Edição digital
Assine já
PUB
Destinos

Nova edição: Entrevista presidente do Turismo de Portugal, Especial WTM 2021, ‘Surf No Crowd’ e Autocaravanismo

A última edição de outubro do Publituris faz capa com a entrevista ao presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo. A poucos dias do início do World Travel Market 2021, Luís Araújo coloca a tónica no que de bom o turismo em Portugal tem para oferecer aos mercados externos.

Publituris
Destinos

Nova edição: Entrevista presidente do Turismo de Portugal, Especial WTM 2021, ‘Surf No Crowd’ e Autocaravanismo

A última edição de outubro do Publituris faz capa com a entrevista ao presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo. A poucos dias do início do World Travel Market 2021, Luís Araújo coloca a tónica no que de bom o turismo em Portugal tem para oferecer aos mercados externos.

Publituris
Sobre o autor
Publituris
Artigos relacionados
Nova Edição: Os nomeados da 13.ª edição dos Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025
Prémios
Edição Digital: Os nomeados da 13.ª edição dos Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025
Edição Digital
AHP debate conectividade aérea
Agenda
Ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde demite-se
Destinos
19 anos: IPDAL reafirmar objetivo de colocar a América Latina no mapa de Portugal e vice-versa
Destinos
Já não haverá fusão entre Atout France e Business France
Destinos
IATA: Tráfego aéreo cresce 10,4% em 2024 e ultrapassa níveis pré-pandemia
Aviação
LATAM anuncia novas rotas
Transportes
In Sure Broker e a SGS na lista das 50 maiores empresas de seguros em Portugal
Destinos
Lisboa é um dos destinos a não visitar em 2025, segundo a Fodor’s
Destinos

A nova edição do Publituris, a terceira e última do mês de outubro, faz capa com o presidente do Turismo de Portugal. Ao Publituris, Luís Araújo destaca, como fez ao longo deste período de pandemia, que Portugal sempre manteve os motores ligados. Agora que o tiro de partida foi dado, o responsável pelo Turismo de Portugal admite que Portugal está muito bem colocado. Haja retoma!

A poucos dias do World Travel Market 2021, o Publituris foi ouvir, igualmente, o que os responsáveis pelas regiões turísticas têm para mostrar num dos eventos mais importantes do turismo mundial.

PUB

Além disso, quisemos, também, saber o que algumas empresas levam até Londres e com que serviços, soluções e experiências irão tentar atrair turistas internacionais.

PUB

Nesta edição destaque, também, para a 6.ª edição do Roadshow das Viagens do Publituris, realizado entre 12 e 14 de outubro. Visitadas que foram três cidades – Figueira da Foz, Vila Nova de Gaia e Sintra – foram 24 os expositores que mostraram os seus serviços e soluções aos mais de 300 agentes que visitaram o evento.

Lançado no verão de 2019, com o objetivo de tornar a Figueira da Foz, Cantanhede e Mira num único destino de surf de lazer, o projeto ‘Surf No Crowd’ merece um balanço positivo. Ao Publituris, Jorge Brito, secretário executivo da Comunidades Intermunicipal da Região de Coimbra, admite mesmo que poderá vir a ser alargado a outras modalidades náuticas na região.

Nos “Transportes”, o autocaravanismo é destaque, com a Yescapa Portugal – plataforma que intermedeia a venda e aluguer destes veículos – a queixar-se que a nova lei é “desproporcional” e pede a sua alteração, sob pena de Portugal perder turistas para países concorrentes.

Os artigos de opinião nesta edição são assinados por Carlos Torres (Jurista e professor da ESHTE) e Susana Rachão (Coordenadora da Licenciatura em Turismo e do TeSP em Desenvolvimento de Produtos Turísticos do ISAG – European Business School).

A versão completa desta edição é exclusiva para subscritores do Publituris. Pode comprar apenas esta edição ou efetuar uma assinatura do Publituris aqui obtendo o acesso imediato.

Para mais informações contacte: Carmo David | cdavid@publituris.pt | 215 825 43

Nota: Se já é subscritor do Publituris entre no site com o seu Login de assinante, dirija-se à secção Premium – Edição Digital e escolha a edição que deseja ler, abra o epaper com os dados de acesso indicados no final do resumo de cada edição.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Artigos relacionados
Nova Edição: Os nomeados da 13.ª edição dos Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025
Prémios
Edição Digital: Os nomeados da 13.ª edição dos Portugal Trade Awards by Publituris @BTL 2025
Edição Digital
AHP debate conectividade aérea
Agenda
Ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde demite-se
Destinos
19 anos: IPDAL reafirmar objetivo de colocar a América Latina no mapa de Portugal e vice-versa
Destinos
Já não haverá fusão entre Atout France e Business France
Destinos
IATA: Tráfego aéreo cresce 10,4% em 2024 e ultrapassa níveis pré-pandemia
Aviação
LATAM anuncia novas rotas
Transportes
In Sure Broker e a SGS na lista das 50 maiores empresas de seguros em Portugal
Destinos
Lisboa é um dos destinos a não visitar em 2025, segundo a Fodor’s
Destinos
PUB

Foto: Depositphotos.com

Aviação

IATA: Tráfego aéreo cresce 10,4% em 2024 e ultrapassa níveis pré-pandemia

Segundo a IATA, no ano passado, o tráfego aéreo global cresceu 10,4%, ultrapassando em 3,8% os níveis pré-pandemia. O principal destaque foi o crescimento do tráfego internacional.

O tráfego aéreo global cresceu, no ano passado, 10,4%, ultrapassando em 3,8% os níveis pré-pandemia, avança a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, cujos dados mostram que o crescimento do tráfego internacional, que chegou aos 13,6%, foi fundamental para o aumento global.

Os dados da IATA, divulgados esta quinta-feira, 30 de janeiro, indicam que, a nível global, também a capacidade disponibilizada aumentou 8,7% no ano passado, enquanto o load factor dos voos foi, em média, de 83,5%, o que representa “um recorde anual”.

A nível internacional, a capacidade registou ainda um aumento de 12,8%, enquanto a nível doméstico houve um crescimento de 5,7% face a 2023, com a capacidade doméstica a registar ainda uma subida de 2,5%.

A IATA destaca a performance registada no mês de dezembro de 2024, que trouxe “um forte final de ano”, uma vez que a procura global por viagens aéreas apresentou um aumento de 8,6%, enquanto a capacidade registou um aumento de 5,6% nesse mês.

Em dezembro, acrescenta a IATA, também os dados relativos à procura internacional foram positivos, já que este indicador cresceu 10,6%, enquanto a procura doméstica aumentou 5,5%, tendo a taxa de ocupação dos voos chegado aos 84%, o que também representa “um recorde” para o último mês do ano.

“2024 deixou absolutamente claro que as pessoas querem viajar. Com um crescimento de 10,4% na procura, as viagens atingiram números recordes nacionais e internacionais”, congratula-se Willie Walsh, diretor-geral da IATA.

Willie Walsh congratula-se ainda com a ocupação de 83,5% dos voos registada ao longo do ano passado, sublinhando que se trata de “um novo recorde”, o que se traduz em mais “empregos, desenvolvimento de mercado, comércio, inovação, exploração e muito mais”.

Por isso, o responsável mostra-se também otimista face a 2025, afirmando que existem “muitos indícios de que a demanda por viagens continuará a crescer”, ainda que se preveja uma maior moderação no ritmo de crescimento, que deverá ficar-se pelos 8%.

Tráfego internacional cresceu em todas as regiões

Os dados da IATA mostram também que, no ano passado, o tráfego internacional ficou 0,5% acima do recorde registado em 2019, antes da pandemia da COVID-19, tendo o crescimento sido comum a todas as regiões.

