Turismo assistiu a contração “sem precedente histórico” em 2020, diz INE
Impacto da COVID-19 e as medidas restritivas adotadas para conter a pandemia ditaram quebras de 73,7% nos turistas internacionais, 60,4% nos hóspedes e 61,1% nas dormidas.

Inês de Matos
Descobrir o Algarve através de 18 experiências de Turismo Industrial
easyJet assinala 10.º aniversário de base no Porto com oferta de descontos
ISCE reúne 34 parceiros na “Global Tourism TechEDU Conference 2025”
AVK adquire Pixel Light e consolida liderança no setor audiovisual
Air France opera até 900 voos por dia para quase 190 destinos no verão 2025
ARPTA com nova liderança
Iberia reforça ligações a Roma, Paris e Viena
Os 3 dias do RoadShow das Viagens do Publituris
SATA lança campanha para famílias com tarifa gratuita para crianças
Indústria do turismo dos EUA preocupada com queda nas viagens domésticas e internacionais
Em 2020, a atividade turística nacional assistiu a uma contração “sem precedente histórico” devido ao impacto da COVID-19 e às medidas restritivas que foram adotadas para conter a pandemia, o que levou a quebras de 73,7% na chegada de turistas internacionais, 60,4% nos hóspedes dos estabelecimentos de alojamento turístico e 61,1% nas dormidas, de acordo com os dados revelados esta quinta-feira, 8 de julho, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“O turismo em Portugal foi, em 2020, fortemente afetado pela pandemia COVID-19. Por um lado, as medidas
de combate à pandemia obrigaram ao encerramento temporário de alguns estabelecimentos. Por outro, ao
longo do ano foram aplicadas diversas restrições à mobilidade com impacto na procura quer dos residentes
em Portugal, quer dos residentes nos principais mercados emissores de turistas para Portugal”, justifica o INE, no comunicado relativo às estatísticas da atividade turística do ano passado.
Os números do INE indicam que, no ano passado, o número de chegadas a Portugal de turistas não residentes chegou aos 6,5 milhões, 73,7% abaixo do valor contabilizado em 2019, quando se tinha registado um crescimento de 7,9% neste indicador.
Ao nível dos turistas não residentes, o principal mercado continuou a ser o espanhol, representando uma quota de 28,5%, ainda que, segundo os dados do INE, se tenha “registado um decréscimo de 70,5% em 2020”.
Já os alojamentos turísticos (incluindo também parques de campismo, colónias de férias e pousadas da juventude) contabilizaram 11,7 milhões de hóspedes, que proporcionaram 30,3 milhões de dormidas, o que traduz descidas de 60,4% e 61,1%, respetivamente, face a 2019, quando estes indicadores tinham assistido a crescimentos de 7,4% e 4,3%.
No que diz respeito apenas aos estabelecimentos de hotelaria, alojamento local e turismo rural, foram registados 10,4 milhões de hóspedes e 25,8 milhões de dormidas, o que indica descidas de 61,6% e 63,2%, enquanto os proveitos totais ascenderam a 1,4 mil milhões de euros, traduzindo um decréscimo de 66,3%, e os de aposento a 1,1 mil milhões de euros, caindo 66,7%.
No que diz respeito aos proveitos, o INE indica ainda que “o impacto da pandemia também se fez notar no indicador proveito médio por dormida, que em 2020 diminuiu 9,4% e atingiu 41,7 euros (46,0 euros em 2019; +3,2% face a 2018)”, com os maiores decréscimos a encontrarem-se nos meses de maio e abril.
“Os maiores decréscimos no proveito médio por dormida verificaram-se nos meses de maio (-31,5%) e abril (-28,8%), que foram também os que registaram maiores diminuições no número de dormidas (-96,0% e -97,8%, respetivamente), enquanto os meses de janeiro e fevereiro, quando ainda não se sentia o impacto da pandemia, registaram variações de -0,4% e +0,2%, pela mesma ordem”, explica o INE.
Por regiões, foi no Alentejo que se registou maior proveito médio por dormida (48,0 euros) e o maior crescimento deste indicador (+8,6%), enquanto na Área Metropolitana de Lisboa o proveito médio por dormida foi de 45,3 euros, tendo decrescido 22,1%, naquela que foi “a maior redução entre todas as regiões”, segundo o INE.
“As restantes regiões que apresentaram crescimento neste indicador foram o Centro (+3,4%) e o Algarve (+0,9%), enquanto na RA Madeira (-2,9%), no Norte (-13,2%) e na RA Açores (-14,0%) se observaram decréscimos”, acrescenta o instituto.
O INE refere ainda que a “redução do volume de negócios da atividade do turismo não decorreu apenas de um efeito quantidade”, uma vez que “também se assistiu em geral à redução de preços”, com o instituto a acrescentar que, segundo o Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros alojamentos nos estabelecimentos de alojamento turístico, “o proveito médio por dormida diminuiu 9,4% e atingiu 41,7 euros (+3,2% em 2019)”.
Já os residentes realizaram 14,4 milhões de deslocações turísticas, o que correspondeu a um decréscimo de 41,1% face a 2019, quando este indicador tinha subido 10,8%, com o INE a destacar que, no ano passado, “39,0% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística”, o que representou uma diminuição de 14,1 pontos percentuais face a 2019 e correspondeu a quatro milhões de indivíduos (menos 1,4 milhões de turistas em comparação com 2019).