WTTC: Europa foi a segunda região com maior impacto económico devido às restrições de viagem
Devido à forte recuperação doméstica, a região americana foi a menos afetada, em 2020, pelo impacto da COVID-19 nas viagens e turismo. Na Europa, a queda foi de 51.4% na contribuição do setor para o PIB.
Inês de Matos
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A região da Ásia-Pacífico foi a que, a nível mundial, maior impacto económico registou devido às restrições às viagens adotadas no ano passado para conter a pandemia da COVID-19, seguida pela Europa, enquanto a América foi a região que sofreu um menor impacto devido à forte recuperação do mercado doméstico, de acordo com o mais recente relatório anual de tendências económicas do Conselho Mundial das Viagens e Turismo (WTTC, sigla em inglês).
De acordo com o WTTC, o relatório, que foi divulgado esta segunda-feira, 5 de julho, revela “o impacto dramático das restrições de viagens destinadas a conter a COVID-19 na economia global, regiões e na perda de empregos em todo o mundo”.
A Ásia-Pacífico foi a região mais afetada pelas restrições adotadas, que provocaram uma queda de 53,7% na contribuição do sector das viagens e turismo para o PIB, superior à descida registada a nível mundial, que chegou, segundo o WTTC, aos 49,1%.
Na Ásia-Pacífico, os gastos dos turistas internacionais caíram 74,4%, essencialmente devido ao encerramento de fronteiras, que impediram as chegadas do exterior, enquanto os gastos domésticos desceram 48,1% e o emprego no setor diminuiu 18.4%, o que, segundo o WTTC, equivale a “uns chocantes 34,1 milhões de postos de trabalho”.
Já a o turismo na Europa sofreu, no ano passado, “o segundo maior colapso económico” , aponta o WTTC, que apurou uma descida de 51.4% na contribuição das viagens e turismo para o PIB, num “declínio significativo e prejudicial” que foi, em parte, “devido às contínuas restrições de mobilidade para conter a propagação do vírus”.
“O relatório mostrou que os gastos domésticos na Europa diminuíram 48,4%, compensados por algumas viagens intra-regionais. No entanto, os gastos internacionais caíram a uma taxa ainda mais acentuada, em 63,8%”, indica o relatório do WTTC que salienta, no entanto, que a Europa se manteve contudo como a região com maiores gastos de turistas internacionais.
No emprego, o panorama europeu também não foi mais animador, já que o WTTC identificou uma descida de 9,3%, o que “equivale a uma perda dramática de 3,6 milhões de empregos”, acrescenta o relatório.
A terceira região mais afetada foi África, onde o PIB das viagens e turismo desceu 49.2%, em linha com a média global, ainda que os gastos dos turistas domésticos também tenham descido 42.8%, numa quebra que foi ainda mais profunda nos visitantes internacionais e que chegou aos 66.8%.
Ao nível do emprego, África sofreu “desproporcionalmente mais” que outras regiões, indica o WTTC, cujo relatório aponta uma descida de 29,3%, representando uns “espantosos 7,2 milhões de empregos”.
No Médio Oriente, a contribuição das viagens e turismo para o PIB caiu 51,1%, enquanto os gastos domésticos diminuíram 42.8% e os internacionais desceram 70.3%, o que se deveu às “severas restrições” adotadas.
Já a América, onde a contribuição das viagens e turismo para o PIB desceu 42.4%, foi a “região menos afetada globalmente” pelo impacto da COVID-19, com o WTTC a destacar que a América se manteve como a “maior região em termos de importância económica, respondendo por 35% do PIB global direto das viagens e turismo”.
Apesar dos gastos internacionais terem descido 72.1% devido às “severas restrições na chegada” de visitantes, os gastos domésticos desceram apenas 38.9%, o que ajuda a explicar também a melhor performance da região americana.
“Os dados do WTTC revelaram o impacto devastador que a pandemia teve nas Viagens e Turismo em todo o mundo, deixando economias devastadas, milhões sem empregos e muitos mais temendo pelo futuro”, destaca Virginia Messina, Senior Vice President do WTTC.
No comunicado divulgado esta segunda-feira, o WTTC alerta ainda para as mudanças provocadas pela COVID-19 no comportamento dos consumidores, sendo por isso de esperar que, do ponto de vista da procura, exista maior preferência por destinos “familiares, previsíveis, confiáveis e percebidos como de “baixo risco””.
O WTTC faz ainda um apelo para um reforço da coordenação no sentido de se permitir a retoma das viagens em segurança, uma vez que, defende, “embora a procura reprimida seja ainda significativa, a constante mudança das restrições às viagens afetou a confiança do consumidor para fazer a reserva”.
“O WTTC, que tem estado continuamente na vanguarda na liderança do setor privado nos esforços para reconstruir a confiança do consumidor global, defende a necessidade de uma abordagem coordenada internacionalmente, consistente e transparente para permitir viagens seguras”, refere ainda o conselho mundial das viagens e turismo, que considera que seria uma vantagem ter “protocolos de saúde e higiene claros e coordenados”.