Viagens para fora caem 89,5%, cá dentro descem 53,3% no 1.º trimestre
As viagens, para fora e cá dentro, registaram uma quebra nos primeiros três meses de 2021. A utilização do online no processo de organização atingiu o valor mais baixo dos últimos anos.
Victor Jorge
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No 1.º trimestre de 2021, os residentes em Portugal realizaram 1,6 milhões de viagens, correspondendo a uma quebra de 57,6% face a igual período de 2020 e menos 57,4% relativamente ao 4.º trimestre do ano passado, avançam os dados mais recente do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Analisados os meses de janeiro e fevereiro, ou seja, um período ainda pré-pandémico, as variações homólogas registaram decréscimos de 67,9% e 71,8%, respetivamente. Já em março, em que as variações homólogas já incidem sobre o primeiro mês de 2020 em que a pandemia se começou a fazer sentir fortemente em Portugal, registou-se o primeiro aumento dos últimos 12 meses, +23,9% (-42,6%, -65,2% e -61,2%, respetivamente, nos meses de outubro, novembro e dezembro) devido exclusivamente às viagens efetuadas em território nacional.
No que diz respeito às viagens efetuadas por residentes ao estrangeiro, o INE indica uma quebra de 89,5% face ao período homólogo de 2021 e de 90,3% face ao último trimestre de 2020. Representando 3% do total (2,6% no 4.º trimestre de 2020), foram 46,8 mil as viagens turísticas com destino ao estrangeiro, registando-se decréscimos de 85,6%, 94,5% e 81,8% respetivamente em janeiro, fevereiro e março.
Já em território nacional, as viagens, no 1.º trimestre de 2021, corresponderam a 97% das deslocações efetuadas (97,4% no 4.º trimestre de 2020), o que corresponde a um decréscimo de 53,3% (-53,2% no 4.º trimestre de 2020) face ao período homólogo (variações de -65,5% em janeiro, -68,5% em fevereiro e +32,9% em março), mostram os dados do INE.
No 1.º trimestre de 2021, e similarmente ao verificado no 4.º trimestre de 2020, a “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação para viajar, tendo correspondido a 750,7 mil viagens (-48,8% face a igual período do ano anterior; -57,7% no 4.º trimestre de 2020), passando a sua representatividade para 47,3% do total (+8,1 p.p. face ao 1.º trimestre de 2020).
Já o motivo “lazer, recreio ou férias” correspondeu a 415,8 mil viagens realizadas (-72,7%), representando 26,2% do total (-14,6 p.p. face ao 1.º trimestre de 2020), enquanto as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (227,3 mil) aumentaram em 1,7 p.p. o seu peso relativo no 1.º trimestre de 2021 (14,3% do total).
deslocações nacionais, a “visita a familiares ou amigos” constituiu o principal motivo para viajar no 1º trimestre de 2021 concentrando 48,2% do total (741 mil viagens), já nas deslocações ao estrangeiro as viagens por razões “profissionais ou de negócios” estiveram associadas à realização da maioria das viagens (33,8 mil viagens; peso de 72,1%; 29,2% no 1.º trimestre de 2020). As viagens por motivos de “lazer, recreio ou férias” perderam preponderância tanto nas deslocações efetuadas internamente (2.º principal motivo, com um peso de 26,8%; -12,6 p.p. face ao peso em 2020) como nas deslocações ao estrangeiro (3.º principal motivo, peso de 7,0%; -44,3 p.p.).
Menos online e mais noites
No que diz respeito às viagens com marcação prévia de serviços, os dados do INE mostram que 9,7% recorreram a esta solução no 1.º trimestre de 2021 (-24,3 p.p.), atingindo 69,5% (-21,9 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. Já nas viagens em território nacional, a marcação antecipada de serviços ocorreu em 7,9% dos casos (-18,4 p.p.).
A internet foi utilizada no processo de organização de 4,7% das deslocações (-20,9 p.p.), valor mais baixo dos últimos anos, tendo este recurso sido opção em 38% (-38,2 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 3,7% (-15,1 p.p.) das viagens em território nacional.
Num contexto de redução do número de dormidas, aumentou o peso relativo do “alojamento particular gratuito” e diminuiu o peso dos “hotéis e similares”.
Assim, nas deslocações realizadas no 1.º trimestre de 2021, diminuiu o peso relativo das dormidas em “hotéis e similares” em 15,7 p.p. para 5,5% do total. O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (88,7% das dormidas), aumentando o seu peso no total (+14,8 p.p.).
Quanto ao número médio de noites por turista registou, no 1.º trimestre de 2021, cada turista residente dormiu, em média, 7,16 noites nas viagens turísticas realizadas (+53%), verificando-se a duração média mais elevada nas viagens realizadas em janeiro (9,70 noites).
Finalmente, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma deslocação turística no 1.º trimestre de 2021 foi de 6,1%, refletindo um decréscimo de 11,4 p.p. face ao mesmo período do ano anterior. No mês de março, registou-se a maior proporção de residentes que viajaram (3,8%) sendo o único mês que registou uma subida nessa proporção face ao período homólogo. (+0,2 p.p.; -7,4 p.p. em janeiro e -8,3 p.p. em fevereiro).