Já a capacidade apresentou uma descida de 0,9% a nível internacional face a 2019, enquanto o load factor dos voos cresceu 0,5 pontos percentuais, para 83,2%, o que representa um novo recorde.

A IATA sublinha ainda que, em dezembro, a procura internacional registou um aumento de 10,6%, enquanto a capacidade subiu 7,7% e o load factor cresceu 2,2 pontos percentuais comparativamente a 2023, fixando-se nos 83,9%.

Por regiões, o maior crescimento do tráfego internacional foi registado na Ásia-Pacífico, onde este indicador apresentou um aumento de 26.0% face ao ano anterior, naquele que foi o mais forte aumento anual entre todas as regiões do mundo. Já a capacidade cresceu 24.7% nesta região, enquanto o load factor apresentou uma subida de 0,8 pontos percentuais, chegando aos 83.8%.

A IATA diz, no entanto, que, apesar desta forte subida, a região continua a apresentar muitas oportunidades para que este crescimento seja ainda maior, até porque o tráfego nesta região continua 8.7% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Os números da IATA mostram ainda que, em dezembro, a Ásia-Pacífico viu o tráfego aéreo internacional subir 17.1% face a mês homólogo do ano anterior.

Na América Latina, o tráfego internacional cresceu ainda 14.4% face ao ano anterior, enquanto a capacidade apresentou um incremento de 14.3%, ainda que o load factor tenha descido 0.1 pontos percentuais, ficando-se pelos 84.8%, mantendo-se, ainda assim, como o mais elevado entre todas as regiões.

Em dezembro, o tráfego aéreo internacional na América Latina registou ainda um aumento de 11.3% face a mês homólogo de 2023.

Já as companhias aéreas africanas viram o tráfego internacional subir 13.2%, enquanto a capacidade cresceu 9.5% e o load factor aumentou 2.5 pontos percentuais, chegando aos 74.5%, o que representa um recorde em África, ainda que este seja o load factor mais baixo entre todas as regiões.

No último mês do ano de 2024, o tráfego aéreo internacional das companhias africanas cresceu ainda 12.4% face ao último mês de 2023.

Na Europa, o tráfego aéreo aumentou 9.7% face a 2023, tendo a capacidade subido ainda 9.2% e o load factor 0.4 pontos percentuais, chegando aos 84.1%. No último mês do ano, o tráfego aéreo das transportadoras europeias apresentou ainda uma subida de 8.6% face a dezembro de 2023.

No Médio Oriente, o crescimento do tráfego internacional foi de 9.4% em 2024, enquanto a capacidade conheceu uma subida de 8.4% e o load factor aumentou 0.7 pontos percentuais, para 80.8%. Em dezembro, o tráfego destas companhia aéreas subiu ainda 7.7% pontos percentuais face a mês homólogo do ano passado.

Por fim, foi nas companhias aéreas norte-americanas que se registaram os crescimentos mais modestos, com o tráfego do ano passado a aumentar 6.8%, enquanto a capacidade disponibilizada cresceu 7.4%. Apesar disso, o load factor desceu, no ano passado, 0.5 pontos percentuais, fixando-se nos 84.2%.

 

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
Dossier Relacionado
2024
PUB
Destinos

Cante alentejano ganha notoriedade e vai dar origem a nova rota turística

Há 10 anos reconhecido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, o Cante Alentejano tem vindo a afirmar-se como um “grande embaixador” do Alentejo e vai, em breve, ganhar uma rota turística, disse ao Publituris José Manuel Santos, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo.

Inês de Matos

Há 10 anos reconhecido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, o Cante Alentejano tem vindo a afirmar-se como um “grande embaixador” do Alentejo e vai, em breve, ganhar uma rota turística, disse ao Publituris José Manuel Santos, presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo.

A integração do Cante Alentejano na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, que aconteceu há 10 anos, foi, segundo José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, “um momento da maior importância para o Cante e para a região”, que contribuiu para o “reconhecimento externo” desta manifestação “identitária para o Alentejo”. “Foi o culminar de um processo, que acabou por ter um muito bom resultado, refira-se que o Comité da UNESCO aprovou esta candidatura por unanimidade, tendo-a destacado como uma candidatura exemplar”, lembra o responsável, em declarações ao Publituris.

Mas, para José Manuel Santos, tão importante como o reconhecimento externo é o facto da candidatura do Cante Alentejano a Património Cultural Imaterial da UNESCO ter levado a “uma grande entrega dos grupos corais na defesa e valorizações desta manifestação”, ao mesmo tempo que contribuiu para que a percepção do resto do país face à região também se alterasse.

O Cante Alentejano é, segundo o responsável, o “elemento identitário mais reconhecido da cultura do Alentejo” e o “grande embaixador” da região, motivo pelo qual o Turismo do Alentejo e Ribatejo tem vindo a divulgá-lo, passando ainda a usar esta manifestação na promoção da região. “O Cante Alentejano está frequentemente presente nas nossas iniciativas de divulgação e promoção do território, é um dos nossos cartões de visita”, defende o responsável, explicando que foi também, por isso, que a ERT decidiu associar-se aos vários municípios alentejanos nas comemorações do 10.º aniversário do reconhecimento do Cante Alentejano pela UNESCO, criando uma “agenda que tornasse as diferentes comemorações avulsas mais visíveis”.

No âmbito destas comemorações, que decorreram até ao início de dezembro, houve vários “espetáculos comemorativos” promovidos por diversos municípios alentejanos, alguns dos quais contaram até com a participação de músicos convidados que se juntaram aos grupos de Cante Alentejano de todo o Alentejo, num calendário de eventos que teve como ponto alto uma “missa cantada com os cânticos tradicionais associados às manifestações religiosas”, na Sé de Beja.

Manifestação única que ajuda o turismo

O facto do Cante Alentejano se ter tornado numa manifestação mais reconhecida com a elevação a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO também tem vantagens para o turismo, uma vez que, como explica José Manuel Santos, o Cante Alentejano é “a expressão de uma comunidade, que lhe confere identidade, e enquanto for uma manifestação viva, na qual os alentejanos se reveem e a praticam, é um elemento que confere autenticidade ao território, tornando-o distinto”. “Este é o contributo que o Cante aporta ao turismo”, acrescenta, indicando que a ERT tem conhecimento de que, cada vez mais, há pessoas que visitam o Alentejo e que perguntam “onde e como se pode ouvir cante”, ainda isso não signifique que o Cante Alentejano seja o principal motivo de visita à região.

Por outro lado, o Turismo do Alentejo e Ribatejo sabe que o Cante Alentejano tem vindo a integrar “alguns programas de visita”, uma vez que que “há operadores que promovem programas em que um dos dias é dedicado a conhecer o cante com uma visita ao Museu do Cante Alentejano, e posteriormente a participação num ensaio de um grupo coral (onde o visitante tem a possibilidade de conviver com o grupo)”, assim como unidades hoteleiras que “frequentemente solicitam a participação dos grupos corais nos seus eventos”. “Os turistas, num mundo cada vez mais globalizado e igual, procuram encontrar nos destinos que visitam aquilo que os individualiza e distingue, e as experiências com singularidades culturais são um dos atrativos, o cante enquanto Património Cultural Imaterial reconhecido pela UNESCO torna-se um importante ativo para a afirmação de um destino singular”, acredita o responsável.

Por isso, José Manuel Santos revela que o Turismo do Alentejo e Ribatejo está, atualmente, a “trabalhar para a criação de uma rota turística do cante”, que permita dar a conhecer o cante aos visitantes do Alentejo e na qual os grupos corais vão ser “os anfitriões que darão a conhecer o cante aos turistas”.

