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Pandemia intensifica desafios para o emprego no turismo

Se a nível global, a OMT estima que se possam perder entre 100 e 120 milhões de empregos diretos, em Portugal os números levantam dúvidas, devido ao layoff.

Victor Jorge
Análise

Pandemia intensifica desafios para o emprego no turismo

Se a nível global, a OMT estima que se possam perder entre 100 e 120 milhões de empregos diretos, em Portugal os números levantam dúvidas, devido ao layoff.

Victor Jorge

A crise que se abateu sobre a indústria do turismo teve, naturalmente, reflexos no emprego. O “novo normal” faz com que (também) no turismo a requalificação seja necessária e obrigatória. Uma realidade pré-COVID no mundo laboral do turismo, contudo, nunca deverá chegar antes de 2023.

Com a crise da COVID-19 a colocar em risco entre 100 e 120 milhões de empregos diretos a nível global, segundo números avançados pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em Portugal as estimativas indicam que se ultrapasse os 150.000, embora, como se diz, “prognósticos só mesmo no fim”.

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Se no período pré-pandemia havia muito empresário e empresa a queixarem-se de falta de mão-de-obra especializada e de valor acrescentado, a situação atual colocou no mercado de trabalho – ou em layoff – dezenas de milhares de pessoas.

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Esta realidade foi confirmada ao Publituris por Vítor Antunes, managing director da Manpower, que salientou que a indústria do turismo foi, efetivamente, “uma das mais penalizadas pelo contexto da pandemia e das medidas de confinamento necessárias para conter o risco de contágio”, destacando, ainda, que “as consequências ao nível da destruição de emprego são inegáveis”.


De resto, os números do ManpowerGroup Employment Outlook Survey traduzem isso mesmo: as projeções para a Criação Líquida de Emprego passaram de valores muito positivos, de +16% no 1.º trimestre de 2020 e +21% no segundo trimestre (neste último caso, com as entrevistas que alimentam as projeções a serem realizadas antes do início da pandemia em Portugal) para valores francamente pessimistas: -29% no terceiro trimestre, -8% no quarto trimestre e -16% no primeiro de 2021. “Já para este segundo trimestre, Vítor Antunes adianta “uma ligeira progressão”, mas os empregadores ainda avançam um cenário de destruição de emprego, com uma Projeção Líquida de -6%.

E se estes números não bastassem, os dados do IEFP também reforçam esta realidade, revelando que, em finais de fevereiro de 2021, o número de inscritos nos centros de emprego e formação profissional, pertencentes a esta indústria, aumentou 31,4% face ao período homólogo de 2020 e 2,9% face a janeiro de 2021.

“As skills tecnológicas e digitais serão cada vez mais importantes e alvo de um rápido crescimento na procura quando o setor comece a retomar a sua atividade de contratação”, Vítor Antunes, Manpower

Se pensarmos, como refere Luísa Cardoso, business unit manager de healthcare, aviation, tourism & events da Randstad Portugal, que em qualquer destino turístico ao qual foram impostas medidas tão restritivas como o fecho de restaurantes, adiamento de concertos e festivais, cancelamento da maioria das atividades culturais e de espetáculo, fecho de fronteiras, restrições no tráfego aéreo, “não é difícil de perceber que toda esta força de trabalho foi severamente penalizada”. Por isso, uma das grandes questões é mesmo perceber se, com grande maioria dos recursos humanos a procurar alternativas no mercado de trabalho, estes “voltarão a encontrar trabalho neste setor ou se, porventura, continuarão ligados aos setores que os receberam durante a pandemia”, diz Afonso Carvalho, CEO do grupo EGOR. A fatia que ainda não encontrou emprego e que tem uma experiência relevante e importante para o setor turístico, essa, diz o responsável, “está ansiosamente à espera da abertura da economia”.

Especialização e digitalização
E se para a indústria havia mesmo falta de mão-de-obra qualificada, o responsável da Manpower ouvido pelo Publituris antevê mesmo que, “até que exista um programa de requalificação efetiva dos profissionais do setor, a tendência da escassez de talento será, muito provavelmente, agravada”. Até porque, segundo Vítor Antunes, o Plano de Atividades 2021 da Turismo de Portugal, refere no seu capítulo da estratégia “o grande impacto da transição digital e sociedade de inovação”, pelo que esta crise “não nos traz desafios novos, mas intensifica os anteriores”.

Para Luísa Cardoso, os profissionais do turismo que sofrem, hoje, o impacto da pandemia, “viram-se obrigados a reinventar o negócio e a procurar outras formas de subsistir”, pelo que, assume, se quem saiu não regressar com a retoma, “teremos um agravamento daquelas que eram já as dificuldades na captação de mão-de-obra especializada e um desafio para a atividade”.


Afonso Carvalho estima, no entanto, que “ainda terá de passar algum tempo até voltarmos ao ponto onde estávamos anteriormente, ou seja, ao ponto em que as empresas, efetivamente, não tinham recursos suficientes para fazer face à procura, sobretudo recursos com a devida formação e experiência”.

