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“Temos de ter a noção de que teremos de ser muito eficazes”

Analista, consultor, ex-governante, Paulo Portas estará no Congresso da APAVT para indicar alguns caminhos passados e futuros. As incertezas são grandes e conhecem atualizações constantes e nesta entrevista, feita antes de conhecidas as “novidades” da variante Omicron, Paulo Portas admite que “o mundo que gira à volta do turismo é enorme”, não percebendo “por que razão devemos dar um pontapé naquilo que nos ajuda a criar riqueza”.

Victor Jorge
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“Temos de ter a noção de que teremos de ser muito eficazes”

Analista, consultor, ex-governante, Paulo Portas estará no Congresso da APAVT para indicar alguns caminhos passados e futuros. As incertezas são grandes e conhecem atualizações constantes e nesta entrevista, feita antes de conhecidas as “novidades” da variante Omicron, Paulo Portas admite que “o mundo que gira à volta do turismo é enorme”, não percebendo “por que razão devemos dar um pontapé naquilo que nos ajuda a criar riqueza”.

Victor Jorge

Muito se tem falado na recuperação ou retoma do setor do turismo, da importância do mesmo para a economia do nosso país e o que se pode, deve e tem de fazer. Em entrevista, Paulo Portas, ex-vice-Primeiro-Ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, jurista e empresário, dá a sua visão (crítica) relativamente a diversos temas. A começar pelo aeroporto e pelas “injustiças” cometidas contra o setor privado. Tudo isto em entrevista no âmbito do 46. Congresso da APAVT e antes de conhecidas as mais recentes novidades relacionadas à nova variante da COVID-19.

O título da sua intervenção no 46.º Congresso da APAVT é “Recuperação pós-Covid: tendências globais, europeias e nacionais – As questões do crescimento, as incertezas da retoma e o futuro da economia”. Já estamos em recuperação? E que incertezas existem ou poderão existir relativamente a essa mesma retoma no turismo?
Se compararmos 2021, como provavelmente vai terminar, com 2020, obviamente que estamos a recuperar e, felizmente, com bastante força e sustentação. É preciso termos a noção de que em 2020, o ano mais trágico de todos os pontos de vista, as dormidas, em Portugal, caíram, em hotéis, 65% face a um ano normal. Em Alojamento Local, a quebra foi de cerca 59% e mesmo em espaço rural, mais protegido, o decréscimo rondou os 35%. Por isso, comparando com 2020 estamos substancialmente melhores.

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Se compararmos com o último ano normal das nossas vidas – 2019 – ainda não chegámos ao nível em que podemos dizer que recuperámos o ponto de partida.

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Mas 2019 foi um ano recorde. Será que podemos bater recorde atrás de recorde?
Foi. Aliás, Portugal foi, sucessivamente, batendo recordes. 2019 é o último ano com o qual nos podemos e devemos comparar e não sou favorável a comparações deliberadamente pessimistas, porque acho que nós, como país, como setor privado, devemos ter ambição e essa é, sem dúvida, superar os anos melhores.

A verdade é que se olharmos para um bom indicador, que não é completo, mas que é bastante interessante, o tráfego dos aeroportos portugueses, fechará, tudo indica, o ano 2021 com um contributo bastante assinalável do último trimestre, portanto de outubro a dezembro, a correr manifestamente bem, fecharemos o ano entre 70 a 80% do nível de 2019.

É preciso ter a noção de que as projeções para o próximo ano, que poderíamos pensar como o ano da aterragem normal e definitiva, não são tanto assim porque apontam, se formos pessimistas, para cerca de pouco mais de 70% do nível de 2019 ou num cenário mais otimista um pouco mais de 80%. Isto porque há incertezas associadas a esta fase a que chamo transformação da pandemia em endemia. Ou seja, nós temos incertezas ainda do lado da saúde publica, porque temos incertezas relativamente à possibilidade de existência de variantes e ao peso que têm no bloqueio da sociedade no nível da não vacinação deliberada que, felizmente em Portugal, é relativamente baixo, mas que em vários países europeus, para não falar dos EUA, é altíssimo.

Quando uma parte da sociedade recusa a solução que a ciência lhe oferece para voltarmos a ter uma vida normal, isso impede os mercados e as administrações de funcionarem completamente abertos.

Temos visto países a aumentarem o número de casos, regresso de confinamentos e taxas de vacinação abaixo dos 30%.
Essa realidade é desastrosa. Todos os países europeus com menos incidência de vacinação estão a Leste. Não são todos, mas alguns são especialmente críticos. A permeabilidade dos sistemas ao negacionismo e às teorias de conspiração, esta gente que se dedica a inventar e não a trabalhar que é como estão as democracias na Europa, isso tem consequências económicas.

Em geral, devo dizer, uso sempre o conceito de assimetria para explicar as consequências económicas da pandemia. Esta pandemia é mundial, global, mas não é assimétrica. É preciso fazer esta distinção subtil, porque é muito importante. O mundo nunca esteve aberto ao mesmo tempo em todo o lado e o mundo nunca esteve fechado ao mesmo tempo em todo o lado. Isto tem consequências económicas enormes.

E mesmo atualmente ainda estamos longe dessa assimetria, 20 meses depois do início desta pandemia.
Sim, veja-se o Reino Unido e outros países europeus, a Ásia. A diferença entre a pandemia e a endemia é que na pandemia o vírus controla-nos a nós, na endemia somos nós que controlamos o vírus.

Numa, estamos sempre a fazer face ao desconhecido, na outra, habituamo-nos a gerir esta dificuldade.

O peso do turismo
Encontrei um comentário que fez a 11 de abril de 2020 [no espaço semanal na televisão] relativamente ao setor do turismo e à chamada de atenção que fez ao peso que o mesmo tinha na economia nacional. 1 em cada 5 euros que Portugal encaixava vindo do estrangeiro vinha do turismo. 20 meses depois, que turismo temos e, fundamentalmente, que turismo teremos no futuro em Portugal em termos de importância económica?
Sim, o turismo representa cerca de 20% das exportações portuguesas. É um quinto de uma economia que acelerou bastante a sua componente exportadora, felizmente, em tempos muito difíceis. Nem sempre as pessoas têm a noção de que economicamente, o turismo aparece na coluna das exportações. Parece importação de pessoas, mas é exportação de serviços.

Lembro-me do presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, referir, em março de 2020, que se tratava de salvar a Páscoa, em maio era salvar o verão, em outubro o Natal e o Ano-Novo, e por aí adiante. E estamos em finais de novembro de 2021 a pensar salvar 2022. Conseguiremos salvar o turismo em Portugal em 2022, apesar do que está a acontecer por esse mundo fora (novo aumento de casos, aumento dos combustíveis, instabilidades económicas, etc.)?
O turismo tem um peso especialmente relevante em países como Portugal, Espanha, Grécia, Itália, entre outros, na formação do PIB e no valor acrescentado da economia.

Tudo o que está à volta do turismo representa cerca de 20% das nossas exportações, a procura turística representa cerca de 15% do PIB e o turismo, em si mesmo, no último ano com estatísticas normais, representou quase 9% do valor acrescentado da nossa economia.

Outro “pequeno pormaior”, o turismo, entre 2018 e 2019, representava quase 450 mil empregos. É muita gente, muitas famílias, muitos jovens dependentes da atividade turística.

E quando digo atividade turística, volto à sua pergunta, sempre me pareceu óbvio que numa pandemia com esta intensidade, os setores que seriam mais afetados no tempo, ou seja, mais impactados direta e persistentemente, seriam todos aqueles que tivessem uma relação com a ideia de multidão.

Até as pessoas ganharem confiança para entrar num avião ou estarem junto com dezenas, senão milhares, num aeroporto, num hotel onde existem centenas de quartos, estarem em congressos e conferências com muitos participantes, isso depende de uma palavra que atualmente vale ouro: confiança.

Sempre me pareceu que pelo facto de em Portugal o turismo ter um peso especificamente mais forte …

Demasiado forte?
Não, acho que Portugal não tem de limitar as suas capacidades naturais nem as suas capacidades se recursos humanos.

Mas houve quem afirmasse que o turismo teria peso a mais na nossa economia.
Sim, houve. E não foi há demasiado tempo que ouvíamos meios bem-pensantes dizerem, às vezes com desdém, que havia turistas a mais. Recordo que em 2020 tivemos o custo de ter turistas a menos. De maneira que as pessoas, eventualmente, possam fazer agora uma avaliação mais justa.

Portugal tem enormes qualidades naturais, tem muito boas qualidades de recursos humanos, é um país comparativamente seguro, um país hospitaleiro, um país com um acesso e facilidade no uso das línguas estrangeiras mais natural do que outros, é um país que foi sabendo, sobretudo ao longo dos últimos 10 anos, construir uma marca do ponto de vista internacional, um país muito premiado do ponto de vista turístico. Por isso, por que razão devemos dar um pontapé naquilo que nos ajuda a criar riqueza e a superar níveis de desenvolvimento que são inferiores aos desejados?

