IATA: Tráfego aéreo cai 67,2% em março mas recupera face a fevereiro
A IATA explica a ligeira melhoria registada em março com a evolução positiva do mercado doméstico global, pois o tráfego internacional manteve-se “bastante restrito”.
Inês de Matos
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A procura por viagens aéreas voltou a cair no passado mês de março, apresentando uma descida de 67,2% face a março de 2019, num resultado que, apesar de continuar a ser negativo, traduz uma “melhoria” face a fevereiro, quando a quebra tinha sido de 74,9%, segundo os dados revelados esta terça-feira, 4 de maio, pela IATA – Associação Internacional de Tráfego Aéreo.
De acordo com a IATA, o melhor desempenho de março pode ser explicado pela recuperação registada no mercado doméstico, nomeadamente o chinês, uma vez que o tráfego aéreo internacional permaneceu “bastante restrito”, indica o comunicado divulgado pela associação.
“A procura de passageiros internacionais em março ficou 87,8% abaixo de março de 2019, uma melhoria muito pequena em relação à queda de 89,0% registrada em fevereiro de 2021, em comparação com dois anos atrás”, indica a IATA que tem vindo a comparar os dados de 2021 com 2019, uma vez que “as comparações entre os resultados mensais de 2021 e 2020 são distorcidas pelo impacto extraordinário da COVID-19”.
Já o mercado doméstico global registou uma descida de 32,3% em relação aos níveis pré-crise (março de 2019), o que traduz uma melhoria significativa face a fevereiro de 2021, quando o tráfego doméstico caiu 51,2% em comparação a igual período de 2019.
“Todos os mercados, exceto Brasil e Índia, apresentaram melhoria em relação a fevereiro de 2021, com a China a ser o principal contribuinte”, acrescenta a IATA.
Para Willie Walsh, diretor geral da IATA, o “ímpeto positivo” registado em alguns mercados domésticos permite prever uma “forte recuperação” nos mercados internacionais à medida que as restrições às viagens sejam levantadas.
“As pessoas querem e precisam voar. E podemos estar otimistas de que farão isso quando as restrições forem removidas”, prevê o diretor geral da IATA.
Por regiões, foi na Ásia-Pacífico que o tráfego aéreo mais caiu em março, com uma descida de 94,8% face a março de 2019, ainda que a IATA realce que este resultado é “um pouco melhor do que a queda de 95,4% registada em fevereiro”.
“A região continuou a sofrer as maiores quedas de tráfego pelo nono mês consecutivo”, justifica a associação, revelando que também a capacidade caiu 87,0%, enquanto o load factor desceu 48,6 pontos percentuais para 31,9%, o menor entre todas as regiões.
Na Europa, a descida foi de 88,3%, também “um pouco à frente da queda de 89,1% em fevereiro”, indica a IATA, apontando ainda uma descida de 80,0% na capacidade e de 35,0 pontos percentuais no load factor, que ficou nos 49,4%.
Já África foi a região do globo onde o tráfego aéreo menos caiu, descendo 73,7% em março, valor que compara com o decréscimo de 72,3% registado em fevereiro, enquanto a capacidade desceu 61,8% e o load factor 22,3 pontos percentuais para 49,0%.
Para a IATA, os resultados de março pode ser explicados com a “relutância dos governos em suspender as restrições de viagens e a quarentena”, devido às novas variantes da COVID-19 e ao aumento de casos em alguns países, mas já indicam alguma recuperação, que a associação espera que se venha a tornar mais efetiva depois das palavras da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que anunciou que os viajantes dos EUA vacinados contra o coronavírus poderão entrar livremente na União Europeia.
A IATA alerta, no entanto, para o risco de discriminação que esta a aposta apenas na vacinação pode representar e desafia, por isso, os governos a apostarem nos “testes acessíveis, oportunos e eficazes” como opção à vacinação e de forma a facilitar as viagens.
A IATA desafia também os países a aceitarem testes digitais, bem como os certificados de vacinação, de forma a evitar filas e longos períodos de espera nos aeroportos, à semelhança do que, segundo a associação, já se verifica em alguns aeroportos.