Habitações em resorts aumentam vendas em 70% e preços sobem 16%, em 2021
A pandemia parece não ter afetado as vendas de habitações em resorts. Bem pelo contrário. Não só as vendas subiram, como os preços acompanharam essa evolução. O eixo Albufeira-Loulé continua a ser o mais caro.
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O número de unidades transacionadas em resorts aumentou 70% em 2021 face a 2020 e já supera em 30% a atividade de 2019, com os preços a sofrerem uma forte valorização registando uma subida de 16% face ao ano 2021.
Estas são as mais recentes conclusões do relatório semestral “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts (APR), salientando que, ao nível dos preços, este foi um dos aumentos mais expressivos desde 2016, só superado pelo crescimento de 18,3% registado no final de 2018, período em que foi aprovado o acordo do Brexit, dissipando uma fase marcada por forte incerteza.
“Há já um ano e meio que os preços deste tipo de imobiliário dão sinais de recuperação e mesmo no período de um novo confinamento (1.º semestre de 2021) subiram (+8,6% em termos homólogos)”, salienta o relatório divulgado pela APR.
Assim, o 2.º semestre de 2021 assinalou o terceiro semestre consecutivo com variações em cadeia positivas, registando até maior subida semestral de sempre: 13%.
A par da forte valorização, também as vendas nos resorts aumentaram de forma acentuada, crescendo 70% face a 2020 e superando em 30% a atividade de 2019. A evolução das vendas foi especialmente expressiva no eixo Albufeira-Loulé, que agrega 51% do mercado nacional e onde o nível de atividade mais que duplicou face ao primeiro ano pandémico, além de se posicionar 70% acima de 2019.
Em 2021, o preço médio de venda da habitação em resorts atingiu 4.205€/m2, alcançando a sua expressão mais elevada no eixo Albufeira-Loulé, com as vendas a concretizarem-se por uma média de 4.848€/m2.
O bom desempenho do mercado associado a uma conjuntura mais favorável em termos de pandemia e do mercado do Reino Unido, que é uma das principais fontes de procura internacional para Portugal, impulsionou as expetativas de quem opera no setor de resorts. “Só em 2017 os operadores se mostraram mais otimistas quanto ao futuro das vendas e dos preços”, de acordo com o Resort Market Survey, inquérito de confiança realizado pela CI em parceria com a APR. Concretamente, o Índice de Expetativas (medida combinada de expetativas quanto à evolução dos preços e das vendas) atingiu no 2.º semestre de 2021 os 66 pontos percentuais (pp calculados via saldo de respostas extremas). Só no 2.º semestre de 2017 se encontram expetativas mais animadoras (saldo de 78 pp).
Para Pedro Fontainhas, diretor-executivo da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, estes resultados “confirmam a tendência crescente, que a pandemia veio acentuar, de procura de habitações em resorts em Portugal com espaço exterior, privacidade, segurança, conetividade, serviços de apoio e proximidade com a natureza. Esta tendência é visível através da procura crescente por clientes das mais diversas nacionalidades, incluindo portugueses. A procura crescente será acompanhada por bastante oferta uma vez que estão em curso diversos investimentos em projetos turísticos residenciais em Portugal”.
Do lado da Confidencial Imobiliário, o diretor, Ricardo Guimarães, o mercado de resorts “é mais um dos setores com um forte desempenho em 2021, mostrando que o mercado residencial nacional se mantém competitivo e atrativo de forma transversal, saindo reforçado da crise pandémica”.
Britânicos perdem expressão
O segundo ano da pandemia trouxe também oscilações importantes à estrutura da procura internacional de resorts. Os compradores oriundos do Reino Unido mantêm-se como a principal fonte de procura em Albufeira-Loulé, gerando 42% das compras por estrangeiros em 2021, mas perdem expressão face aos anos anteriores quando a sua quota superava os 50%. Esta perda de quota dá-se no contexto de maior dinâmica atividade de outros países europeus, com destaque para os Países Baixos (12% das compras por estrangeiros nesta localização), Irlanda (9%), Alemanha, França e Suíça (quotas de 5% a 6%).
Os britânicos estão, contudo, bastante mais ativos na Costa Atlântica e foram os compradores internacionais de maior peso (20%) no mercado de resorts deste eixo do Litoral Alentejano, Lisboa e Costa Oeste. Em anos anteriores, a sua quota não foi além dos 5%. Este é, contudo, um mercado, com maior equilíbrio entre as fontes de procura, com os alemães, espanhóis e norte-americanos a gerarem, cada um, 15% das vendas internacionais em 2021, evidenciando-se ainda os libaneses, com uma quota de 10%.
Preços mais altos localizados no eixo Albufeira-Loulé
Em 2021, a habitação integrada em resort disponível para venda no país apresentou um valor médio de 4.418€/m2, atingindo os 8.374€/m2na gama mais alta do mercado. No principal destino de resorts, o já referido eixo Albufeira-Loulé, onde se concentram 43% dos fogos para venda, a oferta foi colocada a uma média de 5.151€/m2 e no segmento de luxo atingiu o valor de 10.064€/m2, nível nunca registado no mercado de resorts. O preço médio de oferta neste eixo está entre 27% a 51% acima das outras localizações.