UNESCO ditou maior reconhecimento

Mas a elevação como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO está ainda a levar a alterações mais profundas e a ditar o “rejuvenescimento” do próprio Cante Alentejano, com José Manuel Santos a considerar que esse reconhecimento “não é alheio” a esta “fase importante de transformação” que este estilo musical está a viver.
“O rejuvenescimento do Cante, com o aparecimento de mais jovens a cantar frequentemente em grupos mais pequenos, tem permitido a sua semiprofissionalização. Também o interesse que alguns artistas de outras áreas têm demonstrado, criando projetos onde integram momentos de Cante, e por vezes a participação dos grupos
corais nos seus espetáculos, tem contribuído para uma maior notoriedade” desta manifestação, defende o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, considerando que, “o Cante, hoje, é mais apreciado do que antes da inscrição, e sobretudo é mais
conhecido fora do Alentejo”.

E, visto que o Cante Alentejo é um embaixador do Alentejo, José Manuel Santos considera que “quanto mais notoriedade ele tiver, melhor é para o destino turístico”.

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
PUB

Créditos: Just Frame It

Hotelaria

Vila Galé apura receitas de 290M€ em 2024

No ano passado, o grupo registou receitas de 172 milhões de euros na sua atividade hoteleira em Portugal, ao qual se somaram 6,6 milhões de euros de receitas provenientes do hotel que detém em Espanha. Acrescem 682 milhões de reais (cerca de 110 milhões de euros) em receitas geradas pelos hotéis do grupo no Brasil. Apesar de as contas gerais só ficarem fechadas entre março e abril, o grupo antevê um lucro entre os 105 e os 106 milhões de euros.

Carla Nunes

O grupo Vila Galé apurou cerca de 290 milhões de euros em receitas no passado ano de 2024, nas operações que detém em Portugal, Brasil e Espanha. O valor foi apontado pelo grupo esta terça-feira, 28 de janeiro, em conferência de imprensa.

Em Portugal, a atividade hoteleira do Vila Galé trouxe 172 milhões de euros em receita no ano passado, um aumento de 9% face às receitas de 2023. A taxa de ocupação média situou-se nos 55%, uma subida de 4% em relação a 2023, com o preço médio a rondar os 125 euros (mais 8% face ao ano anterior).

Ainda em território luso, o número de hóspedes verificou um aumento de 5%, comparado com 2023. Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo Vila Galé, explicou este crescimento, superior ao da taxa de ocupação, com a natureza das estadias em determinadas regiões do país.

“Crescemos mais em hóspedes do que em quartos ocupados porque os hotéis que temos vindo a desenvolver no interior do país têm uma característica, que é terem estadias relativamente mais curtas do que os hotéis em destinos como o Algarve ou a Madeira. Portanto, precisam de mais clientes para produzirem mais quartos ocupados”, justificou.

Em Espanha, onde o grupo conta com uma unidade hoteleira desde o ano passado, o Vila Galé Isla Canela, as receitas situaram-se nos 6,6 milhões de euros.

Já no Brasil, 2024 trouxe receitas de 682 milhões de reais para o grupo (cerca de 110 milhões de euros), um aumento de 6% em relação a 2023.

Com a taxa de ocupação a manter-se “em linha com 2023” (cerca de 53%), o preço médio dos hotéis Vila Galé no Brasil cresceu 7%. De acordo com Gonçalo Rebelo de Almeida, os produtos de resort que o grupo detém no país registam um preço médio na ordem dos 1.100 reais, enquanto os hotéis de cidade têm um preço médio entre os 400 e os 450 reais.

Sobre o Vila Galé Cayo Paredón, em Cuba, que cumpriu um ano de atividade, Gonçalo Rebelo de Almeida referiu que os resultados “não são fabulosos, mas também não são maus, funcionou”. O grupo prevê continuar a operação no país, tendo ainda “em cima da mesa” a presença em Havana ou Varadero.

Mercados
Quanto aos principais mercados emissores do grupo, Gonçalo Rebelo de Almeida afirmou que “o mercado português continua a crescer”, constituindo-se como o principal mercado do Vila Galé. Este mercado cresceu 6% em 2024 face a 2023, representando 40 a 45% da ocupação do grupo em Portugal. Segue-se o mercado do Reino Unido, com uma fatia de 14 a 16% de ocupação nos hotéis do grupo em Portugal, com um crescimento de 1,3% face ao ano passado.

Contudo, a “diferença relevante” e a “grande novidade” dizem respeito ao mercado dos Estados Unidos da América (EUA), que cresceu cerca de 30% nos hotéis do Vila Galé em Portugal em relação a 2023, a par do Canadá, que cresceu 25%. Também o mercado alemão verificou crescimentos face ao ano passado, na ordem dos 23%.

Créditos: Just Frame It

Para Gonçalo Rebelo de Almeida, o mercado norte-americano apresenta a “vantagem” de “proporcionar estadias mais longas”, além da “apetência para descobrir outras regiões e não se focar apenas nos grandes centros” – apresentando como exemplo o interesse deste mercado por destinos como o Alentejo, Douro e Algarve. O desenvolvimento do enoturismo junto destes turistas é outro dos pontos destacados a desenvolver.

“Se recuarmos cinco a seis anos, o mercado norte-americano não aparecia no top 10 e hoje vai começar a disputar a terceira, quarta e quinta posição do ponto de vista do ranking dos mercados emissores. Tem sido um mercado que pela permanência que tem em Portugal tem tido algum interesse, porque não só fica mais noites, como alarga a sua presença a todo o território. Há aqui um efeito positivo de notoriedade do destino, de valorização da cultura, do património, da gastronomia, das paisagens naturais, da simpatia das pessoas. É um mercado também com alguma apetência para o desenvolvimento do enoturismo”, explica.

Do lado oposto, os mercados emissores que registaram quedas no grupo foram o espanhol (menos 5% face ao ano passado) e o francês (menos 10% em relação a 2023).

Perspectivas para 2025
Quanto a este ano, e com base nas reservas em carteira, bem como no movimento de reservas que está a decorrer, Gonçalo Rebelo de Almeida assegura que estas estão a “apontar para o crescimento”.

“Não estamos a apontar para um crescimento muito expressivo em 2025, mas ainda assim, os números de 2025 à data aparentam ser superiores aos de 2024 em taxas de ocupação e receitas”, afirmou o administrador do grupo Vila Galé.

Não são esperadas “grandes mudanças do ponto de vista dos mercados emissores”, notando-se “um bom ritmo do mercado norte-americano e dos tradicionais mercados europeus”.

Para este ano, o grupo hoteleiro antecipa a abertura de quatro hotéis, dois em Portugal e outros dois no Brasil.

Em Portugal, destaque para as Casas de Elvas, cuja data de inauguração está marcada para 22 de fevereiro. Com 44 quartos, a unidade de quatro estrelas representa um investimento de seis milhões de euros. Já a norte, a abertura do hotel Vila Galé no Paço do Curutêlo, em Ponte de Lima, é apontada para 1 de abril deste ano. O quatro estrelas de 69 quartos abrirá portas após um investimento de cerca de 20 milhões de euros.

No Brasil, e também para 2025, o grupo prepara a abertura de um hotel de cinco estrelas em Ouro Preto a 12 de abril. Com 312 quartos, a futura unidade hoteleira surge de um investimento de 120 milhões de euros. Em novembro, é antecipada a abertura do Vila Galé Collection Amazónia – Belém, um cinco estrelas com 227 apartamentos. O projeto resulta de um investimento de 180 milhões de euros, de acordo com os dados indicados pelo grupo para a edição de janeiro da Publituris Hotelaria.

Recorde-se que o grupo Vila Galé tem ainda em carteira hotéis no Paço Real de Caxias, em Oeiras; em Penacova e em Miranda do Douro. Acresce a abertura do Vila Galé Collection Tejo na Golegã, na Quinta da Cardiga.

