IATA volta a alertar para o “elevado custo” dos testes e a insistir nos antigénio
De acordo com o mais recente inquérito da associação, 86% dos viajantes mostram-se disponíveis para realizar o teste à COVID-19, ainda que o seu custo seja visto como um obstáculo para viajar por 70% dos inquiridos.
Inês de Matos
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A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) voltou esta quinta-feira, 22 de junho, a apelar aos governos de todo o mundo para que tomem medidas com vista a reduzir o “elevado custo” dos testes à COVID-19 e sejam mais flexíveis em relação ao tipo de testes exigidos aos viajantes, defendendo “o uso de testes antigénio mais económicos como alternativa aos PCR, que são mais caros”.
De acordo com um comunicado da associação divulgado esta quinta-feira, 22 de julho, a IATA explica que, segundo o seu mais recente inquérito aos viajantes, 86% dos indivíduos mostraram-se disponíveis para realizar o teste, ainda que 70% admitam que o seu custo pode ser uma “barreira significativa” às viagens, enquanto para 78% deveriam ser os governos a custear os testes.
“A IATA apoia os testes COVID-19 como uma via para reabrir as fronteiras para viagens internacionais. Mas o nosso apoio não é incondicional. Além de ser confiável, o teste precisa de ser facilmente acessível, barato e apropriado para o nível de risco”, destaca Willie Walsh, diretor geral da IATA, citado no comunicado divulgado.
Para a IATA, alguns governos têm, no entanto, falhado em tornar os testes viáveis, acessíveis e baratos, uma vez que, em muitos países, o “custo do teste varia amplamente”, existindo “pouca relação com o custo real da realização do teste”, a exemplo do Reino Unido.
“O Reino Unido é o exemplo do fracasso dos governos em gerir os testes de maneira adequada. Na melhor das hipóteses, é caro, na pior, extorsivo. E em qualquer caso, é um escândalo que o governo ainda cobre IVA”, acrescenta Willie Walsh, numa crítica aberta às autoridades britânicas.
A associação lembra ainda que os novos testes rápidos custam menos de 10 dólares e sublinha que esta é também a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda também que não sejam os passageiros ou companhias aéreas a suportar os custos da realização dos testes.
Além disso, defende também a IATA, os testes devem ser adequados ao nível de ameaça, com a associação a recorrer mais uma vez ao exemplo britânico para criticar o que tem vindo a ser feito, uma vez que, destaca a associação, foram realizados mais de 1,3 milhões de testes aos cidadãos britânicos que regressaram dos países da ‘lista amarela’, dos quais apenas 1% apresentaram resultado positivo ao longo de quatro meses, enquanto na população geral foram detetados três vezes mais casos no mesmo período.
“Dados do Governo do Reino Unido confirmam que os viajantes internacionais apresentam pouco ou nenhum risco de importar a COVID-19 em comparação com os níveis de infeção existentes no país. Portanto, no mínimo, o governo do Reino Unido deve seguir as orientações da OMS e aceitar testes antigénio que sejam rápidos, acessíveis e eficazes, com um teste de PCR confirmatório para quem apresentar resultado positivo. Este poderia ser um caminho para permitir que mesmo pessoas não vacinadas possam viajar”, acrescenta Willie Walsh.
O diretor geral da IATA frisa que o último inquérito da associação veio confirmar “que o alto custo dos testes afetará fortemente o formato da recuperação de viagens” e considera que “faz pouco sentido que os governos tomem medidas para reabrir as fronteiras, se essas medidas tornarem o custo das viagens proibitivo para a maioria das pessoas”. “Precisamos de um reinício que seja acessível para todos ”, apontou.
A IATA também recomenda que os governos adotem as orientações recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou para a isenção de teste dos viajantes vacinados contra a COVID-19.