Outros iriam agradecer?
Claro, tudo o que rejeitarmos, outros aproveitarão. Mas é preciso ter atenção que relativamente a 2022 há ainda alguns pontos de interrogação.

Para ser justo, mais uma vez, sabemos mais hoje sobre a pandemia do que sabíamos há um ano. Mas ainda não sabemos tudo. Um dos fatores que é ainda incerto tem a ver com a existência de variantes, embora a história das pandemias aponte para um número de vagas, cujos critérios de classificação vão variando, mas que durou mais ou menos o tempo que esta durou …

Influências externas
Já está a falar no passado?
Falo no sentido que estamos a fazer uma transição para a endemia. O facto de a pandemia passar a ser endemia não quer dizer que o vírus tenha desaparecido, quer apenas dizer que o sabemos controlar.

Por outro, existe uma assimetria económica por causa daquele princípio de que o mundo não está todo aberto ao mesmo tempo e não está fechado todo ao mesmo tempo.

Estamos a viver um conjunto de fatores que refletem alguma incerteza sobre o ano de 2022.

Os preços estão a subir e não é só o preço no supermercado. Tudo o que dependa dos preços da energia ou dos combustíveis, obviamente, vai refletir-se no desajustamento entre a oferta e a procura a que o mundo está a assistir.

Até as próprias cadeias de fornecimento e/ou de logística contribuem para isso?
Exato, as cadeias de fornecimento estão interrompidas em muitos casos e os prazos de entrega estão, às vezes, duplicados e os custos anormalmente altos.

Sabemos que não é um fenómeno definitivo, mas, em 2022, ainda teremos que conviver com o impacto destes fatores nas condições da oferta turística.

Na altura, defendia, igualmente, uma cooperação ou aliança entre Estado e setor privado, admitindo ser “determinante” no turismo, bem como “uma estratégia agressiva em termos internacionais”.
Não pode ser de outra maneira. Nós somos uma economia relativamente pequena, muito dependente, como é evidente, das conjunturas externas. É a única maneira de nos desenvolvermos. Não nos podemos fechar. Se nos fecharmos empobrecemos.

Em circunstâncias excecionais valem de muito pouco as receitas de manual, porque elas não são feitas para circunstâncias excecionais.

Para mim o turismo pode começar na fronteira terrestre ou na marítima, mas quando vemos a quantidade de turistas a chegar ao aeroporto, as agências de viagens, as reservas para os hotéis, os rent-a-car, os guias, a restauração que é beneficiária líquida da atividade turística. Ou seja, o mundo que gira à volta do turismo é enorme. Todo ele depende da restauração da confiança quanto à ideia de que se pode estar com mais gente num determinado local. Isso vai avançando.

Há sinais da recuperação do chamado turismo de convenções ou conferências onde sempre achei que Portugal poderia ser competitivo se fizesse o seu trabalho de casa.

Mas há um ponto de interrogação sobre um segmento muito importante: o turismo de negócios.

A pandemia gerou ou não gerou uma alteração estrutural no comportamento das empresas e quadros relativamente a viagens curtas? Portugal tem uma dependência do turismo corporativo mais elevada do que a média europeia. Aí, acho que os sinais de recuperação são mais tímidos. Alguma alteração veio para ficar.

A chamada digitalização ou transformação digital do trabalho?
É um problema de economia de meios, de poupança por parte das empresas. Os quadros poupam tempo e algumas coisas que antes eram feitas presencialmente e com uma viagem, hoje em dia serão menos feitas dessa maneira. Parece-me que alguma alteração estrutural veio para ficar. Há quem diga 20%, há quem diga que é 40%, ninguém sabe.

Mas volto a frisar que o turismo de convenções e conferências é uma das oportunidades absolutamente extraordinárias para um país que tem sol até ao fim de outubro.

O presidente do Turismo de Portugal Luís Araújo, sempre disse que era preciso manter os motores a trabalhar para que, quando fosse dado o tiro de partida, Portugal pudesse estar na linha da frente. Pergunto-lhe se Portugal está, de facto, na linha da frente comparando com os seus mais diretos concorrentes (Espanha, Itália, Grécia, Croácia, França)?
Portugal, sendo um caso genericamente semelhante a todos esses países que citou, tem circunstâncias absolutamente singulares. Os países são o que são e devem desenvolver o seu melhor. Ninguém é competitivo em todos os critérios, mas onde queremos ser competitivos, temos de ter a ambição de estar nos três primeiros da Europa.

Há muitos critérios de competitividade, mas nenhum país vai ser competitivo em todos. Mas se nós, naqueles em que queremos ser competitivos, tivermos a ambição de ser o 1.º, 2.º ou 3.º, tenho a certeza de que o modo de progresso é maior.

É mais fácil dizer no setor público que se liga a chave, do que no setor privado. Uma parte desse setor privado colapsou.

Se conseguirmos vencer as incertezas, se não tivermos hesitações quanto à 3.ª dose da vacinação, conseguiremos. Estamos a achegar ao inverno, período que já nos pregou partidas no passado, e estamos a atrasar-nos na 3.ª dose. Esta está a ser dada somente a pessoas com mais de 65 anos. Ora, a força de trabalho essencial do país está abaixo dessa idade. Temos de nos despachar nessa matéria, ser muito profissionais e, com toda a franqueza, não podemos dar um centímetro de espaço aos negacionismos e teorias da conspiração. Essa gente dá cabo das economias.

Mas disse que parte do setor privado colapsou. Pergunto, voltará a erguer-se?
Uma das grandes vantagens da economia de mercado é que nada se perde, tudo se transforma. De facto, há quem fique para trás, mas nascem outros projetos. Muitas empresas aproveitaram para fazer reestruturações, olharam para o seu modo de funcionar e tentaram melhorá-lo. O setor privado é, neste aspeto, muito mais ágil do que as administrações do Estado.

Gostaria, por exemplo, que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) fosse muito mais orientado para o setor privado, pela simples razão, e não por um critério ideológico, que 80% do emprego e da riqueza criada em Portugal é pelo setor privado.

As (várias) incertezas
Acresce-se a incerteza política que em nada vem ajudar?
Temos um Governo que está em plenitude de funções. Não ponham na cabeça que o Governo caiu ou que está em gestão. Nem caiu, nem está em gestão.

Não é boa ideia para o país defender que o Governo não pode fazer nada, porque senão perdemos um trimestre, pelo menos. E um trimestre tem valor económico.

Como não temos riqueza para perder, não nos podemos dar ao luxo de perder um trimestre ou dois.

Acho que é preciso encontrar um equilíbrio entre o que o Governo deve poder fazer, porque está em funções, e aquilo que não é aconselhável que faça por, não sendo um Governo de gestão, ser em todo o caso um Governo que transita para um futuro Executivo seja ele qual for.

Mas não se deve nem pode defender que a Administração fique parada.

Não nos podemos esquecer que o PRR tem um prazo de execução curto e não podemos andar a deitar trimestres ou semestres pela janela ou que não o executamos em tempo. Não há tempo para prolongamento.

E é preciso não esquecer que isto acontece uma vez, não há segundas nem terceiras hipóteses, não há nenhum tesouro europeu. Apesar das dificuldades próprias do sistema político democrático, temos de ter a noção de que teremos de ser muito eficazes.

Quando falamos de turismo, 2020 e 2021 teve no turismo interno um eixo essencial.
Sim, de facto, ganhámos alguma intensidade no mercado ou turismo interno e eventualmente, alguma dela, não toda, perdure. Não toda, mas alguma.

E temos os mercados de proximidade que, ao contrário, dos transatlânticos assumem uma importância nos tempos mais próximos?
Sabemos, atualmente, do que dependemos. Isso não tem ciência. Se porventura, houvesse uma circunstância em que Reino Unido, Espanha, Alemanha, França estivessem fechados ao mesmo tempo, seria dramático.

Sabemos todos que dependemos desses mercados e que é preciso um esforço enorme para diversificar. Sabemos onde podemos crescer. Onde é? Em mercados que estão a crescer sustentadamente acima do crescimento global e que está a criar novas classes médias.

Incertezas TAP e aeroporto
É impossível falar em turismo, ou melhor, crescimento do turismo em Portugal sem abordar certas e determinadas infraestruturas como, por exemplo, o novo aeroporto para a área de Lisboa?
Não consigo entender a hesitação sobre o novo aeroporto. Sou favorável, como sempre fui, por economia de meios e porque a nossa divida é o que é, à solução Portela +1 e não consigo entender a exaustão de tempo que tudo isto tem demorado.

Naturalmente que agora haverá argumentos para o conforto, com a justificação de que só iremos recuperar em 2023 ou 2024.

Mas o aeroporto não se constrói em um ou dois anos?
Mesmo por isso, não podemos esperar. Sendo evidente que a Portela já estava a atingir um ponto de limite. Pode fazer obras, aumenta-se esse limite …

Há quem diga que esse limite já foi atingido em 2019?
Com as obras aumentaria, porque é sobretudo um problema de espaço para os aviões.

