Primeiro-Ministro António Costa com os Ministros Pedro Siza Vieira, Mariana Vieira da Silva, Ana Mendes Godinho, e o Secretário de Estado Mendonça Mendes no final do Conselho de Ministros, 20 março 2020 (Foto: João Bica)
2020: O ano da pandemia
2020 tinha tudo para voltar a ser um dos melhores anos de sempre para o turismo português, mas a COVID-19 veio alterar tudo e trouxe consigo uma crise sem precedentes. Reveja os acontecimentos que marcaram 2020, que vai ficar para a história como o ano da pandemia.
Inês de Matos
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2020 tinha tudo para voltar a ser um dos melhores anos de sempre para o turismo português, mas a COVID-19 veio alterar tudo e trouxe consigo uma crise sem precedentes. Reveja os acontecimentos que marcaram 2020, que vai ficar para a história como o ano da pandemia.
2019 foi um ano extraordinário para o turismo em Portugal e os números falam por si. As receitas turísticas chegaram aos 18,4 mil milhões de euros, depois de um aumento de 8,1%, e atingiram um novo recorde histórico nacional. Na hotelaria, o ano tinha também ditado resultados nunca vistos. Os hóspedes chegaram aos 27 milhões, 16,3 milhões dos quais estrangeiros, e as dormidas somaram 69,8 milhões, com o Eurostat a apontar um crescimento em Portugal acima da média europeia. Nos transportes, as notícias de janeiro mostravam igualmente vitalidade, depois da aviação ter batido recordes no ano anterior, com 60 milhões de passageiros processados nos aeroportos nacionais, com destaque para Lisboa, que ultrapassou os 30 milhões de passageiros, enquanto Faro chegava, pela primeira vez, aos nove milhões, segundo a ANA Aeroportos de Portugal. Tudo indicava que 2020 seria um ano positivo, ainda que uma moderação dos crescimentos. Mas ninguém poderia imaginar que, em pouco tempo, tudo se alteraria, com a chegada da COVID-19, a primeira pandemia em mais de um século. O novo coronavírus, identificado na China no final de 2019, galgou fronteiras e parou o mundo em poucos meses, com resultados catastróficos para o turismo.
Venha com o Publituris passar em revista 2020, que fica para a história como o ano da COVID-19 e relembre os momentos importantes que marcaram as várias áreas do setor turístico.
Destinos
O primeiro caso de COVID-19 surgiu em Portugal a 2 de março de 2020. No entanto, desde 23 de janeiro, o Governo aconselhava a repensar as viagens não essenciais à China. Mas o país estava mais preocupados com o Brexit, oficializado a 31 de janeiro de 2020. No início do ano, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, afirmava-se “tranquila” e mostrava-se confiante de que Portugal ultrapassaria com resiliência mais esta crise. “Qualquer setor de atividade tem de estar preparado para lidar com as adversidades. Portugal tem um potencial extraordinário e estamos seguros que iremos enfrentar esta potencial vaga como outras, com igual resiliência”, dizia a governante, na XANTAR, na Galiza, Espanha. Na Europa, o primeiro sinal de alarme era o cancelamento da ITB, a feira de turismo de Berlim e uma das maiores do mundo, que deveria decorrer de 4 a 8 de março. Daí até que se falasse no cancelamento da BTL, a feira de Lisboa, foi um instante. A Fundação AIP, responsável pelo certame, começou por confirmar, a 2 de março, a realização da BTL entre 11 e 13 de março, mas o Turismo de Portugal e as entidades regionais de turismo decidiram não participar fisicamente no evento, levando a organização a adiar, numa primeira fase, a BTL para maio, acabando mais tarde por passá-la para março de 2021, numa edição em formato híbrido. A COVID-19 começava a fazer estragos no turismo, levando o Governo a reagir. A 9 de março, era lançada uma linha de 100 milhões de euros para empresas atingidas pelo coronavírus, que se tinha já espalhado por todo o mundo, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar o nível de pandemia a 11 de março. Por essa altura, também as viagens para Itália eram desaconselhadas, assim como deslocações não essenciais ao Irão e Coreia do Sul. A 10 de março, Israel proibia a entrada de turistas de 14 países, dando início às restrições às viagens que se espalharam por todo o mundo, enquanto Portugal e Espanha encerravam fronteiras a 15 de março, um dia antes da Comissão Europeia restringir as viagens não essenciais para fora da União Europeia.
O impacto da pandemia preocupava e o Governo lançava o primeiro pacote de medidas extraordinárias a 18 de março, incluindo o lay-off simplificado, num dia que ficaria marcado pelo decretar do estado de emergência. Começava o confinamento oficial. Algarve, Madeira e Açores aderiam às quarentenas obrigatórias, enquanto a CTP estava preocupada com o verão. E era justamente para reforçar a confiança para o verão que o Turismo de Portugal lançava, em abril, o selo “Clean&Safe”, garantindo a segurança das empresas de alojamento, animação turística e agências de viagens.
