Reportagem| São Tomé e Príncipe: O país dos sorrisos
Este pequeno paraíso situado no Golfo da Guiné tem a capacidade de conquistar quem o visita com pouco. Muito pouco. E não precisa de muito mais para enraizar no coração de cada um uma vontade crescente em regressar vezes sem fim.
Raquel Relvas Neto
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Este pequeno paraíso situado no Golfo da Guiné tem a capacidade de conquistar quem o visita com pouco. Muito pouco. E não precisa de muito mais para enraizar no coração de cada um uma vontade crescente em regressar vezes sem fim.
São Tomé e Príncipe ganhou um lugar de destaque na lista de destinos a visitar pelos portugueses. Seja pela história que nos (des)une, por novelas de que foi palco ou porque conhecemos alguém que já lá esteve a trabalho ou de férias. Desenganem-se os que julgam que São Tomé e o fantástico Príncipe são o tipo de destino que encaixa em qualquer português que entra pela agência à procura da próxima viagem de férias num qualquer destino de praia com pulseiras, piscinas e animação sem fim à vista. De todo. São Tomé e Príncipe não cabe nesses critérios, é muito mais do que isso. É um pequeno diamante em bruto à espera de ser descoberto. Descoberto e não alterado ou ajustado à ideia do que muitos consideram o destino ideal de férias. Este arquipélago é dos poucos lugares na terra onde se pode observar a Natureza no seu estado puro. Seja pelas suas extensas e ricas florestas que culminam nas praias idílicas, seja pela pureza das suas gentes.
São Tomé e Príncipe é o destino para aqueles que valorizam as coisas simples da vida, desde o silêncio quebrado pelo barulho do mar, à beleza estonteante das suas paisagens intocadas ou ao sorriso rasgado das crianças. Umas férias neste paraíso são uma experiência que levamos para a vida. Ou uma paixão à primeira vista que nos leva a querer mudar de malas e bagagens.
São Tomé
A convite do operador turístico Soltrópico, voámos com a TAP via Acra, no Gana, para São Tomé. Chegados ao aeroporto da capital, o transfer do receptivo Mistral levou-nos a percorrer a marginal 12 de Julho, enquanto apreciávamos a vida em torno da baía, onde as mulheres lavam as suas roupas com o seu rebento às costas e sempre com um sorriso na cara, ou onde as crianças se refrescam do calor que se faz sentir.
É o Pestana São Tomé que nos acolhe nos primeiros dias da estadia na cidade, um dos hotéis mais procurado pelos turistas portugueses no destino, por ser exactamente de uma cadeia hoteleira portuguesa. Desde as áreas públicas da unidade, onde começamos pela ‘infinity pool’, à sala de refeições, às salas de reuniões, aos espaçosos quartos com simpáticas varandas, ao spa com vista privilegiada para o mar, o Pestana São Tomé proporciona uma estadia sem grandes surpresas e com cunho Pestana. A completar a presença do grupo português na cidade está também o quatro estrelas Miramar by Pestana, que, não estando colado ao mar, está também próximo deste e apresenta áreas bastante simpáticas e agradáveis, assim como os respectivos alojamentos. Diz-se que ali se comem as melhores pizzas a forno de lenha na cidade, quando se quiser matar saudades da comida mediterrânea.
Contudo, sendo a primeira noite no destino é irrecusável o convite para experimentar a gastronomia local no restaurante da Residencial Avenida, uma unidade de alojamento bem simpática e com traços são-tomenses presentes na sua decoração. Nilza Sara é a moçambicana que se apaixonou por São Tomé e que nos faz a visita. “São Tomé é um país abençoado por Deus”, diz ao descrever o clima do destino e as consequências que este tem para a sua riqueza natural, proporcionando fruta e legumes durante todo o ano à sua população. Mas estamos ali para experimentar o que de melhor São Tomé tem para oferecer a quem o visita: os seus sabores. Da sopa de folha de micocó, bem saborosa, ao peixe barracuda assado, ao mata bala, fruta pão, batata doce, ao delicioso côco grelhado e ao polvo estufado, a terminar com a agridoce fruta caja manga, é uma conquista garantida do nosso paladar.