Se há palavra ou conceito que entrou no dia-a-dia essa ou esse é: digitalização. Na opinião de Luísa Cardoso está é, provavelmente, a “maior mudança no mundo do trabalho, herança da pandemia”. Sendo certo que, em muitas áreas, o trabalho remoto e a realidade online que hoje vivemos surgiram neste contexto como “uma resposta cio, noutras já se tinham dados passos neste sentido e a pandemia veio acelerar o processo de transição”, admite a responsável da Randstad. Contudo, salienta que o turismo tem uma “componente presencial e humana muito vincadas, próprias do setor, pelo que diria que não é previsível mudanças substanciais”. Ao mesmo tempo acredita que o negócio sofrerá “algumas adaptações que hoje se classificam como necessárias e que no futuro poderão vir a ser complementares ao turismo ‘tradicional’”. Aqui cabem os eventos online bem como conferências e talks em streaming, entre outras, e nestas realidades “haverá de facto a necessidade dos profissionais da área dominarem conhecimentos e apresentarem competências adaptadas às mesmas”.

“[Os profissionais do turismo] viram-se obrigados a reinventar o negócio e a procurar outras formas de subsistir”, Luísa Cardoso, Randstad

A Manpower corrobora esta opinião com números, já que segundo o seu mais recente estudo “Skills Revolution Reboot”, “a pandemia levou 30% das empresas portuguesas a agilizar os seus planos de digitalização e automação, contra apenas 16% que congelaram esses planos”. E o estudo tira outra conclusão: “esta digitalização está a criar mais emprego”. Por isso, Vítor Antunes refere que o turismo “não será uma exceção”. Cada vez mais os modelos de compra e de reserva, bem como de promoção dos destinos, ocorrem predominantemente em formato digital, com o responsável da Manpower a dar como exemplo a própria experiência de consumo que estava também a ser digitalizada, com soluções tipo self check-in, quiosques interativos em lugar de receções, entre outras formas de inovação que este setor “continuará seguramente a fomentar no intuito de gerar valor para o cliente”, crê. Nesse sentido, “as skills tecnológicas e digitais serão cada vez mais importantes e alvo de um rápido crescimento na procura quando o setor comece a retomar a sua atividade de contratação”, admite Vítor Antunes.

O que era e o que será
Fica, então, por saber se ainda existem lacunas a preencher na indústria do turismo quando analisamos o mercado laboral? Admitindo que a sazonalidade está “cada vez mais esbatida devido à enorme e constante afluência de turistas internacionais e nacionais”, Afonso Carvalho arrisca dizer que uma das lacunas a preencher passará por “arranjar mecanismos de retenção dos recursos de modo que o nível de compromisso e, consequentemente ,de retenção e motivação ,para com a respetiva empresa onde exercem a atividade, seja elevado”.

Do lado da Manpower, os maiores desafios estão relacionados com a “maior sofisticação do cliente” e que irá levar a que as organizações do setor “apostem na transformação digital do seu negócio”. Contudo, sendo o turismo um negócio de pessoas, estas terão, na opinião de Vítor Antunes, “transformar as suas competências, garantindo experiências customizadas, o que significa reforçar as suas competências comportamentais continuamente, pelo que o grande desafio é sempre o de ter talento com as competências necessárias em cada momento”.

Assim, quais serão as competências ou posições mais procuradas no setor no período pós-pandemia? Os profissionais ouvidos pelo Publituris não divergem, mas apontam diferenças. Para Afonso Carvalho, na fase de retoma da atividade as funções mais procuradas serão, na sua grande maioria, as funções que foram “dispensadas durante a pandemia”. De qualquer forma, adianta que, “pelos tímidos sinais que temos visto certamente que as funções comerciais e ligadas ao digital terão uma preponderância superior”.

“Pelos tímidos sinais que temos visto certamente que as funções comerciais e ligadas ao digital terão uma preponderância superior”, Afonso Carvalho, EGOR

Do lado da Randstad, Luísa Cardoso admite ser expectável que “as necessidades surjam de forma gradual, à medida que o mercado vá ganhando a robustez que lhe é característica”, pelo que haverá sempre uma “grande procura na área da hotelaria de todos os perfis, desde empregados de mesa, copeiros, cozinheiros e empregados de andares”. Já para a área dos eventos, aponta para “muita procura de posições de imagem com componente comercial, ou seja, promotores e hospedeiras”, tendo em conta que é uma atividade com uma “componente presencial muito forte, para a qual estes perfis se mantêm essenciais”.

Vítor Antunes junta às posições já mencionadas funções como “F&B, housekeeping e de apoio/serviço tamos que isto vá mudar”, embora refira que “as últimas ganharão preponderância pela crescente sofisticação do cliente”.

Associado aos cargos e/ou posições surge, igualmente, a questão salarial e se estes estão acima ou abaixo do esperado e/ou exigido. Neste particular, Mara Martinho, consultora sénior da Michael Page, refere que “a valorização dos salários no setor da hotelaria é uma luta já antiga”. Com a profissionalização e a especialização deste setor, a responsável crê que “cada vez mais se torne urgente valorizá-lo e atribuir retribuições que façam jus à responsabilidade exigida”.