No Brasil, o grupo tem em vista a abertura do Vila Galé Coruripe Alagoas (onde estará também incluído um hotel NEP Kids, para crianças); o Vila Galé Collection São Luís; o Vila Galé Collection Maranhão; um hotel em Mangue Seco e outro no Inhotim, em Brumadinho.

Sobre o autorCarla Nunes

Carla Nunes

Mais artigos
PUB
Destinos

“Sentimos que há um grande apetite dos viajantes portugueses pelo Dubai”

O Turismo do Dubai promoveu esta segunda-feira, 27 de janeiro, um workshop em Lisboa para agentes de viagens, durante o qual foram reveladas as novidades do destino e destacado o crescimento que o mercado português tem vindo a apresentar.

Inês de Matos

O número de turistas portugueses que visita o Dubai está a crescer e, no ano passado, subiu 18%, revelou esta segunda-feira, 27 de janeiro, Mohammad Jassim Fathi, manager de operações internacionais do Turismo do Dubai para Portugal, Espanha e Américas, que considera que os portugueses gostam do Dubai, o que torna Portugal num dos mercados mais importantes para o destino.

“Portugal é um dos mercados de origem centrais para nós, e queremos continuar este crescimento para atrair mais turistas, sentimos que há um grande apetite dos viajantes portugueses pelo Dubai, e o Dubai é uma ótima paragem para os portugueses que viajam para a Ásia”, afirmou o responsável, que esteve em Lisboa para participar num workshop do Turismo do Dubai para agentes de viagens portugueses.

Mohammad Jassim Fathi atribui o crescimento dos turistas portugueses no Dubai ao trabalho que tem vindo a ser feito no mercado nacional, com várias formações e outras iniciativas para agentes de viagens, assim como à oferta variada do próprio destino, que é capaz de agradar aos mais variados segmentos turísticos.

“O Dubai é visto como um destino que tem muito para oferecer, e os portugueses viajam por muitas razões mas, no caso do Dubai, sabemos que gostam de praia e cultura, e isso é algo que podemos oferecer”, destacou o manager do Turismo do Dubai, realçando que também a arquitetura moderna e arrojada do Dubai constitui um motivo de atração turística.

Muitos dos portugueses que visitam o Dubai, fazem-no em programas de stopover, ainda que Mohammad Jassim Fathi sublinhe que, nos últimos anos, o Dubai se tenha tornado “no destino final para cada vez mais turistas portugueses”.

Prova disso é a média de noites que os portugueses passam no destino, que está perto das quatro noites e que, segundo o responsável, tem vindo “a crescer gradualmente” a cada ano.

“Penso que muitos dos portugueses que estiveram no Dubai em stopover, por uma ou duas noites, viram o que o destino tem para oferecer e decidiram marcar outra viagem, com as suas famílias”, acrescentou Mohammad Jassim Fathi, revelando que, apesar de o Dubai ser essencialmente um destino para famílias, há cada vez mais casais e turistas seniores portugueses a viajar para o Dubai.

Certo é que o Turismo do Dubai vai continuar a apostar no mercado portugueses e tem já previstas mais algumas iniciativas para 2025, a exemplo de parcerias com operadores turísticos, participações em roadshow e formações para agentes de viagens.

Durante este workshop, que contou com a participação da Emirates, Nortravel, Viajar Tours, Solférias, Soltrópico, Icarion, Lusanova e Image Tours, foram também reveladas as novidades do destino, a exemplo do novo museu interativo House of Hype, que abre a 7 de fevereiro, assim como do novo hotel Jumeirah Marsa Al Arab, cuja abertura está prevista para 14 de março.

 

 

 

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
PUB

Foto: Depositphotos.com

Destinos

Viagens dos residentes invertem trajetória de quebra e crescem 2,6% no 3.º trimestre de 2024

Entre julho e setembro de 2024, as viagens dos residentes inverteram a trajetória de quebra dos três meses anteriores e cresceram 2,6%, somando 8,2 milhões, com destaque para a subida das deslocações em território nacional, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Inês de Matos

As viagens dos residentes aumentaram 2,6%, para 8,2 milhões, no terceiro trimestre de 2024, invertendo a trajetória de quebra apresentada nos três meses anteriores, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou esta segunda-feira, 27 de janeiro, os dados sobre a Procura Turística dos Residentes, entre julho e setembro do ano passado.

Os dados do INE comparam o crescimento de 2,6% registado no terceiro trimestre de 2024 com a descida de -13,4% apresentada nos três meses anteriores e destacam as viagens em território nacional, que, segundo os dados divulgados, “inverteram a trajetória descendente dos dois trimestres anteriores e aumentaram 1,4%, atingindo 6,9 milhões (84,2% do total de deslocações)”, quando no trimestre anterior tinha sido registada uma descida de -15,4%.

A subir estiveram também as viagens com destino ao estrangeiro, que registaram um acréscimo de 9,8%, totalizando 1,3 milhões de deslocações (15,8% do total), o que contrasta com a descida de -1,5% registada no trimestre anterior.

Os números mostram que o total de viagens foi mais elevado nos meses de agosto e setembro, quando foram registados crescimento de 8,4% e 2,1%, respetivamente, enquanto no mês de julho houve uma descida de 5,5% nas deslocações dos residentes.

Os motivos para viajar não diferiram muito do trimestre anterior, ainda que tenham existido menos viagens de negócios, com o INE a indicar que “o “lazer, recreio ou férias”, tal como no período homólogo, foi a principal motivação para viajar no 3º trimestre de 2024, originando 5,6 milhões de viagens (+4,2%), que representaram 67,7% do total”, o que representa um crescimento de +1,1 p.p. face ao terceiro trimestre de 2023.

As deslocações para “visita a familiares ou amigos” também registaram um acréscimo, que, segundo o INE, chegou aos “+4,3%, em resultado de 2,1 milhões de viagens (26,1% do total, +0,4 p.p. face ao 3ºT 2023), enquanto as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” decresceram 18,3%, totalizando 257,6 mil deslocações (3,1% do total; -0,8 p.p. face ao 3ºT de 2023)”.

Os dados do INE mostram ainda que, entre julho e setembro de 2024, o “lazer, recreio ou férias” foi “a principal motivação dos residentes para viajar, quer em território nacional (64,9% das deslocações nacionais; 4,5 milhões de viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (peso relativo de 82,6%; 1,1 milhões de viagens)”, enquanto a “visita a familiares ou amigos” representou 29,2% do total das deslocações nacionais  (2,0 milhões de viagens) e 9,9% das deslocações ao estrangeiro (128,5 mil viagens). Já os motivos “profissionais ou de negócios” foram a terceira principal razão dos residentes para viajar nas deslocações ao estrangeiro (6,2%; 80,1 mil viagens).

O INE diz também que a marcação prévia das viagens continuou a ser uma realidade em 47,1% das viagens dos residentes realizadas no 3º trimestre de 2024, o que traduz um aumento de +1,1 p.p., sendo mesmo “dominante nas deslocações com destino ao estrangeiro (92,9%; +0,5 p.p.), ao contrário das viagens nacionais, em que foi utilizada apenas em 38,6% (+0,6 p.p.)”.

Em 30,2% das deslocações (+1,7 p.p), houve recurso à internet para organização da viagem, com este indicar a ter “maior representatividade na organização de viagens ao estrangeiro (67,3% do total, +3,4 p.p.) do que nas viagens em território nacional, em que a utilização deste recurso representou 23,3% do total (+0,8 p.p.)”.

Quanto a tipos de alojamento, o INE indica que “o “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (53,6% do total), tendo acolhido 24,8 milhões de dormidas nas viagens dos residentes”, principalmente nas viagens motivadas pelo “lazer, recreio ou férias” (44,0% do total) e nas deslocações em “visita a familiares ou amigos” (95,1%).