A noite ainda é uma criança e a segurança em andar a pé pelas ruas de São Tomé convidam a tomar uma cerveja local, a Rosema, no Piko Mokambo, um bar simpático e alternativo localizado num antigo edifício colonial onde se alia arte à música, muito procurado pelos portugueses que ali vivem, visitam e não só. Como alternativa, o Pestana São Tomé conta com um casino e uma discoteca, que abre sobretudo às sextas e sábados. Porém, deitar cedo e cedo erguer faz todo o sentido neste destino, com a imensidão de atracções que temos para descobrir durante o dia.
Uma pequena visita pela capital ajuda a conhecer um pouco mais da realidade são tomense, para a qual os turistas têm de ir, sobretudo, de espírito aberto.
Comecemos pela agitação do mercado, que se realiza diariamente no centro da capital onde se vende um pouco de tudo, das frutas e legumes, a roupa, calçado e outras utilidades ao ar livre ou no edifício principal. Somos invadidos pelas cores e padrões típicos, pelos odores fortes de um mercado debaixo de temperaturas elevadas.
Depois da animação do mercado, passemos a um pouco de história. É no antigo Forte de São Sebastião que encontramos o museu nacional que conta a história da descoberta, em 1470, do arquipélago pelos navegadores portugueses João de Santarém, Pêro Escobar e João Paiva. Por dois euros por pessoa, os turistas podem ali observar peças de arte sacra que sobreviveram ao tempo, num país onde a religião católica ainda hoje predomina, mas também exemplos de como se vivia na época do colonialismo, das rebeliões locais contra o domínio português ao movimento de libertação em 1975.
Antes de ser descoberto pelos portugueses, o arquipélago era desabitado, tendo os portugueses importado escravos para habitarem o território, sobretudo de Angola, Cabo Verde e Moçambique, introduzindo ali a cultura da cana de açúcar e do cacau. Em 1560, São Tomé torna-se um importante produtor mundial de cana-de-açúcar. No entanto, devido à concorrência do Brasil e à frágil situação sócio-económica, com os conflitos da minoria branca e da maioria negra, os plantadores optaram por ir para o Brasil. Nesta época, o arquipélago deparou-se com um período de despovoamento, tornando-se apenas interposto de escravos que iam do continente africano para o Brasil. Porém, no século XIX, o cultivo do café e do cacau foi estimulado e é nesta altura que várias famílias portuguesas ali se instalam e se edificam as Roças, algumas que ainda hoje perduram e que são motivo de visita. Estas foram criadas como pequenas vilas, onde existia um hospital, escola, igreja, a casa do proprietário e a zona de todo o processo da seca do café, mas também pequenas casas para os escravos, de forma a que estes não tivessem de sair daquele espaço. Apesar da abolição da escravatura em 1875, havia muitos negros que continuaram a ser tratados como escravos, o que levou então ao movimento da independência de São Tomé de Portugal, a 12 de Julho de 1975. Algumas das roças foram recuperadas e ou mantém a cultura do café, como a Roça Monte Café, onde existe um museu de café que explica todo o processo de tratamento; ou centros de arte e cultura aliados a alojamento para turistas, como a Roça de São João dos Angolares, onde a gastronomia é a principal atracção.
Ideologias à parte, a visita às roças é algo obrigatório num qualquer roteiro de visita a São Tomé. Ali ficamos a conhecer a vivência de outros tempos, mas também dos de agora. Na visita à Roça Monte Café, o ‘doutor’ Paulino de 83 anos e 60 netos explica o processo de produção de café e defende que a independência não trouxe tudo de bom, “na altura comíamos bem. Os jovens de agora não querem trabalhar, têm baile a semana toda”, justificando, a seu jeito, um pouco da deterioração de algumas partes da roça.