Para o responsável da Manpower, falar em escassez de talento, “fará com que os profissionais mais procurados e com competências diferenciadas vejam os seus salários aumentar”. Mas ao contrário, Vítor Antunes admite que “aqueles que não detêm essas competências, verão o seu valor de mercado diminuir, o que vai acentuar a bifurcação salarial entre os dois grupos”

O CEO da EGOR acredita que, em termos comparativos, o setor do turismo “está perfeitamente enquadrado na média nacional” e, dependendo das regiões e se estamos a falar de cadeias nacionais ou internacionais, Afonso Carvalho refere mesmo que “encontramos funções, por exemplo, de gestão, que estão acima da média”. Certo é que para este responsável, o setor “melhorou substancialmente nos últimos anos”, embora destaque a existência de “alguma informalidade que é necessário combater, sobretudo para garantir a proteção e os direitos dos trabalhadores”.

Indústria (ainda) apetecível?
Com a pandemia a ditar, de facto, uma crise nunca antes vista na indústria do turismo, será que esta se mantém apetecível e “segura” para quem estava, está e pretende estar nela? Mara Martinho diz que, além de apetecível (ou não) e (in)segura, “tornou-se mais desafiante”, admitindo que, “quem gosta, não deixou de gostar”.

Outra visão tem, contudo, Vítor Antunes, referindo que a falta de atratividade do setor “é uma consequência inevitável”. No entanto, a médio e longo prazo, e uma vez ultrapassada a crise pandémica, “este continuará a ser um setor muito relevante para o nosso país e um forte empregador”, crê o responsável da Manpower. “Acredito que os modelos de operação poderão evoluir e, por essa via, também o perfil de competências que o setor procurará”, acrescentando ainda que a pandemia veio, também, “questionar o modelo de turismo que será sustentável no futuro, eventualmente, menos massificado”. Nesse sentido, acredita que “assistiremos seguramente a uma evolução no perfil de competências a atrair, tanto técnicas como soft”.

Quanto à retoma da empregabilidade da indústria do turismo e a um cenário pré-COVID, Mara Martinho acredita que tal possa acontecer dentro de um a dois anos, embora Luísa Cardoso, da Randstad, estime que a recuperação “nunca acontecerá antes de 2023”. Por isso, e tendo em conta o tempo que ainda decorrerá até essa recuperação no mercado de trabalho afeto ao turismo, “o foco deverá estar na preparação para este objetivo”. Partindo do pressuposto que essa recuperação será “gradual”, Vítor Antunes conclui que “incerteza” é a palavra dominante, pois grande parte das empresas “dependem de circunstâncias relativas ao ambiente macroeconómico que não tem horizonte temporal definido”.

*Artigo publicada na edição 1437 do jornal PUBLITURIS

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Estudo da TUI confirma que viajar rejuvenesce

Após as férias, os viajantes sentem-se, em média, 4,2 anos mais jovens, apurou um estudo da TUI, realizado pela YouGov, que teve como foco a Alemanha mas cujas conclusões se podem também aplicar a Portugal.

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Após as férias, os viajantes sentem-se, em média, 4,2 anos mais jovens, apurou um estudo da TUI, realizado pela YouGov, que teve como foco a Alemanha mas cujas conclusões se podem também aplicar a Portugal.

“Embora o estudo tenha como foco a Alemanha, as preferências dos portugueses seguem tendências semelhantes, valorizando o contacto com a natureza, o bem-estar e o tempo de qualidade com os entes queridos como formas de recarregar energias”, indica a TUI, num comunicado enviado à imprensa.

Na Alemanha, a natureza, o bem-estar e a cultura são apontados como as principais formas de relaxar durante as férias, numa tendência que, segundo a TUI, também se aplica a Portugal.

“Segundo um inquérito da TUI, os fatores que mais contribuem para o bem-estar durante as férias incluem atividades ao ar livre (85%), momentos de descontração e autocuidado (79%), tempo com a família e amigos (75%) e desligar do trabalho (72%)”, acrescenta a TUI.

O operador turístico explica que estas “prioridades alinham-se com as escolhas dos portugueses, que valorizam cada vez mais experiências que combinem natureza, tranquilidade e enriquecimento cultural”.

“De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), é possível observar-se um aumento na procura por escapadinhas que privilegiam o contacto com a natureza e a desconexão. Paralelamente, a Phocuswright aponta para um interesse crescente em ofertas que promovam uma ligação mais profunda com o ambiente”, justifica a TUI.

Segundo este estudo, 37% dos alemães dizem sentir-se rejuvenescidos após as férias, com 22% destes inquiridos a admitir mesmo que viajar os faz sentir até cinco anos mais jovens, enquanto 15% relatam uma sensação de rejuvenescimento ainda mais acentuada.

“Estes dados demonstram o impacto positivo das viagens no bem-estar físico e na saúde mental, reforçando o poder transformador de umas férias bem aproveitadas”, refere também a TUI.

Além deste estudo, a TUI invoca também um estudo da Universidade Edith Cowan, na Austrália, que confirma igualmente esta relação, apurando que “viajar melhora o humor e pode até retardar os sinais de envelhecimento”.

“Fatores como a atividade física, a interação social e a exposição a novos ambientes desempenham um papel essencial, fortalecendo o sistema imunitário e estimulando o metabolismo. Em suma, o sistema de autodefesa do organismo torna-se mais forte. Viajar não é apenas lazer: também contribui significativamente para a saúde física e mental”, explica Fangli Hu, diretor do estudo da Universidade Edith Cowan.