Não temos recursos para fazer um completamente novo, porque isso é muitíssimo mais caro.

Quando fala de novo, refere-se a Alcochete?
Seja o que for, um completamente novo, de raiz. A nossa dívida é quase 135% do PIB e é preciso que tenhamos a noção de que este problema virá ter connosco.

Basta que se verifique uma alteração na economia internacional, tendencial, que já se começa a notar, com os juros a não ficarem a zero nem neutrais.

Sou muito pragmático: preciso de mais infraestrutura aeroportuária? Sim! Tenho capacidade para fazer um aeroporto de raiz, novo? Gostaria de ter, mas não tenho! Há uma hipótese de o fazer? Sim! Então porque não começa?

Acho que o raciocínio é tão lógico que faz confusão.

Acredita nas datas avançadas pelo ‘chairman’ da ANA no Dia Mundial do Turismo ao dizer que teremos aeroporto em 2035 ou 2040?
Isso é estrita responsabilidade do decisor político. Ora decide-se, ora não se decide, ora são os ambientalistas, ora são os municípios, ora são os lobbies, ora são as pressões para que se construa noutro lado e com outros meios.

Sabe que há coisas que são difíceis de decidir, agora a equação é tão evidente: preciso, não tenho meios para fazer um completamente novo, tenho uma hipótese de fazer um que é complementar, era por aí que ia.

Fico baralhado com tudo isto, porque já sou pela solução Portela +1 há muitos anos. Este debate não começou ontem e é evidente que os atrasos têm como consequência aumentar a pressão para um aeroporto completamente novo.

Que vai adiar ainda mais a sua conclusão?
E, sobretudo, olhem para os custos. Somos a 3.ª maior dívida da UE.

Falar de turismo também é falar da TAP. Como vê a solução para a companhia nacional?
Há muitas coisas para além da TAP. O que me preocupa mais no caso do ano turístico que aí vem são os preços.

A aproximação que tenho da realidade é que, por exemplo, em viagens de curta duração de negócios, o preço está a duplicar.

Pessoas vs digital
E saída do capital humano do setor do turismo. Em sua opinião, quem saiu, irá regressar ao setor?
Ainda não voltou toda a gente. O turismo é um setor que em condições normais é crescente. Isto depende muito da resiliência das empresas e também da estabilidade e do prolongamento dos programas de apoio.

Sempre achei que os programas de apoio para o setor do turismo deveriam ser muito mais prolongados que para os outros setores.

A radicalidade do impacto é completamente diferente. Imagine-se o ano económico de um hotel que perde 2/3 dos clientes? O que é que isso significa em termos de recursos humanos, custos de manutenção, etc..

Há dois temas reforçados com a pandemia: sustentabilidade e digitalização. Portugal tem capacidade para se tornar num destino turístico interessante do ponto de vista sustentável aos olhos do turista internacional?
Acho que está entre os que demonstram maior capacidade. Sabe que desconfio muito da retórica dos grupos de protesto. O problema essencial da descarbonização não está na Europa. Saibamos olhar para os dados e em vez de convocar manifestações a protestar contra os europeus, talvez fosse mais útil, interessante e mais verdadeiro protestar com quem tem realmente responsabilidades muito sérias no agravamento na questão do carbono. E onde é que estão essas responsabilidades? Estão essencialmente na China, Índia, em parte ainda nos EUA, embora com melhorias.

Falamos do clima, protestar contra todos e culpar aqueles que mais se esforçaram para melhorar as coisas não me parece razoável. Ora, Portugal está na Europa, é um país que se soubermos proteger o nosso património, se soubermos proteger a nossa memória e a nossa história, se formos muito profissionais na formação dos quadros e dos colaboradores, se toda a gente quiser fazer mais e melhor o seu trabalho, teremos tudo para vencer.

No que diz respeito à digitalização, o maior problema está na Administração Pública. Se se vai investir milhares de milhões de euros na digitalização da Administração Pública, gostaria de ter resposta a uma questão que nunca ouvi ser levantada: e quantos processos é que isso simplificará para o cidadão que é cliente? E quantas pessoas serão necessárias?

A digitalização da Administração Pública é uma verdadeira transformação ou é um upgrade informático? E se é uma verdadeira transformação, têm de me dizer quanto tempo é que isso vai poupar?

O setor das agências de viagens foi um dos mais afetados dentro do todo do turismo?
Sobretudo, porque hoje em dia tem uma concorrência chamada digital.

Que caminho é que este setor terá de tomar?
Terá de ser um caminho paralelo à retoma ou recuperação como um todo, com as suas limitações e vantagens.

Penso que, no final da etapa da transição da pandemia em endemia, as pessoas voltarão a viajar e precisam do turismo. É evidente que algumas empresas terão ficado pelo caminho, outras reestruturaram-se, enfrentam hoje em dia um instrumento poderoso do ponto de vista de concorrência que são as reservas digitais, autónomas do sistema. Mas têm, a meu ver, um ‘plus’ na relação de confiança que não existe noutras alternativas.

É uma questão de confiança e personalização do serviço?
Continuo a reservar as minhas viagens por agência. Sabe porquê? Porque confio nas pessoas, não sei se confio no algoritmo.

E do lado do consumidor, houve ou registar-se-á uma alteração muito profunda?
Depende. O consumidor escolherá sempre a solução que lhe seja mais económica e favorável.

Como as viagens implicam muitas coisas ao mesmo tempo, sobretudo há que não ter surpresas e ter solução para as resolver. E nisso, as agências dão garantias.

Que Portugal teremos a nível turístico no final desta pandemia?
Os dados apontam para uma recuperação em 2023, mas esses dados são voláteis. Gostaria que 2022 já fosse um ano de recuperação completa face a 2019. Provavelmente haverá um défice, mas também é preciso dizer que 2021 teve mais recuperação do que muitos estimavam, sobretudo por causa do último trimestre.

É sempre um problema de expectativas. A transição de uma pandemia para endemia é, em si mesmo, um triunfo. Sei que há muitos críticos do capitalismo, da economia de mercado, dos privados. Mas coloco a seguinte questão: quem é que chegou às vacinas? Foi ou não a indústria privada em conjunto com a ciência pública e privada? Talvez sermos um pouco mais justos também ajudaria.

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Mais hóspedes, com menos dormidas, mas proveitos a subir em fevereiro

Embora o mês de fevereiro mostre um ligeiro abrandamento no número de hóspedes e uma descida nas dormidas, os proveitos continuam a subir. No acumulado do ano, os números do turismo em Portugal continuam a crescer em todos os parâmetros.

Victor Jorge

No mês de fevereiro de 2025, o setor do alojamento turístico registou 1,8 milhões de hóspedes e 4,2 milhões de dormidas, correspondendo a variações de 0,6% e -2,5%, respetivamente (+8,2% e +6,3% em janeiro, pela mesma ordem).

As dormidas de residentes totalizaram 1,375 milhões, tendo diminuído 0,8% face às 1,387 milhões de igual mês de 2024 (+11% em janeiro), enquanto os mercados externos apresentaram um decréscimo de 3,3% (+3,9% em janeiro), alcançando 2,795 milhões de dormidas, contra as 2,892 milhões de fevereiro do ano passado.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), “estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, por um lado, pelo efeito do período de férias associado ao Carnaval, que este ano ocorreu em março, enquanto no ano anterior se concentrou em fevereiro”. Por outro lado, refere o INE, “o mês de fevereiro deste ano teve menos dia que o ano anterior, uma vez que 2024 foi um ano bissexto”.

Em termos de dormidas, os dados do INE indicam uma liderança de Lisboa, com 1,170 milhões, correspondendo a uma ligeira descida de 5,6% face a fevereiro de 2024, sendo a única região a ultrapassar a fasquia do milhão.

Em segundo lugar, aparece o Algarve, com 776 mil dormidas, o que perfaz um decréscimo de 5,1% face a fevereiro do ano passado, surgindo o Norte em terceiro lugar, com 756 mil dormidas, uma subida de 0,9% face ao mês homólogo de 2024.

A maior subida nas dormidas, no mês de fevereiro, foi conseguida pela Península de Setúbal (+7,8%), enquanto nas descidas, a região do Oeste e vale do Tejo apresenta um decréscimo de 7,1%.

Subida dos residentes compensam descida dos não residentes
No que diz respeito aos hóspedes, contabilizados que foram 1,773 milhões de pessoas, os residentes somaram 817 mil, correspondendo a uma subida de 2,2% face a fevereiro de 2024, enquanto os não residentes totalizaram 957 mil, uma descida de 0,8% relativamente a igual período do ano passado.

Também aqui, a liderança pertence a Lisboa com 533 mil hóspedes numa descida de 1,6% relativamente a fevereiro de 2024, com a região Norte a ocupar a segunda posição com 427 mil hóspedes (+2,5%) e em terceiro lugar o Algarve com, 211 mil hóspedes (+0,9%).