Partindo à descoberta da natureza são tomense, podemos comprovar que toda a ilha tem uma riqueza natural imensa, que pode ser apreciada através de uma visita ao Jardim Botânico ou através de passeios de ’trekking’, pelos quais se encontram cascatas, como a cascata de São Nicolau, cachoeiras, à Lagoa Azul ou até mesmo uma pequena visita à Boca do Inferno, semelhante à atracção homóloga situada na vila de Cascais, em Portugal. Se a opção de estadia recair sobre o Club Santana Beach, a perspectiva e vivência de São Tomé será diferente e mais recatada. Incluído no preço da estadia, está uma visita de barco ao Ilhéu de Santana e ao seu interior. O segredo de se apaixonar por São Tomé é não ficar sujeito apenas à realidade da capital, mas sim partir à descoberta de cada recanto da ilha.
Ilhéu das Rolas
Se depois da visita pela ilha de São Tomé ainda não caiu de amores, a sugestão passa por seguir para sul. Ao percorrer a estrada que nos conduz a sul da ilha são diferentes as paisagens com que nos deparamos. Riachos repletos de lavandeiras, praias desertas de cores estonteantes, plantações de bananas ou cacau, e montanhas, como o facilmente identificável Pico do Cão. A meio do caminho é habitual avistarmos porcos com os seus leitões a atravessarem livremente as estradas. Chegados a sul, concretamente, à Ponta da Baleia, atravessamos de barco para um dos ex-líbris do arquipélago: o Ilhéu das Rolas.
São Tomé e Príncipe não é caracterizado por ser um destino exclusivo de praia, mas as suas praias não ficam atrás de nenhuma em qualquer parte do mundo. Praias de areia branca e águas de azul turquesa com a temperatura ideal para refrescar do calor que ali se faz sentir podem ser desfrutadas no Ilhéu das Rolas. O Pestana Equador é o único hotel do ilhéu e proporciona uma estadia relaxada neste pequeno paraíso. Descanso não é palavra imperativa no Ilhéu das Rolas, mas é uma das mais frequentes. Aconselhamos a fazer várias actividades, mas destacamos um passeio a pé pela ilha, passando por miradouros que dão diferentes perspectivas da zona, como, por exemplo, para a praia de Santo António, na qual foi gravada uma novela portuguesa, mas especialmente pelo imperdível marco que assinala a passagem no Ilhéu da linha geodésica do Equador. Do topo da pequena montanha, onde se localiza o marco do Equador, observa-se a paisagem verdejante, rodeada dos vários tons de azul do mar. Em seguida, por entre os montes de cascas de côco que enchem os terrenos do interior do Ilhéu, chega-se à ponta oposta do Pestana Equador, onde se destaca um pequeno géiser, acompanhado por uma paisagem que nos arrebata. O ponto alto deste pequeno passeio termina com o pôr-do-sol na Ponta Cabra, uma pequena formação de pedras vulcânicas que entra mar adentro, ou na tranquilidade de uma praia.
A cereja no topo do bolo na estadia no Ilhéu das Rolas é o passeio de barco à volta da ilha, apreciando a paisagem envolvente ou até mesmo os inúmeros barcos de pescadores que ali fazem a sua actividade de pesca do peixe coelho. Um passeio que culmina com a paragem numa pequena baía onde as águas transparentes convidam a momentos de snorkeling ou a mergulhos demorados. Regressando para a ilha de São Tomé, a Porto Alegre, visitamos o Praia Inhame Ecolodge. Aquilo que seria inicialmente uma casa de férias, rapidamente se transformou numa unidade turística com vários bungalows de diferentes tipologias com quarto-de-banho privativo. A unidade garante que ali encontramos a “perfeita simbiose entre a natureza e o puro prazer de bem-viver”, o que pudemos comprovar. Acrescentamos ainda a arte de bem receber. Com frente para a praia Inhame, escolhida pelas tartarugas para, entre o fim de Setembro e o mês de Março, desovarem, o ecolodge tem como grande premissa a preservação exactamente das tartarugas. No país ainda não existe legislação para proteger este animal e os seus ovos, que são consumidos por locais e não só. Além da preservação das tartarugas, o ecolodge prima pela aposta na ecologia e nas energias renováveis, como a solar e a eólica, e faz ainda tratamento de águas. Além da observação de tartarugas em determinadas alturas do ano, a unidade promove ainda várias actividades para os seus hóspedes, como aulas de surf, mergulho, passeios de BTT, passeios pedestres pela floresta (com guia), pesca e passeios de barco.