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Yescapa traça perfil dos autocaravanistas portugueses

Em 2025 é esperado que o autocaravanismo continue a ganhar popularidade em Portugal, afirmando-se como uma forma de viajar alicerçada na liberdade e na flexibilidade, estima a Yescapa, plataforma intermediária de aluguer de autocaravanas e campervans na Europa, com base nos dados de 2024.

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A Yescapa prevê que o número de viagens continue a crescer, refletindo a tendência de um aumento nas escapadelas mais curtas ao longo do ano, mas com maior frequência.

Durante as épocas de maior afluxo turístico, espera-se que as escapadelas ocorram maioritariamente nas férias escolares, feriados prolongados, Páscoa e verão, com uma duração média de seis dias por viagem, tendência observada em 2024 e que se espera que continue em 2025, revela a plataforma, presente em oito países da Europa, que aponta que o perfil de viajante em autocaravana deverá manter-se na faixa etária dos 45 aos 65 anos, seguido pela faixa dos 35 aos 44 anos, conforme os dados de 2024.

No que diz respeito a destinos de viagem, a maioria dos portugueses reserva autocaravanas para explorar Portugal, seguindo-se Espanha e Itália, que têm vindo a ganhar popularidade – tendência que se espera manter em 2025, de acordo com a análise.

As autocaravanas são por norma mais frequentemente alugadas nas grandes cidades como Lisboa, Porto e Faro, mas tem sido constatado um aumento na procura por veículos nas zonas interiores dado que facilita a gestão dos alugueres entre proprietários e viajantes portugueses que podem encontrar um veículo para alugar perto de casa.

Quanto à tipologia de veículo, as autocaravanas capucino são as que têm feito mais sucesso entre os viajantes, dado serem práticas para viagens em família pelo seu espaço e conforto. No entanto, as campervans e furgões transformados continuam, ano após ano, a ganhar popularidade, especialmente entre casais e viajantes mais jovens, que procuram soluções compactas e práticas para as suas aventuras.

Face a esta evolução, Maria Liquito, Country Manager Portugal na Yescapa, observa que “estamos preparados para acompanhar e liderar esta transformação, proporcionando soluções adaptadas às necessidades dos nossos clientes e contribuindo para o crescimento contínuo do setor em 2025”.

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Estudo aponta “forte ressurgimento das viagens para África”, com Egito, Marrocos e África do Sul na liderança

A 2.ª edição do Annual African Tourism Outlook apurou que países como o Egito, Marrocos e a África do Sul continuam a liderar o setor em África, “representando mais de 70% das chegadas de turistas internacionais em 2022 e cerca de 50% das receitas turísticas internacionais”.

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As viagens para África apresentam um “forte ressurgimento” e há já “vários países a superarem os níveis pré-pandemia”, indica a 2.ª edição do Annual African Tourism Outlook, que apurou que países como o Egito, Marrocos e a África do Sul continuam a liderar o setor, “representando mais de 70% das chegadas de turistas internacionais em 2022 e cerca de 50% das receitas turísticas internacionais”.

O estudo, elaborado pela Nova SBE WiTH Africa, uma iniciativa da Nova SBE que resulta de uma parceria entre o Nova SBE Data Science Knowledge Center e o Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality, destaca “o progresso da indústria da aviação” no continente africano, que é apontado como o principal fator para este “ressurgimento” das viagens para África.

Prova deste progresso da aviação africana é o facto do tráfego aéreo entre África e a China ter aumentado 63% no ano passado, enquanto as rotas para o Médio Oriente e a Europa registaram crescimentos de 11,1% e 4,3%, respetivamente.

“Apesar dos desafios estruturais (como infraestruturas subdesenvolvidas e incertezas geopolíticas) são identificadas várias iniciativas de investimento em aeroportos e reformas políticas que visam reduzir as barreiras e potenciar a conectividade regional e internacional”, lê-se no estudo, que foi divulgado esta terça-feira, 4 de fevereiro.

A pesquisa refere também que, em África, “persistem desafios muito significativos”, apesar do Travel and Tourism Development Index (TTDI) do Fórum Económico Mundial de 2024 reforçar a tendência de crescimento do turismo africano e identificar melhorias em 16 das 19 economias africanas analisadas, com a África do Sul a liderar a classificação, seguida pelas Ilhas Maurícias e Gana.

“Preocupações com segurança, infraestruturas de transporte limitadas, restrições no uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e baixa priorização orçamental do turismo continuam a travar o crescimento sustentável. Além disso, e apesar de políticas promissoras como a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e o Mercado Único Africano de Transportes Aéreos (SAATM), a conectividade transfronteiriça reduzida contribui também fortemente para o reduzido desenvolvimento turístico mais integrado”, destaca o estudo da Nova SBE WiTH Africa.

Mesmo com estes desafios, o estudo diz que “o turismo em África regista uma recuperação sólida no período pós-pandemia, colocando o continente numa posição privilegiada para aproveitar a crescente procura por destinos diversificados e experiências culturais autênticas”.

 

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Sustentabilidade é importante mas preço continua a ser decisivo, diz estudo do WTTC

Um recente estudo do World Travel & Tourism Council (WTTC), apresentado durante a FITUR, diz que apenas 7% a 11% dos consumidores dão prioridade à sustentabilidade na hora de comprar uma viagem.

