Convenção da Airmet deu enfoque à tecnologia, novo modelo de contratação e à aposta na sustentabilidade
Tanto o CEO da Airmet, Miguel Quintas, como o diretor geral, Luís Henriques, assumiram que a 19ª Convenção anual da rede de agências de viagens, que decorreu este fim de semana na Madeira, foi a maior de sempre. O grupo apresentou às suas agências de viagens as novidades ao nível da tecnologia, fez um balanço do novo modelo de contração iniciado o ano passado, e falou sobre sustentabilidade, que aliás, foi o tema genérico desta convenção.
Carolina Morgado
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Luís Henriques, diretor geral da Airmet disse aos jornalistas que a 19ª Convenção do grupo, que decorreu este fim de semana na Madeira, foi a maior da sempre, com 335 participantes, apesar do contratempo do seu adiamento devido a uma anunciada greve da TAP para a data em que estava inicialmente prevista, ou seja, no início do ano.
A Aimet apresentou aos seus associados as novas soluções ao nível da tecnologia, fez um balanço do novo modelo de contratação iniciado o ano passado, cujo caminho “será para continuar em 2023, embora com algumas alterações”. Além disso, auscultou os seus parceiros da Madeira, uma vez que tem alguns associados que tem alguns associados que são recetivos importantes na ilha, e terminou com um painel sobre a sustentabilidade que foi, aliás a temática central da convenção, uma aposta que o grupo está a fazer, uma vez que a rede acaba de concluir o seu processo de certificação.
“O que apresentámos em relação à tecnologia foram duas soluções em que uma delas, apesar de não ser nova no mercado é um fare optimization de GDS para conseguir tarifas mais vantajosas para alavancar a rentabilidade das agências de viagens” disse Luís Henriques para acrescentar que com o projeto da Airventure “vamos estar muito ativos na questão da tecnologia e na obtenção de ferramentas para essa área de negócio”.
Ainda no que diz respeito à tecnologia, a Airmet vai ter uma plataforma de vistos dentro da sua intranet. O diretor geral da rede lembrou que desde 1996 que 80 países obrigam à emissão do visto eletrónico, assim, a rede vai oferecer às suas agências de viagens, num único local, as condições de todas de todos os países, numa forma simples e rápida, o acesso às obrigações legais para a entrada em determinados países.
Esta plataforma de vistos tem duas soluções segundo Luís Henriques. “Pode haver agências de viagens que a utilizem apenas para informação, mas permite fazer a emissão de vistos através dela, e partilhar com o cliente, para além de criar ainda os registos numa base de dados”.
Quanto ao modelo de contratação anunciado na convenção do ano passado, recorde-se que o grupo criou uma classificação de operadores turísticos entre premium, preferenciais e restantes, sendo que os premium não se colam em termos de produtos, ou seja, não são concorrentes diretos.
Este modelo previa que no caso de haver um volume significativo de vendas no grupo dos operadores premium, daria direito à isenção da avença paga à Airmet. No entanto, segundo o diretor geral da rede, “o facto de termos sido obrigados a adiar também a nossa convenção o ano passado de fevereiro para maio, o projeto só foi apresentado às nossas agências nessa altura, e como sabemos que as vendas feitas de novembro a maio são fundamentais, acabaram por se perder esses benefícios”. No entanto, no seu universo de agências de viagens, cerca de 50 ainda conseguiram chegar aos benefícios sobre esta medida. Apesar de tudo “o caminho é esse”, garantiu, acrescentando que “como só dizia respeito às vendas de maio a dezembro e como não tinha retroatividade, fez com que o direcionamento não se sentisse de forma tão direta nas nossas agências”.
Este ano, segundo Luís Henriques “fizemos a comunicação em janeiro para que as nossas agências não perdessem tempo e, neste novo modelo, nos fornecedores premium, que são seis, as nossas agências de viagens recebem 1% direto das vendas no final do ano. Somos o único grupo de gestão que tem um conjunto de operadores que permite que as agências recebam rappel direto desde que direcionem as vendas”.
Adiantou que “posso dizer que, desses seis, em três estamos a crescer mais de 100% em termos de vendas, e um deles comunicou-nos que à data de hoje já temos mais 1% que o total do ano passado em número de passageiros e mais 3% em vendas”.
Refira-se que na categoria de operadores premium, a Airmet conta com a Newblue, a W2Meet, a Icárion, a Lusanova, a Flexible Autos e a Image Tours.
Isto quer dizer que “ao lançar este projeto, acertámos no cavalo certo e continuamos com essa aposta”, disse o diretor geral da Airmet, que disse que a rede conseguiu compreender a mensagem e está a fazer o direcionamento de vendas de forma eficiente”, lembrando que “conta muito aquilo que o operador tem em termos de produto e se é competitivo.
“A Newblue é o operador que claramente vendemos mais o ano passado, e o segundo é a Solférias, que embora não seja premium ou preferencial, é pela panóplia de produtos que tem, pela oferta e qualidade de serviço”, esclareceu Luís Henriques, indicando que em terceiro lugar está a Verturis, em quarto a W2M e em quinto a Ávoris”.
A Airmet está a crescer e foi vincado nesta convenção. Em termos de vendas comparativas a 2019, o crescimento em 2022, e tendo em conta que o primeiro trimestre do ano passado foi tímido, foi de 15% ao nível dos principais operadores. Também cresceu ao nível de lojas, somando neste momento 315 pontos de venda, uma taxa de retenção que “temos vindo a melhorar nos últimos três anos. Na nossa opinião, a taxa de retenção é o que nos faz crescer porque, ao nível de angariação temos sempre argumentos comerciais e de vendas que nos permitem crescer”, argumentou Luís Henriques.
O universo da Airmet é neste momento 277 empresas e 315 lojas. Perdeu 33 balcões em 2020 e sete em 2022, mas o objetivo é chegar ao final de 2024 com 400 pontos de venda. “Para atingir esse crescimento, teremos de retirar agências de viagens a outros grupos, até porque este mercado não vai esticar mais, embora saibamos que há uma relação muito emocional entre as agências de viagens e os seus grupos de gestão. Aliás, temos algumas assim que dificilmente sairiam da Airmet. E o nosso foco é esse: trabalhar cada vez melhor e criar todas as ferramentas que permitam melhores rentabilidades para que as agências não saiam do nosso seio”, destacou Luís Henriques.