Já os “hotéis e similares” foram a segunda principal opção de alojamento n1o terceiro trimestre de 2024, concentrando 25,2% das dormidas (11,6 milhões), sendo o principal tipo de alojamento em viagens por “motivos profissionais ou de negócios” (42,7%) e o segundo nas dormidas em deslocações por “lazer, recreio ou férias” (30,1%).

Duração média e proporção de turistas diminuem

Os dados do INE mostram também que, entre julho e setembro de 2024, , cada viagem teve uma duração média de 5,62 noites, o que compara com as 5,90 registadas no terceiro trimestre de 2023, com os dados a revelarem ainda que “a duração média mais longa foi registada em agosto (6,39 noites; 6,62 em agosto de 2023) e a mais baixa em setembro (3,92 noites; 4,19 em setembro de 2023)”.

A descer esteve também a proporção de turistas, uma vez que, no terceiro trimestre do ano passado, 39,9% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, o que representa uma descida de -0,9 p.p. face ao mesmo período do ano anterior.

“Numa análise mensal, e em termos homólogos, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma viagem diminuiu em julho (-1,1 p.p.), mas aumentou em agosto e setembro (+1,2 p.p. e +0,3 p.p., respetivamente)”, explica ainda o INE.

 

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
PUB
Aviação

Ryanair transporta mais de 160 milhões de passageiros nos primeiros nove meses do exercício 2025, mas regista quebra nos lucros

A Ryanair transportou 160,2 milhões de passageiros nos primeiros nove meses do exercício de 2025, terminado 31 de dezembro de 2024. Enquanto as receitas aumentaram 3%, os lucros caíram 12%.

Victor Jorge

A Ryanair reportou receitas de 2,96 mil milhões de euros no 3.º trimestre de 2025 (terminado a 31 de dezembro de 2024), correspondendo a uma subida de 10% face aos 2,7 mil milhões de euros obtidos no mesmo período do ano fiscal de 2024.

Em comunicado, a companhia aérea lowcost de origem irlandesa refere que os custos operacionais aumentaram 8% e passaram de 2,72 mil milhões de euros para 2,93 mil milhões neste 3.º trimestre de 2025.

Já os lucros nestes três meses, registaram um aumento significativo, passando de 15 milhões de euros, no 3.º trimestre de 2024, para 149 milhões de euros no 3.º trimestre de 2025.

Também o número de passageiros transportados pela Ryanair aumentou, “apesar dos atrasos na entrega dos aviões Boeing”, indicando a companhia uma subida de 9%, o que quer dizer que passou de 41,4 milhões de passageiros no 3.º trimestre de 2024 para 44,9 milhões de passageiros no trimestre do exercício de 2025. O load factor no trimestre manteve-se inalterado nos 92%.

Já no acumulado dos nove meses do exercício de 2025, a Ryanair reporta receitas de 11,65 mil milhões de euros, um aumento de 3% face aos 11,27 mil milhões de euros do mesmo período do exercício de 2024.

Os custos operacionais também registaram um incremento, passando de 8,88 mi milhões de euros para 9,60 mil milhões de euros, correspondendo a uma subida de 8%.

A maior quebra foi registada nos lucros, onde a Ryanair indica uma descida de 12% face ao período homólogo de 2024. Isto quer dizer que em vez dos 2,19 mil milhões de euros, nos nove meses de 2024, a companhia aérea obteve um lucro, neste período do exercício de 2025, de 1,94 mil milhões de euros.

Já no que diz respeito aos passageiros transportados, a Ryanair registou uma subida de 9% face ao mesmo período de 2024, passando de 146,8 milhões de passageiros para 160,2 milhões de passageiros.

No comunicado, Michael O’Leary, CEO do grupo Ryanair, destaca que a companhia tinha “172 aeronaves B737-8200 ‘Gamechangers’ na sua frota de 609 aviões em 31 de dezembro. Continuamos a trabalhar com a Boeing para acelerar as entregas de aeronaves e visitamos Seattle no início deste mês [janeiro de 2025]. Embora a produção do B737 esteja a recuperar da greve da Boeing no final de 2024, já não esperamos que a Boeing entregue aeronaves suficientes antes do verão de 2025 para facilitar o crescimento de tráfego de 210 milhões de passageiros no ano fiscal de 2026”, admite o responsável.

Além disso, O’Leary refere que “os atrasos da Boeing forçaram-nos a rever a nossa meta de tráfego para o ano fiscal de 2026 para 206 milhões (apenas 3% de crescimento)”, esperando receber “as 29 aeronaves Gamechangers restantes do nosso pedido de 210 antes de março de 2026, permitindo recuperar esse crescimento de tráfego atrasado no verão de 2026, em vez de no verão de 2025”.

O’Leary avança ainda que a Boeing “espera que o MAX-10 seja certificado no final de 2025, o que, esperamos, permitirá a entrega pontual das nossas primeiras 15 aeronaves MAX-10 na primavera de 2027 (conforme contratado)”.

Assim, ao longo do próximo ano, o CEO do grupo Ryanair refere que a companhia irá “realocar esse crescimento limitado de capacidade para aquelas regiões e aeroportos (Polónia, Suécia e Itália) que estão a investir em crescimento ao reduzir ou abolir impostos sobre aviação e incentivar o aumento do tráfego”.

No que diz respeito ao comportamento do setor na Europa, O’Leary admite que a capacidade de voos de curta distância na Europa “continue limitada em 2025”, já que “muitos operadores da Airbus na Europa continuam a lidar com reparações nos motores Pratt & Whitney e os principais fabricantes de aeronaves enfrentam atrasos nas entregas“.

Além disso, o responsável do grupo Ryanair faz referência à “consolidação das companhias aéreas da UE, incluindo a aquisição da ITA pela Lufthansa, a participação da Air France-KLM na SAS e a iminente venda da TAP”, admitindo que “essas restrições de capacidade, combinadas com nossa vantagem significativa de custos, forte balanço financeiro, pedidos de aeronaves de baixo custo e resiliência operacional, irão facilitar o crescimento lucrativo de tarifas baixas da Ryanair para 300 milhões de passageiros na próxima década”.

Finalmente, quanto a uma previsão do exercício de 2025 da Ryanair, Michael O’Leary espera alcançar “quase 200 milhões de passageiros (+9%), sujeito a nenhuma nova notícia adversa sobre atrasos nas entregas da Boeing”.

O’Leary salienta anda que, “embora as tarifas do terceiro trimestre tenham sido ligeiramente mais fortes do que no ano anterior, o quarto trimestre deste ano não beneficiará da Páscoa antecipada do ano passado, o que torna a comparação com o quarto trimestre do ano passado muito desafiadora”.

Assim, diz estar a orientar “cautelosamente o lucro líquido do ano fiscal de 2025 para uma faixa entre os 1,55 e 1,61 mil milhões de euros”, concluindo que “o resultado final do lucro líquido do ano fiscal de 2025 permanece sujeito a evitar desenvolvimentos externos adversos entre agora e o final de março, incluindo o risco de conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente, novos atrasos nas entregas da Boeing e má gestão ou falta de pessoal no Controlo de Tráfego Aéreo na Europa”.

 

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
PUB
Destinos

“A União Europeia desafiou-nos a montar um processo que preparasse a ilha do Maio para o turismo”

Com mais de 45 anos de existência, a APDM – Associação de Defesa do Património de Mértola tem vindo a ajudar ao desenvolvimento de muitos territórios, incluindo além-fronteiras. Cabo Verde é um desses exemplos e, depois de levar o Turismo de Natureza para Santo Antão, a associação está agora a trabalhar na ilha do Maio, para preparar o destino para um turismo sustentável, num projeto da União Europeia, segundo Jorge Revez, presidente da APDM.