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Apesar de terem cada vez maiores preocupações com a sustentabilidade, o preço continua a ser o fator decisivo para os consumidores de viagens, aponta um recente estudo do World Travel & Tourism Council (WTTC), que diz que apenas 7% a 11% dos consumidores dão prioridade à sustentabilidade na hora de comprar uma viagem.

O estudo, denominado “Bridging the Say-Do Gap: How to Create an Effective Sustainability Strategy by Knowing Your Customers”, foi apresentado esta quarta-feira, 22 de janeiro, durante a FITUR, a feira de turismo de Madrid, e apurou que o “custo e a qualidade” continuam a ser as prioridades dos consumidores de viagens.

Realizado com recursos a 10 mil entrevistas, este estudo do WTTC dividiu os consumidores em seis segmentos, que abrangem desde os consumidores muito preocupados com o impacto das viagens no meio ambiente, até aos negacionistas das alterações climáticas, e apurou que, em todos os segmento, mais de 50% dos consumidores dizem que a prioridade é o preço.

“Em todos os segmentos de consumidores, mais de 50% dizem que o custo é o fator mais importante que influencia as decisões de compra, enquanto cerca de 30% priorizam a qualidade”, lê-se num comunicado divulgado pelo WTTC.

Em sentido contrário surgem as preocupações com a sustentabilidade, com apenas 7% a 11% dos entrevistados a admitir que este é um fator preponderante para a decisão de compra.

O estudo concluiu também que, grande parte dos entrevistados, diz não ter acesso a informação sobre sustentabilidade, seja através de que canal for, incluindo os media convencionais, plataformas sociais ou iniciativas voltadas para a comunidade.

“Os viajantes importam-se com a sustentabilidade, mas, ao comprar viagens, o custo e a qualidade são essenciais. Os clientes esperam que as empresas criem opções sustentáveis ​​acessíveis”, considera Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC.

A responsável lembra, no entanto, que muitas empresas têm vindo a dedicar-se à sustentabilidade, num trabalho que, além de contribuir para a proteção do planeta, também oferece “experiências mais gratificantes para os clientes”.

Por isso, este estudo deixa também algumas recomendações para que a indústria do turismo aumente as preocupações em oferecer viagens sustentáveis, seja através de parcerias, marketing personalizado, programas de recompensas ou outros benefícios para os clientes.

 

 

 

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Sabre revela as 10 principais tendências de viagem para 2025

Múltiplas viagens, liderança asiática, orçamentos dos Baby Boomers, foco na gastronomia, qualidade das companhias aéreas, facilidade de reserva, aventuras ao ar livre, planeamento antecipado, viagens em família e sustentabilidade, são as 10 principais tendências de viagem para 2025, de acordo com a Sabre.

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Pelo segundo ano consecutivo, a Sabre realizou um inquérito junto das suas equipas globais para descobrir o que os profissionais do setor valorizam ao reservarem as suas próprias férias, e combinou as respostas com os dados da indústria. Os resultados revelam 10 tendências-chave que estão a moldar a forma de viajar este ano.

A análise indica que a maioria dos inquiridos planeia fazer pelo menos duas férias, sendo que uma proporção significativa planeia quatro ou mais viagens de lazer, enquanto os viajantes da região Ásia-Pacífico estão na linha da frente dos planos de viagem para 2025, com um aumento de 34% nas reservas realizadas até ao momento.

A Sabre revela ainda que os Baby Boomers são a geração mais propensa a aumentar os seus orçamentos de viagem, verificando-se um interesse crescente dos viajantes em experiências ao ar livre. Por sua vez, a gastronomia desempenha um papel central nas férias de 2025 para um número significativo de inquiridos, que avançam que a qualidade das companhias aéreas é especialmente importante para os viajantes mais jovens.

A facilidade em efetuar reservas é uma consideração crucial para os inquiridos. A multinacional de tecnologia para o setor das viagens dá conta que a maioria dos viajantes prefere planear com antecedência, reservando as suas férias pelo menos três meses antes, e que muitos optam por férias com a família alargada para passarem momentos de qualidade juntos.

No âmbito das principais tendências de viagem para este ano indica, igualmente, que a sustentabilidade está a ganhar maior relevância entre os viajantes, especialmente quando são informados sobre o seu impacto ambiental.

O inquérito de opinião dos viajantes da Sabre foi conduzido online, recolhendo respostas de 220 colaboradores globais da empresa de diferentes faixas etárias. Foram integrados dados adicionais a partir das informações de pesquisa e reservas da Sabre recolhidas entre janeiro e setembro de 2024 para viagens planeadas em 2025.

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Portugueses gastam mais de mil euros por viagem, revela a CamperDays

Um estudo da CamperDays, um dos principais operadores turísticos de autocaravanas da Europa, revela que os portugueses reservam as férias, em média, com 16 semanas de antecedência e gastam mais de mil euros por viagem. Por outro lado, indica que a maior parte dos viajantes portugueses está na faixa dos 35-44 anos, enquanto os destinos favoritos incluem o próprio país, Espanha e Austrália.

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Após um ano da entrada da CamperDays no mercado português, o considerado booking.com dos alugueres de identificou que a maior parte dos utilizadores portugueses (36%) está na faixa dos 35-44 anos, seguidos por viajantes nas faixas de 55-64 anos (27%) e 65+ (18%).

