Eleições: TAP: Pública ou Privada?
Mais um tema que tem vindo a ser arma de arremesso entre as diversas forças políticas. Mas aqui, a clivagem é bem reconhecível, já que à esquerda a TAP é para manter pública, enquanto à direita a companhia aérea deverá ser privatizada.
Victor Jorge
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Os mais recentes resultados alcançados pela TAP Air Portugal lançaram, novamente, a dúvida sobre se a TAP deverá manter-se pública, se deverá ser privatizada e qual a percentagem que deverá passar para mãos privadas. Uma coisa parece certa: todos querem que o “hub” se mantenha em Portugal/Lisboa, mas aí a Comissão Europeia tem uma palavra a dizer.
PS
- “Garantir que a TAP mantém ligações aéreas regulares e acessíveis com os países onde residem significativas comunidades da diáspora”.
AD
- “Os setores da aviação e aeroportuário têm sido dominados na última década por decisões e indecisões paralisantes (…) atribulado processo de nacionalização da TAP, que deixa a companhia numa encruzilhada quanto ao futuro”.
- “Lançar o processo de privatização do capital social da TAP”.
- “A instrumentalização dos recursos públicos ao serviço do poder partidário, que se verificam desde as utilizações de meios públicos até aos negócios e nacionalizações ruinosas em nome de um certo projeto ideológico ou de negociações interpartidárias, como se verificou nas nacionalizações da TAP e da EFACEC”.
CHEGA
- “Garantir transparência e eficiência na gestão do dossier TAP”.
- “O Estado não caucionará qualquer decisão de aquisição da TAP pela Lufthansa ou Air France /KLM enquanto não estiver definitivamente decidida a queixa da Ryanair contra essas duas empresas, face ao risco de uma muito negativa repercussão financeira”.
- “O Estado deverá procurar manter na TAP uma participação que lhe permita ter um assento no conselho de Administração”.
- “Nas empresas industriais estratégicas para o cluster aeronáutico (TAP Enginnering e OGMA), o Estado deve manter uma posição accionista adequada à tipologia do negócio, no mínimo com um assento na Administração dessas empresas”.
- “Assegurar os postos de trabalho dos trabalhadores da TAP”.
- “Manter a Sede da TAP em Portugal, garantindo que os impostos continuam a ser pagos no nosso país”.
- “Restituição de benefícios económicos e sociais aos colaboradores da TAP”.
LIVRE
- “Manter o controlo público da TAP mesmo em caso de privatização da empresa, alterando o modelo anunciado para uma venda de menos de 50% da empresa, mantendo pelo menos 5% na posse dos funcionários e incluindo na sua privatização a definição de um plano estratégico para o futuro da TAP que prepare a empresa para a transição energética e para a aposta no ramo de investigação e desenvolvimento nas áreas de engenharia aeronáutica, engenharia de materiais e manutenção da TAP como forma de criação de valor científico e económico assente no desenvolvimento sustentável e ecológico. A estratégia para a TAP deve incluir o reforço da articulação entre o tráfego aéreo e o ferroviário, em forte articulação e a progressiva substituição de voos internos e ibéricos, incluindo transporte aéreo de carga e fornecedor de um setor logístico em crescimento e demasiado dependente do tráfego aéreo, e um programa de reconversão dos postos de trabalho suprimidos ou que se tornem obsoletos”.
BE
- “A TAP é mais uma das empresas com um histórico de privatizações com maus resultados”.
- “Enquanto empresa com valor estratégico para a economia portuguesa, a nacionalização da TAP não deve ser provisória. A TAP deve ter propriedade e gestão públicas, única forma de garantir os interesses do país”.
- “Ponderação das necessidades das comunidades emigrantes nas decisões estratégicas das empresas públicas, nomeadamente a TAP e a Caixa Geral de Depósitos”.
PCP
- “Retomar o controlo público sobre a ANA (para a gestão e expansão da rede aeroportuária, e a construção do Novo Aeroporto nos terrenos públicos do Campo de Tiro de Alcochete) e sobre a SPDH (que deve ser reintegrada na TAP); travar o processo de privatização da TAP”.
IL
- “O Estado deve sair de onde não precisa de estar, por isso sempre defendemos a privatização da TAP”.
- “Utilização racional do dinheiro dos portugueses ao invés de desbaratar milhares de milhões na TAP, bancos e em várias das outras centenas de empresas públicas”.
- “Além das empresas públicas, há um universo de empresas intervencionadas das quais é suposto o Estado sair, sem que se veja uma saída: na TAP, investiram-se €3.200 milhões, sem qualquer expectativa concreta de retorno, com base em argumentos de importância estratégica e económica que não têm qualquer credibilidade técnica. A Iniciativa Liberal compromete-se a não colocar nem mais um euro na TAP”.
- “Privatizar a TAP (que não deve receber nem mais um euro), a CGD e a RTP, entre outras empresas públicas a estudar”.
- “Não se justifica o investimento público em soluções como a TAP, que não só é substituível pelo setor privado, como contribui tangencialmente para a coesão interna do país sem ter qualquer racionalidade ambiental”.
PAN
- “Empreender uma consulta pública, de prazo alargado, sobre o futuro a dar à TAP, que não exclua a manutenção de uma participação relevante do Estado na empresa, considerando a injeção de dinheiros públicos ocorrida e o ativo estratégico para o país que a empresa representa, e que o resultado dessa consulta seja sujeito à análise técnica do Conselho de Finanças Públicas sobre o impacto orçamental de tal decisão”.