Destaque para a subida a duplo dígito dos Açores (+11,3%), totalizando 49 mil hóspedes, enquanto a maior descida pertenceu à região do Oeste e vale do Tejo (-3,3%).

Dos mais de 957 mil hóspedes não residentes, Espanha liderou com 125 mil, aparecendo o Reino Unido (115 mil) e França (79 mil) em segundo e terceiro lugares, respetivamente.

Já nas dormidas, os 10 principais mercados emissores, em fevereiro, representaram 72,1% do total de dormidas de não residentes neste mês, com o mercado britânico a manter a liderança (16,4% do total das dormidas de não residentes em fevereiro), com 458 mil, apesar do decréscimo de 7,5% face ao mês homólogo.

As dormidas do mercado alemão, o segundo principal mercado emissor em fevereiro (11,2% do total), diminuíram 5,1% para 313 mil. Seguiu-se o mercado espanhol, na 3.ª posição (quota de 8,3%), com um decréscimo de 8,4% para 231 mil.

No grupo dos 10 principais mercados emissores em fevereiro, o mercado polaco foi o único a registar crescimento (+23,2%), atingindo os 119 mil. Nos decréscimos, destacou-se a variação registada do mercado brasileiro (-18,9%) para 130 mil.

Dormidas dos não residentes estagnam no primeiro bimestre
No acumulado do ano (janeiro-fevereiro), os dados divulgados pelo INE mostram uma subida de 4,1% no número de hóspedes, totalizando 3,378 milhões. Os residentes em Portugal somaram 1,564 milhões, numa evolução de 5,7%, enquanto os não residentes totalizaram 1,814 milhões, uma subida de 2,7% face aos dois primeiros meses de 2024.

Lisboa liderou no número de hóspedes, com 1,040 milhões (+3% face ao primeiro bimestre de 2024), seguindo-se o Norte com 812 mil (+4,7%) e o Algarve (375 mil, +3,3%). A região que mais cresceu no número de hóspedes neste primeiro bimestre de 2025 foram os Açores (+13,6%), não se registando qualquer descida nas regiões turísticas nacionais.

Nos hóspedes não residentes, Espanha foi quem registou maior número, com 228 mil, seguindo-se o Reino Unido (quase 200 mil) e EUA (152 mil).

Analisadas as dormidas nestes primeiros dois meses de 2025, o mercado nacional registou 7,840 milhões numa subida de 1,4% face ao período homólogo de 2024. Neste parâmetro, os residentes em Portugal somaram 2,642 milhões de dormidas, numa subida de 4,5% face aos primeiros dois meses de 2025. Já as dormidas de não residentes registaram uma descida de 0,1% para 5,198 milhões.

A região da Grande Lisboa aparece novamente a liderar neste campo, com 2,246 milhões de dormidas, embora registe uma descida de 0,3%. O Norte é a segunda região com mais dormidas, com 1,429 milhões, numa subida de 3,5% face a igual período do ano passado. Em terceiro lugar aparece o Algarve, com 1,347 milhões de dormidas, correspondendo a uma descida de 2,5% relativamente a janeiro-fevereiro de 2024.

A maior subida doi registada pela Península de Setúbal, com um incremento de 10,4%, para 164 mil dormidas, enquanto no capítulo das descidas, o Algarve reparte esta posição (-2,5%) com a região do Oeste e Vale do Tejo.

Por mercados emissores, das quase 5,2 milhões de dormidas, quase 810 mil foram de britânicos, surgindo a Alemanha em segundo lugar (580 mil) e Espanha na terceira posição (431 mil).

Mais proveitos
Apesar do decréscimo nas dormidas, os proveitos aumentaram em fevereiro, +4% nos proveitos totais e +3,4% nos relativos a aposento (+13,9% e +14,3% em janeiro, pela mesma ordem), atingindo 287,7 e 208,8 milhões de euros, respetivamente.

A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (34,5% dos proveitos totais – 99,4 milhões de euros – e 36% dos proveitos de aposento – 75 milhões de euros), seguida da Madeira (17,1% – 49 milhões de euros – e 16,7% – 35 milhões de euros, respetivamente) e do Norte (16,4% – 47 milhões de euros – e 16,5% – 34 milhões de euros, pela mesma ordem).

Os aumentos de proveitos mais expressivos ocorreram na Madeira (+16,7% nos proveitos totais e +20,7% nos de aposento) e na Península de Setúbal (+12,2% e +15,4%, pela mesma ordem). Os maiores decréscimos registaram-se no Oeste e Vale do Tejo (-3,1% e -0,7%, respetivamente) e no Alentejo (-2,4% em ambos).

Já no acumulado dos primeiros dois meses de 2025, os proveitos totais somaram quase 550 milhões de euros, numa subida de 8,5% face a igual período de 2024, enquanto os proveitos de aposentos totalizaram 398 milhões de euros, correspondendo a uma subida de 8,3%.

Lisboa aparece em primeiro lugar com mais de 191 milhões de euros em proveitos totais (+5,1%), seguindo-se a Madeira com 99 milhões de euros (+22,9%) e o Norte com 90 milhões de euros (+8,2%).

No que diz respeito aos proveitos de aposentos, a liderança também pertence a Lisboa com 145 milhões de euros (+4,5%), seguindo-se a Madeira com 69 milhões de euros (+24,6%) e o Norte com 65 milhões de euros (+6,9%).

Estada média continuou a decrescer em fevereiro
Em fevereiro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,35 noites) continuou a diminuir (-3,1%, após -1,8% em janeiro). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,73 noites) e no Algarve (3,68 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,58 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,64 noites).

Em fevereiro, a estada média dos residentes (1,68 noites) diminuiu 3,0% e a dos não residentes (2,92 noites) decresceu 2,6%.

A Madeira registou as estadas médias mais prolongadas, quer dos não residentes (5,33 noites) quer dos residentes (2,88 noites).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 39,6 euros em fevereiro, registando um aumento de 4,5% (+10,4% em janeiro). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 87,9 euros (+4,9%, após +7,2% em janeiro).

O valor de RevPAR mais elevado foi registado na Madeira (71,5 euros), seguindo-se a Grande Lisboa (64,7 euros). Os maiores crescimentos ocorreram na Madeira (+22,4%) e na Península de Setúbal (+18,0%), enquanto no Alentejo se registou o maior decréscimo (-5,7%).

A Grande Lisboa destacou-se com o valor mais elevado de ADR (110,2 euros), seguida da Madeira (100,1 euros), tendo esta última apresentado o maior crescimento neste indicador (+18,6%).

Foto: Depositphotos.com
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Aviação

Air France anuncia chegada gradual da nova La Première aos B777-300ER a partir da primavera

A nova La Première da Air France é composta por quatro suítes, oferece mais 25% de espaço do que a cabine atual e vai estar gradualmente disponível nos aviões B777-300ER da companhia aérea, a partir da primavera.

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A Air France reformulou a La Première e anunciou agora que, a partir da primavera, a nova cabine de luxo vai ser “gradualmente” introduzida nos aviões B777-300ER da companhia aérea.

Composta por quatro suítes com cerca de 3,5 metros quadrados cada uma, a nova La Première da Air France oferece mais 25% de espaço do que a cabine atual, tendo sido desenvolvida ao longo de quase três anos, com o objetivo de oferecer um serviço de luxo, como reflexo da “elegância e da arte de viver à francesa”.

“Continuamos a investir em produtos excecionais para os nossos clientes em cada etapa das suas viagens, com a ambição de posicionar a Air France ao mais alto nível. Com uma nova e exclusiva experiência em terra privada no aeroporto de Paris-CDG e uma suíte La Première completamente redesenhada e mais espaçosa do que nunca, esta nova oferta materializa fielmente a melhor definição de viagem”, congratula-se Benjamin Smith, presidente da Air France e CEO do Grupo Air France-KLM.

A nova La Première conta com um novo conceito de suíte, que se distingue pelo espaço e conforto que oferece, assim como por ser “totalmente adaptável”, já que conta com  um assento e uma ‘chaise-longue’ que se transformam numa autêntica cama.

“O assento ajusta-se a cada momento do voo: descolagem, aterragem, refeição ou modo de descanso. Equipado com um encosto para a cabeça em pele gravado com o histórico emblema do cavalo-marinho alado da Air France e espumas ergonómicas macias, o assento adapta-se à morfologia de cada passageiro para um conforto perfeito. Dispõe igualmente de uma mesa-consola e uma mesa contígua para trabalhar ou comer”, adianta a Air France, em comunicado.

As suítes laterais dispõem de cinco janelas, enquanto as suítes localizadas na zona central do avião permitem “a dois passageiros viajarem juntos, mantendo a privacidade de cada um graças a uma divisória deslizante elétrica de cima a baixo, que pode ser ativada com um simples toque num botão”.

A companhia aérea explica ainda que as suítes da La Première estão ainda rodeadas “por uma grossa cortina do chão ao teto, que proporciona total privacidade e um ambiente tranquilo”.