Um estudo da empresa, que destaca as preferências e tendências dos viajantes portugueses indica que mostram-se organizados e atentos ao planeamento das suas viagens, reservando em média com 16 semanas de antecedência. As viagens em grupo são populares com uma média de três elementos por viagem, com duração de 9 dias e um gasto médio de 1.100 euros.

A análise dá ainda conta que os destinos favoritos dos portugueses incluem o próprio país, Espanha e Austrália, refletindo o desejo por explorar desde escapadelas próximas e culturais até aventuras exóticas em paisagens distantes.

No que se refere às tendências de viagem, o estudo realça que cerca de 80% dos contactos com o serviço ao cliente ocorrem na fase de pré-reserva, evidenciando o interesse dos portugueses em esclarecer dúvidas e obter recomendações antes de confirmar as suas escolhas. Além disso, as famílias preferem viajar durante a época alta, aproveitando férias escolares e climas favoráveis e os viajantes sem filhos optam por períodos de época baixa, procurando mais tranquilidade e destinos menos concorridos.

Refira-se que a CamperDays continua a oferecer um serviço intuitivo, ajudando os utilizadores a encontrar, comparar e reservar autocaravanas de forma rápida e eficiente. Com mais de 3,6 milhões de visitas em 2024, a CamperDays opera, atualmente, em 32 países, oferecendo acesso a mais de 700 estações de recolha e uma rede de mais de 150 parceiros. Em Portugal, a plataforma aponta que tem observado um crescente interesse pelo caravanismo, refletindo a procura por viagens mais flexíveis e personalizadas.

Neste sentido, e com a crescente popularidade do caravanismo em Portugal, em 2025, a CamperDays planeia continuar a investir no mercado português, fortalecendo a sua rede de parceiros e proporcionando ainda mais benefícios aos seus utilizadores. Com uma procura crescente por viagens em contacto com a natureza e experiências personalizadas, a plataforma promete atender às expectativas dos aventureiros experientes e iniciantes no mundo do caravanismo.

A empresa dá acesso a mais de 35 mil veículos disponíveis para aluguer em todo o mundo, incluindo o Reino Unido, Europa, Austrália, EUA, Canadá e África do Sul. A plataforma permite que os clientes escolham entre uma seleção de fornecedores de confiança em todo o mundo através de um processo de reserva simples em três passos, com alugueres disponíveis a partir de apenas 80 euros por dia.

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Negócios no setor das viagens e turismo caem 4,3%, em 2024

Segundo a GlobalData foram realizados, em 2024, um total de 715 negócios contra os 747 de 2023.

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No ano 2024 foram realizados um total de 715 negócios compreendendo fusões e aquisições (M&A), private equity e negócios de financiamento de risco no setor de viagens e turismo, o que representa uma descida de 4,3% em comparação com 747 negócios anunciados durante o ano anterior, avançam os dados divulgados pela GlobalData.

A análise da consultora revela que o número de negócios de private equity aumentou 26,1%, em 2024, em comparação com 2023, e o volume de negócios de M&A registou um crescimento marginal de 0,4%, enquanto o número de negócios de financiamento de risco caiu 22,3%.

A Europa viu uma melhoria de 17% no volume de negócios durante 2024 em comparação com 2023, enquanto a América do Norte, o Oriente Médio e a África e a América do Sul e Central testemunharam uma queda no volume de negócios de 26,7%, 27,8% e 13,3%, respetivamente.

Já o volume de negócios da região Ásia-Pacífico caiu marginalmente em 1,7%.

Aurojyoti Bose, analista principal da GlobalData, refere que “a atividade de transações no setor das viagens e do turismo manteve-se mista em diferentes tipos de transações e regiões geográficas. Embora as transações de capitais privados tenham registado melhorias e o volume de transações de fusões e aquisições tenha permanecido, na sua maioria, ao mesmo nível, as transações de financiamento de risco registaram um declínio de dois dígitos”.

Bose acrescenta ainda que a tendência em diferentes mercados-chave “também não foi diferente e permaneceu mista, com alguns países a registares um crescimento de dois dígitos e alguns com declínios de dois dígitos.”

Como exemplo, a GlobalData refere o Reino Unido, a Índia e o Japão que testemunharam uma melhoria no volume de negócios em 10,8%, 36% e 45,7%, respetivamente, durante 2024, em comparação com 2023, enquanto os EUA, China e França testemunharam uma quebra no volume de negócios de 25,9%, 29,8% e 26,9%, pela mesma ordem. Entretanto, o volume de negócios para mercados como a Coreia do Sul e a Austrália permaneceu inalterado.

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Crescimento do PIB em Portugal abre boas perspetivas para 2025, diz Outlook da Mastercard

Com as estimativas a darem conta de que a economia portuguesa cresça 1,4%, acima da média de 0,9% da zona euro, o Global Outlook do Mastercard Economics Institute para 2025, refere que “Portugal está preparado para um crescimento resiliente e consolidação do consumo” para o próximo ano.

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A economia global em 2025 pode acelerar para um crescimento de 3,2%, após um ritmo de 3,1% em 2024, de acordo com o último relatório Economic Outlook 2025 do Mastercard Economics Institute (MEI).