A 1 de junho, a União Europeia abria finalmente as fronteiras com 15 países, mas o otimismo que começava a instalar-se em relação ao verão seria irremediavelmente atingido a 4 de julho, quando o Reino Unido excluiu Portugal do corredor turístico. Portugal vivia surtos preocupantes, nomeadamente na zona de Lisboa, obrigando o primeiro-ministro a anunciar, em junho, mais restrições na região, incluindo o encerramento de estabelecimentos às 20h00.
Em julho, o ministro Siza Vieira anunciava apoios para o Algarve devido à ausência dos britânicos, principal mercado na região e que apenas deixou de ter limitações a 20 de agosto mas por pouco tempo, com Portugal a ficar novamente fora do corredor britânico a 10 de setembro, desta vez, com exceção para a Madeira e Açores.
Mas, em setembro, a situação epidemiológica voltava a descontrolar-se em Lisboa e Porto, fazendo regressar a situação de contingência e com novas limitações, e voltando a colocar Portugal nas listas de risco da Alemanha, Bélgica e Suíça. Siza Vieira admitia, nas comemorações do Dia Mundial do Turismo, que a recuperação turística ficava aquém do esperado e anunciava um pacote de medidas para que as empresas aguentassem os meses sem procura no inverno.
Já em outubro, chegava o IVAucher, com descontos no IVA da restauração, alojamento e cultura, e, até ao final do ano, o Governo lançaria ainda um novo pacote de apoios, no valor de 1.550 milhões de euros. A situação epidemiológica estava novamente descontrolada e o Governo proibia a circulação entre concelhos nos Finados, de 30 de outubro a 3 de novembro, levando a CTP a temer novo confinamento, com “efeitos dramáticos” na economia e turismo, alertava. Mas o estado de emergência regressaria pouco depois, ainda que mais ligeiro que no início da pandemia.
Os últimos meses do ano trariam, no entanto, notícias positivas, como os prémios dos World Travel Awards (WTA) para melhor destino turístico da Europa e de melhor destino insular, melhor destino de city-break e melhor destino de praia do mundo para Madeira, Lisboa e Algarve, respetivamente.
Transportes
No que diz respeito aos transportes, o ano arrancava igualmente com bons indicadores e os efeitos do novo coronavírus só começariam a sentir-se no final de janeiro, quando a British Airways, Lufthansa e United Airlines cancelaram os primeiros voos para a China, a que se seguiu, em fevereiro, o cancelamento de voos também para Itália.
Também os cruzeiros reagiam ao novo coronavírus. A MSC Cruzeiros era uma das primeiras companhias a implementar medidas de precaução a bordo e a alterar itinerários, enquanto outras optavam por proibir o embarque a quem tivesse estado na China, Irão ou Coreia do Sul. Os esforços não impediriam, no entanto, a existência de vários casos a bordo.
Na aviação, começavam os cancelamentos. A TAP anunciava a supressão de mil voos em março e abril, aumentado o número em mais 2.500 voos poucos dias depois. E, por esta altura, ainda os EUA não tinham suspendido os voos com origem no espaço Schengen, o que aconteceu a 12 de março, com graves consequências para a aviação mundial.
Depois da aviação, pararam os cruzeiros. Na Madeira, a proibição de atracagem de navios chegou a 12 de março, enquanto no continente chegou no dia seguinte, dando início a uma fase de suspensão total das operações.
Por esses dias, a Comissão Europeia suspendia as regras dos slots, evitando que as companhias aéreas realizassem voos sem passageiros e, a 17 de março, eram suspensos os voos não essenciais para fora da Europa, na sequência da restrição decretada a nível europeu. Já o tráfego aéreo entre Portugal e Espanha era suspenso a 16 de março. Começavam os repatriamentos e as contas à crise provocada pela pandemia. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) previa que a COVID-19 retirasse 46% de passageiros à aviação mundial e custasse 76 mil milhões de dólares.
A Páscoa era marcada pelo estado de emergência e encerramento dos aeroportos ao tráfego internacional. As restrições começariam a ser levantadas na Europa no início de junho e, em Portugal, a de 15 de junho. Estava em curso a recuperação das ligações aéreas. Junho seria também o mês da intervenção na TAP, depois do Governo ter recebido luz verde de Bruxelas para apoiar a companhia com 1,2 mil milhões de euros. O acordo com David Neeleman, acionista privado da TAP, seria alcançado em julho, aumentando a participação do Estado para 72,5%, numa transferência de capital que levaria à saída de Neeleman.