Para aumentar o espaço da cabine, a Air France optou ainda por substituir as bagageiras por espaços de arrumação no chão, pelo que existe agora “um grande gavetão deslizante”, que permite guardar até duas malas de cabine, assim como um “segundo gavetão por baixo da chaise-longue para guardar os sapatos”, enquanto, junto ao assento, existe um “espaço com um espelho retroiluminado para os objetos pessoais”, sendo ainda disponibilizado um “guarda-roupa individual”.

Cada passageiro da La Première da Air France dispõe ainda de dois ecrãs 4K de 32 polegadas, que lhes permitem desfrutar de mais de 1.500 horas de entretenimento, assim como de tomadas para dispositivos móveis e Wi-Fi gratuito a bordo durante toda a viagem.

Segundo a Air France, a “suíte é controlada intuitivamente a partir de um tablet sem fios com ecrã tátil”, através do qual “é possível ajustar a inclinação do assento, chaise-longue ou cama, bem como as diversas iluminações e persianas”, sendo ainda “fácil navegar todas as funcionalidades nos dois ecrãs disponíveis”.

A companhia aérea adianta que a nova La Première vai ser progressivamente introduzida nos aparelhos Boeing 777-300ER da Air France, prevendo-se que o primeiro avião com a nova cabine esteja pronto a operar a partir da primavera, entre Paris e Nova Iorque-JFK.

“Los Angeles, Singapura e Tóquio-Haneda beneficiarão progressivamente deste novo produto durante a época de verão de 2025”, lê-se ainda na informação divulgada pela Air France, que adianta que, no verão, a cabine vai estar disponível nos voos de Paris-CDG para Abidjan, Dubai, Los Angeles, Miami, Nova Iorque-JFK, São Francisco, São Paulo, Singapura, Tóquio-Haneda e Washington.

 

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Destinos

A região que deixou de ser um segredo para tornar-se uma história de sucesso

André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, destacou, no discurso de boas-vindas no evento que marca os 55 anos da região de Turismo do Algarve, os números alcançados neste mais de meio século, mas, sobretudo, “a vontade de afirmar o território pela qualidade e inovação, pela preservação e valorização dos seus recursos naturais e patrimoniais, e pela criação de benefícios económicos para os residentes”.

Victor Jorge

Depois de receber, em 2024, mais de 5,2 milhões de hóspedes (+2,6%), gerar receitas diretas do alojamento turístico de 1,7 mil milhões de euros (+7,3%), do Aeroporto de Faro registar 9,8 milhões de passageiros, e o número de dormidas atingir 20,7 milhões, André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, lançou os “desafios que exigem respostas concretas e eficazes”.

Assim, no início das comemorações do 55.º aniversário do Turismo do Algarve, André Gomes começou por destacar a sustentabilidade, reconhecendo-a como “uma prioridade inegociável”, salientando que o setor do turismo “tem um papel fundamental na preservação dos recursos naturais, fazendo referência ao lançamento do selo de eficiência hídrica ‘Save Water’, que já permitiu uma redução de cerca de 12% no consumo de água nos empreendimentos turísticos”. Esta certificação vai agora, de resto, ser “alargada ao Alojamento Local, à animação turística, às empresas de rent-a-car e à restauração, promovendo um Algarve mais eficiente e responsável”.

Com a transformação do turismo no Algarve a ser guiada “por uma visão estratégica clara objetiva”, o Plano de Marketing Estratégico do Turismo do Algarve (PMETA 2028) estabelece os eixos “fundamentais para o futuro do setor, apostando na estruturação de produtos, na valorização da oferta, no reforço da notoriedade e na gestão da imagem do destino”, frisou André Gomes. Assim, o plano, desenvolvido com o apoio técnico da Universidade do Algarve, pretende ser “a base da atuação da região nos próximos anos” para “afirmar o território pela qualidade e inovação, pela preservação e valorização dos seus recursos naturais e patrimoniais, e pela criação de benefícios económicos para os residentes”.

Além do “Sol&Mar”, que “iniciou e fará sempre parte da história do Algarve”, o presidente do Turismo do Algarve destacou o facto da região ser “cada vez mais, um palco de referência para eventos desportivos de grande dimensão”, dando como exemplo competições como o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, o Mundial de Superbikes, a Volta ao Algarve e o Algarve Granfondo. “A aposta na captação destes eventos e de outros eventos de incentivo ou corporativos, não só reforça a notoriedade internacional da região, como também dinamiza a economia local e alarga a procura turística ao longo do ano”, reconheceu André Gomes.

Pilar fundamental para o crescimento sustentável do Algarve, o presidente do Turismo do Algarve salientou o “reforço” do Aeroporto de Faro como “hub estratégico no turismo nacional e internacional”, indicando que, este verão, contará com 86 rotas para 75 destinos, com uma média de 821 frequências semanais, um crescimento de 8% face ao verão anterior. “Pela primeira vez, o Algarve estará ligado a 22 mercados internacionais”, referiu André Gomes, destacando os três novos mercados: Estados Unidos da América, Finlândia e Islândia.

“A aposta na conectividade transatlântica ganha um novo impulso com o reforço das ligações à América do Norte (Canadá e EUA) e o primeiro voo direto para Nova Iorque (Newark), operado pela United Airlines, que terá início a 17 de maio. Para além desta novidade, serão inauguradas mais duas novas rotas completamente inéditas, Helsínquia, com a Finnair, e Reiquiavique, com a Play Airlines, juntando-se a United Airlines, a Finnair e a Play Airlines à operação do aeroporto”, salientou André Gomes.

Sob a monotorização do Observatório para o Turismo Sustentável do Algarve, o presidente da região de turismo frisou a “contribuição de uma forma responsável para a gestão do território, ao mesmo tempo que registamos através de inquéritos, não só as percepções dos nossos turistas, mas também das nossas empresas e residentes, face àqueles que são os impactos gerados pela atividade turística regional”. Nesse sentido, os resultados destacam uma avaliação amplamente positiva dos visitantes, com especial reconhecimento pela segurança, qualidade ambiental e simpatia dos residentes, com 83,8% dos turistas a manifestarem a intenção de regressar ao Algarve nos próximos cinco anos, enquanto 95,2% afirmam que recomendariam a região a outras pessoas.

A concluir, a iniciativa que marca os 55 anos da Região de Turismo do Algarve foi aproveitada, também, para o lançamento do programa “55 anos, 55 eventos”, que ao longo dos próximos meses levará a todo o território iniciativas culturais, desportivas, enogastronómicas e concertos, refletindo a riqueza e diversidade do Algarve.

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BTL 2025 arranca hoje e até domingo

A edição 2025 da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market arranca hoje, quarta-feira, na FIL – Parque das Nações, até domingo, dia 16 de março, para o que a organização já considera a maior de sempre.

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Mais de 1500 expositores, 50.000m2 de exposição, mais de 100 destinos internacionais e mais de 600 eventos fazem da 35ª Edição da BTL a maior feira organizada em Portugal e a principal plataforma de venda de viagens do país, refere a AIP, organizadora do evento. Relativamente ao programa de Hosted Buyers, este reúne 200 compradores de 44 mercados emissores, promovendo mais de três mil reuniões de negócios em apenas dois dias.

Durante cinco dias, o evento reúne profissionais e público em geral, proporcionando a oportunidade de explorar novas estratégias e estabelecer parcerias. Para os visitantes, a BTL é o local ideal para descobrir novos destinos, aproveitar ofertas exclusivas e garantir as melhores condições na reserva das suas próximas férias.

A inauguração oficial da BTL acontece às 11h00 e será presidida pelo ministro da Economia, Pedro Reis.

Nesta edição, a Feira conta com Cuba como o destino internacional convidado, Leiria como município convidado e Alentejo e Ribatejo como destino nacional convidado.

Destaque-se que a Feira inclui diversas áreas temáticas, como a BTL Cultural, dedicada à promoção da cultura e património dos destinos. Este ano, com o fado como grande protagonista, Cuca Roseta assume o papel de embaixadora.

Adicionalmente, a BTL Emprego, apresenta as melhores oportunidades de carreira no setor do turismo, com entrada gratuita. A BTL Weddings, destaca as tendências para casamentos. Por sua vez, a BTL Wellness, centra-se no turismo de saúde e bem-estar. A BTL LGBTI+, promove a inclusão e diversidade no turismo e, por fim, a BTL Religioso, foca-se no turismo religioso.

Além disso, nos quatro pavilhões da FIL, o programa BTL é distribuído por oito espaços distintos: Auditório AVK, Palco Better by AVK, Palco Wellness, Casa de Fados da Cuca Roseta, Palco Turismo Religioso, Palco BTL Emprego, Centro de Reuniões da FIL e Meeting Room, para além de uma agenda repleta de acontecimentos.

De salientar também o regresso do “Passaporte BTL”, onde os visitantes serão desafiados a explorar os destinos internacionais presentes na feira, com a possibilidade de ganhar quatro mil prémios, incluindo viagens, vouchers, estadias em hotéis e bilhetes para eventos na FIL.