Inês de Matos

Com mais de 45 anos de existência, a APDM – Associação de Defesa do Património de Mértola tem vindo a ajudar ao desenvolvimento de muitos territórios, incluindo além-fronteiras. Cabo Verde é um desses exemplos e, depois de levar o Turismo de Natureza para Santo Antão, a associação está agora a trabalhar na ilha do Maio, para preparar o destino para um turismo sustentável, num projeto da União Europeia, segundo Jorge Revez, presidente da APDM.

Jorge Revez, presidente APDM

 

Nascida no pós-25 de Abril, a APDM – Associação de Defesa do Património de Mértola tem vindo a criar “um histórico de desenvolver projetos em territórios necessitados” que há muito ultrapassou as fronteiras nacionais. Segundo Jorge Revez, presidente da APDM, a associação foi pioneira no trabalho de desenvolvimento em Mértola, casa-mãe da APDM, o que lhe conferiu uma “grande amálgama de currículo e experiência” e ditou a sua internacionalização.

Do Alentejo, a APDM passou para Marrocos e, mais tarde, chegou também a Moçambique e a Cabo Verde, onde vai já no segundo projeto de desenvolvimento turístico, agora focado na ilha do Maio. “A nossa atuação em cada país depende das suas realidades”, indicou o responsável ao Publituris, explicando que, apesar das diferenças de cada país, a APDM dedica-se a projetos que tenham como objetivo a “criação de emprego, criação de mais riqueza para as famílias e a fixação das pessoas nos territórios”.

Em Cabo Verde, o “turismo sustentável, a agricultura e a educação” são, segundo Jorge Revez, as áreas fundamentais a que a APDM se dedica, num trabalho que nasceu em Santo Antão e que, entretanto, já evoluiu também para a ilha do Maio.

A chegada da APDM ao país, revelou o responsável, aconteceu até de forma inesperada, uma vez que a associação foi convidada a participar numa missão empresarial promovida pelo Instituto Politécnico de Beja a Cabo Verde. “Foi assim que conhecemos a ilha de Santo Antão e ficámos logo a pensar como podíamos fazer alguma coisa e colaborar com a autarquia”, indicou Jorge Revez.

Depois desse primeiro contacto, a APDM começou a desenvolver “pequenos projetos em Santo Antão, com as associações de desenvolvimento e com a Câmara Municipal, e com o próprio Ministério da Agricultura”, de forma a “preparar a ilha para o turismo”.

Agora, vários anos depois, a APDM está também a trabalhar para preparar a ilha do Maio para o turismo, numa oportunidade que surgiu a convite da União Europeia (UE) e que visa preparar o destino para um tipo de turismo sustentável, que traga benefícios também para a comunidade local.

Colocar turismo de natureza na agenda

Em Santo Antão, a APDM trabalhou ao longo de quase duas décadas com o objetivo de “apostar no turismo de natureza”. Segundo Jorge Revez, esta ilha cabo-verdiana “é espetacular, é uma ilha de montanha que tem uma história de muita resiliência e que tinha muito potencial para, no futuro, apostar no turismo”.

O presidente da APDM diz que, há 15 ou 20 anos, já se percebia o potencial de Santo Antão, ainda que fosse necessário “trabalhar a educação, preparar muito a comunidade para aquilo que mais tarde poderia ser muito interessante, que era o turismo de natureza”.

O trabalho da associação passou pela promoção de formação e capacitação da comunidade local, de forma a que, quando a oportunidade chegasse, “a ilha estivesse minimamente preparada para o turismo”. “Aproveitámos para pôr na agenda de Cabo Verde o Turismo de Natureza porque Cabo Verde vive do turismo, mas é do turismo do Sal e da Boavista”, acrescentou, sublinhando que a procura pelas outras ilhas cabo-verdianas tem sido “residual em termos de turismo, apesar das suas potencialidades enormes”.

Jorge Revez explicou ainda que, para que essa aposta acontecesse, foi também preciso ultrapassar alguns obstáculos, a exemplo da ideia pré-concebida de que quem procura turismo de natureza “é pobre, porque vai de ténis e de mochila às costas”. “Quando fizemos o primeiro perfil do turista que já visitava Santo Antão, fez-se luz em Cabo Verde, até porque o orçamento do turista que visita Santo Antão é de quatro mil euros, enquanto do turista que visita a ilha do Sal é de dois mil, ou seja, é metade. No entanto, estes turistas não gastavam dinheiro no destino porque não havia onde gastar, não havia artesanato, não havia cultura ou restauração”, explicou o responsável, revelando que, a partir daí, “fez-se luz em muitos aspetos, incluindo para os autarcas, e percebeu-se que era necessário organizar o artesanato, atividades culturais e uma série de outras coisas”.

Jorge Revez nota que havia também diversas necessidades ao nível da formação e que, apesar de Cabo Verde ser um país que vive do Turismo, não havia “um único doutorado em turismo” no arquipélago, o que acabava por ter implicações ao nível das políticas públicas, já que não havia “pessoas com um conhecimento técnico e científico superior em turismo”. Por isso, a Universidade de Cabo Verde abriu, em parceria com a Universidade do Algarve, um doutoramento em Turismo e outro em Ciências Economico-Empresariais que permitiram colmatar esta lacuna.

O trabalho na ilha de Santo Antão, acrescentou o responsável, ainda não está concluído e, atualmente, está em fase de criação de uma “organização de gestão de destino” que, à semelhança das regiões de turismo portuguesas, ajude a que exista uma “organização mais profissional” e à consolidação do trabalho realizado, o que deverá passar também pela criação de Gabinetes de Turismo nas Câmaras Municipais. “Cabo Verde está numa fase de consolidar este trabalho e as autoridades têm ajudado à visão de que o turismo de natureza e montanha em Cabo Verde é uma potencialidade enorme”, congratulou-se o responsável.

Mesmo raciocínio mas visão diferente para o Maio

O presidente da APDM não tem dúvidas de que foi o sucesso deste primeiro projeto em Cabo Verde que levou a União Europeia a convidar a associação para “montar um processo que preparasse a ilha do Maio para o turismo”.

Nesta ilha, localizada a apenas sete minutos de avião da Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, e a uma hora e meia de barco, o trabalho da APDM segue o mesmo raciocínio que esteve subjacente ao projeto de Santo Antão, ainda que a visão para a ilha seja “um pouco diferente”. “A ilha do Maio é como o Sal e a Boavista, ou seja, é uma ilha plana, que oferece extensas praias, com quilómetros e quilómetros de areia branca e água azul-turquesa. Mas, ao contrário do Sal e da Boavista, nunca deu o salto e continua à espera do turismo”, indicou Jorge Revez, defendendo que esta ilha tem “um potencial brutal”, uma vez que tem também “uma reserva da biosfera e oferece uma tranquilidade imensa”.

A reserva da biosfera, acrescentou o presidente da APDM, obriga a alguns cuidados, motivo pelo qual a aposta deve passar pelo “turismo de sol e praia, mas numa perspectiva diferente, mais virado para uma gama média-alta e de forma sustentável”. “Ou seja, um turismo de sol e praia de qualidade, em que o turista paga mais do que se for para o Sal ou para a Boavista mas onde as pessoas querem tranquilidade, segurança, e uma ilha que está praticamente intocada há 20 anos”, resumiu Jorge Revez, explicando que “a ideia é formar um turismo que permita à ilha ganhar o mesmo mas com muito menos turistas”.