Na Europa, a estimativa é que a trajetória económica enfrente fatores adversos decorrentes de uma política orçamental mais restritiva e da incerteza comercial, mas também ventos favoráveis decorrentes de uma política monetária mais flexível e de sólidos fundamentos para o consumo.

Neste cenário, antecipa-se que o PIB real de Portugal cresça 1,4%, abaixo de Espanha (1,9%) e acima de países como o Reino Unido (1,2%), França (0,8%), Itália (0,7%) e Alemanha (0,6%). Nos países nórdicos, o crescimento deverá aumentar de 1,3% para 1,7% e na Europa Central e de Leste de 1,8% para 3,0%.

“O crescimento do rendimento disponível real – a diferença entre os aumentos salariais e a inflação –, permanecerá positivo, assegurando a continuação da recuperação do poder de compra dos consumidores”, refere a análise da Mastercard.

Assim, segundo os dados avançados pelo MEI, prevê-se que a taxa média de inflação se, em Portugal, se situe nos 1,8%, abaixo de Espanha (2%) e do Reino Unido (2,6%). Já os gastos de consumo reais devem crescer 1,9% em Portugal, acima de outros países europeus como o Reino Unido (1,3%), França (0,8%), Alemanha (0,6%) e Itália (1,1%).

O relatório revela que os portugueses têm mostrado uma “sensibilidade aos preços”, sobretudo no setor do turismo, com a componente de gastos com viagens “cá dentro”, em relação a viagens para o exterior, a crescer 4,6 pontos percentuais (p.p.) no terceiro trimestre de 2024, por comparação com o período homólogo, indicando que “os portugueses viajaram menos para o estrangeiro nos meses de verão”.

Já no setor da restauração, o crescimento de gastos nas opções económicas de alimentação e de fast food foi de 0,2 p.p. nesse período, por comparação com 2023, uma mudança menos pronunciada do que em outros países europeus.

Segundo o estudo, “os consumidores europeus continuam a estar atentos aos preços e estão a optar por produtos e serviços mais económicos do que os de gama alta, um comportamento que deverá inverter-se com a melhoria do poder de compra”. A restauração, a moda ou as viagens são, precisamente, alguns dos setores que oferecem um vasto leque de opções de preços que permitem perceber as principais tendências de consumo.

“O facto de, em Portugal, a sensibilidade aos preços no consumidor estar a começar a desvanecer-se, reflete os fundamentos de um consumo mais forte, resultado de um maior crescimento económico em comparação com outros países europeu”, refere o estudo.

No setor das viagens, observa-se uma “preocupação” dos viajantes europeus com os preços, levando-os a efetuarem a seleção por “destino” – ou seja, alternativas mais baratas ou com menos turistas. Já nas viagens intrarregionais, particularmente dentro da Europa, “as despesas hoteleiras transfronteiriças continuam a dominar”, adverte o MEI.

Maria Antónia Saldanha, Country Manager da Mastercard Portugal, conclui que, “apesar dos desafios resultantes de políticas orçamentais restritivas e incertezas comerciais na Europa, Portugal poderá destacar-se, uma vez que as previsões de crescimento refletem um cenário resiliente no consumo e no mercado de trabalho”.

E termina, salientando que o relatório mostra que “os portugueses estão sensíveis ao preço, ao darem prioridade, em alguns casos, a produtos e serviços mais económicos, em vez de opções premium, uma tendência que poderá diminuir gradualmente com o aumento do poder de compra”.

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Número de expatriados nos EUA atingiu nível mais elevado desde a pandemia

O número de americanos que pretendem fixar residência noutro país tem vindo a aumentar e a Europa é o destino preferido. Até ao final do 3.º trimestre, já mais de 4.100 cidadãos decidiram obter residência ou cidadania num país estrangeiro.

Victor Jorge

Uma recente análise da Astons revela que um grande aumento no número de cidadãos americanos optou por expatriar, com os primeiros três trimestres de 2024 a indicar um número significativamente maior de abandono dos EUA do que foi visto durante todo o ano de 2023.

A Astons analisou dados do US Federal Register que mostram que o número de cidadãos americanos que optaram por obter residência ou cidadania num país estrangeiro, em 2024, registou um enorme aumento, mesmo antes das eleições.

Durante os três primeiros trimestres de 2024, 4.184 cidadãos americanos decidiram obter residência ou cidadania num país estrangeiro, representando um aumento de 28,3% em relação ao número total registado ao longo de 2023 que ascendeu a 3.260.

“Este facto é significativo porque mostra que o número de cidadãos norte-americanos que saíram dos EUA em 2024 já ultrapassou o total anual do ano passado, antes de contabilizar o impacto das eleições nos EUA e a vitória de Donald Trump”, revela a análise da empresa especialista em imóveis, residência e cidadania por meio de investimentos.

Só no terceiro trimestre de 2024, 2.123 cidadãos norte-americanos expatriaram, o que representa o total trimestral mais elevado desde o segundo trimestre de 2020 (2.406), indicando a Astons que o número total de expatriados dos EUA visto em 2024 poderá ultrapassar o total visto em 2020, quando 6.705 cidadãos dos EUA decidiram obter residência ou cidadania num país estrangeiro devido ao impacto avassalador e à disseminação do COVID-19.