A BTL estará aberta esta quarta e quinta-feiras para profissionais do setor, das 10h00, às 19h00, e na sexta-feira, das 10h00 às 17h00. As portas abrem-se ao público em geral na sexta-feira das 17h00 às 23h00, no sábado, 15 de março, entre as 12h00 e as 23h00, e no domingo das 12h00 às 20h00.

 

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A Comissão Executiva do grupo Newtour: Gonçalo Palma, Carlos Baptista, Tiago Raiano, Mário Almeida
Distribuição

Newtour (re)organiza-se e coloca internacionalização como prioridade

A Newtour deu a conhecer a nova organização do grupo, bem como algumas novidades quanto ao posicionamento e estratégia para o futuro. Os mercados externos são a grande prioridade de um grupo que, segundo o CEO, Tiago Raiano, se mantém “atento a todas as oportunidades de negócio que possam surgir”, até porque, “o mercado nacional não nos poderá dar muito mais dimensão”. Para 2025, as perspectivas apontam para um crescimento de 15 a 20% na faturação, o que significa que o grupo ultrapassará os 200 milhões de euros no presente exercício.

Victor Jorge

Fundada há 15 anos, a Newtour avançou com um novo organigrama do grupo, com a definição concreta de áreas de atuação e profissionais que as lideram. Assim, a Comissão Executiva do grupo Newtour será composta por Tiago Raiano (CEO da SGPS), Carlos Baptista, Mário Almeida e Gonçalo Palma, que ficarão responsáveis pelas áreas de Distribuição, Aviação e DMC e Operadores, respetivamente.

Tiago Raiano começou por frisar, na conferência de imprensa que juntou a imprensa do trade, que, “passados 15 anos, o setor mudou, o grupo mudou, e mudou muito nos últimos anos, mas os Açores continuam a ser um dos pilares do grupo e sede das nossas empresas”, avançando, desde logo que “é o local onde temos vários investimentos e onde estamos a olhar para um conjunto de outros que queremos fazer”.

Uma “nova” Newtour”
Para fazer face a todos estes desafios, a Newtour apresentou o que será o grupo daqui para a frente. Com o organigrama, como já referido, a colocar Tiago Raiano como CEO do grupo, cabe a Mário Almeida a responsabilidade de liderar a Newtour Aviação (peso de 17% nas contas do grupo) na qual ainda cabem a a Newtour Consolidator, Connect Services Cabo Verde e Newtor Aviação GSSA.

Para o futuro, Mário Almeida deixou a notícia de que a Newtour Aviação vai passar a representar não só companhias aéreas, mas também “outras entidades possíveis de representar, tais como cruzeiros”. Nesse sentido e sem abrir o jogo, até porque o contrato “ainda não está assinado, mas estará para breve”, Mário Almeida deixou a certeza de se tratar de um “parceiro internacional que, por si só, vai aumentar a nossa carteira” e que abrange aviação e cruzeiros.

Na aérea da Distribuição, Carlos Baptista liderará a operação com maior peso (52%) dentro do grupo e que tem marcas como a Bestravel, Travel GEA, Newair, Turanga e GEA Brasil, enquanto Gonçalo Palmo ficará com a Newtour DMC e Newtour Operadores (pesos de 4% e 22%, respetivamente). Na Newtour DMC, a marca Menzel marca presença nos Açores, Cabo Verde, Portugal, São Tomé e Príncipe e Tunísia, cinco localizações que “pressupõem a existência de uma empresa local, legalmente constituída e já em funcionamento”, revelou Gonçalo Palma. Tendo iniciado, isoladamente, um processo de internacionalização, o responsável por esta área de negócio dentro da Newtour explicou que “deparamo-nos com barreiras de dimensão para as quais não estávamos preparados”. Assim, com este processo, “não repetimos tarefas nas diversas equipas, temos mais meios, mais tecnologia e não estamos somente com um produto, mas com todos os produtos que apresentamos com a Menzel”. Ou seja, com a Menzel, “construímos uma marca única, uma marca internacional, uma marca que, sob a chapéu do grupo Newtour, nos dá maior variedade e credibilidade nestes mercados”.

Problema de dimensão leva a olhar para fora
Indicando que, com o tempo, o grupo “assumiu outras latitudes e investiu em outras dimensões”, o CEO da Newtour reconheceu, igualmente, que “o que temos hoje é completamente diferente do que temos pela frente, quer seja nos desafios, quer seja na forma como o próprio mercado se posiciona”, conferindo ao setor um cariz “mais tecnológico”, mas também um mercado “cada vez mais sem fronteiras e globalizado”.

Reconhecido foi, igualmente, o “problema de dimensão do mercado nacional” quando comparado com os pares europeus, bem como a estrutura do tecido empresarial “muito fragmentado, com micro e pequenas empresas”, questionando Tiago Raiano o que advirá da privatização da TAP. “A privatização da TAP vai originar no mercado português e na distribuição em Portugal um novo desafio que é a alteração da centralidade de decisão para uma zona europeia de uma companhia que tem sido extremamente relevante para o setor da distribuição em Portugal”, admitindo ainda Tiago Raiano que “a própria distribuição pode ficar um pouco mais periférica e com um conjunto de situações mais difíceis de gerir”, o que leva o CEO da Newtour a reconhecer que “o mercado deveria consolidar”.

“Trabalhamos para que o mercado possa consolidar, como uma forma de nos dar capacidade para competir com outros players, de outra dimensão, que vêm de outros mercados, para ter uma capacidade de investimento completamente diferente, quer ao nível da rentabilidade quer na produtividade do serviço”.

Por isso, não é de estranhar que, enquanto grupo, “estaremos atentos a oportunidades de negócio como tivemos no passado recente, mas achamos que o mercado não está preparado para desequilíbrios nem para estratégias agressivas”.

Assim, a visão de crescimento, pelo menos nos próximos anos, “vai passar por aquilo que são os mercados externos”, referiu Tiago Raiano, com todo o posicionamento e prioridade para os próximos anos a passar claramente pela “internacionalização”, com o objetivo de “garantir os nossos interesses, dos nossos clientes, dos nossos parceiros, mas também como uma forma de contribuirmos para aquilo que é o posicionamento mais defensivo que o mercado poderá ter ou não em relação a esses grandes players europeus e a forma como eles depois se posicionam e têm outras ferramentas para atuar no nosso mercado”.

Em 2025, o grupo Newtour estima ultrapassar os 200 milhões de euros de faturação, um novo crescimento a dois dígitos

Agressividades externas
Reconhecendo que Portugal “não está preparado para posições agressivas”, Tiago Raiano salientou que os mercados europeus têm formas de abordar o mercado da distribuição “muito competitivas”, com base em negócios estruturados de uma forma diferente, “mais verticalizada” e que “muitas vezes aquilo que são as receitas, não são pensadas na unidade de negócio da distribuição, operadores ou das redes que têm, mas sim naquilo que é, por exemplo, a sua componente hoteleira”.

Assim, Tiago Raiano reconhece que esta realidade dá “capacidade para desenvolver estratégias de posicionamento, muitas vezes de preço, diferentes, ou até, se quisermos, de capacidade instalada para o próprio mercado naquilo que distribuem, muito diferente daquela que os operadores e que a distribuição em Portugal, de uma forma geral, têm”.

Não esquecendo que o tecido empresarial em Portugal é “muito fragmentado”, de pequenas agências, grupos pequenos, de pouca dimensão, “se começarmos a pôr em causa a cadeia de valor, quer seja do ponto de vista da rentabilidade, por venda a preços baixos, ou por inundarmos o mercado com excesso de produto”, salientando que “não é um processo exclusivo dos players estrangeiros, mas sim do mercado como um todo”, Tiago Raiano reconhece que “isso leva, efetivamente, que o preço de venda seja mais baixo”, ou seja, “a rentabilidade das agências é mais pequena”.

Admitindo que “no final do dia corremos o risco de ficar todos mais fracos”, o CEO da Newtour salientou que, na distribuição, “nunca podemos ver a um ano, temos de ver sempre numa lógica de três ou quatro anos para ter uma leitura mais clara do que se passa”. E justifica: “se tivermos uma leitura apenas e só no ano corrente, esta será sempre uma leitura enviesada daquilo que é o posicionamento que os diferentes players têm”.

Assim, refere que, enquanto grupo, “temos uma preocupação, sentido de responsabilidade, de não ter práticas que efetivamente possam criar desequilíbrios. Não quer dizer que, pontualmente, alguma empresa não tenha de reagir, mas o mercado deve fluir de uma forma mais tranquila por força daquilo que é a sua dimensão e a própria estrutura em termos de fragmentação”.

200 milhões em 2025
Sobre o futuro, Tiago Raiano deixou a garantia que o grupo “manifestou o interesse desde a primeira hora e nunca desistimos” da SATA, adiantando que “esperamos que possam existir novidades nas próximas semanas sobre esse dossier e existir uma clarificação das posições”.