Príncipe (Encantado)
Se nunca se apaixonou à primeira vista por nada, terá aqui a sua estreia. Mesmo os mais cépticos irão perder-se de amores pelo Príncipe, a ilha do Príncipe. Depois de um voo interno de cerca de 30 minutos, chega-se à Ilha do Príncipe que conta com nove mil habitantes e é um destino de turismo de natureza no seu estado mais puro, tendo sido inclusive declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 2012. Dezembro, Janeiro e Fevereiro são os meses recomendados para se visitar a ilha, que se caracteriza pela simplicidade das suas gentes e pela beleza surpreendente das suas paisagens e praias paradisíacas. Cada passo que se dá no Príncipe é um encanto constante.
O aeroporto fica localizado no norte da ilha, onde se concentram algumas das principais unidades de alojamento, como o Makaira Lodge, a Roça Sundy, o resort Bom Bom ou a Roça Belo Monte. O caminho até ao Makaira Lodge é uma aventura completa, através da qual ficamos a conhecer as profundezas da floresta tropical do Príncipe, observando as várias espécies de árvores, algumas endémicas, as pequenas tocas dos caranguejos de terra, às encostas de impor respeito. Chegar ao Makaira Lodge faz valer cada momento deste caminho atribulado. As tendas bem decoradas e confortáveis junto à praia que é, à semelhança de tantas outras, de uma perfeição incrível, compõem o ecolodge que abriu há quase dois anos. Inicialmente, foi concebido para ser dedicado à pesca desportiva que o proprietário praticava junto com os seus amigos. Contudo, o potencial do local fez com que este quisesse partilhar com aqueles que querem desfrutar de uma praia onde o silêncio é o anfitrião, apenas perturbado pelo barulho do mar. Actualmente, são cinco as tendas disponíveis, mas estão previstas outras cinco para completar a oferta. A simplicidade e a autenticidade fazem parte do conceito do Makaira Lodge, que privilegia bastante as actividades ligadas à natureza. Diariamente, o hóspede tem ao dispor uma experiência gastronómica diferente, que recorre na sua maioria aos produtos locais, que a terra e o mar oferecem.
É a Roça Sundy que nos recebe em seguida. Este é um dos projectos mais recentes da HBD do sul-africano Mark Shuttleworth, que além de ter actualmente quatro unidades hoteleiras – Bom Bom Príncipe Island, Roça Sundy, Sundy Praia e Omali Lodge, este último em São Tomé – tem uma forte componente de responsabilidade social na ilha do Príncipe. Entre os vários projectos desenvolvidos pela HBD na ilha estão a reabilitação de roças; relançamento da agricultura; estradas; infra-estruturas básicas, como água potável, internet nas escolas; ou a recuperação do aeroporto da ilha.
Aberto há um ano, a Roça Sundy é uma unidade de quatro estrelas que resultou da conversão de uma roça de cacau que foi restaurada. A Roça Sundy era uma casa de família situada no coração de uma das maiores plantações de cacau nas ilhas de São Tomé e Príncipe. Mais de 90% dos actuais colaboradores do hotel Roça Sundy foram recrutados na comunidade local, apoiados por um intenso programa de formação de nove meses, leccionado pela Escola de Turismo dos Açores. O hotel Roça Sundy oferece um restaurante de cozinha internacional, composto por uma sala de jantar de arquitectura colonial e uma grande varanda com vistas sobre a floresta da ilha do Príncipe e para o Oceano Atlântico. Ao jantar, é normal sermos acompanhados por morcegos a sobrevoar junto à varanda enquanto desfrutamos da gastronomia típica. Todos os quartos da Roça Sundy foram decorados com mobiliário ao estilo colonial – muitos da casa original – e vários oferecem varandas espaçosas com vista para o terreiro ou para a floresta. Dentro em breve, a Roça Sundy vai disponibilizar uma piscina para os seus hóspedes, bem como uma fábrica de chocolate. A dez minutos de carro da praia, a Roça Sundy conta com uma história intensa dos seus vários proprietários, mas tem uma especial particularidade, foi palco do teste da teoria da relatividade de Alberto Einstein pelo astrónomo inglês Arthur Eddington e o seu assistente Edwin Cottingham, um ponto alto da ciência do século XX. A particularidade da Roça Sundy é o convívio com os habitantes da própria roça, que em breve vão ter novas habitações numa zona denominada por Terra Prometida. Estes oferecem-nos as suas estórias, humildade e simpatia. E as crianças? Estas são diferentes das de São Tomé, em vez de pedirem doces, oferecem sorrisos e brincadeiras com brinquedos inventados por elas. Um dos motoristas da Roça Sundy aconselhou-nos mesmo a não distribuir doces, “não queremos que as crianças do Príncipe fiquem como as de São Tomé”. Aqui aprende-se efectivamente a viver com pouco, e pouco já é tanto. Este pouco tem tudo o que a Natureza oferece, com uma terra rica e abundante fornecendo o essencial que os habitantes do Príncipe precisam para viver, como o mangum (um fruto que se assemelha a um rebuçado), o ossam (utilizado como tempero), ou os caranguejos de terra que servem de petisco, entre tantas outras coisas.
