CTP considera fundamental criação de Ministério de Turismo
Esta é uma das principais conclusões e sugestões do Roteiro para a Competitividade apresentado esta quinta-feira pela Confederação do Turismo Português no âmbito do Dia Mundial do Turismo.
Raquel Relvas Neto
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A Confederação do Turismo Português vai apresentar ao Governo uma proposta para um novo modelo de governança para o sector do Turismo, na qual se destaca a criação de um Ministério de Turismo.
Esta é uma das principais conclusões e sugestões do Roteiro para a Competitividade, realizado em parceria com a PwC, apresentado pela CTP, esta quinta-feira, no Porto, no âmbito das celebrações do Dia Mundial do Turismo, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, e de outras personalidades do Turismo nacional.
Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português, apontou os principais desafios que se colocam ao Turismo em Portugal actualmente, nos quais se destaca um novo modelo de governance “que não se limite à gestão do Turismo enquanto actividade económica, mas que potencie toda a sua capacidade de gerar riqueza e emprego”. Neste âmbito, a CTP vai apresentar uma proposta “aprofundada ao actual executivo no sentido de encontrar um modelo de governance que integre, entre outras iniciativas, um Ministério do Turismo”. O desenvolvimento do novo modelo permitirá “uma maior celeridade e unidade nas decisões”, mas também “uma visão mais estratégica e menos parcelar”, apontam as conclusões do relatório.
O responsável destacou também a questão das Pessoas, “o maior activo do Turismo”: “a experiência e autenticidade do destino depende da interacção do visitante com as pessoas que o recebem”. “A formação e a qualificação das pessoas que se dedicam à actividade turística assumem um papel essencial, tal como a adopção de um plano legislativo que respeite e siga a especificidade desta indústria” salientou. Neste desafio, o Relatório para a Competitividade propõe a criação de um quadro legal de contratação mais flexível e adequado as características do sector do Turismo.
Francisco Calheiros destacou também a importância da sustentabilidade financeira e ambiental do Turismo: “os vários instrumentos financeiros criados para capacitar e fortalecer o tecido empresarial devem agora ser utilizados na modernização, internacionalização e adopção de novos modelos de negócio nas organizações de forma a garantir a sua sustentabilidade em períodos menos favoráveis”. Já o relatório indica que “a actual oferta de instrumentos financeiros é inadequada, inapropriada e insuficiente face à especificidade do proporia Turismo em matéria de investimento”.
O presidente da CTP destacou ainda a necessidade de integrar o Turismo num modelo de sustentabilidade ambiental “essencial ao domínio da paisagem e do património”, aludindo aos incêndios de que o país foi vítima neste último Verão que comprometeu o desenvolvimento das regiões turísticas afectadas. “O Turismo não pode é não deve manter-se alheado das decisões que envolvem a protecção do ambiente e do território”, adverte.
A estes acrescem ainda os desafios no âmbito da Gestão Partilhada de Comunicação e Promoção, onde se pretende uma maior participação dos privados; de Mobilidade e Planeamento; de Transporte Aéreo, com destaque para a urgência do novo aeroporto em Lisboa: “a CTP esta pelo Montijo, 2022 vira tarde e poderá comprometer o crescimento do Turismo em Portugal”; ainda o Défice de Conhecimento; e os custos de contexto do sector.
Francisco Calheiros concluiu lembrando que “hoje é o dia para assumirmos definitivamente um compromisso por um Turismo melhor, um compromisso por Portugal. Vamos trabalhar em conjunto para encontrar a melhor estratégia e as melhores condições para continuar a crescer, vamos garantir que esse crescimento é equitativo e que abrange e respeita a autenticidade de cada região”.