Setor do turismo chinês criará mais de 30 milhões de empregos na próxima década
A próxima década será de crescimento para o setor do turismo e viagens na China, antevê o WTTC. Se em termos laborais as previsões apontam para a criação de mais de 30 milhões empregos até 2032, a contribuição do setor para o PIB do país deverá atingir os 13,7%.
Victor Jorge
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Os dados retirados do Economic Impact Report (EIR) do World Travel & Tourism Council (WTTC) sobre o setor do turismo chinês revelam que o país deverá criar mais de 30 milhões de empregos na próxima década, correspondendo a um quarto de todos os novos empregos gerados no país.
As previsões do WTTC antecipam que o setor deverá atingir mais de 107 milhões de colaboradores até 2032.
Mas não será somente o emprego no turismo a registar crescimentos. Os dados do WTTC antecipam, igualmente, uma evolução do PIB do setor do turismo e viagens a uma média de 9,7% nos próximos 10 anos, mais do dobro dos 4,4% de crescimento previsto para a economia global chinesa, tornando a China um dos países com maior crescimento no mundo.
Esta previsão faz com que as previsões indiquem um crescimento para o setor, podendo atingir valores superiores a 25,2 biliões de yuans (cerca de 3,7 biliões de euros), correspondendo a 13,7% do total da economia chinesa em 2032.
Além disso, os dados antecipam, também que a contribuição do setor do turismo e viagens para a economia global da China possa ultrapassar os níveis pré-pandémicos já no próximo ano, projetando-se um crescimento de quase 10% relativamente a 2019.
Isto faz com que, no final de 2023, a contribuição do setor para a economia nacional atinja os 13 biliões de yuans (cerca de 1,9 biliões de euros) com uma taxa de crescimento anual de mais de 32%.
Em termos de criação de emprego, o WTTC prevê que o setor também ultrapasse os níveis pré-pandémicos, com a criação de mais de 766 mil novos empregos, totalizando, assim, no final de 2023, mais de 83 milhões de colaboradores no setor.
No entanto, o WTTC salienta que estas previsões só serão concretizáveis, se a China continuar a facilitar as viagens tanto internamento como externamente.
Isto leva a presidente e CEO do WTTC a as previsões são “incrivelmente positivas”, advertindo, contudo, para o facto de “enquanto o resto do mundo e mesmo a região estarem a abrir para os viajantes, viajar para a China continua a não ser possível para os turistas internacionais”.
Assim, admite, “as viagens domésticas proporcionaram e continuarão a proporcionar algum alívio à economia da China, mas, no momento, os gastos com viagens internacionais são muito baixos e são críticos para a economia geral chinesa” e apesar de reconhecer que o corte no tempo de quarentena para os viajantes internacionais seja “um passo na direção correta”, Julia Simpson conclui que “não é o suficiente para ter um impacto real positivo”.
Recorde-se que, em 2019, quando o turismo estava no seu ponto mais alto, os gastos dos turistas internacionais na China atingiram perto de 951 mil milhões de yuans (cerca de 140 mil milhões de euros). Contudo, no ano passado, com as fronteiras fechadas, os gastos totais foram inferiores a 91 mil milhões de yuans (cerca de 13,5 mil milhões de euro), correspondendo a somente 3% do valor, ou seja, uma perda de mais de 850 mil milhões de yuans (mais de 125 mil milhões de euros).
Antes da pandemia (2019), a contribuição total do setor do turismo e viagens na China para o PIB do país rondava os 11,6% (mais de 11,9 biliões de yuans, cerca de 1,7 biliões de euros), tendo caído para 4,3% (perto 4,5 biliões de yuans, mais de 660 mil milhões de euros), representando uma quebra de 62,5%.
Já em termos de emprego, o setor contribuía com mais de 82 milhões de colaboradores antes da pandemia, tendo perdido mais de 12 milhões (o equivalente a mais de 15%) para um total de 69 milhões em 2020.