IATA confirma que 2020 foi o “pior ano já registado” na aviação e transporte aéreo
Dados revelados esta terça-feira, 3 de agosto, pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) confirmam os “efeitos devastadores” da pandemia no transporte aéreo ao longo do ano passado.
Inês de Matos
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2020 foi o “pior ano já registado” na indústria da aviação, de acordo com o IATA World Air Transport Statistics (WATS) , o relatório de desempenho relativo ao ano passado divulgado esta terça-feira, 3 de agosto, pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que confirma os “efeitos devastadores” da pandemia no transporte aéreo, que assistiu a quebras superiores a 60% em grande parte dos indicadoras.
“No auge da crise, em abril de 2020, 66% da frota de transporte aéreo comercial do mundo foi paralisada porque os governos fecharam fronteiras ou impuseram quarentenas estritas. Um milhão de empregos desapareceram. E as perdas da indústria no ano totalizaram 126 mil milhões de dólares”, resume Willie Walsh, diretor geral da IATA.
Os dados da associação mostram que, no ano passado, e devido à COVID-19, o número de passageiros caiu 60,2%, passando de 4,5 mil milhões em 2019 para 1,8 mil milhões , enquanto a descida da procura por viagens aéreas foi ainda mais acentuada e sofreu uma quebra de 65,9%. Tendo em conta apenas a procura internacional, a descida chegou aos 75,6%, enquanto no mercado doméstico o decréscimo foi mais atenuado, com a procura por viagens domésticas a cair 48,8% face a 2019.
Ao longo do ano, também a “conetividade aérea diminuiu mais da metade”, com a IATA a destacar que o número de rotas desceu “drasticamente no início da crise e mais de 60% em abril de 2020”, enquanto a receita caiu 69%, somando apenas 189 mil milhões de dólares e perdas liquidas de 126,4 mil milhões.
“O declínio nos passageiros aéreos transportados em 2020 foi o maior registrado desde que os RPK [receita por passageiro/quilómetro voado] globais começaram a ser rastreados por volta de 1950”, indica ainda a IATA.
Para Willie Walsh, apesar de 2020 ter sido “o ano mais difícil” da história da aviação , este foi também um ano que revelou “uma incrível história de perseverança” por parte da indústria e que se destacou ainda pelo apoios estatais às companhias aéreas
O impacto da pandemia foi devastador para toda a indústria da aviação, especialmente para as companhias aéreas, que viram o número de passageiros reduzir drasticamente e as receitas cair a pique, o que motivou a intervenção e apoios de vários governos às suas transportadoras nacionais.
As companhias aéreas, foram, de acordo com a IATA, uma das partes mais afetadas na indústria da aviação pela pandemia da COVID-19, uma vez que, além da descida de 60,2% nos passageiros transportados, registaram também perdas médias de 71,7 dólares por passageiro, o que se traduziu em perdas líquidas de 126,4 mil milhões de dólares no total.
A descer esteve também a capacidade disponibilizada pelas companhias aéreas, que registou um decréscimo de 56,7%, com destaque para a capacidade internacional, que foi a mais atingida e caiu 68,3%. Igualmente acentuada foi a descida do load factor, que passou para 65,1%, valor que compara com os 82,5% de ocupação registados no ano anterior.
Os dados da IATA mostram que a região do Oriente Médio foi a que registou a maior descida no tráfego de passageiros das companhias aéreas, contabilizando 76,8 milhões de passageiros, num queda de 67,6% face a 2019, enquanto o RPK desceu 71,5%. Logo a seguir, foi na Europa que os indicadores mais caíram, com o total de passageiros a perder 67,4%, para 389,9 milhões , e o RPK a cair 69,7%, enquanto em África o total de passageiros desceu 65,7%, para 34,3 milhões, e o RPK registou uma quebra de 68,5%.
Já na Ásia-Pacífico o total de passageiros chegou aos 780,7 milhões, numa redução de 53,4% em relação a 2019, e na América do Norte foi de 401,7 milhões de passageiros, o que indica uma descida de 60,8%, enquanto na América Latina foram contabilizados 123,6 milhões de passageiros, descida de 60,6%.
No que diz respeito ao transporte aéreo doméstico, a IATA destaca a China, “que se tornou o maior mercado doméstico em 2020 pela primeira vez”, com a associação a destacar os “esforços para controlar a COVID-19” deste país asiático, que permitiram que “as viagens aéreas recuperassem mais rapidamente no seu mercado doméstico”.
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