólogo, que registou 1.290 ocorrências.

A gerar os principais motivos de reclamação apresentados pelos consumidores estão problemas associados à cobrança indevida, a somar 28,7% das queixas recebidas, com destaque para débito de valores não autorizados ou não reconhecidos pelos consumidores.

Segue-se a dificuldade com o reembolso, que acolheu 18,3% das ocorrências e a motivar 7,2% das reclamações, nestas férias, está a qualidade do serviço ou hospedagem, referente a casos de serviços que divergem dos descritos no momento da contratação do serviço.

A reunir 7% das queixas na categoria “Hotéis, Viagens e Turismo”, foi identificado o tema “cancelamento ou alteração da reserva”. Já 5,9% dos problemas partilhados referem-se ao apoio ao cliente, com os consumidores a relatarem a dificuldade em obter auxílio da entidade para a solução de problemas ou dúvidas.

Também alvo de análise, a categoria “Aluguer de Automóveis” recolheu 212 reclamações no período analisado (1 de junho a 18 de agosto), um aumento de 17,8% das queixas, face a 2023, período em que se observaram 180.

Sobre os alegados esquemas via compras online no setor Turismo, segundo apuraram os dados, entre junho e agosto, o tema burla foi denunciado em 387 reclamações. Entre os motivos apresentados pelos portugueses encontram-se: reembolso não recebido (63,6%); transação não autorizada ou desconhecida (19,7%); phishing (8,5%); a publicidade falsa (4,2%) e a subscrição de serviços (2,7%).

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Hotelaria

Empreendimentos turísticos no Algarve reduzem consumo de água em 14%

Até  julho deste ano, os empreendimentos turísticos do Algarve que aderiram ao selo Save Water registaram uma redução de 14% no consumo global de água e de 18% no consumo específico deste recurso hídrico, ou seja, no consumo por dormida.

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Os valores adiantados em nota de imprensa fazem parte do segundo relatório de monitorização do consumo de água e da aplicação de medidas de eficiência hídrica elaborado pela Agência para Energia (ADENE), no âmbito do Compromisso com a Eficiência Hídrica do Algarve.

Ao todo foram selecionadas mais de 2.300 medidas de eficiência hídrica pelos aderentes a este plano, nas quais estão incluídas ações como  intervenções ao nível dos dispositivos e nos sistemas de rega, melhorias no sistema de gestão e manutenção e nos equipamentos. De acordo com a informação presente no relatório, 53% do total de medidas já foram implementadas.

Cerca de 75% dos aderentes ao selo Save Water concentram-se em quatro concelhos algarvios, nomeadamente Albufeira, Loulé, Portimão e Lagoa, que segundo a Visit Algarve Portugal “são também os que têm maior oferta em número de camas”.

Para André Gomes, presidente da RTA, “estes resultados traduzem o esforço do setor do turismo em combater a escassez de água no Algarve”. Como refere, “os empresários estão muito mobilizados para este desafio: o selo Save Water foi implementado em março e até julho já representava mais de 30% da oferta de camas em empreendimentos turísticos da região”.

No primeiro relatório de monitorização, com dados até maio deste ano, a evolução dos consumos registados na plataforma apontava para uma redução de 12% no consumo global e de 9% no consumo específico de água.

Leia também: Selo Save Water reduziu consumo de água em 12% nos empreendimentos turísticos do Algarve

O Compromisso com a Eficiência Hídrica do Algarve decorre de uma resolução do Conselho de Ministros de fevereiro deste ano e implica a adesão voluntária dos empreendimentos turísticos para a concretização de um plano de ação, visando a implementação de medidas de eficiência hídrica, entre imediatas e estruturantes, a monitorização dos consumos de água e do progresso alcançado na aplicação das medidas.

Aos empreendimentos turísticos aderentes ao compromisso é atribuído o selo Save Water, coordenado pela Região de Turismo do Algarve (RTA), em articulação com o Turismo de Portugal e a ADENE.

A ADENE desenvolveu e gere a Plataforma Compromisso com a Eficiência Hídrica , que permite a monitorização do consumo de água pelos empreendimentos turísticos e o progresso alcançado na aplicação das medidas de eficiência hídrica.

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Aviação

Azores Airlines chega a 1M de passageiros um mês antes de 2023

Este ano, a Azores Airlines atingiu a meta de um milhão de passageiros “cerca de um mês mais cedo do que no ano anterior”, um “marco significativo” que, segundo a companhia aérea, vem “confirmar a trajetória de crescimento” dos últimos anos.

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A Azores Airlines já ultrapassou a marca de um milhão de passageiros transportados num ano, marca simbólica que, segundo a companhia aérea do Grupo SATA, este ano foi registada “cerca de um mês mais cedo do que no ano anterior”.

“Este marco significativo vem confirmar a trajetória de crescimento que a companhia aérea tem apresentado nos últimos anos. A evolução assinalada em 2024, representa um aumento de 21% no número de passageiros transportados, entre janeiro e agosto, face ao mesmo período de 2023”, congratula-se a Azores Airlines, no comunicado divulgado.