Quanto ao atual cenário político, com a iminência de novas eleições legislativas e com um processo de privatização da TAP ainda desconhecido, o CEO da Newtour vê este quadro “com preocupação para a TAP e para o país”, admitindo mesmo que “não são boas notícias em ambos os casos”.

Certo é que este tempo de indefinição dá, segundo Tiago Raiano, “tempo para desenvolver processos e investimentos”, reconhecendo que o grupo “está bastante preparado para essa nova realidade” e que “esse foi um dos objetivos que nos levou, efetivamente, a fazer esta reestruturação”.

Ainda no capítulo TAP, Raiano lembrou que a companhia “é gerida por gestores portugueses e por diretores que se relacionam com toda a distribuição” e que “se for adquirida por uma empresa europeia, esse centro de decisão não vai ficar em Portugal”. Por isso, referiu, “ou temos dimensão ou não temos dimensão”, o que por outras palavras, recorda, “todo junto, o mercado português não representa 2% da IATA europeia e, por isso, ou esses movimentos de consolidação de parcerias continuam a ser feitos, ou efetivamente a fragmentação do mercado português torna-o mais permeável”.

Noutro dossier, Carlos Baptista focou a atenção no aeroporto. “Todos os dias que há atraso no aumento de capacidade significa um estrangulamento dos nossos negócios. Vivemos de fluxos de clientes, quer seja de outgoing seja de incoming e, obviamente, que há um impacto no negócio e que o desejável seria que houvesse decisões rápidas sobre esta situação” [Novo Aeroporto de Lisboa – NAL].

Assim e prevendo-se que o NAL só esteja pronto dentro de uma década, o que significa que a capacidade não aumentará, Carlos Baptista admitiu que, por parte da Newtour, o foco estará “numa menor dependência do mercado nacional. O mercado nacional, nos próximos 10 anos, objetivamente, vai ter um estrangulamento, que já está a acontecer, e já vamos sentido isso em várias realidades que se vão agravar”. Assim, reforçou, “para continuarmos a crescer, só há uma hipótese, é crescermos fora das nossas fronteiras”.

Com as contas a ditarem um ano de 2024 com receitas de 180 milhões de euros, um crescimento de 21% face ao ano anterior, Tiago Raiano revelou que as perspectivas são de “manter uma ordem de crescimento na ordem dos dois dígitos”, apontando para objetivos de crescimento “na ordem dos 15 a 20%”. “Achamos que estamos capacitados para fazer isso, não só pelos investimentos que fizemos, mas também porque começamos a estar numa fase que irá traduzir isso mesmo. Quando se arruma uma casa, o grau de otimização e de perceção daquilo que são as zonas que podemos efetivamente rentabilizar e otimizar é completamente diferente”.

Assim, com a barreira dos 200 milhões possível de ser ultrapassada já neste ano de 2025 e com foco na internacionalização, o CEO da Newtour deixou claro que “o grupo não vai deixar de continuar a investir em Portugal”.

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NAV controla um recorde de 917 mil voos, em 2024

A NAV Portugal controlou mais de 917 mil voos no espaço aéreo português durante 2024, constituindo um novo máximo anual, indicando ainda que conseguiu reduzir os atrasos médios por movimento controlado em 14%.

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A NAV Portugal controlou um total de 917.077 voos IFR (Instrument Flight Rules, sigla em inglês) no espaço aéreo português em 2024, correspondendo a um crescimento de 7,5% face a 2023, um novo máximo anual, confirmando a tendência de crescimento sustentado da aviação.

Em comunicado, informa-se da subida do tráfego expressiva em duas Regiões de Informação de Voo (RIV) sob responsabilidade da NAV Portugal. Na RIV de Lisboa, que engloba todo o espaço aéreo de Portugal Continental e Região Autónoma da Madeira, foram controlados 719.180 voos, mais 7% face ao ano anterior, para uma média diária de 1.965 voos. Já na RIV de Santa Maria, que engloba toda a Região Autónoma dos Açores e uma vasta área do Atlântico Norte, o crescimento foi de 9,5%, com 197.897 voos controlados, ou uma média de 541 voos diários.

Relativamente à atividade nas torres de controlo, também foram registados crescimentos, com destaque para Faro, onde o tráfego subiu 4,8%, com um total de 75.555 voos controlados, e Ponta Delgada, onde a subida foi de 6,9%, para 32.419 voos.

No comunicado, indica-se ainda que a NAV Portugal conseguiu reduzir os atrasos médios por movimento controlado em rota, ficando este indicador nos 0,39 minutos, uma redução de 14% face ao registado em 2023, destacando Pedro Ângelo, CEO da NAV Portugal, “a maior fluidez e eficiência na gestão do espaço aéreo”.

 

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Tatiana Martins integra equipa comercial da Soltrópico

Tatiana Martins assume, a partir de agora, o cargo de promotora comercial da zona sul da Soltrópico. Segundo o operador turístico, esta integração visa melhorar ainda mais a resposta e o serviço prestado às agências de viagens portuguesas.

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A profissional, que está na Soltrópico há sete anos na área das reservas, tem, ao longo do seu percurso no operador turístico, demonstrado uma dedicação e competência exemplar, dominando os produtos, sistemas e a programação da empresa de forma notável. Esta experiência, aliada ao seu conhecimento profundo da casa, torna-a a pessoa ideal para continuar a fortalecer a relação com as agências de viagens e assegurar uma resposta mais ágil e eficiente às suas necessidades, indica nota de imprensa do operador turístico do Grupo Newtour.

Tatiana Martins irá iniciar em breve visitas regulares às agências de viagens da zona sul, estabelecendo um contacto mais próximo e proporcionando um apoio direto na promoção dos produtos Soltrópico, refere ainda a mesma nota.

 

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Turismo mundial recupera nível pré-pandemia e manterá crescimento em 2025, indica Turismo da ONU

Segundo o Turismo da ONU (UN Tourism), o turismo mundial recuperou o nível registado antes da pandemia, assinalando 1,4 mil milhões de turistas internacionais, um crescimento de 11% face a 2023. Para 2025, a entidade da ONU estima um crescimento entre os 3 e 5% a nível internacional.

Victor Jorge

De acordo com o último Barômetro do Turismo da ONU (UN Tourism), estima-se que 1,4 mil milhões de turistas viajaram a nível internacional, em 2024, significando uma recuperação (99%) dos níveis pré-pandêmicos e representando um aumento de 11% em relação a 2023, ou seja, 140 milhões a mais de chegadas de turistas internacionais, com os resultados a serem impulsionados por uma “forte procura pós-pandemia, desempenho robusto de grandes mercados emissores e a recuperação contínua de destinos na Ásia e no Pacífico”, diz o Turismo da ONU.

Por regiões, o maior crescimento foi registado no Médio Oriente com um aumento de 32% nas chegadas internacionais face a 2019, mas somente 1% a mais que em 2023, totalizando 95 milhões de turistas internacionais.

O continente africano, com 74 milhões de turistas internacionais, foi a segunda região com maior crescimento, mais 7% face a 2019 e uma evolução de 12% relativamente a 2023.

A Europa, enquanto maior destino turístico mundial registou, em 2024, mais de 747 milhões de chegadas, correspondendo a uma subida de 1% relativamente a 2019 e mais 5% face a 2023. O Turismo da ONU assinala o crescimento de todas as sub-regiões europeias, tendo ultrapassado os níveis pré-pandémicos, exceto os mercados da Europa Central e de Leste, devido aos impactos da guerra na Ucrânia.

As Américas, por sua vez, ainda não recuperaram totalmente, ficando a 97% dos níveis pré-pandémicos (213 milhões de chegadas), embora a região do Caribe e da América Central tenha conseguido ultrapassado os números de 2019. Os dados do Turismo da ONU indicam, no entanto, que a globalidade da região registou um crescimento de 7% face a 2023.

Embora ainda longe dos valores pré-pandémicos (87%), a região da Ásia-Pacífico atingiu os 316 milhões de chegadas internacionais, uma melhoria de 33% face a 2023, contabilizando mais 78 milhões de turistas internacionais.

O secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, refere que, em 2024, “o turismo global completou a sua recuperação da pandemia e, em muitos lugares, as chegadas de turistas e, especialmente, as receitas já estão acima dos níveis de 2019”.

Assim, diz Pololikashvili, “espera-se que o crescimento continue ao longo de 2025, impulsionado por uma forte procura que contribui para o desenvolvimento socioeconómico tanto de destinos maduros quanto emergentes”, referindo ainda a “imensa responsabilidade, como setor, de acelerar a transformação, colocando as pessoas e o planeta no centro do desenvolvimento do turismo”.

Receitas aumentam, mas gasto médio não
Quanto às receitas geradas pelo turismo mundial, as estimativas do Turismo da ONU apontam para “crescimentos robustos”, em 2024, com as receitas a atingirem os 1,6 biliões de dólares (mais de 1,5 biliões de euros), correspondendo a uma subida de 3% face a 2023 e mais 4% do que em 20219.