Em julho, regressavam os voos da Qatar Airways a Lisboa, enquanto a TAP previa retomar 66 rotas em agosto e de outras 10 em setembro, numa altura em que Ramiro Sequeira era apontado à presidência executiva interina da companhia. Já a Emirates regressou a Lisboa em agosto, assim como a Turkish Airlines, ambas ainda sem data para o regresso ao Porto.
Por essa altura, a MSC Cruzeiros lançava um Protocolo de Saúde e Segurança com medidas sanitárias contra a COVID-19, que incluía testes a todos os passageiros e que permitiu retomar operações no Mediterrâneo, enquanto a Costa Cruzeiros realizava cruzeiros por Itália e apenas para italianos.
Na TAP, o destaque era a nova rota para Maceió, Brasil, a partir de outubro. Enquanto isso não acontecia, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, ia avisando que a TAP não poderia ser maior que as necessidades e que o plano de reestruturação, pedido por Bruxelas como contrapartida para a ajuda estatal, seria apresentado até ao final do ano. A 16 de setembro, e como previsto no acordo entre Estado e acionistas privados, Antonoaldo Neves deixa a liderança da TAP, poucos dias antes de se saber dos prejuízos de 582 milhões de euros no primeiro trimestre.
Nesta altura, o impacto da pandemia era esmagador e também a SATA pedia 133 milhões de euros em garantias estatais. Lá fora, a South African Airlines suspendia as operações por dificuldades financeiras, o Governo italiano oficializava a nacionalização da Alitalia e vários países injetavam capital nas suas transportadoras.
Até ao final do ano, a TAP anunciaria ainda que operaria apenas 30% da capacidade do inverno de 2019 e divulgava resultados que agravavam os prejuízos para 701 milhões de euros até setembro. Já o plano de reestruturação, com diminuições da frota e rotas, além de milhares de despedimentos, foi conhecido a 10 de dezembro.
Alojamento
No alojamento turístico, o ano começava, mais uma vez, com notícias positivas, que apontavam, segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), para a abertura de 51 hotéis e nove remodelações, assim como a melhoria dos resultados, nomeadamente das receitas. Logo no primeiro mês de 2020, a HIP tinha comprava o The Lake Spa Resort, em Vilamoura, no Algarve, enquanto a Turim Hotels ganhava o concurso Revive para a concessão do Paço Real de Caxias. Já o Monte da Quinta Resort mudava de nome para Wyndham Grand Algarve, tornando-se no primeiro Wyndham Grand na Península Ibérica. Em fevereiro, os efeitos da COVID-19 no alojamento eram ligeiros, mas já começavam a surgir campanhas de cancelamentos gratuitos para dar maior flexibilidade aos clientes e a AHP denunciava “cancelamentos em massa”, estimando perdas de 800 milhões de euros no setor do alojamento turístico. Março foi o mês em que se assistiu a um encerramento temporário de hotéis e restaurantes como nunca visto. O Governo lançava as primeiras medidas, que rapidamente se tornaram insuficientes face ao escalar da pandemia, e, no final de abril, chegava o selo Clean&Safe para a hotelaria, sendo mais tarde alargado à restauração. Já no final do mês, seriam conhecidos os requisitos para a reabertura das unidades de hotelaria no âmbito do plano de transição do estado de emergência para o estado de calamidade, que trouxeram várias limitações à reabertura, levando a AHP a promover webinares dedicados esse tema. Junho arrancava com a reabertura de hotéis, mas as perspetivas continuavam negras. A AHRESP dizia que 73,5% das empresas de restauração não sabia se conseguiria manter trabalhadores, enquanto a AHP previa “uma perda significativa de receita”. Para apoiar o setor, o Governo isentava as empresas do pagamento por conta no IRC até dezembro.
Por esta altura, a Vila Galé destacava-se pela abertura de unidades. Em junho, abriu o Vila Galé Collection Alter Real, um resort equestre de quatro estrelas e 77 quartos, em Alter do Chão, no Alto Alentejo, e o Vila Galé Serra da Estrela, em Manteigas, o primeiro hotel de montanha. Jorge Rebelo de Almeida, administrador da cadeia, mostrava-se otimista e dizia ao Publituris que, se houvesse voos, os hotéis poderiam “trabalhar em força” em agosto.
Mas os tempos eram difíceis, como mostrava a taxa de ocupação algarvia, que não ia além dos 10,3% em junho, mês em que 45,2% das unidades do país estiveram encerradas ou não registaram movimento. E se a hotelaria algarvia vivia uma situação complicada, pior ficou, em julho, com a exclusão de Portugal do corredor turístico britânico. No verão, o Governo lançava o Revive Natureza, com 16 imóveis, entre antigas casas de guardas florestais e postos fiscais, assim como, em setembro, o Revive Ferrovia, com 30 antigas estações ferroviárias no Norte e Alentejo.