Com o apoio da União Europeia, com quem Cabo Verde tem um acordo especial, apesar de não ser um estado-membro, o projeto começou em 2021 para preparar “a ilha e a sociedade civil para o turismo”, à semelhança do que a associação já tinha feito em Santo Antão. E, apesar deste trabalho no Maio estar ainda numa fase recente, já foram realizados “estudos de enquadramento e planos para o futuro”. “Já fizemos estudos de planeamento do território, do tipo de turismo que vai acontecer no território, algum planeamento também urbanístico e de construção”, indicou o responsável, que considera, contudo, que o principal entrave ao desenvolvimento do Maio e de outras ilhas cabo-verdianas está, atualmente, na falta de transporte aéreo interilhas. “As agências de viagem não vendem pacotes para estas ilhas enquanto os transportes não estiverem bem”, lamentou, considerando que sem transportes “é difícil dar o passo seguinte” e atrair mais turistas para a ilha do Maio.

Infraestruturas, sinalética e outros instrumentos

Para que o Maio possa receber mais turistas, importante é também desenvolver as infraestruturas e é nesse sentido que a APDM tem vindo a trabalhar.

O porto da ilha é uma dessas infraestruturas e, segundo Jorge Revez, já foi renovado com fundos provenientes da União Europeia, permitindo agora “a acostagem de barcos maiores”, enquanto a cooperação portuguesa permitiu que se iniciasse a construção “de uma grande estação de tratamento de resíduos sólidos, já pensada numa dimensão para este tipo de turismo que irá acontecer”.

Entretanto, a ilha ganhou também um centro da juventude e um posto de turismo, estando ainda a decorrer a colocação de “sinalética e painéis informativos”. Ao mesmo tempo, está a ser preparado o “plano de ação da reserva da biosfera”, para preparar “aquilo que é possível para que os turistas comecem a aparecer”.

“Neste momento, está, por exemplo, a decorrer uma formação com os agentes da polícia que vieram de outras ilhas, organizada por nós, precisamente para preparar a polícia para um tipo de policiamento que é necessário quando começam a existir turistas de outros países”, revelou ainda Jorge Revez.

Para uma fase posterior ficam temas relacionados com a sustentabilidade turística, a exemplo de cargas turísticas e definição de zonas com limitação de visitas, com o presidente da APDM a explicar que “essas indicações e esse planeamento está feito mas não estão ainda calculadas cargas turísticas, ainda é cedo para isso”. “Sabemos claramente até onde se pode ir para garantir a sustentabilidade, que zonas da ilha se poderão visitar sem colocar em causa essa sustentabilidade porque a reserva da biosfera não abrange a ilha toda e, por isso, há zonas mais sensíveis que têm de se salvaguardar”, explicou, defendendo que o “fundamental é que a Câmara Municipal tenha isso em conta e tenha planos que incluam a visão dos estudos urbanísticos e de planeamento que foram feitos”.

E a autarquia do Maio tem todas as ferramentas para acautelar esse problema, com Jorge Revez a destacar que “um desses instrumentos é um gabinete de desenvolvimento da Câmara do Maio, que está muito focado nestas questões”.

Quanto à hotelaria e apesar de existirem alguns alojamentos no destino, Jorge Revez admite que é apenas a infraestrutura “necessária para os turistas que a ilha recebe atualmente”, pelo que com o crescimento que se espera, será necessário “crescer muito mais em termos de hotelaria”. E, de preferência, que esse crescimento conte com unidades sustentáveis, ao contrário do que já está previsto no projeto Little Africa, que prevê um investimento de 500 milhões de euros e a construção de vários hotéis e edifícios de imobiliário residencial para a ilha do Maio. “Esse projeto tem vindo a ser atrasado e tem sido combatido, entretanto, já está muito mais pequeno e estou convencido que nunca vai avançar”, defendeu Jorge Revez.

Próximo objetivo: provar que áreas protegidas tem grande potencial

O projeto desenvolvido pela APDM para a ilha do Maio, que contou com um financiamento de três milhões de euros para quatro anos, não deverá, contudo, representar o fim do trabalho da associação em Cabo Verde, uma vez que, segundo o responsável, há ainda muito para desenvolver no país, a exemplo das áreas protegidas, que constituem o novo projeto da APDM no país.

“Iniciámos uma fase de tentar que as áreas protegidas venham para a ordem do dia em termos de turismo e de conservação. Começámos agora um projeto para Santo Antão, que tem cinco áreas protegidas, e São Nicolau, que tem um parque natural. O projeto é financiado pela União Europeia, vai decorrer também durante três anos e está no primeiro ano”, explicou o responsável.

O presidente da APDM indica que este projeto visa “demonstrar que as áreas protegidas são uma potencialidade enorme”. “Cabo Verde tem muitas áreas protegidas, mas elas estão como estavam os nossos parques há 20 anos, ou seja, têm muito pouco relevo para o turismo”, defendeu.

Por isso, é natural que a APDM continue a trabalhar em Cabo Verde ao longo dos próximos anos, até porque, acrescentou Jorge Revez, também o projeto de criação de uma organização de gestão do destino continua por concluir, o que poderia dar outro impulso à procura turística em Cabo Verde: “Santo Antão, São Nicolau e São Vicente são três ilhas que estão mais ou menos perto e que permitem que se possa criar um destino turístico, combinado as três ilhas”, exemplificou, defendendo que “a criação de um pacote e de uma organização distinta para estas três ilhas ajudará a que seja dado um salto muito grande”, tal como aconteceu em Portugal quando foram criadas as regiões turísticas.

“No fundo, agora temos estes dois grandes desafios, a organização de gestão do destino e a questão das áreas protegidas”, concluiu Jorge Revez, que viu recentemente o trabalho da APDM distinguido com um galardão nos Prémio AGIR, em reconhecimento pelo trabalho com a Comunidade e Inovação Social.

Sobre o autorInês de Matos

Inês de Matos

Mais artigos
PUB
Análise

Sustentabilidade é importante mas preço continua a ser decisivo, diz estudo do WTTC

Um recente estudo do World Travel & Tourism Council (WTTC), apresentado durante a FITUR, diz que apenas 7% a 11% dos consumidores dão prioridade à sustentabilidade na hora de comprar uma viagem.

Publituris

Apesar de terem cada vez maiores preocupações com a sustentabilidade, o preço continua a ser o fator decisivo para os consumidores de viagens, aponta um recente estudo do World Travel & Tourism Council (WTTC), que diz que apenas 7% a 11% dos consumidores dão prioridade à sustentabilidade na hora de comprar uma viagem.

O estudo, denominado “Bridging the Say-Do Gap: How to Create an Effective Sustainability Strategy by Knowing Your Customers”, foi apresentado esta quarta-feira, 22 de janeiro, durante a FITUR, a feira de turismo de Madrid, e apurou que o “custo e a qualidade” continuam a ser as prioridades dos consumidores de viagens.

Realizado com recursos a 10 mil entrevistas, este estudo do WTTC dividiu os consumidores em seis segmentos, que abrangem desde os consumidores muito preocupados com o impacto das viagens no meio ambiente, até aos negacionistas das alterações climáticas, e apurou que, em todos os segmento, mais de 50% dos consumidores dizem que a prioridade é o preço.

“Em todos os segmentos de consumidores, mais de 50% dizem que o custo é o fator mais importante que influencia as decisões de compra, enquanto cerca de 30% priorizam a qualidade”, lê-se num comunicado divulgado pelo WTTC.

Em sentido contrário surgem as preocupações com a sustentabilidade, com apenas 7% a 11% dos entrevistados a admitir que este é um fator preponderante para a decisão de compra.

O estudo concluiu também que, grande parte dos entrevistados, diz não ter acesso a informação sobre sustentabilidade, seja através de que canal for, incluindo os media convencionais, plataformas sociais ou iniciativas voltadas para a comunidade.

