Alojamento Local veio diversificar oferta turística em Portugal
Hoje já não há dúvidas e será até consensual. O Alojamento Local (AL) veio diversificar a oferta turística em Portugal, criou novos segmentos e novos públicos não só nas grandes cidades, mas também no interior do país, como ajudou ao surgimento de muitas outras empresas que servem de suporte para as mais diversas atividades que este segmento exige. A criação de empregos diretos em Portugal tem sido igualmente um fator decisivo, bem como a sua contribuição para a economia nacional.
Carolina Morgado
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O Alojamento Local (AL) tem tido um impacto positivo na economia, mas ainda subsistem alguns “mitos” não só em Portugal como ao nível da sua harmonização na União Europeia. É o que tentamos explicar.
No nosso país, a pandemia fez os seus estragos também nesta atividade que, embora aliciando outros públicos, teve quebras e algumas unidades tiveram de fechar portas, mas houve novos registos. Só Lisboa contrariou a tendência.
Em 20 meses registaram-se 4.936 pedidos de cessação de atividade e 11.752 novos registos. O turismo de cidade, mais dependente dos estrangeiros, sofreu a maior quebra. Já o interior, com ofertas adaptadas a uma vida sem grandes contatos, ganhou novo fôlego.
O distrito de Lisboa é o único a nível continental, no período analisado, a ter um número maior de fechos do que de novos registos: 1.397 contra 1.349.
Trata-se de uma diferença mínima, mas a comparação com o Porto, ajuda a mostrar como a pandemia abanou com mais força a dinâmica da capital e seus arredores: o distrito do Porto teve mais novos registos (1.673) e menos cessações de atividade (964).
Geração de emprego é fator determinante
É, precisamente, sobre a criação de novos empregos que fala a Airbnb, uma das maiores empresas de aluguer de curta duração, que atua no nosso país. E cita a Oxford Economics. Segundo o porta-voz da empresa para Espanha e Portugal, Andreu Castellano, ao Publituris, as viagens na Airbnb apoiaram a criação de 39 mil empregos diretos em Portugal. Em Lisboa, por exemplo, estima-se que, em média, por cada 100 alojamentos anunciados na Airbnb são apoiados 52 empregos, e “é dado um contributo de mais de dois milhões de euros para a economia local”.
Além disso, os impostos turísticos são outra forma de ajudar à recuperação. “Só em Portugal, a Airbnb coletou e entregou aos municípios aproximadamente 25 milhões de euros em impostos turísticos ao longo de quatro anos (2015-2019)”, disse, acrescentando que “as nossas colaborações na Europa já permitam coletar e entregar automaticamente mais de 315 milhões de euros em taxas turísticas na UE”.
Mas, para a Airbnb é importante que haja uma harmonização das leis da União Europeia, pois, segundo aquele responsável, “iria facilitar que qualquer cidadão da UE possa partilhar a sua própria casa e, ao mesmo tempo, permitir aos governos lutar contra a especulação imobiliária”.
Assim, a empresa já apresentou diversas propostas e diz estar disposta a colaborar com as autoridades europeias e nacionais. “Por exemplo, a criação de um registo de anfitriões a nível europeu asseguraria que os anfitriões teriam acesso a regras justas e proporcionais, preservando o seu direito à prestação de serviços como uma liberdade fundamental da UE. Acreditamos que um sistema comum europeu – que substituiria os registos locais – simplificaria o processo, especialmente para os anfitriões não profissionais, que são desproporcionalmente afetados por regras desatualizadas e fragmentadas que existem um pouco por toda a EU”, explicou Andreu Castellano.
Segundo o responsável, “é preciso desmistificar que o número de alojamentos anunciados na Airbnb em cidades é demasiado pequeno para poder ser a causa exclusiva da variação de preços, que estão mais ligados aos ciclos económicos e às decisões de política monetária”, para indicar ainda que, além disso, a partir de 2020 a maioria das reservas na Airbnb em Portugal passou de urbana para predominantemente rural. “Portugal registou um aumento acentuado do índice de turismo rural nas estadias na Airbnb, sinalizando um forte movimento de reservas longe das zonas urbanas para mais zonas rurais. Este movimento foi significativamente maior do que para todo o turismo em Portugal, confirmando que a Airbnb está a facilitar a dispersão geográfica dentro dos países”.
Mas, a empresa pensa que as viagens não voltarão a ser como antes da pandemia e “queremos ser parceiros das cidades para assegurar que o turismo recupera de uma forma que seja segura, sustentável e que beneficie todos”.
Mais do que procurar centrar o turismo em grandes centros urbanos como Londres, Paris ou Lisboa, como faz a maior parte da indústria de viagens, “queremos diversificar e distribuir os benefícios económicos para as comunidades que deles precisam, destacou Andreu Castellano.
Isto porque, conforme diz, os hábitos de viagem mudaram e muitas pessoas não só usam a Airbnb durante as férias, mas também vivem em Airbnb. “Cada vez mais pessoas, não apenas turistas, mas também estudantes, jovens profissionais, etc. estão a usar a Airbnb para ter acesso ao tipo de flexibilidade que querem ou necessitam”, por isso, acrescenta que a empresa vai continuar a apoiar estes novos hábitos de viagem “adaptando o nosso produto, e vamos trabalhar com os destinos em Portugal e na União Europeia para os ajudar a aproveitar ao máximo estas mudanças, no interesse de todos”.