À semelhança do que aconteceu com a pandemia de COVID-19, uma das vias utilizadas para sair rapidamente dos EUA, tanto antes como depois das eleições, é a residência por investimento ou Golden Visas.

“Os indivíduos com um elevado património líquido estão cada vez mais a ver o valor de distribuir os seus riscos pessoais e financeiros por várias nações, em vez de protegerem todas as suas apostas numa economia local”, diz a análise da Aston. “Como tal, a residência noutro país dá-lhes a oportunidade de diversificar em vez de limitar as suas oportunidades”.

Além disso, “a perspetiva de um passaporte adicional não americano também está a impulsionar esta decisão, trazendo segurança e liberdade adicionais quando viajam e permitindo àqueles que não podem enfrentar outro mandato de Trump a opção de sair dos EUA por um período de tempo prolongado”, refere ainda a Aston.

A análise mostra, também, que a Europa é uma escolha privilegiada para os cidadãos americanos que pretendem obter uma cidadania ou residência adicional, sobretudo porque pode frequentemente proporcionar acesso à UE e à livre circulação do espaço Schengen.

Atualmente, o país europeu mais popular para os cidadãos americanos que abandonam o país é a Grécia, que, segundo a Astons, é alvo de 50% de todos os pedidos de Golden Visa dos EUA em 2024. Até ao final do ano, o número de titulares de Golden Visa americanos na Grécia deverá ser o dobro do registado em 2023.

Alena Lesina, especialista em cidadania, autorização de residência e investimento imobiliário da Astons, salienta que “estamos a assistir a um aumento do número de cidadãos norte-americanos que utilizam o investimento como meio de obter residência ou cidadania noutros países. Este número tem vindo a aumentar de forma constante ao longo dos três primeiros trimestres deste ano e esta é uma tendência que se reflete no número total de cidadãos americanos que optam por expatriar-se”.

“Assistimos a um aumento significativo da atividade dos cidadãos americanos após as eleições e prevemos que o último trimestre deste ano apenas intensificará as tendências observadas nos primeiros nove meses do ano”, conclui Lesina.

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Gloria Guevara é candidata a secretária-geral da ONU Turismo

A antiga presidente do WTTC e ex-secretária de Estado de Turismo do México, Gloria Guevara, anunciou a sua candidatura a secretária-geral da ONU Turismo, numa altura em que já se sabe que Zurab Pololikashvili, atual líder da agência, vai concorrer a um terceiro mandato.

Inês de Matos

Gloria Guevara, que foi presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), apresentou a sua candidatura a secretária-geral da ONU Turismo, numa candidatura que visa “fortalecer” a organização e “promover o turismo sustentável”.

De acordo com o jornal espanhol Hosteltur, Gloria Guevara é uma reconhecida especialista em turismo, que conta com mais de 35 anos de experiência ao serviço do setor, tendo sido inclusive secretária de Estado de Turismo do México, país que apoia a sua candidatura.

O Hosteltur recorda que, nos últimos anos, Gloria Guevara tem trabalho como assessora especial para o Ministério de Turismo da Arábia Saudita, cargo que aceitou depois de terminar a sua ligação ao WTTC, do qual foi presidente até 2021.

Gloria Guevara é licenciada em Informática pela Universidade Anáhuac e conta com um MBA pela Kellogg School of Management da Universidade Northwestern, tendo passado por vários cargos públicos e em empresas privada ao longo da sua vida profissional.

A especialista em turismo foi secretária de Estado do Turismo do México entre 2010 e 2012, período ao longo do qual foi responsável pela implementação do “Acuerdo Nacional por el Turismo”, estratégia que impulsionou o turismo mexicano e posicionou o país como um destino competitivo no cenário mundial.

Nesta candidatura, Gloria Guevara compromete-se a colocar o setor acima das agendas individuais, a reforçar o papel da ONU Turismo e a promover o turismo sustentável.

Zurab Pololikashvili procura terceiro mandato

Além de Gloria Guevara, também já é público que Zurab Pololikashvili, atual secretário-geral da ONU Turismo, pretende candidatar-se a um terceiro mandato, segundo o jornal The Diplomat in Spain.

O atual secretário-geral da ONU Turismo terá confirmado a sua candidatura depois de regressar da China, onde marcou presença no Global Tourism Economic Forum (GTEF), onde terá aproveitado para recolher apoios à sua recandidatura.

O apoio que Zurab Pololikashvili tem dado ao desenvolvimento sustentável e competitivo dos destinos e à colaboração próxima entre os setores público e privado, assim como a sua liderança próxima e o facto de a ONU Turismo se ter expandido e aberto novas delegações regionais em vários países, terão contribuído para que o responsável tivesse já conseguido reunir o apoio de diversos países.

Zurab Pololikashvili é secretário-geral da ONU Turismo desde 2018, tendo renovado o seu mandato em 2022.

A eleição do próximo secretário-geral da ONU Turismo vai ser decidida em 2025, prevendo-se que o Conselho Executivo da organização reúna entre 28 e 30 de maio do próximo ano e que, dessa reunião, saia um nome que será depois levado à Assembleia Geral, que está marcada para novembro de 2025, na Arábia Saudita.

 

 

 

 

Sobre o autorInês de Matos

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