Partimos à descoberta do tão esperado resort Bom Bom, cujo nome faz jus à sua oferta: é de facto tudo bom. Incorporado na floresta, o Bom Bom conta com duas praias de água cor de esmeralda e areia dourada pelo sol, onde é possível observar numa o nascer do sol e na outra o pôr-do-sol. Esqueça o conceito de resort que conhece, o Bom Bom é o resort no sentido de lhe oferecer o que de melhor a Natureza tem para mostrar, com paisagens de uma beleza indescritível. E será assim em toda a ilha, tudo será indescritível e as palavras saberão sempre a pouco para descrever o que ali se sente e se vive. Ir será a única maneira de se perceber porque a vivência e experiência nesta ilha é inenarrável.
As actividades que o Bom Bom proporciona são diversas, desde um passeio 4×4 para descobrir a ilha, um passeio que permite a monitorização da desova das tartarugas nas praias da ilha do Príncipe entre Setembro e Abril, um passeio de barco pelas praias do nordeste ou pela Baía das Agulhas, pesca desportiva, observação de baleias e golfinhos, snorkeling, mergulho, observação de pássaros e vários trilhos.
Um dos passeios de barco pode ser até à Sundy Praia, o primeiro cinco estrelas do Príncipe que conta com 15 tendas exclusivas e de luxo junto à praia. Este alojamento é completamente paradisíaco, desde o seu conceito de tendas de luxo, ao serviço e à plena integração na Natureza. A envolvência da natureza do Sundy Praia com a sua arquitectura arrojada no bom sentido da palavra, como o restaurante em forma de canoa invertida, é surpreendente. A delicadeza com que cada um dos objectos de decoração das tendas foi escolhido, sem deixar nenhum detalhe ao acaso, é também de apontar. Este pequeno paraíso está muito próximo da perfeição, se é que tal seja possível. Aqui a única coisa que se perde é, de facto, a noção do tempo.
Partimos na descoberta de mais um recanto de suster a respiração na ilha do Príncipe: a praia da Banana com os tons de azul com que as praias do arquipélago já nos habituaram. Os mergulhos no mar fazem-se acompanhar por uma bebida do bar de praia explorado pela Roça Belo Monte, que fica no topo da montanha, a dez minutos de carro. A roça oferece além de vários quartos, entre suites, quartos superiores e de luxo, restaurante com animação ao jantar e piscina. Aqui toda a envolvência é também ela digna de registo. Aliás, se houvesse prémio de país mais fotogénico do mundo, São Tomé e Príncipe arrecadaria facilmente a distinção. Até a pessoa com menos vocação para fotografar consegue, com pouco esforço, captar imagens fantásticas que perduram na memória.
São Tomé é todo um cenário idílico, juntamente com o Ilhéu das Rolas. Mas o Príncipe é de roubar suspiros. Trazemos assim na bagagem o coração cheio de boas recordações e de sorrisos.
*A jornalista viajou a convite da Soltrópico.