À medida que o crescimento estabiliza, os dados do Turismo da ONU indicam também que “os gastos médios estão, gradualmente, a regressar aos valores pré-pandémicos”, passando de 1.400 dólares (cerca de 1.350 euros), por chegada internacional em 2020 e 2021, para uns estimados 1.100 dólares (cerca de 1.050 euros), em 2024, ficando, no entanto, acima da média de 1.000 dólares antes da pandemia.

As exportações do turismo (incluindo o transporte de passageiros), por sua vez, atingiu os 1,9 biliões de dólares (acima dos 1,8 biliões de euros), em 2024, ficando 3% acima dos valores de 2019.

Entre os destinos com melhor performance ao nível das receitas turísticas estão, segundo os dados preliminares do Turismo da ONU, o Reino Unido (+40%), Espanha (+36%), França (+27%) e Itália (+23%), crescimentos nos primeiros nove meses de 2024 face a igual período de 2019.

Já relativamente aos gastos efetuados por turistas internacionais, os dados não diferem muito, com a Alemanha e o Reino Unido a liderarem (ambos com +36% face a 2019), seguindo-se os EUA (+34%), Itália (+25%) e França (+11%), embora nada comparado com um dos maiores crescimentos registados a nível mundial que vem da Índia (+81% face a 2019).

2025 mantém-se positivo
Para 2025, o Turismo da ONU prevê um aumento entre 3 a 5% nas chegadas internacionais, face a 2024, “assumindo uma contínua recuperação da Ásia-Pacífico” e “a manutenção de condições económicas globais favoráveis” que incluem “uma continuação no recuo da inflação” e que os conflitos geopolíticos “não se intensifiquem”.

E se os dados do Turismo da ONU apontam para taxas de crescimento estáveis para as chegadas internacionais (+33% em 2023 e +11% para 2024), 64% dos peritos ouvidos pela entidade anteveem um 2025 “melhor” ou “muito melhor”, enquanto 26% estimam um ano de 2025 “igual” a 2024 e só 9% indicam um ano “pior”.

No entanto, os “ventos económicos e geopolíticos contrários” continuam a representar “riscos significativos”, antecipa o Turismo da ONU, sendo que mais de metade dos inquiridos apontam os “altos custos de transporte e alojamento”, além de outros fatores económicos, como a “volatilidade dos preços do petróleo”, como os principais desafios que o turismo internacional enfrentará em 2025. Também os riscos geopolíticos (além dos conflitos que ainda decorrem) são uma “preocupação crescente” entre o painel de especialistas, que os classificou como o terceiro fator mais importante após os económicos, concluindo ainda que os “eventos climáticos extremos” e a “escassez de mão de obra” também são desafios críticos, ocupando o quarto e quinto lugares entre os fatores identificados pelos especialistas.

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PIB turístico representará mais de 13% do PIB total espanhol

O CaixaBank Research estima que o PIB turístico espanhol passará de 12,9%, em 2024, para 13,2% do total da economia, em 2025. Já o gasto médio deverá aumentar para 1.342 euros por pessoa, 245 euros mais que em 2019.

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O serviço de estudos do CaixaBank – CaixaBank Research – estima que o PIB turístico espanhol cresceu 6% em 2024 e prevê um avanço de 3,6% para 2025, representando 13,2% do total da economia, conforme o Relatório Setorial de Turismo apresentado recentemente.

Face a esta previsão de aumento contínuo da procura turística nos próximos anos, o relatório recomenda “a gestão eficiente dos fluxos turísticos” para minimizar os impactos negativos sobre a população local e preservar os recursos naturais e culturais.

De resto, o CaixaBank Research prevê, tal como o ministro da Indústria e Turismo de Espanha, Jordi Hereu, já tinha avançado, que 2024 terminará com 94 milhões de turistas internacionais, um “crescimento muito significativo”. Além disso, o gasto médio por pessoa aumentou para 1.342 euros, 245 euros a mais que em 2019.

A análise do CaixaBank Reserach refere que “o crescimento do turismo foi impulsionado pela procura internacional, que representa 75% do gasto total, enquanto a procura interna teve um avanço mais moderado, apesar de números positivos, pois os espanhóis retomaram suas viagens internacionais”.

A análise destaca ainda que o setor “manteve sua competitividade mesmo com aumentos de preços superiores à média da economia, alinhado com tendências em países concorrentes como Portugal, Grécia e Itália”.

Os números indicam, igualmente, que, em 2024, todos os principais mercados emissores foram recuperados. O Reino Unido, que representa 19,7% das chegadas e 18% dos gastos, voltou aos níveis de 2019 após desafios relacionados ao Brexit e à crise económica pós-pandemia, e mercados de longa distância, como Estados Unidos, América Latina e Ásia, também contribuíram significativamente, com a Ásia a constituir a última a recuperar.

O setor de restaurantes também registou forte desempenho: 62% da receita nacional veio de consumidores locais, apesar de o ticket médio dos turistas estrangeiros ser maior, com um crescimento médio de 20% em 2024, comparado a 10% para residentes.

O relatório salientou a tendência de dessazonalidade, indicando que julho e agosto continuam como os meses mais fortes (23% das chegadas), mas o crescimento fora da alta temporada é “mais expressivo”, concluindo-se que essa tendência é antiga e atualmente é liderada por turistas alemães, britânicos e italianos.

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Até novembro, turismo espanhol bate números de todo o ano de 2023

A atividade turística, em Espanha, bateu novos recordes, apurados que estão os números de novembro pelo Instituto Nacional de Estatística do país. Assim, até novembro de 2024, o número de visitantes e receitas turísticas já ultrapassaram as alcançadas em todo o ano de 2023.

Victor Jorge

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha, o país recebeu, até novembro de 2024, 88,5 milhões de visitantes que geraram 118 mil milhões de euros de receitas para a economia espanhola, ultrapassando, assim, os resultados alcançados em todo o ano de 2023, exercício em que o setor atingiu 85 milhões de turistas e 108 mil milhões de euros de receitas.

Estes valores representam uma subida de 10,7% face aos números alcançados no acumulado (janeiro – novembro) de 2023, enquanto ao nível das receitas a evolução é de 16,7% face ao período homólogo em análise.

Só em novembro, os dados divulgados pelo INE espanhol mostram que o país vizinha recebeu 5,6 milhões de turistas internacionais, correspondendo a uma subida de 10,3% face ao 11.º mês de 2023, sendo que nas receitas, estas totalizaram 7.709 milhões de euros, ou seja, um crescimento de 16% relativamente a novembro de 2023.

Em novembro, cada visitante gastou, em média, 1.361 euros, mais 5,2% do que no ano passado, refletindo a despesa por dia este crescimento, atingindo 178 euros, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior. A estada média foi de 7,6 dias, ligeiramente superior à de há um ano, que foi de 7,4.

Em termos de mercados emissores, destaque para o Reino Unido que, em novembro, aumentou 5,5% face a igual mês de 2023, totalizando mais de um milhão de turistas. França aparece em segundo lugar, com mais de 750 mil turistas (+17,4%), seguindo-se a Alemanha com 650 mil turistas (+4,4%).

Na análise mensal, destaque para as subidas de mercados como a Itália (+22%, para 369 mil turistas) e Portugal (+21,4%, para 176 mil turistas) e as descidas da Bélgica (-20,8%).

Já no acumulado do ano (janeiro – novembro 2024), também é o Reino Unido que lidera o ranking, com 17,5 milhões de turistas (+7,1%), seguindo-se a França com 12,2 milhões (+11,5%) e Alemanha com 11,3 milhões (+8,5%).

Portugal aparece, nesta análise anual, com um crescimento de 7,5%, o que perfaz um total de 2,76 milhões de turistas portugueses a visitarem Espanha neste período.

Por gastos, os cidadãos do Reino Unido gastaram 1.161 milhões de euros, em novembro, um aumento de 8,7% face a igual mês de 2023. O segundo país em termos de gastos foi a Alemanha, cujos nacionais gastaram 957 milhões de euros nas suas férias em Espanha, um aumento de 20,2% em relação a novembro de 2023. Em terceiro lugar aparece a França, com uma despesa de 582 milhões de euros e um crescimento homólogo de 22%, o que coloca o país como o mercado com o maior aumento percentual de gastos neste mês entre os principais países.

As Ilhas Canárias foram o principal destino dos turistas, em novembro, com 25,6% do total. Seguiram-se a Catalunha (22,2%) e a Andaluzia (13,7%). As Ilhas Canárias receberam mais 8,6% de turistas do que em novembro de 2023, totalizando no mês 1,4 milhões de turistas. O número de turistas que visitaram a Catalunha aumentou 9,7%, totalizando 1,3 milhões de turistas, e mais 8,7% de turistas viajaram até à Andaluzia, perfazendo um total de mais de 777 mil turistas.

Já nos primeiros 11 meses de 2024, a liderança pertence à Catalunha, com 18,7 milhões de turistas (´9,9%), seguindo-se as Ilhas Baleares, com 15,1 milhões (+6,1%) e as Ilhas Canárias, com 13,8 milhões (+9,6%).

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