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Secretário-geral do PS reafirma importância do turismo, mas diz que não pode ser visto fora do contexto de toda a economia
Na qualidade de candidato do PS às próximas eleições legislativas, António Costa, respondeu uma a uma as várias questões colocadas pelo presidente da CTP, Francisco Calheiros, reafirmando sempre a importância do turismo, setor que afirma, não pode ser analisado, apesar da sua especificidade, fora do contexto de toda a economia portuguesa.
Carolina Morgado
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António Costa, secretário-geral do PS e candidato às eleições legislativas marcadas para 30 de janeiro, reuniu esta terça-feira com o presidente da CTP, Francisco Calheiros, na sede nacional do Partido Socialista, em Lisboa (formado presencial), e com representantes da atividade turística (via online).
A Confederação do Turismo de Portugal pretendia conhecer as propostas e prioridades do PS relativamente ao Turismo, colocando a António Costa uma série de questões que preocupam este setor, caso venha a ser Governo, e que passam, nomeadamente pelos custos de contexto, continuidade dos apoios, promoção, fiscalidade, questões laborais, e novo aeroporto de Lisboa.
Francisco Calheiros apelou inclusive que o próximo Governo seja “da economia e das empresas”, ao invés dos anteriores que, primeiro foram das finanças, com a troika, e depois da saúde, com a pandemia da Covid-19.
António Costa respondeu às várias solicitações apresentadas pelo presidente da CTP, reafirmou a importância do turismo ao longo da sua intervenção, mas lembrou que, apesar da sua especificidade, o setor não pode estar dissociado da economia no seu todo.
O secretário-geral do PS referiu que “o turismo é um todo de todos os outros setores, é multiplicador da riqueza, tem um papel fundamental de coesão territorial, o que tem possibilitado o combate à sazonalidade”, por isso, vai contar com o turismo, “por si só, mas também por aquilo que puxa pelos outros setores”.
Para Costa, não há muito mais a mexer neste setor que dispõe de um plano estratégico “Reativar o Turismo – Construir o Futuro”, que dispõe de mais de seis mil milhões de euros, a acrescentar ao PRR que vai canalizar grande parte dos investimentos nas empresas.
Caso o seu partido vença as eleições legislativas, o candidato prometeu iniciará um processo de revisão do licenciamento para atividades económicas logo após a aprovação do Orçamento do Estado para 2022 no parlamento, respondendo à CTP que se queixou dos “elevados custos de contexto” suportados pelas empresas do seu setor.
“Temos de avançar com uma redução significativa dos custos de contexto e, no que diz respeito ao turismo, em relação aos processos de licenciamento”, respondeu António Costa.
O líder socialista adiantou depois que o antigo secretário de Estado João Tiago Silveira “está a concluir um trabalho de fundo de revisão de todo o processo de licenciamento para atividades económicas, designadamente para o turismo”.
“A minha previsão é que logo a seguir às eleições, formado o executivo e aprovado o Orçamento do Estado para 2022, um dos primeiros pacotes legislativos do novo Governo será mesmo o da simplificação do licenciamento. Queremos reduzir os custos de contexto”, prometeu.
Mas para que as empresas, nomeadamente, as do turismo possam recuperar, António Costa considera essencial a estabilidade de Governo na execução de políticas, mas também de orientação política.
“A estabilidade é uma condição para que o país prossiga uma trajetória sustentável de crescimento. Não podemos passar a tempo de crise política em crise política, não podemos viver com governos provisórios de dois anos, temos de ter um horizonte estável”, destacou.
“Quando vemos o principal partido alternativo ao PS começar a encarar a possibilidade de renegociar com a União Europeia o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e não aceitar a assinatura do Portugal 2030, temos então motivos para recear o atraso que implicaria o financiamento do esforço de recuperação”, disse.
Segundo Francisco Calheiros, e como tem sido hábito nas vésperas das eleições legislativas, a CTP vai reunir também com o líder do PSD, Rui Rio, para conhecer as propostas deste partido no que diz respeito ao turismo, sem, no entanto, adiantar a data.