A empresa, que tem anunciados na sua plataforma alojamentos distribuídos por todo o território continental (litoral e interior) e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, avança que 2021 foi um ano de alguma retoma da atividade, uma vez que o turismo doméstico e o regresso da procura estrangeira gerou novas oportunidades económicas para zonas mais afastadas das grandes cidades. É aliás, esse o empenho da empresa que continua a apoiar o turismo sustentável em Portugal.
Seguros mais abrangentes para os anfitriões
“A Airbnb está empenhada em apoiar as autoridades locais e em continuar a apoiar e a capacitar os anfitriões. Nesse sentido, o Portal das Cidades é uma ferramenta especialmente concebida para apoiar a regulamentação do setor público, fornecendo informações sobre a presença da Airbnb na cidade de Lisboa, ferramentas para ajudar a aplicar as leis e uma melhor forma de contactar a Airbnb quando necessário”, explicou o porta-voz da empresa.
“O Portal das Cidades da Airbnb vai ajudar a cidade de Lisboa potenciar esta revolução nas viagens”, garante Andreu Castellano, destacando que o portal “ajuda os municípios a aceder a dados para testemunhar algumas destas tendências”. A Airbnb tem neste momento 35 parcerias no Portal das Cidades com governos e organizações da Europa, incluindo em França, Dinamarca e o Reino Unido, e está em conversações com mais de 25 parceiros europeus.
A empresa anunciou recentemente a proteção gratuita e adicionou coberturas nos planos de seguros para anfitriões. Sobre este assunto, o responsável explica que o programa AirCover, dá proteção completa para cada anfitrião na Airbnb com um milhão de dólares em proteção contra danos e um milhão de dólares em cobertura de responsabilidade civil. O AirCover também inclui proteção em caso de perda de rendimentos, proteção em caso de danos de animais de estimação, proteção de limpeza profunda, e muito mais. “O AirCover está sempre incluído e é sempre gratuito para todos os anfitriões novos e existentes”, precisou.
Também, a Airbnb lançou um programa para promover o alojamento responsável, distribuindo detetores de ruído pelos anfitriões em Lisboa. A Airbnb ativou também a sua Linha de Apoio ao Bairro em Portugal, oferecendo aos vizinhos uma linha direta de comunicação para a Airbnb para comunicar preocupações urgentes sobre um anúncio ou comportamentos de hóspedes na sua comunidade local. Segundo Andreu Castellano, estas iniciativas fazem parte do compromisso da Airbnb de “promover um comportamento responsável entre anfitriões e hóspedes e de promover uma coexistência saudável com o bairro. O compromisso incluiu também o lançamento do Portal das Cidades em Lisboa e o lançamento da Tecnologia de Reserva de Alto Risco para ajudar a combater as festas perturbadoras e outros distúrbios para a vizinhança”.
Criadas novas empresas de suporte à atividade
O Alojamento Local ajudou também à criação de uma série de empresas que visam apoiar a atividade, nomeadamente na área de gestão. É exemplo a Homing Group que abriu recentemente uma nova loja no centro de Lisboa vocacionada para a gestão do AL
CEO da Homing, João Bolou Vieira, refere que “a gestão de AL continua a ser o foco da Homing Short Term Rent. Apesar do recuo devido à pandemia, mantem-se uma aposta segura para proprietários que querem investir. Daí a nossa aposta numa rede de lojas físicas no Porto e no centro de Lisboa, com uma loja exclusiva para a atividade de AL localizada na Duque D’Ávila. Estamos ainda localizados na zona do Algarve, junto à Marina de Vilamoura, mas atuamos em toda a região do Algarve”.
A Homing Short Rent, membro do Turismo de Portugal, é, assim, a marca de gestão de unidades para o AL, que atua no mercado do arrendamento de média e curta duração em plataformas online e nas lojas físicas que possui atualmente, com “um modelo de gestão ideal para os proprietários, no qual estes podem rentabilizar as suas casas sem preocupações.
A marca tinha como estimativa fechar o ano de 2021 com mais de 250 unidades no Porto, Lisboa e Algarve, mas com meta de, em 2022 aumentar este número mantendo o equilíbrio com a qualidade de serviço.
A empresa diz que pretende seguir uma estratégia de proximidade e de apoio a cada hóspede, proprietário, investidor, promotor ou a quem quer saber um pouco mais sobre a atividade. Assim, segundo o executivo, a Homing “diferencia-se no mercado pela presença física, através da sua loja aberta diariamente, garantido assim o apoio aos hóspedes e ainda a uma distância curta das unidades”.