“Os viajantes importam-se com a sustentabilidade, mas, ao comprar viagens, o custo e a qualidade são essenciais. Os clientes esperam que as empresas criem opções sustentáveis ​​acessíveis”, considera Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC.

A responsável lembra, no entanto, que muitas empresas têm vindo a dedicar-se à sustentabilidade, num trabalho que, além de contribuir para a proteção do planeta, também oferece “experiências mais gratificantes para os clientes”.

Por isso, este estudo deixa também algumas recomendações para que a indústria do turismo aumente as preocupações em oferecer viagens sustentáveis, seja através de parcerias, marketing personalizado, programas de recompensas ou outros benefícios para os clientes.

 

 

 

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
Destinos

“Faz sentido Portugal tirar partido de um país que recebe três vezes mais turistas internacionais”

Depois de, no arranque da FITUR, que se realiza em Madrid até ao próximo dia 26 de janeiro, ter avançando com a estimativa que o turismo em Portugal pode crescer “na ordem dos 2 a 5% em 2025″, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, afirmou ao Publituris que a presença de Portugal na feira é “demonstrativo daquilo que representa o mercado [Espanha] e, sobretudo, o seu potencial de crescimento”.

Victor Jorge

Com a certeza de que Portugal tem em Espanha “um dos seus principais mercados”, o secretário de Estado do Turismo (SET), Pedro Machado, confirmou que, em 2024, “praticamente 10% daquilo que são as nossas receitas vêm de Espanha, o que quer dizer mais de 2,8 milhões de turistas, o que corresponde a uma receita líquida acima dos 6 mil milhões de euros”.

Assim, a presença “massiva” das mais de 120 empresas no stand do Turismo de Portugal, de todas as sete regiões de Portugal, é no fundo, disse Pedro Machado, “demonstrativo daquilo que representa o mercado e, sobretudo, o seu potencial de crescimento”.

O SET recordou que Portugal e Espanha são reconhecidos como “a maior placa recetiva de turismo do mundo. Espanha recebeu 94 milhões de turistas internacionais, Portugal recebeu 30 milhões, o que quer dizer que temos, praticamente, 125 milhões de turistas internacionais, muitos deles que entram em Madrid, que entram em Espanha, numa placa na qual Portugal ainda não tem conectividade direta para alguns esses mercados”. Por isso, afirma Pedro Machado, “queremos reforçar a nossa relação com o mercado espanhol, a começar pelas regiões transfronteiriças, como com projetos como aldeias históricas, aldeias de montanha, aldeias de xisto, circuitos e corredores culturais, festivais gastronómicos, região, sol e praia”, considerando que são “todos produtos que estão naquilo que é o radar das opções que a Espanha tem sobre a oferta de Portugal”.

Além disso, Pedro Machado reforça a atratividade de Portugal com a “percepção de que hoje Portugal e Espanha, sobretudo no que diz respeito aos países que estão a crescer mais, como são o caso dos EUA, Canadá, México, Argentina, Austrália, existem perspectivas de crescimento para 2025 e temos de explorar esses mercados comuns”.

“A nossa perspectiva é de que esta aposta em Espanha passa, sobretudo, por aproveitar esta grande placa” e, por isso, Pedro Machado apontou outro ponto, discutido em reuniões, quer com o ministro da Economia e da Indústria espanhol, quer com a secretária de Estado do Turismo, “da existência de uma vontade expressa de aproximar estes dois países numa estratégia conjunta de valorização e, sobretudo, de internacionalização”, considerando, contudo, que “existem problemas comuns como os recursos humanos, a questão da gestão e valorização do território, dos territórios de baixa densidade e o que significam na oferta de cada um dos países”.

Admitindo um crescimento “moderado”, mas, ainda assim, “relativamente positivo”, apontando para os já referidos 2 a 5%, Pedro Machado considera que “onde podemos e temos de crescer é em valor. Mais do que crescer no fluxo, e sentimos isso hoje com estes mercados emergentes [Canadá e EUA], é a perceção é a de que temos um número crescente, ainda que moderado, de mais turistas, mas incomparavelmente de mais valor do ponto de vista daquilo que é a operação”.

Importante neste crescimento continuam, no entanto, a ser agendas como da “sustentabilidade, da economia circular”, salientando Pedro Machado que “Portugal pode e deve assumir claramente um papel pioneiro naquilo que é a capacidade que hoje o país tem para gerar, através da economia circular, mais experiência enriquecedoras, mais amigas do ambiente, mais contributivas para a descarbonização, mais contributivas para a mitigação da pegada”, admitindo, de resto, que “isso está a acontecer e parece que é um sentimento comum entre Portugal e Espanha nesta matéria”.

Quanto à possibilidade de Portugal, efetivamente, captar mais turistas que cheguem a Espanha, e depois de apresentada a nova campanha do Turismo de Portugal na véspera do arranque da FITUR, Pedro Machado considera que “faz sentido Portugal tirar partido de um país que recebe três vezes mais turistas internacionais, com fronteiras ligadas, com contiguidade de território, com contiguidade cultural, com contiguidade de produto”.

Por isso, “não faz sentido olhar apenas para a conectividade aérea”, salientou o SET, admitindo que “é importante, mas hoje percebemos, por um lado, até por força da descarbonização e da diminuição da pegada, que cada vez mais existe um complexo em relação à viagem do avião”.

Assim, indicou o “o reforço da chamada mobilidade suave, que pode ser a ferrovia, marítima e que pode e deve ser também a rodoviária, quando todos sentimos que há uma aposta crescente em meios de locomoção amigos do ambiente”.

Finalmente, quanto à Estratégia 2035, Pedro Machado afirmou que “há que aproveitar as tendências”, ou seja, “tendências que fazem com que Portugal seja um país cada vez mais atrativo e mais competitivo em produtos que reforçam a posição da marca Portugal” e cuja aposta incida cada vez mais no processo da “internacionalização e alargamento de novos mercados”, até para, segundo o SET, “compensar um pouco aquilo que é o arrefecimento de alguns dos nossos mercados maduros”, como são o exemplo da Espanha, França e Alemanha”.

Mas além deste arrefecimento há que, também, apostar em mercados que estão a crescer, “com mais delegados do Turismo de Portugal no México, EUA, Brasil, Austrália, Argentina” e “discutir mais conectividade, mais conexão aérea com esses mercados onde queremos que Portugal se posicione”, concluiu Pedro Machado que antecipou a apresentação da nova estratégia para fevereiro próximo.

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
PUB
Aviação

Governo diz que TAP está pronta para “processo de reprivatização”

A TAP SA adquiriu 100% das participações na Portugália, UCS – Cuidados Integrados de Saúde, e Cateringpor à TAP SGPS, concluindo assim as “operações societárias” previstas na reestruturação acordada com Bruxelas e que permitem que a transportadora seja reprivatizada.

Publituris

A TAP está pronta para “o processo de reprivatização”, avançou o Governo esta terça-feira, 21 de janeiro, anunciando que “as operações societárias necessárias à
persecução do Plano de Reestruturação acordado com a UE” já foram concluídas.

Num comunicado enviado à imprensa, os Ministérios das Infraestruturas e Habitação e das Finanças informam que a “TAP SA adquiriu à TAP SGPS, agora renomeada SIAVILO SGPS, 100% das participações da empresa na Portugália, UCS – Cuidados Integrados de Saúde, e Cateringpor”.

A operação relativa à Cateringpor, acrescenta a informação divulgada, fica ainda a aguardar a “aprovação do Tribunal de Contas”.

Paralelamente, o Governo realizou também, a 17 de janeiro, a última entrada de capital na TAP, transferindo para a companhia aérea uma tranche de 343 milhões de euros, que veio concluir “a reestruturação financeira prevista no Plano”.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.