Por essa altura, era cada vez mais evidente que os portugueses tinham a optado por férias em destinos com maior distanciamento social. No interior Norte, o balanço do verão era positivo: “Foi excelente”, apontavam os hoteleiros. Já o INE confirmava que o Alentejo e o Centro eram as regiões com menor queda de dormidas em julho.
No final de agosto, Portugal integrava o corredor turístico britânico, o que levou ao aumento imediato de 13% nas reservas de setembro, dizia a AHP. O entusiasmo duraria pouco, já que, em outubro, a região apresentava, “os piores resultados turísticos de sempre”, correspondentes aos meses de abril a outubro. A esperança era agora o grande prémio de Fórmula 1, que a AHP esperava que tivesse “um efeito de arrasto” na hotelaria regional.
Com o agravar da pandemia e a proibição de circulação entre concelhos, a AHRESP voltava a endurecer o discurso, até porque, da proibição de circulação entre concelhos ao novo estado de emergência foi um passo, o que foi visto pelos empresários da restauração como a gota que fez transbordar o copo. Houve manifestações e até greves de fome e o Governo acabaria por aprovar apoios para compensar a restauração pela receita perdida nos fins-de-semana de recolher obrigatório e lançar o programa Apoiar.pt, com de 750 milhões de euros. Novembro trouxe o lançamento de um novo concurso Revive Natureza, com mais sete imóveis, e a possibilidade dos hotéis funcionarem como escritórios e centros de dia, devido à reduzida procura turística, que se manteria em dezembro, levando a AHP a admitir que 45% dos hotéis já se encontravam fechados em dezembro e só previam reabrir em março de 2021.
Distribuição
Também na distribuição o ano arrancava com otimismo e, em janeiro, grande parte dos operadores turísticos nacionais anunciava charters e lançava a programação para o verão. Os primeiros alertas chegaram a 27 de janeiro, quando os operadores cancelaram as primeiras saídas para a China, devido ao surto de coronavírus no país. Por essa altura, na Europa, onde o vírus já fazia vítimas mortais, a Associação Europeia de Agentes de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA) já pedia “medidas coordenadas e proporcionais” de resposta ao coronavírus. Por cá, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, apelava à calma e criticava o pânico em torno da COVID-19. O clima já era de alarme e os operadores já lançavam campanhas de cancelamentos sem custos, enquanto o Mundo Abreu era adiado para maio, não chegando a acontecer. Lá fora, a ECTAA pedia “pragmatismo” e uma aplicação flexível das regras de reembolso à Comissão Europeia. A 20 de março, as agências de viagens já tinham ajudado a repatriar mais de 27.500 portugueses, relembrando a importância fundamental que continuam a ter na cadeia turística. Mas, além do trabalho árduo de repatriamento, as agências de viagens estavam a confrontar-se com outro problema: os reembolsos. No final de março, muitos turistas viram as férias canceladas, com direito a reembolso, o que colocava um problema grave à tesouraria das empresas. A resposta da Comissão Europeia chegaria a 23 de março, aconselhando os clientes a pedirem o adiamento das viagens em vez do reembolso. Mas, para as agências espanholas e britânicas, não era suficiente e, no dia 1 de abril, o Governo espanhol alterou temporariamente a lei, permitindo o reembolso com voucher. Por cá, Rita Marques admitia, em abril, estar a estudar a mesma possibilidade, numa altura em que a APAVT chegava a acordo com a SATA para reembolso de clientes com vouchers e apelava a uma rápida solução da questão. A decisão chegaria a 18 de abril, com o Governo a aprovar os vouchers, sob aplausos das APAVT e também da AHP.
A questão dos reembolsos parecia arrumada desde abril, no entanto, regressaria à ribalta em julho, quando a Comissão Europeia instaurou um processo a 10 Estados-membro por violarem os direitos dos consumidores europeus ao permitiram reembolsos com vouchers. O final de julho trazia o anúncio da recandidatura de Pedro Costa Ferreira à presidência da APAVT, numa eleição que decorreria a 3 de dezembro, que contou com a maior participação da história da associação e na qual o atual presidente renovaria o mandato. Já no final de agosto, era revogado o regime excecional das viagens organizadas, determinando o fim dos vouchers, o que levava a APAVT a admitir insolvências no setor. E quando parecia que desta vez estava mesmo encerrada a questão dos reembolsos, na Alemanha, é apresentada uma providência cautelar para a alteração da lei das viagens organizadas, à qual a Airmet se viria a juntar. Já Pedro Costa Ferreira sublinhava, em entrevista ao Publituris, a importância da alteração da lei no caso dos reembolsos: “Salvámos o setor com a interrupção da lei”, dizia. Mais tarde, a Comissão Europeia admitiria problemas nos reembolsos e ponderava alterar a lei das viagens organizadas.