Sublinha, ainda, ser importante esta proximidade com o cliente, como prova de confiança e credibilidade. No entanto, “o contexto digital é igualmente importante, não só para automatizar os processos internos, mas também os processos quer com o cliente quer com o proprietário”. Por isso, “acreditamos que investir continuamente na atualização do website é fundamental para que toda a nossa rede tenha um acesso rápido e próximo ou nas plataformas específicas para os proprietários que dessa forma conseguem um acesso atualizado sobre as suas propriedades. As apostas da marca nestas ferramentas facilitam a comunicação junto da rede da Homing”, disse João Bolou Vieira em declarações ao Publituris.
Explica que “a expansão da nossa operação de retalho é uma estratégia que arrancou em 2019 e que queremos manter a par do imobiliário, já que ambos funcionam como complemento um do outro. Desta forma, o objetivo é “continuar a expandir o negócio focados na qualidade do serviço nas zonas em que atuamos de momento”.
E o que faz uma empresa de gestão do AL? Que serviços oferece aos proprietários? O CEO do grupo explica: a gestão de reservas, pricing e revenue management dos arrendamentos, procedimentos legais, consultoria de design, manutenção, dos serviços de limpeza; o acesso a uma área reservada na plataforma online onde os proprietários podem acompanhar a rentabilidade e calendário de reservas todo o ano e bloquear data; a promoção, prestação do serviço até à gestão completa do apartamento ou edifício.
Paralelamente, “quem procura rentabilizar os seus imóveis ou investir em Portugal tem geralmente pouco tempo e recorre aos serviços de gestão completa, onde se inclui a manutenção do imóvel, o check-in e o check-out, a gestão de promoção em diversas plataformas e questões burocráticas”, realça ainda.
E assegura que “a Homing só aluga apartamentos em perfeitas condições. “Os nossos técnicos de manutenção vistoriam regularmente os apartamentos, de forma a estarem sempre impecáveis e temos uma equipa especializada na limpeza. Tratamos de todos os procedimentos legais e operacionais inerentes à atividade; registo na câmara, participação ao SEF e, ainda, temos um gestor de conta dedicado a cada proprietário que presta todos os esclarecimentos. A opção de entregar a gestão do imóvel a empresas especializadas em Alojamento Local apresenta, assim, grandes vantagens para os proprietários”. Estes apenas precisam de preencher o formulário no site da Homing com os dados necessários para se avançar com o processo.
João Bolou Vieira lembra que, “num setor em vias de profissionalização, a opção de entregar a gestão do imóvel a uma empresa especializada em Alojamento Local é hoje, mais do que um negócio, uma parceria que permite rentabilizar as casas dos seus proprietários atualmente no mercado. Temos diferentes perfis de cliente, tais como, o investidor, o promotor, o proprietário e o turista ou hóspede”.
Quem disse que não havia luxo no AL?
O Alojamento Local em Portugal já disponível de norte a sul de Portugal e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores para os mais diversos gostos, bolsos e segmentos. Tudo depende para onde se quer ir, do que se gosta e de quanto está disponível a pagar.
Um dos grandes exemplos desta segmentação é a criação, nomeadamente na Nazaré ou Peniche, de unidades de AL completamente vocacionadas para o surf, hoje a maior atração turística dessas localidades.
Se nas grandes cidades, como Lisboa e Porto, a pandemia obrigou à redução de unidades já existentes, e à retração dos investimentos nesta atividade, no interior do país e em áreas de menos densidade populacional, o Alojamento Local tem vindo a recuperar, em número de unidades e de dormidas.
E o luxo está a acompanhar esta tendência. É o caso de uma das mais recentes unidades que nasceu em Braga, das mãos de um grupo que nem estava ligado ao setor. Só que decidiu apostar na diversificação do negócio. O novo alojamento local é a primeira aventura em hotelaria e turismo do grupo Socicorreia, dedicado ao imobiliário e à construção civil, num investimento de 2,5 milhões de euros.
“O investimento no setor do Turismo é uma sequência natural dos investimentos do Grupo Socicorreia, que desde sempre procuram a diversificação de negócios e a aposta em áreas de mercado tão competitivos quanto lucrativos, mantendo a qualidade”, assinala Custódio Correia, CEO do grupo.
O novo Lux Housing Século XXI ocupa um edifício centenário em pleno centro da cidade de Braga, agora totalmente recuperado e modernizado. São oito luxuosos apartamentos contemporâneos e sofisticados que dão atenção ao detalhe, nos materiais e decoração, com terraço, jardim privado e vistas privilegiadas para a cidade, com a particularidade de, apesar de serem apartamentos, reunirem condições de um hotel de cinco estrelas. Todos os alojamentos foram pensados para turistas e para executivos, sendo que existem condições para a realização de reuniões no seu interior.
Como espaços comuns, encontra-se também uma zona de lazer onde está disponível informação diversa para partir à descoberta da cidade e zona envolvente, com propostas para aluguer de viaturas de gama alta, serviço de transferes, organização de viagens e visitas à região, com ou sem motorista.
O objetivo da empresa, que passa por diversificar os seus negócios e expandir a organização para o setor do turismo, ao mesmo tempo que responde às necessidades do mercado no segmento ‘premium’ e de negócios na região, espera que, esta unidade possa atingir uma ocupação de 60% no primeiro ano de operação.