A Azores Airlines atribui o crescimento continuo a “um conjunto de iniciativas operacionais, que proporcionaram a oferta de viagens mais confortáveis aos passageiros”, a exemplo da renovação gradual da frota, fidelização e consolidação de mercados e maior aposta nas plataformas de distribuição global, “quer por via de acordos de interline com parceiros aéreos e de iniciativas junto dos operadores que atuam nos principais mercados onde opera”.

“Terá, igualmente, contribuído para o consistente aumento da procura, o reforço da oferta para o verão IATA 2024, que representa um acréscimo de 20% nos lugares oferecidos nas rotas domésticas liberalizadas (Lisboa, Porto, Faro); de 44% nos lugares oferecidos à partida dos EUA (Boston, Nova Iorque, Oakland e Bermuda); de 42% à partida do Canadá (Toronto, Montreal) e um acréscimo de 71% nos lugares oferecidos à partida da Europa e África”, refere ainda a Azores Airlines.

Este comportamento leva a companhia aérea a estimar que “o verão IATA de 2024 volte a confirmar a atratividade das rotas servidas pela Azores Airlines, em particular, o interesse que desperta o Arquipélago dos Açores, destino natural da companhia aérea, para o qual opera, ininterruptamente, ao longo de todo o ano”.

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Turismo foi responsável por quase metade do crescimento do PIB em 2023

O consumo turístico realizado em Portugal “foi determinante” para a expansão da economia portuguesa em 2023, contribuindo para quase metade do crescimento real do PIB, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Segundo as contas do INE, o turismo contribuiu com 1,1 pontos percentuais (p.p.) para o crescimento real do PIB em 2023, que foi de 2,3%.

Neste contexto, “estima-se que, em 2023, o consumo turístico tenha tido um contributo total (direto e indireto) de 12,7% (33,8 mil milhões de euros) para o PIB e de 12,4% (28,7 mil milhões de euros) para o VAB [Valor Acrescentado Bruto] da economia nacional”, revela o gabinete de estatísticas português.

A Conta Satélite do Turismo referente ao ano passado indica também que o Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) e o Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE) registaram, respetivamente, aumentos nominais de 16,0% e 15,5%, “revelando um dinamismo superior ao da economia nacional (o VAB e o PIB nacionais cresceram 10,1% e 9,6%, respetivamente)”.

Ambos os indicadores estão em máximos históricos, sendo que o consumo turístico foi equivalente a 16,5% do PIB em 2023 e o VABGT representou 9,1% do VAB nacional em 2023 (8,6% em 2022).

Já o PIB do Turismo “aumentou 15,2% em termos nominais face a 2022 e 33,1% face ao período pré-pandemia (2019)”, ainda que o INE faça a ressalva de que a inflação teve um impacto nos valores: “Há um forte efeito preço neste período, pelo que, em volume, o PIB do Turismo deverá ter-se situado 13,5% acima dos valores de 2019”.

Estes números mostram assim que o setor já recuperou da pandemia, quando houve uma quebra significativa no turismo. “O CTTE e o VABGT registaram já em 2022 valores superiores aos de anos anteriores, que foram novamente superados em 2023, correspondendo a máximos históricos”, nota o INE.

Numa comparação internacional, para a qual ainda só existem dados referentes a 2022, Portugal foi o segundo país que registou maior importância relativa da procura turística no PIB (15,6%), tendo sido apenas superado pela Islândia (17,4%).

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Hotéis de Macau recebem mais de 7,2 milhões de hóspedes no primeiro semestre

Os hotéis de Macau receberam mais de 7,2 milhões de hóspedes no primeiro semestre do ano, uma subida de 20,4% em termos anuais.

Victor Jorge
tagsMacau

No primeiro semestre do ano, “os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 7.277.000 indivíduos”, ou mais 20,4%, em termos anuais, e mais 5,3% comparativamente a igual período de 2019, indicou, em comunicado, a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

O número de hóspedes internacionais (542.000) aumentou 136,6%, destacando-se os visitantes da República da Coreia (149.000), que subiram 270,6%, no período em análise e em termos anuais.

Entre janeiro e junho, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes fixou-se em 84%, ou mais 6,1 pontos percentuais, em termos anuais, de acordo com a mesma nota.

No mês passado, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 82,7%, menos 1,4 pontos percentuais, relativamente ao mesmo mês de 2023, devido principalmente à maior disponibilidade de quartos de hóspedes.

Em junho, o número de entradas de visitantes que chegaram em excursões a Macau equivaleu a 120.000, mais 52,1%, face ao mesmo mês de 2023.

Daquele número total, 102.000 eram visitantes em excursões provenientes da China e 14.000 eram visitantes internacionais em excursões, numa subida de 40,3% e 189,5%, respetivamente, em termos anuais.

A DSEC destacou que o número de entradas de visitantes em excursões da República da Coreia (5.000) cresceu 254,2% e o da Índia (3.000) ascendeu 700%, em termos anuais.

No final do primeiro semestre do ano, existiam 143 estabelecimentos hoteleiros em Macau, ou mais 12, em termos anuais, disponibilizando um total de 47.000 quartos de hóspedes, mais 9,1%.

A região administrativa especial chinesa recebeu, entre janeiro e junho, mais de 16,7 milhões de visitantes, ou mais 43,6% face ao período homólogo do ano passado.

Sobre o autorVictor Jorge

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